Perseguindo Estrelas

By Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... More

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO QUARENTA
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO TRINTA E NOVE

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By Lay_Freire


— Oh, Izza. Você está linda, filha. Enrique irá gostar de te ver assim.

Pelo reflexo do espelho vejo mamãe sentada na cama, atrás de mim. Ela está examinando meu vestido, seus lábios separados. Mamãe nem tentou esconder o espanto quando me viu usando sandálias de salto.

Sorrio para meu reflexo no espelho e giro a escova de cabelos na mão. Fiz um ótimo trabalho em deixar meu cabelo solto, foi prático e rápido. Depois que coloquei a escova de volta no lugar, passo gloss rosa nos lábios e aliso meu vestido.

Sinto-me leve, como se o vestido fosse feito de penas. O tecido é suave e macio, e a saia é drapeada, terminando abaixo dos meus joelhos (e tem decote em V). E embora eu ache que cor de tangerina não combina muito comigo, esse vestido tornou-se meu novo melhor amigo.

Repito várias vezes na minha cabeça que Enrique Petrovic está lá em baixo na sala me esperando, e não Harry. Eu ainda me permito ter um pouquinho de esperanças em não pensar em Harry nas próximas horas.

Mas, não acredito que consiga.

Agora que estou mais calma lembro do envelope negro que Harry me deu, e que me fez prometer que só o abriria depois que ele tivesse ido embora. O envelope está dentro da última gaveta do meu armário, debaixo das minhas meias. Já me peguei várias vezes pensando no que pode estar escrito lá. Talvez fosse: Adeus, Isabella. Vou desaparecer da sua vida. Não me procure mais. Ou quem sabe, um simples e menos chocante: Adeus, Isabella. Foi bom ter te conhecido.

O fato era que eu estava adiando o inevitável, uma hora ou outra eu ia acabar lendo de qualquer jeito.

— Filha?

Saio dos meus pensamentos quando mamãe estreita os olhos para mim. Viro-me para ela, congelando o meu melhor sorriso nos lábios.

— Vamos descer? — ela perguntou alegre.

Respiro fundo e sigo minha mãe até a porta. Antes de deixar o quarto arrastei meus olhos para a gaveta onde enfiei a carta, e paro de andar.

— Esqueci meu gloss — digo à ela.

A princípio mamãe também parou de andar, a peguei desprevenida já que nunca liguei para maquiagem, muito menos retocar o batom em festas (eu nunca fui a nenhuma outra festa além desse baile de formatura, se bem que fui na festa de Enrique, mas isso não conta já que meus pais não descobriram). E a propósito o gloss é de Kim.

— Te esperamos lá embaixo — mamãe sorriu de maneira afetuosa. — Não se atrase, Izza.

Eu acho que deixar Enrique esperando era o menor dos meus problemas hoje.

Peguei o envelope negro e sentei-me na cama, meus dedos tremiam ao desdobrar a carta e minha respiração ficou presa na garganta quando comecei a ler.

Já se passaram duas horas desde que peguei o papel e a caneta. Estou sentado de frente para a janela do meu quarto, e olhando as linhas em branco desse caderno, tento imaginar  o que devo escrever. Meus pensamentos estão embaralhados, e tudo o que desejo hoje é poder colocar meus sentimentos nessas linhas...

Não tive tempo de terminar de ler, pois ouvi minha mãe gritar para que eu me apressasse. Saio do quarto pronta para me desculpar com Enrique pelo atraso.

Ouço passos e Enrique aparece no final do corrimão. Ele estava impecável usando um smoking preto sob medida. Congelo o sorriso em meus lábios e respiro fundo para me manter calma, enquanto desço um degrau de cada vez. Porém, minhas pernas queriam se recusar a me levar até Enrique.

E o motivo era óbvio demais. A pessoa que está na minha frente não é Harry.

Enrique estica a mão e pega a minha quando me aproximo. Me surpreendo quando ele beija os nós dos meus dedos, e eu não sinto nada. Era quase como se seus lábios não estivessem em contato com a minha pele, a pressão quase imperceptível.

Sinto o brilho de um flash em meu rosto. Eu arrastei meus olhos para longe de Enrique e olhei para a minha mãe. Tento ignorar o modo estranho como ela segura a câmera fotográfica e sorrir para nós dois, e tento me concentrar em descer o último degrau sem tropeçar nos meus próprios pés e me estabacar no chão na frente de Enrique.

— Você está linda, Bella — disse Enrique sorrindo.

— Obrigada — digo.

Mantenho o sorriso congelado em meu rosto enquanto me despeço dos meus pais.

— Divirta-se — diz mamãe. Seus olhos brilham e ficam radiantes.

— Esse é nosso único objetivo essa noite, Sra.Y. — Enrique respondeu.
Eu pude ver que Enrique segurou um sorriso malicioso quando passei por ele (mas acho que só eu percebi). Dei um beijo na bochecha da minha mãe, abracei meu pai e escapuli pela porta da frente, escondendo meu constrangimento.

Enrique e eu chegamos aos degraus da varanda.

Congelo, percebendo só agora o quanto Stratford parecia vazia sem Harry. Nossa última conversa foi breve e estranha, eu tinha tantas coisas para contar, planejei por horas o que devia falar para Harry, mas nada saiu. Isso só me fez ter mais certeza de que se você passa tempo demais planejando algo, nem sempre dá certo. As palavras simplesmente sumiram da minha boca. Eu vi tudo escapar como fumaça pelos meus dedos no momento em que Harry entrou naquele carro. E lamento em ter que dizer para mim mesma, que não à nada que eu possa fazer para mudar isso.

