Perseguindo Estrelas

By Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... More

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO TRINTA E OITO

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By Lay_Freire

Dez e cinquenta e cinco da manhã.

Minhas mãos estão suadas, e estou hiper-ventilando. Eu nem ao menos consigo segurar o celular direito para mandar uma mensagem para Kim, e avisá-la que Harry vai embora.

Onze e quarenta e oito da manhã.

Estou sentada no chão do meu quarto sem saber o que fazer. Na minha frente está os produtos de depilação que minha mãe usa e que eu nunca usei.

Pego o papel e a cera.

Uma hora da tarde.

Eu ainda não almocei. Kim chegou e agora está dando um trato nas minhas sobrancelhas.

Uma e vinte e cinco da tarde.

Kim vai embora e eu almoço.

Pela janela da cozinha consigo enxergar as nuvens no céu da tarde, uma delas parece com uma pessoa apontando para cima. Logo depois as nuvens brancas, brilhantes e fofinhas somem para dar lugar às nuvens escuras.

O céu está nublado, da mesma forma que meus pensamentos estão.

Uma e quarenta e oito da tarde.

Escovo os dentes.

Duas e cinco da tarde.

Kim está de volta.

E espalhou todos os esmaltes coloridos dela sobre a minha cama.

Duas e dez da tarde.

Começou minha tortura de ter que escolher a cor do esmalte.

Três e cinquenta e três da tarde.

Acabou minha tortura. Kim pintou minhas unhas das mãos de um lilás bem clarinho.

Eu não queria pintar as unhas dos pés, mas Kim me convenceu a deixá-las vermelhas.

Agora eu estou no banheiro, em frente ao espelho. Meu coração está batendo mais rápido (como se isso fosse possível). E ainda estou com medo de ir falar com Harry.

E a casa dele é tão pertinho.

Três e cinquenta e oito da tarde.

Saio do banheiro e Kim volta para casa. Da janela do meu quarto vejo o carro de Harry sendo enchido com bolsas e caixas.

Ele vai mesmo embora.

Harry vai embora e não veio se despedir de mim. E isso me doía mais do que o P.E não ter mandado carta hoje. Ponho a mão no pescoço para encontrar a correntinha que Harry me deu. Eu não podia suportar a ideia dele ir embora.

Harry não podia partir sem antes saber o que sinto por ele.

Quatro e cinquenta da tarde.

Crio coragem e vou conversar com Harry.

Passo correndo pela sala.

— Izza! — mamãe me chama do sofá. — O que houve? Está pálida.

— Estou bem, mãe. Por que não estaria?

Não espero por sua resposta e passo pela porta, abafando as exclamações dela.

O mais depressa possível percorro o pequeno caminho que separa a minha casa da casa de Harry, a tempo de encontrá-lo na porta de sua ex-casa com uma caixa de papelão com QUARTO DO HARRY rabiscado com caneta azul.

Ao me ver ele sorriu. Não foi aquele sorriso de "Oi vizinha", era algo como "Talvez eu não volte mais aqui, vizinha".

— Oi, Isabella. — Harry pôs a caixa no chão, ao lado de seus pés. — Eu queria ter te contado antes.

— Conte agora. Por favor, Harry. Preciso entender como isso... — gesticulo para a placa de venda. — Como isso aconteceu?

Foi tão rápido.

— Tudo bem. Mas antes preciso te entregar uma coisa. — Harry meteu a mão no bolso da calça jeans e me entregou um envelope preto. — Não abra agora. Deixe para mais tarde. Há três dias recebi uma carta da WSU em Washington. Fui aprovado para cursar Medicina. É uma oportunidade incrível, Izza.

— E o que aconteceu com: Quero cursar Artes Cênicas?

— Teatro — Harry testou as palavras com calma. — Isso não vai dar o futuro estável que eu quero que minha mãe tenha. Desde que meu pai morreu eu sou o único homem da casa, Izza. Não posso pensar só em mim. Eu tenho que fazer o melhor para minha mãe e para mim. — Ele me encarou com os olhos brilhando bem lá no fundo. — E minha mãe tem parentes morando em Washington.

— E a apresentação no Dream in High Park? E Alice Miller? — E eu?

Harry parou para pensar e seu olhar tornou-se desconfortável.

— O meu lugar na peça foi cedido à Brenda. Foi justo e, ela se esforçou muito. Já Alice... nós terminamos ontem à noite.

