Quarta- feira
Eu estava ansiosa, nervosa um tumulto de sentimentos sem fim. Não dormir direito aquela noite, então ali estava eu mordendo meu polegar.
Eram cinco horas da manhã e Marlon tinha acordado para me fazer companhia, e após passar 45 minutos conversando com minha barriga ele tinha parado para ficar me encarando.
A luz pálida daquela madrugada sequer perpassava as cortinas, mas apesar do silêncio que durou pouco eu soube o porque meus olhos não quiseram fechar e ter um sonho tranquilo.
Porque hoje era o dia.
O Dia, em que faríamos a consulta com à doutora Diana Watson, e tiraria a ultrassonografia.
Sabe aquele silêncio? Forá quebrando com Marlon quê não parou de encher meu saco dizendo o quão animado estava, e me perguntando quê sexo o bebê teria.
Como se eu fosse saber!
Ele estava tagarelando tanto sobre aquilo aquela madrugada, que me estressei ao ponto de gritar.
-POR ACASO TENHO UMA BOLA DE CRISTAL? COMO É QUE VOU SABER PORRA?
Respirando ofegante, vi Marlon piscar indiferente para minha explosão, logo em seguida sorriu dando uma suave beliscada em minha bochecha fazendo eu balançar minha cabeça de um lado e outro enquanto dizia com uma voz melosa.
--Ooow o primeiro surto da gravidez dela,como é fofa braba meu desu!
Bati em sua mão querendo socar sua cara, mas ele rolou sobre mim quase me esmagando na cama, seu rosto enterrado na curva de meu pescoço enquanto sua mão deslizava por minha coxa afastando minha camisola de seda pêssego para baixo e repentinamente rouco perguntou .
--O que será que posso fazer para diminuir sua raiva bebê? .
Ele não esperou eu responder, seus beijos e mãos logo fizeram o resto, meu corpo se tornou febril, molhada e eu gemia implorando por alívio, pouco tempo depois ele estava com sua boca em minha boceta...
Nem preciso dizer que esqueci rapidinho minha raiva...
(...)
A consulta aquele dia seria no horário do almoço para não atrapalhar com o trabalho, já era a quinta vez que ia ao banheiro desde os vinte minutos, minhas mãos estavam suadas enquanto digitava no meu computador,Fernanda estava ao meu lado aprendendo uma nova forma de fazer um contrato sofisticado e simples para quê pudesse fazer sem que se atrapalhasse toda com a fonte e qual modelo usar.
Nos dias em que se passaram desde o anúncio no jornal, o pessoal da empresa me encaravam estranho e quando eu chegava em qualquer sala eles paravam de falar e ficavam me olhando.
Não que eu me importasse; sabia que isto viria acontecer no instante que concordei com Marlon em tornar público nosso casamento.
Paula do Rh me lançava um olhar debochado e invejoso, era só isso mas ela não dizia mais besteiras, desde que Fernanda tinha passado uma resposta afiada para ela; a mulher ficou quieta.
Lembrei-me do dia em que aconteceu, eu estava no restaurante bar comendo meu almoço com Fernanda depois de Marlon sair com Brad, ele não me disse porque, mas não era nada relacionado com o trabalho.
Porém não insistir em perguntar, sabia que ele logo me diria, então lá estava eu com Fernanda batendo um papo divertido, e descontraído quando a Paula e sua amiga Sofia chegaram com seus narizes em pé,toda pomposa com suas roupas de marca e decotes chamativos que apelavam por atenção, elas assim que nós virão bufaram antes de caminha para a mesa atrás da nossa e se sentarem.
Se passaram exatos três minutinhos quando começaram com as piadinhas.
--Aaaaaah como eu queria ter essa vida.-- disse Paula
--Quê vida Paula? .-perguntou Sofia em tom debochado
--Essa de poder trabalhar sem se preocupar em ser ruim no que faz porque o chefe não vai te demitir !
