Capítulo com quase cinco mil palavras, espero que gostem e não esqueçam de votar ⭐
Escutem a música da multimídia e sofram comigo 💔
💙
Quando você disse seu último adeus
Morri um pouco por dentro
Me deito chorando na cama a noite toda
Sozinho, sem você ao meu lado
Mas se você me amava
Por que você me deixou?
- Kodaline.
💙💙💙
Por Ariela
Vejo Cris andar de um lado para o outro no nosso apartamento, arrumando tudo para receber nossos meninos. O lugar já está impecável, mas mesmo assim ela não para de procurar alguma bagunça.
Já se passou duas semanas desde que visitamos o abrigo pela primeira vez e conhecemos Heitor e Higor. Jordan fez jus a história de ser um dos cinco melhores advogados do mundo, ele logo conseguiu toda a ficha dos irmãos.
O sobrenome deles é Smith, foram criados somente pela mãe que faleceu a oito meses, o pai é inexistente, já que nunca esteve nos registros deles. Eles não tem nenhum parente ainda vivos, a mãe deles só tinha os pais que morreram a alguns anos. Resumindo, nossos garotos estão disponíveis para a adoção.
Corremos para contar a eles sobre nossa decisão de adota-los assim que tivemos a confirmação e sorrio por lembrar das lágrimas de Heitor. Higor não entendeu muito bem o que a adoção significaria em sua vida, ele só tem dois anos, é um bebê.
Já Heitor, mesmo que ainda seja considerado um bebê, entendeu o significado e eu não esperava que ele iria se emocionar tanto. Ele correu para o meu colo assim que contamos a ele e chorou muito, por fim choramos juntos com ele.
Desde então os visitamos todos os dias e continuaremos fazendo isso até tê-los permanentemente conosco. Jordan conseguiu uma petição para deixa-los passar um final de semana conosco e isso surpreendeu a todos, já que não esperávamos que essa petição sairia tão rápido assim.
Esses processos demoram meses, mas Jordan conseguiu deixa-los conosco por três dias, os buscaremos hoje, sexta-feira, e os devolveremos domingo.
Já imagino o quão difícil será leva-los de volta para aquele lugar, mas é necessário. Precisamos fazer tudo certo e na lei, se não nunca conseguiremos suas guardas e isso seria o mesmo que nos matar lentamente.
- Eu não gostei dessa cor, precisamos mudar depois.- volto ao presente quando escuto Cris dizendo isso, vou para perto dela e vejo que ela está falando da cor cinza na parede do quarto onde eles irão ficar.
Futuramente temos planos de cada um ter o seu quarto, mas no começo, fase de adaptação, decidimos deixar os irmãos dividindo o mesmo quarto.
- Esse era o quarto do Nathan, ele gosta dessa cor.- dou de ombros- Pode mudar se quiser, mas agora precisamos ir busca-los.- ela olha a hora em seu relógio de pulso e concorda comigo.
- Vamos, estou tão empolgada!- entrelaço nossas mãos e saímos do nosso apartamento.
Vejo Lia e Mike vindo pelo corredor e sorrio para eles, são meus vizinhos e imagino que Heitor possa se torna muito amigo de Mike, eles tem a mesma idade, vão brincar muito juntos.
- Oi tias.- nos abaixamos para beijar seu rostinho. Mike é lindo, a cópia do pai. Pele negra, lábios carnudos e o sorriso, nossa, que belo sorriso esse garotinho tem.
- Estão indo busca-los?- Lia pergunta e assentimos- Que bom, estamos loucos para conhece-los. Amanhã nos encontramos no apê de Bran?- concordamos.
- Nos vemos lá, queremos apresentar nossos meninos para todos.- Cris responde e trocamos um sorriso imaginando como será isso.
Vamos toda a trupe para o apartamento de Bran amanhã, menos Olívia que terá dois plantões seguidos no hospital. Imagino a algazarra que será tantas crianças reunidas para brincar, aquele apartamento faltará espaço.
Nos despedimos dos dois e seguimos para o elevador, leva um tempo até chegarmos ao abrigo e sorrio quando vejo os irmãos sentados nos degraus do pátio, um do lado do outro, quietinhos enquanto nos esperam.
