Perseguindo Estrelas

Por Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... Más

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO TREZE

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Por Lay_Freire

A maquete que fiz para apresentar na aula de Geografia ficou muito estranha. Harry tentou mais uma vez colar as árvores de papel machê.

Estávamos no meu quarto. Eu, sentada na minha cama tentando esconder a mancha de esmalte vermelho na colcha. Ele, ajoelhado no chão bem na minha frente, trabalhando na maldita maquete com conhecimento de causa.

De repente Harry levanta, vem até mim e, me beija. Assim, do nada.
UAU! A sensação é divina.

Eu vou e desço das nuvens em questão de segundos.

Toco seu rosto, não quero desfazer nosso contato. É tão bom. E minhas mãos atravessam-no. Tento de novo. E de novo. E ele se desfaz entre meus dedos. Harry. Quero chamar. Minha voz não sai.

Izza.

Não consigo alcança-lo. Meus dedos não o tocam.

Izza.

Não. Não, vá. Fique comigo.

— Izza.

Abro os olhos. Os primeiros indícios de que havia amanhecido invadem meu quarto, embora o céu tivesse notavelmente nublado.

— Izza! — Escuto a voz da minha mãe vindo lá debaixo.

Resmungo baixinho para mim mesma.

— Izza! — A ignoro.

Levanto da cama.

Depois de escovar meu cabelo pego meu laptop e vasculho o Facebook de Harry, penso que o sonho que tive pode ter sido uma espécie de Recado Divino. E não encontrei nada. Procuro nas últimas mensagens que trocamos (à três anos atrás), talvez ele tivesse trocado seu nome.

Mas tudo o que encontro é: Essa mensagem não pode ser respondida.

Chego a uma conclusão. Harry excluiu minha única fonte de fazer parte da vida dele. Também vasculhei o Facebook de Alice Miller, e não encontrei nada sobre o novo casal. Olhei dos últimos seis dias até hoje; nenhuma declaração, se bem que eu encontrei uma mensagem de Feliz aniversário, mas não era pra ele.

Me abraço de tanta felicidade. Harry Schofield possivelmente está solteiro. Mal posso conter minha alegria ao sair do quarto.

★★★

Os enfadonhos 10 minutos que antecediam a aula de História passei na cantina com Kim tagarelando ao meu lado. E eu fiquei todo esse tempo só falando "verdade" "é mesmo" e "concordo". Sem escutar nada do que ela estava me contando.

— Hmm? — Kim usou a mão para empurrar meu ombro.

Dei risada e fingi que entendi.

— Você não entendeu né, Izza?

— Não — admito. Estava pensando em assuntos mais importantes. — Desculpe.

— Você estava ai parada "tipo eu". — Ela riu. — Só dizendo "aham", "claro". Diz ai, o que é que atormenta sua vida?

— Eu acho que o Harry tá solteiro — murmuro baixo o suficiente só para Kim ouvir.

— Ai, Meu Deus — Kim tapou a boca com a mão. — Ele terminou com a Alice?

— É o que parece — eu disse. — Ele está solteiro. — Murmuro mais para mim mesma, do que para Kim, mas ela ouviu.

— Solteiro? — Ela elevou a voz. A olhei feio. — Tá, foi mal. Eu só tenho minhas dúvidas. Tão lindo assim não deve estar sozinho. Já reparou nele amarrando o tênis? Até nisso ele consegue ser sexy. E a voz? Já parou para escutar? É voz de quem acabou de acordar. Que voz é aquela, me dá até arrepios. Olha só. — Kim esticou o braço em minha direção tão rápido que eu não consegui nem pensar no que dizer. Ela puxou o braço de volta. — Imagina ele sussurrado?

Deus, tenha misericórdia da minha alma.

— Mas, agora — Kim continuou — surgiu oportunidade pra você. Finalmente. Aquela FPB — Feia, Perversa e Besta — não era pra ele.

— Não acho que isso seja motivo de comemoração — digo a ela. — Harry é um ser humano comum, merece amar e ser amado. Como pode ficar feliz com o fim do relacionamento de alguém? E se fosse o fim do seu relacionamento? E se os outros tivessem celebrando o fim do seu relacionamento, como se sentiria?

— Não vejo o que essa informação acrescenta na minha vida.

★★★

Sou uma sobrevivente.

As vezes quando tudo estava caminhando para o lado certo, eu achava que nada poderia dar errado, ai chega a hora do almoço e me mostra que pode piorar, sim.

Hoje poderia ser uma segunda-feira qualquer, sem muitas emoções como todas as outras, se amanhã não fosse dia de São Valentin. Toda a Northwestern estava em êxtase. Todos se envolveram nos preparativos para amanhã, alguns alunos confeccionavam cartões, outros discutiam sobre alguma coisa que não me interessava. E tinham os que pareciam estar alheios a tudo, como é o caso das E-más e do cachorrinho de estimação delas, que sentavam sempre na mesma mesa da cantina todos os dias.