— Vamos! — disse Enrique arrancando-me de meus pensamentos.

Fixo meus olhos nele e troco o pé de apoio, desconfortável.

— Sim — respondo.

Sorrindo, Enrique fez um pequeno gesto com a cabeça e eu o sigo até o SUV estacionado na minha calçada.

Ele gentilmente abre a porta do carona para mim, e a fecha quando estou acomodada dentro do carro. Eu afivelo o cinto enquanto Enrique da a volta pela frente do carro e entra.

Vou ficar sozinha dentro de um carro com Enrique e minhas mãos começaram a ficar molhadas de suor. Passo minhas mãos discretamente na lateral do meu vestido alugado, fingindo desamassar a saia.

O silêncio cai sobre nós. Enrique parece analisar cada gesto meu, e eu luto contra a minha vontade de destravar a porta e sair correndo. Ele ligou o carro. Mordo o lábio e me pergunto se eu seria capaz de confrontar Enrique e arrancar respostas sobre o motivo dele ter inventado o P.E.

— Enrique — eu chamei com a voz baixa.

— Hmm.

— Olha, Enrique. — Eu sorri um pouco e falei, sem encontrar seus olhos: — Eu queria agradecer pelos bilhetes que você deixou na minha casa.

— De onde você tirou isso?

Enrique tirou os olhos da estrada por um segundo e enrugou as sobrancelhas, por trás dos óculos de armação branca. E algo em seu gesto me inquieta.

— Ora, você deixou vários bilhetes na minha porta nos últimos meses.

Enrique negou.

— Não — ele disse.

Engulo em seco.

— Como não?

Remexo dentro da minha bolsa por alguns instantes a procura de algum dos envelopes negros. Mas tudo o que eu encontrei foi a carta que Harry me deu, aninhada ao fundo da bolsa.

E dessa vez eu leio a carta inteira.

Já se passaram duas horas desde que peguei o papel e a caneta. Estou sentado de frente para a janela do meu quarto, e olhando as linhas em branco desse caderno, tento imaginar  o que devo escrever. Meus pensamentos estão embaralhados, e tudo o que desejo hoje é poder colocar meus sentimentos nessas linhas.

Talvez eu deva começar por: Tenho que te contar toda a verdade, pela primeira vez vou ouvir e escrever com o coração.

O sentimento que cresceu dentro de mim é algo que não consigo mais esconder. Espero que algum dia você me olhe. Digo, olhe mesmo. E veja o que eu realmente sou e sinto aqui dentro de mim.

Eu gostaria de ter percebido antes, mas eu não queria acreditar. Eu não queria me entregar a esse sentimento tão bonito por minha melhor amiga.
Ainda lembro do modo como você olhou para mim e sorriu quando nos vimos pela primeira vez. Seu sorriso me desarmou de um jeito absurdo e me fez esquecer do mundo.

Tem alguma ideia do que você faz comigo?

Consegue imaginar como eu me sinto ao seu lado?

Consegue enxergar as coisas que eu faço para me aproximar de você?

Desculpe-me.

Eu tentei, juro que tentei. Lutei com todas as células do meu corpo, mas não consegui sequer me afastar de você. Eu já fiz minha escolha, e peço que também faça a sua.

Agora, a única coisa que posso te pedir é que seja feliz, Isabella.

Adeus.

Com amor,

Harry Schofield.

P.s.: Espero que consiga ver além dessas palavras.

Eu senti meu corpo inteiro tremer. Era como uma espécie de choque, meu coração inflava de alegria e expectativa a cada segundo. As palavras de Harry não pareciam às de um simples amigo, ou irmão mais velho. Havia algo à mais.

Uma série de imagens me passa pela cabeça, girando em minha mente de uma só vez. Eu vi Harry pulando minha janela no meio da noite; o jantar em minha casa; o colar com pingente de estrela; as aulas de esqui; meu tornozelo inchado; o brigadeiro queimado; e a estrela que Harry batizou com o meu nome.

A partir dessa noite vou olhar para o céu, e senti-la mais perto de mim.

Isso estava escrito no último bilhete que o P.E. mandou, junto com o Star Register. E eu também tive uma estrela batizada com o meu nome por ele.

Então tudo se encaixa, Harry sempre esteve ao meu lado. E a carta que me entregou antes de partir, também veio dentro do mesmo envelope negro.
E enfim me dou conta: Harry era o P.E. esse tempo todo.

Nunca foi Enrique Petrovic.

— Pare o carro — eu disse convicta, olhando para a frente.

— Você está brincando — disse Enrique, e havia incerteza em sua voz. — Esqueceu algo em casa? — pergunta-me gentilmente. — Já estamos atrasados, Bella.

Encaro Enrique que me olha por alguns segundos perplexo, sem entender o que acontecia.

— Pare o carro, Enrique — peço novamente.

Quem eu procuro não está naquele baile.

Enrique bufa, claramente chateado. Ele estaciona o carro em frente a uma casa com cercas brancas. O cachorro que está no portão late quando Enrique destrava as portas, sem olhar para mim.

Salto para fora do carro.

Só espero que não seja tarde demais.

Obrigada por terem lido
Espero que tenham gostado ❤

E finalmente a Izza descobriu quem é o P.E.
E agora???
Será que ela ainda consegue falar com o Harry?
Ou ele já foi embora?

Beijinhos de gliter meus amores
😘❤❤❤

Ah, e até parece que Perseguindo Estrelas está chegando ao fim, não é mesmo...

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