Higor logo corre para perto de nós quando nos vê, já que Heitor vem devagarinho, entre envergonhado e temeroso, eu acho. Me abaixo para beijar seu rostinho e ele sorri pelo carinho.
- Tudo bem?- ele assente- Quer ir conosco?- pergunto temerosa pela resposta e ele sorri mais uma vez enquanto assente, beijo sua bochecha mais uma vez- Então vamos!- pego sua mochila e a de Higor.
Olho para a coordenadora do lugar e ela nos pede para assinar um papel, que os deixa em nossa responsabilidade por esses dias. Essa mulher nos odeia, eu tenho certeza, mas também não gostamos dela. Sigo para o carro trazendo Heitor pela mão e Higor está no colo de Cris, ele a adora. Já dá para imaginar como será no futuro, Heitor será mais apegado a mim enquanto Higor vai viver colado a Cris.
Ajudo Cris a prende-los nas cadeirinhas que compramos ontem e agradeço por ter uma sobrinha que sou muito apegada, então eu não saberia é nunca prender esses cintos.
Pelo pouco tempo que o conhecemos, já sabemos um pouco como é seus comportamentos. Higor é mais falante, risonho e animado, já Heitor é mais calado, sua mente vive viajando e imagino que é sempre se recordando de algo em sua vida.
Ele tem apenas quatro anos, mas a barra que passou nesses últimos meses mostra o quanto mais crescido ele se tornou para sua idade, ele tem consciência das coisas boas e pior, das ruins. Meu pobre garotinho, as vezes sinto vontade de perguntar a ele sobre as coisas que eles já passaram aqui no abrigo ou até mesmo antes dele, mas não quero abrir essa ferida mais uma vez.
Higor vai o caminho todo tagarelando sobre brinquedos e Cris adora, conversa com ele como se ela ainda gostasse de brincar e ele logo já está inventando brincadeiras para fazerem juntos. Já Heitor fica calado por todos o tempo.
Eles se encantam pelo apartamento, dá para ver pelo seus olhares. Cris vai mostrando todos os cômodos a eles enquanto eu somente os sigo.
- Olha Heitor, é a mesma cor do nosso quarto no abrigo.- Higor comenta assim que mostramos o quarto deles para ele.
- É mesmo.- sua resposta me faz trocar um olhar com Cris. Eles não gostaram dessas paredes, elas o lembram o abrigo e eles não gostam de lá. Decido que logo na segunda, vou pintar esse quarto, para uma cor mais alegre do que cinza.
Higor logo sobe em uma das camas e começa a pular, Cris se aproxima ficando próxima a ele, para não ter perigo dele cair. Me sento na cama vaga e com a mão chamo Heitor, que ainda está do lado de fora do quarto, abraçado com sua mochila. Ele hesita mas acaba vindo se sentar ao meu lado, acho fofo e um pouco preocupante esse seu jeitinho temeroso, ele não consegue ainda ser uma criança livre, como seu irmão demonstra ser.
- Gostou do seu novo quarto? A cor é meio sem graça, mas vou pintar logo logo.- ele me olha interessado.
- Posso ajudar?- sorrio por vê-lo finalmente ficar empolgado com algo e por que não? Vai ser legal ter uma ajudinha. Pra ser sincera, eu ia colocar meu irmão para pintar, mas agora eu mesmo quero fazer isso.
- Talvez, quem sabe.- ele sorri- Quem aqui quer assistir um filme enquanto come pizza?- agora sim consegui deixar os dois muito felizes.
- Eu quero.- eles dizem juntos.
- Ótimo, eu peço e você coloca um filme.- digo para Cris que assente de imediato.
- Pode deixar, vamos para a sala?- ela chama os meninos que a seguem e sorrio, os observando sair do quarto.
Acho isso uma coincidência extraordinária, nós quatro temos os cabelos claros, se eu deixasse de colorir os meus, eu voltaria a ser loira, como eles. Mas não sei, tenho impressão que os cabelos deles vão escurecer um pouco com o decorrer dos anos, como os de Henry. Eles eram claríssimos aos oito anos, agora aos quase dezesseis, está quase um loiro mel.