Até a hierarquia havia dado uma trégua. Em dias normais existe uma hierarquia entre o corpo estudantil, onde os que ficam no topo são os populares; os Quaterbacks bonitões e as líderes de torcida. Quando se é como eu, que ama os livros e ir na biblioteca toda as quartas-feiras a noite, para o clube de literatura, debater clássicos como os livros de Edgar Allan Poe. Ou, como Kim, incapaz de tocar o mais simples dos instrumentos, mas possui uma coleção incrível de vinis, que vasculhamos nos leilões online. Está na base. Não junto com os inteligentes meio "isolados", mas debaixo da zeladora Cresswell, onde ficam os poucos conhecidos.

Hoje, não temos nada disso. Um grande dia, disse Kim.

Meu telefone toca me assustando, abafo uma exclamação de surpresa.

— Oi. — Atendo. Não contava com Kim me ligando de dentro da escola.

— Vai para o High Park amanhã, não vai? — Sua curiosidade quase transbordava pelo telefone.

— Talvez.

Ir para o High Park no dia de São Valentin era considerado lei entre os alunos da Northwestern. E se Kim iria, ela me persuadia a ir também. Ela sempre conseguia me convencer. Esse era o poder Stewat.

Esse ano eu sentia que iria ser igual aos outros como sempre. Eu já imaginava meu coração batendo forte por Harry, meus dedos gelando, meus pés batendo na calçada (devido a agonia de esperar para vê-lo nem que fosse passando longe de mim).

— Vai levar camisinha?

O quê?

— Não. — Minha voz soou alta demais até para os meus próprios ouvidos. — Não, Kim — falo baixo e me encolho na cadeira. Quero me esconder debaixo da mesa. — Porque eu levaria...ca...cam... — gaguejo. Sinto o sangue aquecer minhas bochechas e paro de falar.

— Camisinha — disse ela. — Tem certeza que não quer levar nenhuma?

— Sim. Eu só vou ao High Park — se meus pais deixarem — como todo mundo. O máximo que vou fazer é caminhar ao redor do Grenadier Pond.

— Duvido que todo mundo siga seu roteiro puritano. Eu vou prevenida. Em todo caso tenho mais algumas extras na minha bolsa. Se precisar de uma... é só me procurar.

— Onde conseguiu isso?

— Na aula de Biologia — disse Kim. — O assunto de hoje foi Reprodução Humana. No final da aula a Sra. Robbins distribuiu para a classe.

UAU.

Kim faz Biologia sem mim nas segundas feiras, o que me obriga a almoçar sozinha todas as segundas-feiras.

— E você vai usar? — Pergunto.

— Quem sabe, né?

— Tenho que desligar. — Levanto da cadeira e dou meia volta para sair da cantina. — Minha aula de Economia começa daqui a pouco.

— Estou vendo você.

— O quê?

— Olha pra trás.

Eu olhei. Kim desligou o telefone, fiz o mesmo.

— Oi — disse ela arqueando uma sobrancelha bem desenhada.

— Olá.

Kim vestia uma blusa cinza e justa com os dizeres #Love my Selfie e legging grossa, igualmente justa. Aquilo mostrava até o que ela nunca teve.

Franzo as sobrancelhas.

— O que é isso? — pergunto.

— Isso? — Kim alisou a própria blusa. — Quer dizer: Vem em mim gatinho, que eu estou disponível. — Ela estalou a língua.

— Precisava de tudo isso?

— Se eu quiser fazer sexo antes de sair do Ensino Médio — Kim fingiu pensar um pouco. — Sim, precisa.

— Eu ainda acho que você não deveria estipular tempo — argumentei. — Vai acontecer quando tiver que acontecer. E com o cara certo.

— Ninguém liga pra você, Izza. E é por isso que você não consegue um namorado, você quer um cara que saia com você no domingo a tarde de mãos dadas e fazer coisas sem graças, como tomar sorvete. Eu não me importo com essas coisas, então eu mesma vou estipular meu tempo.
Bem, é você quem sabe.

— Ah, antes que eu me esqueça — Kim enfiou a mão dentro da bolsa bege de franjas e retirou de dentro um cartão rosa. — Pega.

Kim me entregou o cartão. Não tem nada escrito nele.

— Pra quê eu quero isso? — Perguntei.

— Escreve uma mensagem para alguém — ela disse.

— E?

— O que esperava?

Alguém para receber essa mensagem e que me mandasse uma também, mesmo que seja apenas por solidariedade, pensei.

— Nada. — Forço um sorriso.

— Tá, legal. Pode enviar para quem quiser, não precisa ser namorado. Tem uma urna lá na entrada. Escreve e joga lá dentro. E não esquece de endereçar, é só escrever no verso para quem é. Amanhã vão entregar, e quanto ao seu nome, não precisa escrever. Só se quiser.

É, hoje eu estou aqui pensando no que escrever e para quem escrever. E amanhã todo mundo vai ganhar cartão do dia dos namorados, menos eu.

OBRIGADA POR TEREM LIDO
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO ❤
BEIJINHOS DE GLITER, MEUS AMORES.
ATÉ O PRÓXIMO CAPÍTULO.
AH,E EU ADORARIA SABER O QUE ACHARAM...

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