No exato instante em que disse isso,Fernanda revirou os olhos e sussurrou.
-Não ligue para elas.
-E porque não? .-- perguntou Sofia falsamente surpresa.- Quando você não faz o seu trabalho porque a empresa teria que manter um ocupa espaço?
--Mantém quando você faz um trabalho extra com o patrão se é que me entendi. - disse Paula rindo junto com Sofia de modo escandalizador
Eu não estava nem aí para o que elas estavam dizendo, na verdade minha comida estava gostosa demais para me importar com o que as cadelas de circo estavam fazendo.
-A é mesmo, você diz isso por experiência própria não é? .- disse Fernanda
-Nanda...- falei baixinho em tom de alerta mais fui ignorada.
-O que você disse ?.- perguntou Paula.
-Além de vadia é surda.- sussurrou Fernanda suspirando com uma expressão falsa de compaixão.
--Olha aqui sua...- começou Paula se levantando de sua cadeira com um copo de suco em mãos mais Fernanda a interrompeu
--Cuidado com o quê vai fazer.- disse ela olhando sugestivamente pelo restaurante, aonde vários de nossos colegas de trabalho estavam lá para o almoço.- Acho melhor repensar bem antes de dizer, ou, fazer alguma coisa afinal não terá o senhor Fox para correr pedindo socorro.- Então ela se levantou e caminhou até ficar de frente com Paula, sua voz foi baixa mais eu a escutei.- Jamais tente manchar o caráter impecável de Miranda com suas piadinhas, ela nunca precisou ficar de joelhos e chupar as bolas de um patrão para manter o emprego, sempre se esforçou e suou para merecer estar aonde chegou... Sim de fato ela tem um relacionamento com o nosso chefe. Mas você... - ela suspirou drasticamente quando limpou os ombros de Paula.- Não parece lembrar que eles estão casados , e um fato quê parece não ter percebido é... eles se amam. Então pense bem antes de fazer qualquer coisa com a esposa do cara que paga teu salário. Entendeu ou preciso desenhar ?
Virei-me para olhar a cara de Paula, ela demonstrou ligeiramente medo mas se recompôs com um sorriso cínico.
-Ah então ela demitirá qualquer um que não gostar ? Há! Por isso está lambendo os pés dela ? Espertinha você né sua gorda....
--Acho quê entendeu uma coisa errada, Miranda não diria nada para Marlon, só que isto não se aplica a mim.- Fernanda terminou de dizer dando um sorrisinho malévolo.
Paula ficou em silêncio seu rosto ficou pálido, não entendi o que aconteceu quando a mulher chamou sua amiga para saírem dali, interroguei Fernanda para saber se ela estava me escondendo algo.
Porém cada vez que tocava no assunto ela se fazia de débil mental, e de vez em quando passava uns trinta minutos digitando algo em seu computador quando me aproximava ela desligava a tela e sorria inocentemente.
Minha intuição dizia que tinha dedo de Marlon Wenecker ali, mas não tinha provas e suspeitas eram poucas para ir até ele é pedir que parasse com o que quer quê fosse.
-Amor .- a voz de Marlon me tirou de meus devaneios.
Ele apontou para seu relógio de pulso ao informar .
-Está na hora.
Engoli em seco e olhei para Fernanda que tocou meu ombro dando um sorriso encorajador, me levantei peguei minha bolsa e caminhei até o braço estendido de Marlon.
--Até mais tarde Nanda.- falei ela sorriu
-Me conta tudo depois ! .- disse ela
Assenti enquanto Marlon apertava o botão para chamar o elevador.
Assim que ele chegou engoli em seco, aprumei meus ombros e de cabeça erguida eu enfrentaria aquela consulta....
(...)
Por Fernanda
Terminei digitar meu relatório e enviei para o email pessoal do senhor Wenecker, um sorriso largo se expandiu em meu rosto,desde que recebi o trabalho ultra secreto no domingo sobre vigiar cada funcionário do prédio.