Sigo para a cozinha e faço o pedido, volto para a sala e vejo que Cris escolheu uma animação, me deito no chão e Higor logo se deita ao meu lado, deixando o irmão e Cris no sofá atrás de nós. A pizza não demora a chegar e nos sentados todos no chão, comemos enquanto ainda assistimos os filmes.
- Mike Wazowski.- Higor fica imitando a Boo por todo o filme e acho fofo a vozinha de bebê. Na última cena, uma das mais emocionantes de toda a animação, olho para ele ao meu lado e falamos juntos.
- Gatinho.- rimos por isso.
Cris coloca o próximo desenho, o que eles vão para a universidade e volto a me deitar no chão, estou entre Higor e Heitor, enquanto Cris está deitada do outro lado de Higor. Não chega nem a metade do filme e Higor já está dormindo abraçado a Cris, que também já dorme , ela acordou super cedo ansiosa, porque eles iriam vir ficar conosco.
Olho para Heitor ao meu lado, ele ainda está acordado, mas seu olhar cansado mostra que não por muito tempo. Ele percebe que estou o observando e olha para mim, aproveito a chance para fazer um carinho em seus cabelos claros.
- Com sono?- ele nega- Está sim, seus olhos estão pesados.- digo rindo.
- Ainda vou voltar para aquele lugar?- ele pergunta isso de repente e com muita tristeza, assinto em concordância.
- Infelizmente, sim.
- Não nos querem mais?- ele faz carinha de choro e me sento na mesma hora para olha-lo bem.
- Não é nada disso, Heitor, o juiz não nos deu a guarda ainda.- tento explicar.
- Por quê?- ele também se senta, olho para Cris e Higor atrás de mim e os vejo ainda dormindo, me volto para Heitor.
- Essas coisas levam tempo, temos que passar por algumas fases, para o juiz poder saber se é o certo nos dar a guarda de vocês dois. Vão visitar o apartamento, para checarem se é um lugar adequado para crianças, vão conversar com amigos e vizinhos para saberem nossos comportamentos... Eles não podem entregar crianças sem verem isso antes, entende? Eles precisam se assegurar que ficarão bem!
- Tudo bem, mas... não vão desistir da gente, né?- sorrio enquanto nego.
- Mães não desistem dos seus filhos.- seus olhos brilham assim que digo isso, é a primeira vez que os chamo assim. Eu sempre dizia que queria adota-los, mas nunca falei a palavra filhos para eles, sinto que ele gostou de ouvir isso.
Volto a me deitar e o puxo para se deitar abraçado a mim, ficamos assim pelo resto do filme até que acabamos os dois dormindo, acordo de madrugada com Cris me tocando, me viro para olha-la e ela sorri.
- Dá pra acreditar, dois bebês?!- sorrio e me levanto, sem acorda-los. Pegamos as crianças no colo e os levamos para o quarto.
Cris vai tomar um banho enquanto vou arrumando a bagunça da sala, desligo a TV, tiro as almofadas do chão e pego a caixa vazia de pizza e os copos que continham suco, e levo para a cozinha.
Antes de seguir para nosso quarto, paro de frente para os deles e me encosto na porta, enquanto os observo dormir.
- Parecem dois anjinhos.- Cris surge de camisola e me abraça.
- Cheirosa.- a elogio a fazendo sorrir.
- Não me olha assim, nada de namorar hoje, vai que um deles acorda e vai no nosso quarto?- faço careta só com a ideia.
- Vão crescer traumatizados, coitados, vamos ter que pagar analistas para eles.- ela gargalha e logo tampa sua boca com a mão, para não acorda-los.
- Vamos dormir, que quero levantar cedo para fazer um incrível café da manhã.- ela diz empolgada e me beija levemente antes de seguir para nosso quarto.
Entro no quarto dos meninos e os cubro, depois beijo a testa de cada um. Saio do quarto deixando a porta entreaberta e sigo para meu quarto e de minha esposa.
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- Mas já está arrumado?!- pergunto entrando no quarto deles, encontrando Heitor já pronto para irmos almoçar com meus amigos.
