Perseguindo Estrelas

By Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... More

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO DEZESSETE

959 154 307
By Lay_Freire

Não nevava muito quando eu sai de casa, e apesar do casaco e das três blusas que coloquei, o vento conseguiu encontrar uma brechinha para entrar através das roupas e me incomodar.

Arrumo minhas luvas e meu cachecol.

O frio foi momentaneamente esquecido pelo barulho dos pneus do ônibus sibilando no asfalto molhado e pela porta que o motorista, o Sr. Norman, abria para os estudantes.
Procurei um lugar vazio ou Kim em meio aos alunos e sentei no fundo. Girei o pescoço, e espiei a janela de trás. Kim não veio, mas Harry está aqui. Suspiro de alívio. Eu tentei chama-lo para sentar comigo, mas minha voz saiu abafada pelo Sr. Norman que engrenou o ônibus. Harry sorriu e acenou para mim. Ele sentou em um dos acentos da frente.
As vezes minha vida é um saco.

Observo pela janela a Northwestern se afastar. Nosso próximo destino é Dawntown e de lá vamos seguir pela Bloor Street no sentido oeste.
Pela visão periférica notei que alguém deslizou para o meu lado no acento. Será...?

Não. Não é Harry. É Emma Benex.
Sorrio para ela.

E tenho total consciência de que esse sorriso não chegou nos meus olhos.

— Oi — disse Emma. — Você vai sempre ao High Park?

— Não — respondi. — Mas é minha primeira vez vindo nesse dia. — E só vou porque Harry me convidou.

— Ah.

O dia de São Valentim é fantástico. Vejo casais se beijando nas ruas. Grandes gestos românticos. Presentes caros. E pessoas que simplesmente odeiam esse fadico dia. Tipo eu, enfornada dentro desse ônibus lotado de adolescentes de rostos sonolentos e por Caroline Funck's, que nesse exato momento cambaleava pelo corredor entregando os cartões.

— Jack Winslow? Pega. Tá perfumado. E Kate Gordon. — Caroline olhou pra mim. — Foi mal, Isabella. Não tem nenhum cartão pra você.

Óbvio que não tem. Eu recebi antecipadamente o meu cartão.

— Tem certeza que não é como Emma Benex? — ela debochou.

O quê?

Emma Benex é uma das calouras (se não a única) que nunca namorou com ninguém da Northwestern.

O que isso tem haver?

Emma é do tipo de garota pequena, magra e delicada, de nariz empinado. Seus cabelos castanhos eram puxados de qualquer jeito para um coque no alto da cabeça. Emma também não sabia combinar roupas e roía unhas.
Eu não sou como ela.

Massageio as têmporas.

— Caroline — digo em tom de aviso. Faça-me o favor de esconder essa sua língua venenosa e bifurcada dentro da sua boca.

— Como é que é?

— Controle suas idiotices — murmuro entre dentes.

Fico incomodada com os atos maldosos dela. E de saco cheio também. Se Caroline não calar a boca, eu sou capaz de tacar-lhe minha cópia do livro do Garfield (presente do meu pai quando eu tinha 10 anos) com exatas 624 páginas bem no meio da testa dela.

Caroline com ar de importante ignorou meu comentário. E ainda riu da minha irritação. Ela só quer me chatear, como sempre.

Pego meu MP3 e vasculho a playlist. Com "Brave" da Sara Barielles tocando em meus ouvidos, fecho os olhos e afundo no banco.

★★★

Abro os olhos quando o ônibus balança ao passar por uma curva. Eu acho que dei um cochilo e tenho uma vaga lembrança de ter ouvido Emma me chamando, provavelmente tentando me acordar, inutilmente é claro. Eu estava dormindo.

Culpe as reprises noturnas do Esquadrão da Moda, Emma. Não eu.

— Harry morava aqui. — Emma contou. Retiro os fones de ouvido e presto atenção no que ela diz. — Aquela era a casa dele. Um homem chamado Adrian-qualquer-coisa comprou. Ele era motorista de ônibus, não sei se ainda é.

— Harry nunca me contou isso — mencionei.

— Meu tio costumava dizer que o High Park era o quintal da casa deles. O nome do bairro também é High Park. Antes era Bloor West e também já foi Swansea, sabia?

— Não sei onde quer chegar com isso Emma — eu disse. Por favor, vá direto ao ponto.

Emma deu de ombros. Eu quase tive pena dela. Tá bom, eu fiquei com pena dela e chateada comigo. Me desculpe, Emma.

— Meu tio trazia a gente aqui pra brincar. Eu não lembro muito bem. O que eu sei é o que Harry me contou.
Eu entendo. Emma ficou com o olhar perdido como se recordasse de alguma memória perdida.

— É assim que puxa assunto? — pergunto a Emma. — Falando sobre sua infância?

— É. — Emma torceu a barra do casaco sem me encarar.

— Fica tranquila — dou três tapinhas no ombro dela. — Funcionou.

Emma sorriu mostrando os dentes. Ela fica melhor quando sorri desse jeito. Eu lembro que uma vez Enrique disse que eu ficava mais bonita quando sorria com os dentes amostra, então passei a rir todas as vezes que o vento passava pela minha cara.

