Dramagerom "Herdeiro Guardião"

By O_C_Hoffmann

3.7K 2.1K 5.1K

Numa desesperada tentativa de ajudar o Ayron, seu irmão em coma profundo, Vayla se une ao Drelk, um amigo de... More

Prólogo
Capítulo um
Capítulo dois
Capítulo três
Capítulo quatro
Capítulo cinco
Capítulo seis
Capítulo sete
Capítulo oito
Capítulo nove
Capítulo dez
Capítulo onze
Capítulo doze
Capítulo treze
Capítulo quatorze
Capítulo Quinze
Capítulo Dezesseis
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte E Cinco

Capítulo Dezoito

17 10 17
By O_C_Hoffmann


Enquanto os mais velhos voltaram a discutirem entre si sobre o que poderia ter causado o desmaio de Drelk, sentado na poltrona da sala e querendo um pouco de silencio, Drelk apoiou seus cotovelos sob o joelho e com as duas mãos tapou os ouvidos.

Ele ficou ali imóvel por alguns minutos com o olhar fixo num ponto qualquer do chão, um assoalho de madeira maciça cuidadosamente lustrado. Naquele momento, tinha a cabeça a mil por hora sob as mãos, elas amenizavam a sensação de a cabeça querer desprender-se de seu corpo e sair rolando pelo centro da sala.

Drelk não percebeu Vayla sentar-se do seu lado. Quando ela o tocou com sua mão de seda, num suave afago em sua face, ele assustou-se e levantou a cabeça olhando fixamente em seus olhos, um encantador azul acinzentado. Diante da iniciativa de Vayla, ele respirou profundamente. O suspiro não foi apenas de satisfação ou gratidão por ela estar ao seu lado, mas também como um prelúdio do que iria pergunta-la a seguir.

— O que houve com ele? — quis saber Drelk, tentando ser o mais direto possível.

— Com o meu irmão? ⸻ respondeu Vayla, assumindo quase que a mesma posição de Drelk, a cabeça apoiada sobre as duas mãos.

— É...! O que aconteceu para que o Ayron ficasse assim? — olhando para o amigo, deu uma breve pausa e prosseguiu: — Desse jeito; numa cadeira de rodas?

— Eu também sei muito pouco... — Vayla baixou o semblante antes de começar a lhe contar o que sabia. — Há quase um ano numa noite como outra qualquer, Ayron deitou-se em sua cama e não acordou mais, simples assim! Desde este dia, ele parece estar dormindo em um sono profundo. Meu pai procurou por vários médicos, mas ninguém soube explicar exatamente o que causou esta doença. Eram um bando de aproveitadores!

⸻ Quem?!

⸻ Os médicos, sempre inventando tratamentos alternativos e exames infindáveis com preços absurdamente caros. O pior era que nem sempre os exames eram realizados na região. O coitado do meu pai gastou rios de dinheiro com viagens e consultas, mas infelizmente não deu em nada, nenhuma resposta concreta. Meu pai sofreu ainda mais com essas promessas evasivas.

— Nossa; sinto muito... — desculpou-se Drelk por tê-la deixado nitidamente num baixo astral, ela agora tinha um triste semblante no rosto.

— Não se preocupe! — disse Vayla ao perceber que Drelk também se entristecera com o assunto.

— E seu pai como ficou?

— Bom, meio que a contragosto, parece que agora aceitou a situação. Após ele ter gasto quase toda a fortuna da família sem que obtivesse nenhum resultado positivo; se conformou... — continuou ela, ora olhando para o irmão na cadeira de rodas, ora olhando o chão de madeira que quase lhe refletia com perfeição. ⸻ Certo dia meu pai decidiu não dar mais ouvidos aos charlatães que aos montes o cercava com propostas de tratamentos infundados, eles estavam sempre dispostos a lhe dar a cura, desde que fossem bem pagos... Na verdade, meu pai chegou a uma triste, mas verdadeira conclusão, esse bando de abutres estavam apenas se aproveitando de sua ingênua fragilidade.

— Sinceramente, nem sei o que dizer! Pelo que eu estou vendo, tiveram que passar por coisas muito desgastantes, tanto para seu o pai, como também para seu irmão. E até você...! — comentou Drelk chateado por ela. — Deve ter sido muito difícil pra vocês.

— E ainda é...! Meu pai e eu, nós, ainda sofremos muito... — afirmou ela. — Não pelo trabalho que temos com o meu irmão, mas pelo que ele deve estar sentindo, preso naquela cadeira de rodas.

Vayla não se importava de ter que sacrificar o seu futuro para cuidar do irmão, faria tudo novamente se fosse preciso. Na época em que tudo aconteceu, ela morava com uma tia enquanto estudava agronomia, assim que soube do acontecido, voltou imediatamente para o sitio do pai para ajudá-lo a cuidar do irmão.

Drelk comoveu-se com a história. Ele refletiu sobre o que acontecera desde a sua chegada ao sitio. Não entendia como Ayron poderia estar daquele jeito se havia falado com ele horas atrás.

— Mas; diga-me... Porque este súbito interesse em meu irmão? — questionou Vayla, voltando sua atenção ao Drelk.

Imediatamente Drelk se lembrou das palavras que o homem sussurrou em seu ouvido. Curioso,

ele olhou entre as pessoas que estavam na sala, mas sem conseguir encontrar o homem entre os mais velhos que ainda discutiam sobre o que poderia ter acontecido, Drelk levantou já meio cismado. Sem se alvoroçar, mas já com o coração querendo fugir de seu peito mais uma vez, apenas perguntou:

— Com você veio apenas..., seu pai e seu irmão? — Drelk provavelmente já sabia a resposta, mas preferiu ouvi-la de Vayla.