- Cris está ajudando Higor a tomar banho.- ele explica.
- Que legal, quer espera-los lá na sala comigo?- ele assente e se levanta.
Nos sentamos os dois no sofá, lado ao lado e sorrio por suas perninhas serem pequenas, nem chegam a tocar o chão. Cris o arrumou com uma das roupas que compramos para eles, os dois já tem seu próprio guarda-roupa completo e nem sabem disso, realmente esperamos que se tornem nossos filhos.
- Você tem uma cor favorita?- pergunto para ele que me olha sem entender o por que da pergunta- Para ajudar na decisão da cor das paredes, gosta de qual cor?
- Azul.- ele diz apontando para os meus cabelos e sorrio.
- E Higor?- temos que levar em conta o pequeno também.
- Higor gosta de todas as cores do mundo.- ele abre os braços demonstrando um gesto amplo e sorrio mais uma vez.
- Que legal, amanhã compramos a tinta. Vai querer me ajudar mesmo?- ele assente empolgado e toco seus cabelos bem penteados, os bagunço um pouco e sei que minha esposa brigará comigo por isso.
Higor logo se junta a nós e nos resta esperar Cris, que demora muito para se arrumar, ela demora vários minutos somente no rímel e isso é tão estressante. Quando enfim ela termina de ser arrumar, faltamos soltar um "aleluia" de tanto que esperamos.
Seguimos para o apartamento de Bran e Emma, e assim que chegamos, é uma festa de apresentação. Apresento meus meninos primeiro para todos os adultos, Higor logo está todo sorridente e receptivo, já Heitor fica com vergonha e não solta minha mão por nada.
Emma chama as crianças para a sala e lá vem o batalhão correndo para perto de nós. Me abaixo ficando entre os dois irmãos e vou apresentando as crianças pela ordem de idade, primeiro aponto para Nicolas e Melinda, os mais velhos.
- Começando pelos mais velhos, esse é Nicolas, ou como gostamos de chama-lo, Nick, ele é filho desses dois.- aponto para Caio e Maju que sorriem- Essa é Melinda, nossa Mel, filha dele e de Olívia, que não está aqui.- aponto para Ron.
Melinda sempre bem receptiva, logo puxa os irmãos para um abraço, ela sorri e toca os rostinhos deles com muito carinho.
- Que lindinhos!- ela está muito encantada com os novos primos.
- Mais primos para cuidarmos, se continuarem a ter tantos bebês assim, vou ter que anotar o nome deles em uma folha. É criança demais para lembrar.- Nick faz uma careta.
Agora aponto para o terceiro mais velho, Michael que está alheio a tudo, enquanto ri de algo com Bernardo.
- Esse é Michael, ele é nosso vizinho e filho desses dois.- aponto Misha e Lia.- O chamamos de Mike, ele tem sua idade Heitor.- assim que digo isso, o moreninho lindo finalmente nos dar atenção e sorri para os irmãos.
- Esses são os gêmeos, são filhos desses dois.- aponto para Emma e Bran, depois volto a apontar para os pequenos- Esse é Bernardo e essa é a Avalon.- Bernardo só acena enquanto tenta montar um boneco de lego, já Avalon fica encarando Heitor, que também olha bastante para ela.
- Oi.- ela diz um pouco envergonhada.
- Oi.- Heitor responde na mesma e troco um olhar com Emma, ela sorri e dá de ombros.
Volto a olhar para as crianças e encontro minha ruivinha, doida para ser apresentada logo aos primos, ela está toda sorridente e a puxo para perto de nós, ela me abraça apertado antes de se afastar para ser apresentada devidamente.
- Essa é Sophia, minha sobrinha, filha do meu irmão e da minha cunhada.- aponto Nathan e Sarah que sorriem também se aproximando dos irmãos.
- Lindinhos.- Sarah diz tocando os fios macios dos cabelos de Higor que sorri para ela.
- Ela tem sua idade.- Nathan diz a Higor e os dois trocam um sorriso.
