CAPÍTULO DEZOITO

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— Já posso abrir? — eu ouvia barulhos de risos e conversas em um espaço amplo, então eu sei que não saímos do parque

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— Já posso abrir? — eu ouvia barulhos de risos e conversas em um espaço amplo, então eu sei que não saímos do parque.

— Ainda não. Espere aqui. Já volto.
Instantes depois Harry retorna e escuto um barulho aos meus pés.

— Posso abrir agora? — Eu estava me divertindo com aquilo que me vi sorrindo, um dos meus poucos sorrisos verdadeiros que só aparecem quando Harry está comigo.

— Tudo bem, já pode abrir — Harry disse.

Abro os olhos e por reflexo encaro meus pés. Harry havia trazido dois pares de esquis e quatro bastões. Meus olhos se arregalaram com a visão do rink de patinação ao ar livre do parque.

Putz, não consigo acreditar.

Harry me lançou um sorriso.

— Pega. É só alterar os movimentos dos braços e das pernas e empurrar. Alguma pergunta?

— Nunca fiz isso antes — admito.

— Experimenta — sua voz soou carregada de expectativa.

Certo. Acho que consigo fazer isso.

★★★

Não. Eu não consigo fazer isso. Eu me estabaquei no chão várias vezes antes de conseguir ficar de pé. Cada sequência de queda era mais bizarra do que a outra. Ao mesmo tempo eu via as crianças, as E-más e os babacas dos amigos/sombra das duas se exibindo como profissionais do esqui (elas sempre conseguiam me humilhar mais um pouquinho em cada coisa que eu me metia em fazer).
Eu me sentia ridícula todas as vezes que me esborrachava na neve e ficava coberta de gelo.

Mas valia a pena.

Era divertido.

Cada músculo dolorido foi hilário.

E Harry estava comigo.

Ele me dava preciosas dicas que eu não conseguia entender e muito menos cumprir. Aparentemente eu não conseguia fazer duas coisas ao mesmo tempo.

— Vem comigo — Harry ofereceu o braço, que aceito de bom grado. — Agora vamos nos juntar aos nossos companheiros com poucos recursos.

Me livrei dos esquis e dos bastões. E saio da minha atual zona de conforto empolgada e pronta para me estabacar no tobogã improvisado. Harry dessa vez apareceu com uma tampa de lata de lixo que Simon Willians (um aluno super gente boa do segundo ano) estava alugando por três dólares cada. Eu desci primeiro.
Eu só precisei me esforçar para pegar impulso e descer a ladeira. Não era tão difícil quanto eu esperava.

Descer a ladeira e ver as árvores cobertas pela neve passando como um borrão verde e branco, e sentir o vento gelado batendo no meu rosto, é incrível. E me fez descobrir uma sensação de risco meticulosamente calculado que eu só havia experimentado uma vez na minha vida inteira. Era uma mistura de pura adrenalina e medo, que eu só senti na primeira vez que andei na montanha russa.

Perseguindo Estrelas Where stories live. Discover now