— Sim, por quê? — respondeu ela intrigada com a pergunta. — Você viu mais alguém além de nós?

— É que, ...nada não, esquece — ele se levantou, olhou em todas as direções e, ficou completamente perdido por não o encontrar. Não sabia se contava para Vayla e corria o risco de ser tachado como louco, ou se apenas esquecia tudo e recomeçava do zero, como se aquele dia não tivesse existido. Sem pensar muito, ele soltou: — Na realidade, ...eu tive a impressão de ter visto outra pessoa com vocês.

— Outra pessoa? — Quis saber Vayla por simples curiosidade. — Como assim?

— Um velho todo maltrapilho, chapéu branco, quer dizer; chapéu encardido... O engraçado é que ele não me parecia um estranho, mas não me lembrei de onde o conhecia!

— Interessante; isto explica o cheiro que senti quando voltei da cozinha! — Indagou Vayla com a mão no queixo e mordiscando os lábios inferiores. Ela tinha em seu olhar um singular ar de mistério.

— Cheiro de que? — perguntou Drelk não entendendo absolutamente nada.

— Cheiro de mato, ou flores... — disse Vayla. ⸻ Meio silvestre...

— Engraçado que agora você dizendo, realmente eu senti um cheiro forte de mato sim... — afirmou Drelk. — Como estamos numa área rural, achei que fosse comum!

— Pode até ser, mas não com tanta intensidade, muito menos assim; dentro de casa. — Justificou. — Sua tia mantem o assoalho dessa casa bem encerado, o cheiro forte da cera, praticamente sobrepõe a qualquer aroma externo.

⸻ Nesse caso, acho que você tem toda a razão. ⸻ Drelk riu descontraindo. ⸻ O cheiro da cera é forte mesmo!

⸻ Mas me diz, como era esse homem?

Drelk sentou-se novamente para descrevê-lo, enquanto Vayla também se ajeitava ao seu lado para ouvi-lo. Por algum motivo aquele assunto parecia ter mexido com ela, deixando-a extremamente curiosa. Mas o mais intrigante, é que ela não achou estranho o fato de Drelk ter mencionado sobre o homem misterioso.

No auge da descrição, Vayla segurou na mão de Drelk. Ao sentir o toque aveludado sobre a sua mão, Drelk esboçou um breve sorriso.

Sem que Drelk percebesse, Vayla foi ficando cada vez mais estranha. Quanto mais ele descrevia o sujeito; ela pressionava a mão dele cada vez com mais intensidade. Drelk estava apreciando o contato físico. De repente, Vayla perdeu o controle e, sem nenhuma explicação, cravou as unhas na mão de Drelk. Ele tomou um tremendo susto, parando imediatamente de falar. Rapidamente, ele puxou a mão, passando os dedos levemente sobre o machucado para amenizar a dor. Vayla arregalou os olhos sem saber o que dizer.

— Mil perdões! — desculpou-se Vayla passando a mão sobre a pele dele, onde as marcas profundas e vermelhas começavam a minar sangue. Ao ver o que acabara de fazer, Vayla ficou chocada. — Acho que eu lhe devo uma explicação.

Drelk apenas olhou para ela e sorriu. Ele não queria que ela ficasse ainda mais constrangida.

— Não se preocupe! — disse Drelk. — Isso não foi nada.

— Claro que foi! Eu quase espetei a sua mão com os meus dedos! — falou ela tentando brincar com a situação. — Me desculpe, por favor?

— Bom, com esta; são mil e uma. — Disse Drelk ao perceber o quão ela estava chateada por tê-lo ferido. — Acho que já é o suficiente.

— Mil e uma...? — repetiu ela sem entender. ⸻ Mil e uma, o que?

— Mil e uma desculpas! — brincou Drelk. — E vê se para de se desculpar, já te disse que não foi nada!

Ao perceber a brincadeira, Vayla riu descontraída. Drelk sentiu-se melhor ao vê-la sorrindo.

⸻ Agora me diz, o que aconteceu? ⸻ perguntou Drelk. ⸻ Eu disse alguma coisa errada?

⸻ Não, mas acho que já vi esse mesmo homem antes. ⸻ respondeu ela

⸻ De onde? ⸻ Drelk a olhou desconfiado.

⸻ Ele me visitou quando eu ainda morava na casa da minha tia. Se eu não estou enganada, acho que foi na mesma noite em que o Ayron ficou assim. ⸻ disse ela ainda abalada com a coincidência. ⸻ Eu tenho certeza de que este homem sabe o que aconteceu com o meu irmão... Por isso a minha reação quando você o descreveu.

Olá, que legal vê-lo novamente!!

Me sinto honrado com a sua presença, muito obrigado!!!

Não se esqueça de deixar seu comentários e voto!😏

Continue Reading

You'll Also Like

33.4K 6.4K 100
Caps 1 ao ??? Tradução em Andamento! Sinopse dentro da tradução!
13.2K 1.1K 43
A historia de Regulus e de Sirius na Nobre casa dos Black. Oque aconteceu com Regulus Black, quando seu irmão mais velho; Sirius Black, que também e...
130K 6.6K 68
"Depois de muito relutar, de muito brigar e de muito desdenhar, me vejo aqui, completamente entregue à loucura que é amar ele."
3.3M 227K 86
Livro 1 - Completo | 2 - Completo | 3 - Em andamento No dia do seu aniversário de 18 anos, Aurora Crayon sentiu o chamado do seu parceiro, enquanto...