- Quer brincar?- ela o chama e ele assente, os dois logo correm para o quarto dos gêmeos, o quarto cheio de brinquedos do apartamento.
- Vem lindinho, vem brincar com a gente também.- Melinda aproveita a oportunidade e pega a mão de Heitor, enquanto os outros seguem de volta para o quarto.
Me levanto quando os vejo entrarem no quarto e me volto para meus amigos. Alguns sentados no sofá, outros nas poltronas e o resto espalhados pelo chão, somos muitos.
- São lindos, parabéns!- Lia nos abraça.
- Obrigada, mas ainda não podemos comemorar de verdade, não temos a guarda deles.- Cris se senta no chão, ao lado de Misha que a envolve em um abraço.
- Ainda.- Nathan diz esperançoso por nós e assinto, já que no nosso caso a esperança é a última que morre.
- É muchacha, todo mundo está casando e tendo filhos, devíamos nos preocupar?- Marco pergunta a Mia que faz careta.
- Eu não quero filho tão cedo, você quer?- ele nega- Então estamos resolvidos sobre isso.- ela segue em sua direção e se senta em seu colo- Os únicos não casados e sem filhos do grupo, merecíamos um prêmio.- seu comentário nos faz rir.
- Tenho até medo de uma mistura de vocês dois.- Lia resmunga.
- Ei, Emma teve a Avalon, tudo tem salvação. Ao contrário de Bernardo, esse aí eu não sei não!- Mia diz e gargalhamos, os gêmeos realmente são uma coisa engraçada.
- Ei!- Emma se ofende- Ok, que tal almoçarmos? Antes que continuem ofendendo meu bebê, cadê que ofendem Nick?!- ela pergunta exasperada, mesmo que também esteja com vontade de rir.
- Ei!- agora é Caio e Maju que se ofendem.
- Convenhamos que Nicolas também não é nada normal!- agora esse comentário veio de Bran.
- Ele é meu filho, você queria o quê?!- gargalho com essa resposta de Caio.
- Vou nem falar da minha filha, ela não puxou a gente.- Sarah diz olhando para Nathan que assente e me olha com um olhar acusador.
- Puxou a tia, é maluca que nem ela.- ele suspira dramático e sorrio orgulhosa da minha Sophia.
- Até agora não temos do que reclamar de Mike.- Misha comenta.
- Há não ser a dor dilacerante no parto, os vários quilos a mais que ganhei na gestação e os hormônios a flor da pele.- Lia enumera tudo que passou e Mia mais uma vez faz careta.
- E ainda falam para eu ter filhos um dia, tá bom!- ela resmunga e Marco ri.
- Ainda bem que minha Melzinha é um amor.- todos nós olhamos para Ron assim que ele diz isso, ele faz uma careta dramática- Tá bom, ela é meio termo.- rimos todos mais uma vez.
Seguimos para a sala de jantar, logo as crianças surgem de volta a sala, Higor entretido em conversar com Sophia, Heitor entre Bernardo e Michael, rindo de algo e troco um sorriso feliz com Cris, nossos garotinhos já se encaixaram na família.
Nossa refeição é divertida, com várias provocações e risadas, olho para Heitor sentado a minha frente e o vejo olhar maravilhado para todos, ele deixa de olhar em volta para me olhar e sorri para mim. Bernardo logo chama sua atenção e eles voltam a rir por algo, olho para o estremo da mesa e mais uma vez pego Avalon observando-o atentamente, troco mais um olhar com Emma e vejo que ela percebeu o mesmo, ela mais uma vez sorri e dá de ombros.
As crianças logo correm para brincar mais uma vez, Mel e Nick dizem que vão para cuidar deles, mas sei que eles querem é brincar também. Já fingem que não gostam mais disso, mas sei que não é verdade, ainda brincam bastante.
Voltamos para a sala e Bran nos oferece vinho, Cris e eu negamos, estamos com os meninos e não queremos que nada saia errado. Acompanhamos as grávidas em suas taças de suco de laranja, enquanto continuamos a conversar, a hora vai passando e nem percebemos, no meio da tarde escutamos a porta do apartamento bater com força, Bran logo se levanta do sofá, acompanhado de Emma que também estranha o barulho.