E se eles não mostrasse fruto, resultados em seus trabalhos, ou, melhor dizer algo sobre Miranda ou até mesmo tentar prejudicar ela bastava avisar ele que as cabeças rolaria.
Eu me sentia uma super espiã secreta, com segredos e mistérios!
Claro quê fiz questão de dizer no meu relatório sobre o que Paula do RH disse segunda no restaurante, ela recebeu sua primeira advertência. Como alguém que trabalhava no RH ela foi avisada sobre meu trabalho extra e óbvio manter silêncio, caso a informação sobre ter um inspetor no prédio; e que ele era eu.
Adeus Paula.
Ter aquela sensação de poder no emprego das pessoas era satisfatória quando era por Paula e pessoas como ela no lugar, como também era assustadora.
Quase não aceitei à proposta feita por meu chefe domingo, mas quando me lembrei das cobras com quem trabalhava e que elas sabiam agora sobre o compromisso de minha amiga com Marlon Wenecker, eles não pensariam duas vezes antes de espalhar o veneno.
Precisava de alguma forma ajudar Miranda mesmo que ela tenha que se manter nas sombras, eu odiava esconder este segredo dela, minha língua coçava para dizer.
Mas eu não podia, ordens expressas foram me dadas e eu não podia desobedecer.
-Marlon esta?.- a pergunta repentina quase me fez cair da cadeira
Olhei para o homem que me tirou de meus devaneios e quase tive um derrame de gostosuras.
Era ele.
Brad Bennett.
O advogado extra gato e melhor amigo do meu chefe, com aqueles cabelos louros mel, rosto perfeitamente desenhado com um queixo quadrado barba rala, uma boca pequena e cheia de um rosado pálido e olhos esverdeados que pareciam ver através de mim, me fez gaguejar e ficar ruborizada.
-Ele... saiu ... com Miranda para... ultrassom...- quando me dei conta do que disse sinto a cor sumir de meu rosto.- Eu não devia ter dito isso.
Senhor Bennett deu um sorriso de lado e olhou para seu relógio.
-Droga. É mesmo! A consulta ....- disse ele dando uma piscadela indicando que tudo estava bem.- Não esperava que fosse agora.
-Gostaria de deixar um recado ?.- perguntei
--Só que foi revisado o contrato para a nova casa deles....- sua voz diminuiu e ele sorriu conspiratório ao acrescentar.- Eu não devia ter dito isso.
Trocamos um sorriso, e aquele momento quente em que seus olhos deslizaram para meus seios antes de subir para me encarar fez meus seios estarem repentinamente pesados e meus mamilos excitados, engoli em seco tentado molhar a garganta seca, apertei minhas pernas entre si quando ele se inclinou sobre a mesa, seu rosto próximo demais do meu espaço pessoal para se considerar profissional.
Não que eu esteja reclamando, nem morta, mas ter aquele homem alto de um metro e oitenta e sete inclinado sobre a mesa com as pupilas dilatadas em desejo por mim, era tão surreal que eu estava prestes a me levantar da cadeira e dizer : "Ok, produção acabou a pegadinha já saquei "
--Então, você está livre para o almoço ?.-- perguntou ele com a voz rouca
Minha alma saiu do corpo e voltou, demorei um pouco para saber falar novamente.
--Já almocei.
Quis puxar os meus cabelos e bater minha cara contra a mesa quando ele pareceu decepcionando. Que tipo de retardada perde uma oportunidade de ouro de sair com um gostoso daquele? ?
A é! Fernanda é você!
Antes quê eu continuasse à me martirizar a voz do boy magia me trouxe de volta.
- Talvez na próxima então, se estiver livre é claro.- disse ele passando a mão sobre seus cabelos
Pude apenas assentir; não confiava em minha voz ,fui agraciada com um sorriso e vê aquela bunda perfeita dele enquanto ele andava para longe dali...
Só quando ele estava longe me permitir dançar em minha cadeira.