CAPÍTULO ONZE

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Na semana que se seguiu tudo tinha voltado ao normal — bem, o meu antigo normal

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Na semana que se seguiu tudo tinha voltado ao normal — bem, o meu antigo normal.

Meu pai continuava fazendo cópias dentro de um cubículo e fazendo telefonemas na empresa onde trabalha. Já minha mãe terminou de decorar a cozinha, agora é tudo muito rústico e marrom; ela também conseguiu a vaga de guia turística no centro histórico de Waterloo.

Quando eu era criança eu queria ser como ela quando crescesse, sempre que podia entrava no quarto dos meus pais escondida e brincava de ser "gente grande", eu usava os vestidos dela e calçava suas sandálias para depois sair desfilando pela casa. Então eu cresci, e acabei me tornando meio que uma mistura dos dois; sou quase da altura do meu pai, talvez apenas uma cabeça mais baixa, já os olhos claros herdei da minha mãe. Até o meu pé é idêntico ao do meu pai, lógico que é na versão feminina e menor. Mamãe sempre brinca dizendo que posso usar meu pai como espelho quando prendo meu cabelo, na verdade eu lembro muito meu pai quando ele tinha essa idade. Só não sei se isso é uma coisa boa.

Antes mesmo de botar o pé na cozinha meu queixo caiu. Lá estava minha mãe toda produzida colada no fogão, e meu pai estava sentado à mesa segurando uma caneca verde, os primeiros botões da camisa abertos e a gravata jogada de qualquer jeito por cima dos ombros, nada pronto para fazer hora extra.

— Ferve, ferve panelinha. Pra fazer minha comidinha. — Ela cantarolava baixinho.

— Bom dia a todos. — Digo depositando um beijo na bochecha da minha mãe. Papai murmurou um Bom dia, distraído. — Que música é essa mãe? — Perguntei.

— É a fome querida. — Ela disse. — A falta de comida já subiu para o meu cérebro. O que eu posso fazer?

Peguei um pedaço de manga cortadinha numa tigela colorida em cima do balcão e mastiguei, saboreando o doce gosto das proteínas, enquanto mamãe desligava o fogão.

— Não vai se atrasar para ir a aula de teatro hoje, Isabella? — Meu pai perguntou. Ele estava derramando o resto do café que ele deixou na caneca dentro da pia.

— Não vou hoje. Digo, a Sra. Benson precisou ir a Guelph esta manhã. — Acrescento rapidamente após perceber o olhar que ele me lançou. — É coisa de família, não sei bem os detalhes.

— Zach, arrume essa gravata — mamãe mandou. — Já vamos sair. Vou comprar algo para comer no caminho. Vai ficar bem sozinha, querida?

— Vou, não se preocupem. — Respondi. — Eu sei me cuidar.

Mamãe passou a mão pelo meu cabelo e beijou minha testa.

— Tudo bem. — Ela disse. Embora pelo seu tom de voz, desconfio que ela não estava tão a vontade com a ideia. Desde que nasci mamãe se dedica única e exclusivamente a mim, agora meu pai e eu conseguimos convencê-la a arrumar um emprego. — Já sabe as regras. Não é permitido...

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