Afasto meus pensamentos de Enrique. Eu vim aqui para ver Harry.

Logo que descemos do ônibus eu vi casais caminhando de mãos dadas, crianças brincando de guerra de bola de neve, e até um homem meditando sozinho sentado em um dos bancos. É um privilégio viver aqui, essa é a área que tem mais verde na cidade inteira. Claro, está coberta de neve. Mas Toronto agora se tornou uma selva de pedras.

Eu gostei de ter visto o canteiro em forma de folha da maple (o símbolo do Canadá). Mas o meu preferido está bem na minha frente: o Grenadier Pond. Aqui eu não preciso de sorte para ver os cisnes. Preciso de sorte para eles não me atacarem. Eu estava sentada sobre minha bolsa vazia, eu havia tirado tudo que fosse quebrável de dentro e colocado em cima de uma toalha de mãos na neve. O lago ficava congelado nessa época do ano, mas era lindo de qualquer forma.

Estou cercada de água gelada e não me importo de estar sozinha, e nem com quem vai aparecer primeiro. O P.E. ou Harry. Recolho os pés e passo as mãos em torno das minhas pernas.
Meu celular vibrou. É uma mensagem de Kim.

Solto um suspiro.

Minha virgindade foi pro espaço :)

O quê?

Leio novamente a mensagem de texto e digito o mais rápido que meus dedos permitem.

Você fez aquilo?

Eis que ela me responde no mesmo instante:

SIIIIIIM!!!

Uau.

Quem é o cara?

Espero uns três minutos, e meu celular vibra novamente.

É um amigo do meu irmão.
Tá passando duas semanas lá em casa, com ele.

Eu ri.

Você não vale nada.

Foi só isso que mandei para Kim, e fico esperando sua resposta.

Você nem faz ideia :3

— Bella?

Largo o telefone.

— Enrique? — Eu estava mais surpresa do que deveria. — Oi.

— Você tem um minuto? — Ele perguntou.

— Claro.

— Olha, é sobre aquele dia. Eu me senti mal depois daquilo que você disse.

— Tudo bem — eu disse e coloquei uma mecha desgarrada do meu cabelo atrás da orelha. — Você simplesmente caiu na real.

— Eu só queria que soubesse, que eu gostei muito de ter te levado pra casa. E que...

— Ei.

Fico sentada, imóvel. Enquanto Harry senta-se ao meu lado.

— Já terminou? — Harry perguntou a Enrique.

Franzo o cenho. Eu percebi que Harry tomava muito cuidado para não parecer querer que Enrique desaparecesse só com a força do pensamento.

Não acredito que ele está fazendo isso.
Que bicho mordeu Harry agora?

— Já. — Enrique respondeu de forma exageradamente fria, a boca formando uma linha rígida. — A gente se vê depois, Bella — despediu-se.

Eu não olhei quando Enrique se afastou. Eu estava esperando Harry se explicar. De preferência uma explicação plausível.

— Isabella — sua voz saiu carregada de frustração mal disfarçada. — Esse cara é um otário. E você ainda fala com ele, depois de tudo o que ele te fez?

— É — dou de ombros. — Acabei de fazer isso.

Qual é o problema dele?

Harry me lançou um olhar de reprovação.

— Você só pode estar de brincadeira comigo! — Harry retruca. — Vou dizer uma coisa: Eu vou arrebentar a cara dele, se ele te machucar, entendeu?

Harry estendeu a mão e acariciou meus dedos. Era a sua forma de dizer que sempre estaria ali, para me segurar caso eu caísse.

Isso foi bem melhor do que a explicação plausível que eu esperava.

— Izza, pode vir comigo? — Harry me perguntou. Eu o olhei desconfiada. Será que ele desconfia que fui eu quem mandou o bilhete? — Quero te mostrar uma coisa.

— Okay.

Pego minhas coisas e enfio tudo dentro da bolsa, e levanto meio sem jeito.

— Cuidado, ai — Harry disse. — Seu telefone.

Harry abaixa-se para pegá-lo e me entrega.

— Obrigada.

— Não por isso. Vamos? — Eu estava surpresa, por Harry parecer nervoso. — Mas, antes você precisa fechar os olhos.

Eu não esperava por isso. Eu fiquei realmente intrigada e sinceramente um pouco esperançosa com o que viria a seguir.

— Tenho uma pequena surpresa pra você — ele disse. Harry atrás de mim cobriu meus olhos com sua mão. Eu podia sentir a outra mão dele passando em frente aos meus olhos, para ter certeza de que eu não estava enxergando um passo adiante. — Não vale espiar.

— Não estou olhando. E você sabe muito bem que não gosto de surpresas, Harry.

Tropeço em algo e quase perdi o equilíbrio quando Harry me envolve ainda mais em seus braços.

— Essa é especial — ele sussurra em meu ouvido.

Obrigada por terem lido
Espero que tenham gostado
E ai, anciosos para saber o que o Harry preparou pra Izza???

Agora sim meus amores,
Até o próximo sábado
Beijinhos de gliter 😘❤❤❤

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