Henry surge na sala e seu rosto molhado de tantas lágrimas já deixa claro que algo não vai nada bem.
- Por quê?- sua voz soa decepcionada- Por que não me contaram?- Emma e Bran trocam olhares.
- Mini Nathan...- Emma tenta se aproximar dele, mas ele não deixa, logo se afasta.
- Ela contou para vocês e não fizeram nada, deixaram ela esconder isso de mim, por todos esses dias?!- ele está bem bravo.
Olho para o resto da galera, estão todos calados, perdidos tanto quanto eu. O que eles não contaram para ele? Ele disse que "ela" contou algo para o casal, ela quem? Érica?
- Não podíamos contar, isso tinha que vir dela. Nós tentamos Henry, tentamos faze-la contar para você, mas ela só adiava a cada dia!- Emma tenta se explicar.
- Eu tinha um mês para aproveitar com ela, mas agora, só tenho duas semanas. Descobri faltando apenas duas semanas para perder minha melhor amiga!- ele praticamente grita, está tão perdido com tudo, que nem nos notou pela sala.
- Ela contou... agora?- Bran pergunta e Henry ri amargamente, enquanto nega.
- Ela pensou que eu não perceberia as milhares de caixas espalhadas pela casa dela? Ela não contou, eu vi a bagunça e logo entendi que algo não ia bem, o único que teve coragem de me contar a verdade foi o Tio Evan. Já que vocês, minha família, não tiveram coragem para isso.- ele sai do apartamento na mesma rapidez em que entrou.
Bran logo corre atrás dele, enquanto Emma chora. Sarah se levanta e a puxa para se sentar mais uma vez, Emma está trêmula e penso que tudo isso é por ter decepcionado seu cunhado, ela o ama e acho que nunca o vi gritar com eles.
- Emma, o que acabou de acontecer?- Ron pergunta, enquanto se abaixa a sua frente e toca suas mãos.
- Érica está se mudando para o Japão, descobrimos tem algumas semanas, não contamos para Henry, porque isso tinha que vir dela. Agora ele descobriu e nos odeia por ter escondido isso dele.- ela chora mais ainda e Ron a envolve em um abraço.
Olho para a entrada do corredor que leva aos quartos e vejo as crianças, nos olhando sem entender nada do que está acontecendo, provavelmente ouviram os gritos de Henry. Avalon só agora percebe que a mãe está chorando e corre para perto dela.
- Bê, mamãe tá chorando.- ela diz a ele que também corre para perto da mãe. Ron se afasta para os dois subirem no sofá e logo estão os dois agarrados a ela, tentando consola-la e acho bem fofo isso.
Bran volta alguns minutos depois e vai para perto de Emma e os gêmeos, ele se senta ao lado deles e bagunça os cabelos enquanto solta um suspiro longo.
- Ele entrou em um táxi, não consegui falar com ele.
- Ele deve ter ido para casa, vou ligar pra Amélia.- Ron avisa e sai da sala, para fazer a ligação.
- Agora sim voltamos as origens, tem tantos anos que não terminamos alguma reunião sem alguma confusão.- Caio tinha que soltar uma pérola dessas, todos olhamos para ele que levanta as mãos em rendição- Não está mais aqui quem falou. Vazei! Vamos amor?- Maju concorda e Nick logo vem para perto deles.
Todos nós nos levantamos para irmos, realmente a reunião acabou após essa confusão. Nos despedimos de todos e saímos, ficando somente Emma, Bran, gêmeos, Ron e Melinda. Ron não vai sair de perto da irmã tão cedo, ele odeia vê-la triste.
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- E essa cor?- mostro para os irmãos uma cor específica do catálogo, Heitor nega, já Higor sorri e diz que adorou, ele fez o mesmo para as outras dez cores que mostrei a eles.
- Gostei desse.- Heitor aponta no catálogo a cor verde água que eu só sei que é essa cor, porque tem o nome escrito abaixo, se não eu diria que era azul claro e não verde água, nem sabia que água tem cor!
- É bonitinha, gostou Higor?- mostro para o pequeno.