— Por quê? — Essa agora é novidade.

— Ela se sentia ameaçada por você — ele disse.

E desde quando sou uma ameaça para alguém? Principalmente para Alice Miller. Sou uma das poucas pessoas menos frescurentas que existem no mundo. E perto de Alice Miller que é toda bonitinha, era apenas mais uma formiguinha comum dentro do enorme formigueiro que é a Stratford Northwestern Secondary.

— Alice colocou na cabeça e me veio com uma conversa ridícula de que você deveria ocupar o seu lugar. Ela também falou que você é impertinente e sempre se mete onde não deve. Além disso ela queria exigir que eu me afastasse de você. E eu nunca faria isso. — Harry assobia baixinho. — Sabe, Izza. Eu tirei algo bom disso tudo. Eu percebi no final das contas que o que realmente importava estava bem debaixo do meu nariz esse tempo todo.

Engulo em seco.

Eu tento ler o rosto de Harry como um mapa, procurando por pistas que me explicassem o que ele queria dizer com tudo isso.

Mas por alguma razão o que eu tenho a dizer soava bem pior aos meus ouvidos.

Diga a ele, Isabella.

Conte que a muito tempo você é apaixonada por ele.

A mãe de Harry buzinou de dentro do carro.

Conte logo.

— Preciso ir. Quer me falar mais alguma coisa?

Meu coração passou a bater em velocidade dobrada.

— Escuta, Harry — começo e respiro fundo antes de continuar. — Eu... eu...
Aperto os lábios. Acho que não consigo fazer isso.

Harry aperta minha mão. Não consigo encara-lo nos olhos. E então antes que eu me desse conta, Harry me puxa para seus braços. Inalo o perfume em sua camisa e por alguns segundos me permito perder o rumo dos meus pensamentos. E só então, depois que ouço novamente o barulho da buzina penetrar em meus ouvidos, me desvencilho dele.

— Boa viagem. — É tudo o que eu digo.

Vejo o sorriso de Harry desaparecer e sua boca se contrair.

— Obrigada, Isabella — Ele disse. — Não esqueça de ler a carta, está bem?

Harry pega a caixa, tranca a porta atrás de si e dá a volta entrando apressado no carro. Ele não olhou para trás, tampouco falou um "Até logo". E eu fiquei ali parada em frente a sua ex-casa. Balanço a cabeça para tentar afastar as lágrimas que se formavam enquanto eu via o carro se afastar.

No meu quarto eu chorei. Tranquei a porta, sentei-me no chão, abracei meus joelhos e deixei minhas lágrimas rolarem pelas minhas bochechas, lavando meu peito apertado por dentro. Eu já havia chorado muitas vezes nesses meus 18 anos de existência; chorei quando cai da bicicleta depois do meu pai ter tirado as rodinhas e Harry me ajudou a levantar, chorei quando meu primeiro peixinho dourado morreu e Harry também estava ao meu lado. E agora que ele está longe, eu percebi que eu nunca tinha sentido as lágrimas vindo tão de dentro das minhas entranhas como agora. Parecia que eu estava flutuando, eu sentia meus joelhos tremerem, sentia o gosto salgado das lágrimas, mas a ficha ainda não havia caído.

Eu não conseguia aceitar que o menininho que ria segurando um algodão doce ao meu lado na foto que colei a dez anos atrás no meu espelho viesse se tornar o meu melhor amigo, e por burrice do destino eu tivesse me apaixonado por ele, fosse embora assim de repente. E eu deixei, o vi escapando pelos meus dedos e por medo de receber uma reação negativa não fiz nada.

Enxugo as lágrimas com as costas das mãos, mas não consigo deixar de sentir minha garganta apertada e meu peito doer. Levanto do chão quando meu telefone toca.

É uma mensagem da Kim.

Preparada para o Grande Baile?
Bjs ;-)

É disso que eu preciso para esquecê-lo: Um Grande Baile.

Ou pelo menos tentar esquecê-lo por algumas horas.

E a Izza deixou o Harry ir embora sem contar nada...
Maaaas não odeiem ela viu, isso foi necessário.
Sem esse capítulo o próximo não faria sentido.
E algo me diz que todas estavam esperando por ele...

Beijinhos de gliter meus amores
😘❤❤❤
Vejo vocês amanhã.

Não esqueçam de comentar, adoraria saber o que acharam desse capítulo. ❤

Agora só faltam dois capítulos...

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