Trauma (Jeon Wonwoo)

By arachelreis

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3° volume da sequência "Give me Your Song" Para conhecer o passado da estória leia "Adore U". Tempo, nome que... More

Chuva que lava a alma
Descobertas
Me deixe te ajudar
Um natal meio esperançoso
Amigo verdadeiro
Uma mente confusa
A declaração
Novo ano, novos sentimentos
Seguir em frente
Despedida
Espera
Um reflexo no espelho
Surpresas
Bom Dia
Encontros e Renovos
Amor aos pouquinhos
Paz
Devo tudo à você
Entregue
Encontros
Uma nova visão
Retrospectiva sentimental
Uma flor ansiosa
TRAUMA - o ato final
Meus amores incuráveis
Livre para ser quem sou
Os passos da solidão
Especial: UM MODELO DE MULHER
O que é ser forte?
A Promessa
Pedido inesperado
Além da compreensão
O despertar do perdão
A Irmã mais velha
Um brinde
Escapar do Espartilho
Não terá uma última vez
Enfim Casados
A primavera chegou
Orgulho e gratidão
Juntos para Sempre
FINAL: O poder do amor
Epílogo

Astronauta

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By arachelreis

Era pouco depois do meio dia quando Wonwoo acordou assutado.
Sentou no sofá tentando lembrar exatamente onde estava e de súbito olhou para a cama de casal, onde Hye Lin estava.
Suspirou e passou a mão no rosto secando o suor causado por algum sonho do qual ele não conseguia se lembrar mais.

Na medida que seu coração se acalmava, ele foi sentindo o ar gelado que estava no quarto, já que ao menos se lembrou de ligar o aquecedor na noite anterior.

Caminhou até a cama e se agachou na frente da moça e ficou passando o dedo no nariz dela para sentir a respiração.

- Ainda estou viva, Wonwoo – ela falou ainda de olhos fechados, o assustando novamente.

- Hye Lin! – ele se afastou – não me assusta assim!

- Era isso que estava fazendo, não era? Só te respondi.

- Não seja maldosa.

Ela apenas suspirou e virou para o outro lado.

- Eu te mandei me esquecer. Por quê foi atrás de mim?

- Eu sabia que estava em apuros.

- Talvez eu não queira ser salva.

- Ei – ele deu a volta e se sentou na cama ao lado dela – não diga essas coisas. Não é assim que amigos agem uns com os outros. Quando alguém está precisando, a gente ajuda.

- Você não sabe o que se passa comigo, e já disse que não podemos ser amigos.

- Mas você poderia me contar. Pelo menos podia me dizer porquê não me quer como amigo.

Ela suspirou outra vez antes de se sentar na cama e o fitar com firmeza.

- Eu não sou o tipo de pessoa que você deveria ter como amiga, Wonwoo. Eu posso trazer má reputação.

- Por que? Você faz algo errado, ilícito?

- Não, nada. Mas eu sou uma vergonha, um fracasso.

Ao dizer essas palavras a jovem começou a chorar baixinho e ele se aproximou a envolvendo num abraço.
Wonwoo não conseguia descrever a vontade de protege-la. Ela parecia uma garota completamente frágil e solitária.

- Você não é um fracasso – ele passou a mão nos cabelos da jovem – e eu não vou deixar de ser seu amigo. Você precisa de mim.

- Eu não quero te envolver nos meus problemas – ela falou se afastando.

- E eu não vou te deixar, Hye Lin. Não entendeu?

- Por que você é assim?

- Não sei. – ele a puxou, fazendo com que deitasse a cabeça no seu peito - Esse sou eu, Hye Lin.

- Eu gosto de você, Wonwoo. Do jeito que é bondoso.

- Então estamos decididos. Não tente fugir de mim novamente. Não vai conseguir. – ele riu e a fez rir também.

Era outra coisa ver Hye Lin calma. Wonwoo a observou por alguns instantes e quando se deu conta, estava reparando no quanto o sorriso dela era lindo, e que suas bochechas faziam um leve furinho toda vez que ela se esforçava para rir.

Depois da conversa, foram se arrumar e desceram para o restaurante do hotel.

O sorriso dela se perdeu assim que viu o buffet.

- Ei – ele passou a mão pelos ombros dela – hoje é natal. Vamos ter uma boa refeição, ok?

Ela assentiu com a cabeça e o seguiu para a fila.

Tudo que Wonwoo colocava em seu prato, colocava no dela também, e eles se sentaram em uma mesa próxima das janelas.

- Com licença, senhores – uma garçonete veio segurando uma cartilha de vinhos – querem escolher a bebida?

- Ah, sim. Na verdade vamos querer somente dois sucos de laranja.

- Tudo bem, logo venho trazer – ela sorriu – você deve ser uma jovem muito feliz – disse se voltando para Hye Lin – seu esposo cuida muito bem de você.

Antes que pudessem responder a garçonete se curvou e saiu, os deixando confusos.

- Esposo? – Hye Lin perguntou rindo em seguida.

- Dê valor ao seu marido, Hye Lin! - ele riu.

Ele prestou atenção a cada colherada que a moça dava para se certificar que ela estava mesmo comendo.
Tentou conversar de assuntos aleatórios e normais para que ela esquecesse de contar as calorias.
Foi engraçado quando a garçonete sorridente voltou com os sucos, e eles seguraram para não rir na frente dela.

Após o almoço eles voltaram para o quarto e se sentaram no sofá.

- Então... Quer me contar o que aconteceu ontem?

- Tive uma discussão com meu pai. – ela suspirou.