- Adorei.- acho engraçado o fato que ele só sabe dizer isso.
Saio a procura de Cris e a encontro no terceiro corredor, procurando vários tipos de pinceis para o uso da tinta. Ela está escolhendo pinceis de todos os tipos e não sei qual a necessidade disso, não era só pegar pinceis longos para o comprimento das paredes e pinceis pequenos para os retoques?!
- Amor, o que acha dessa cor?- ela se vira para olhar.
- Que lindo, verde água, vai combinar com o quarto.- e é por isso que ela é considerada a mais inteligente do grupo, ela nem olhou direito pro catálogo e já acertou o nome da cor.
Depois de todos aprovarem a cor, compramos algumas latas e vários pincéis, já que Cris é indecisa demais e escolheu quatro de cada pinceis. No final, teremos que fazer doações de pinceis, porque não tem lógica!
Afastamos os móveis e entrego pinceis para os meninos, que logo começam a pintar a parede com a tinta nova, eles estão pintando de qualquer jeito e sei que a parede ficará mal pintada, mas não tem importância, o que vale é ver que eles estão felizes com isso.
Nossa manhã de domingo é toda resumida em pintar o quarto, enquanto ouvimos música e dançamos pelo quarto, puxo Higor para meu colo e danço com ele, enquanto seu pincel vai passando pela parede e no final isso vai ficar uma obra prima.
Paramos para almoçar e logo voltamos ao trabalho. Terminamos no meio da tarde, além das paredes pintadas de verde, também sem querer respingamos muitas vezes no chão. Esse quarto ficou bem excêntrico e olha que vou nem comentar das nossas roupas.
Cris leva os meninos para tomarem banho e se arrumarem, já que temos que leva-los de volta para a aquele lugar. Sigo para ajuda-la, já que os garotos se pintaram dos pés a cabeça. Acho que tiveram a ideia de colorir os cabelos e inventaram de fazer isso com tinta de parede, só pode, estão todos melecados de tinta.
Depois de todos banhados e bem limpos, nos sentamos todos na sala.
- Então meninos, vocês sabem que ainda não podem ficar para sempre conosco, não é?- Cris começa e Heitor assente, porque já conversei com ele sobre, mas Higor não- Mesmo que doa em nós, doa de verdade, temos que leva-los de volta para o abrigo.- entrelaço nossas mãos e aperto, a reconfortando e ela sorri para mim, um sorriso triste.
- Abrigo? Não, já temos quarto aqui, quarto bonito.- Higor aponta para seu quarto e droga, isso vai ser difícil.
- Higor, é complicado. Não podemos ficar com vocês ainda, o juiz ainda não permitiu.- tento explicar, mas ele é só um bebê, ele não entende de burocracias, ele só quer ficar onde se sente bem e esse lugar não é o abrigo.
- Pede pra ele.- Higor chora e nos levantamos do sofá onde estamos para ir até eles, no outro sofá.
Cris o abraça enquanto fico de joelhos, em frente a eles.
- Nós já pedimos, só precisamos aguardar a resposta dele. Mas olha, nós prometemos que iremos vê-los sempre e que tentaremos um jeito de virem ficar conosco mais vezes, até termos a guarda definitiva de vocês. Tudo bem? Confiam na gente?- Higor ainda chora e isso é de partir o coração, Heitor não chora, ele entende, mesmo que permaneça com um olhar triste que doi demais na gente.
- Vamos ficar bem.- ele nos assegura e me aproximo para beijar seu rosto.
- Amamos vocês, amamos os dois e não vamos desistir de vocês, são nossos filhos, nossos filhos, entenderam?- eles assentem e os puxo para um abraço.
Cris vem junto, toda chorosa e nos beijamos levemente.
- Nossos filhos.- ela concorda beijando o rosto de cada um.
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Antes que reclamem dizendo que não narrei a descoberta de Henry sobre a mudança de Érica. Já digo para relaxarem que essas narrações estarão no livro deles. ❤
Quem reconheceu o ator na multimídia? Hihi
Quem reconheceu já sabe quem é o avatar do Henry na história 👀❤
Obs: Muitos leitores descobriram pelo facebook hehe
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