- Ele me pareceu um tanto autoritário. Não tem uma boa relação com ele?

- Na verdade eu sou uma marionete. Ele manda e eu faço porquê ele é louco, quando está nervoso bate no que tiver na frente. Acaba que ele me controla, e ontem eu discuti porquê não queria ir naquela bendita festa. Era uma confraternização da agência que trabalho.

- Entendo. E por quê você disse que era um fracasso?

- Ele disse isso, porquê a agencia tem me escalado cada vez menos. Dizem que meu corpo não está apto para os trabalhos – ela disse com uma lágrima no rosto.

- Você sabe que está desenvolvendo um problema alimentar, não é? – ele se aproximou secando o olho dela. Hye Lin apenas concordou – Você precisa se cuidar, Hye Lin. Se não quer ser modelo, você pode ser o que quiser. Se quer manter o corpo em forma e saudável, deve passar com um profissional capacitado para te ajudar. E se seu pai age dessa forma, não sei, talvez seja hora de você viver sozinha, ir em busca da sua vida, de fazer o que seu coração deseja. O que te prendeu até agora?

- Eu não tenho coragem. Sabe, minha mãe foi em bora de casa faz uns meses. Eu fiquei esperando ela voltar, mas ela não voltou.

- Eu sinto muito – ele a abraçou se afastando em seguida – mas se sua mãe foi capaz de ir atrás da vida dela, você também deve ser, Hye Lin.

- Ela poderia ter me levado junto. Por quê me deixou para trás com aquele doido?

- Eu não sei os motivos dela, mas daqui para frente vamos cuidar de você, tá bom?

Ela suspirou.

- Será que eu tenho jeito?

- Com certeza você tem. Me promete que vai procurar um médico?

- Prometo.

- Eu vou estar aqui com você, ok?

- Obrigada, Wonwoo. Acho que nunca serei capaz de te recompensar por tudo.

- Vai me recompensar se estiver bem – ele sorriu – e ai, o que vamos fazer hoje?

Depois de insistir muito, ele a convenceu ir para a casa de Dokyeom, onde todos estavam aproveitando o final do feriado.

Hye Lin pediu para que passasse na casa dela antes.

Por sorte o pai dela não estava lá.

- Pode entrar – ela disse ascendendo as luzes – vamos para o meu quarto.

Wonwoo a seguiu acompanhando tentando captar todos os detalhes do lindo apartamento em que ela morava.
Na sala havia fotografias de Hye Lin pequena com uma mulher mais velha sorrindo, que deveria ser sua mãe.
Ele sentiu o coração apertado. Conhecia a falta que uma mãe poderia fazer, já que era difícil ver a sua.

O quarto dela pela pequeno e muito bem arrumado. Uma cortina rosa cobria a janela, e uma cama de casal se dispunha no meio do cômodo.
Uma prateleira rosa à cima da escrivaninha abrigava vários bichinhos de pelúcia e bonecos de desenhos.

Wonwoo Pegou uma Sailor Moon na mão e sorriu.

- Então Hye Lin sabe ser uma garota fofa.

- Toda garota sabe ser fofa – ela riu enquanto tirava uma roupa do armário – quando quer.

- Faz todo sentido – ele devolveu a boneca ao lugar de origem.

- Eu vou tomar banho, me espera aqui. Eu odeio ficar sozinha nesse quarto.

- Eu voui estar bem aqui. – Ele se sentou na cama dela.

Assim que ela entrou no banheiro da suíte Wonwoo percebeu que se sentia mais ansioso que o normal.
Tentou se distrair e encontrou um caderninho sob o criado-mudo e folheou, sendo surpreendido ao perceber que eram poemas e crônicas escritas por ela.

Astronauta

Dizem que os olhos são as janelas da alma.
Os seus são as portas do universo.
Vejo constelações e planetas sem fim,
E lá no centro, seu eu imerso.

Mergulho em teu sorriso
Sem pressa para voltar.
Encontro então o paraiso,
Que fica dentro desse mar.

Queria eu ser imune
A imensidão desse teu ser,
Mas é impossível resistir,
Mais ainda esquecer.

[...]

Cada frase lida o prendia ainda mais, tanto que ele só percebeu a presença de Hye Lin de volta ao quarto quando ela parou na sua frente.

- Não acredito que está lendo isso.

- Hã? – ele a olhou confuso – Ah, é... – ele riu – me desculpe. Você que escreveu?

- Sim. – ela sorriu com timidez.

- Nossa, eu amei. Posso levar? Te devolvo depois.

- Tudo bem. Vamos ir?

- Vamos.

Wonwoo guardou o caderninho no bolso de dentro do casaco e acompanhou a jovem para fora do apartamento.

Enquanto andava, lembrou de quando ela contou que sonhava ser escritora. De fato Hye Lin escrevia bem, pois ele podia sentir suas emoções enquanto lia.
Obsevou a moça sorrir ao entrar no carro, e, inconscientemente, pensou o quanto ela ficava linda naquele sobretudo rosê.
Seu cabelo escuro, preso num rabo, fez uma moldura para seu rosto fino delicado.

Se perguntou o que a inspirou para escrever aquele último poema.

- Ei – ela o chamou tirando do transe – Eu vou desistir de ir.

- Aish. Vamos – ele entrou no carro – Hye Lin, - ele se voltou para ela - o que te fez escrever "Astronauta"?

- Você.

- Eu? - ele a olhou assustado.

- Sim - ela fitou as mãos - Seus olhos me fazem ver que existe um universo enorme lá fora, e dentro dele há milhões de oportunidades para ser feliz.

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