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Jimin acordou com um barulho estridente, como se algo tivesse se desprendido de algum lugar alto e caído no chão. Se levantou assustado do sofá, procurando de onde tinha vindo aquele ruído.
Foi em direção a cozinha, de onde começou a ouvir alguns murmúrios, como se fossem duas pessoas tentando conversar em voz baixa. Jimin espiou pela porta do cômodo, sem colocar todo o corpo à vista, mas teve que cobrir a boca para não soltar uma risada alta com a cena que estava à sua frente.
Namjoon estava de joelhos no chão de granito, tentando recolher os tomatinhos verdes, enquanto Jin tinha um pano de prato em uma das mãos e a outra gesticulava para o namorado como se estivesse dando uma bronca.
Jimin ouviu Namjoon se desculpar mais de uma vez, para, em seguida, ver seu primo se rendendo à sua carinha de culpado. Jin suspirou, deixando o pano que estava em sua mão na pia, e se abaixou ao lado de Namjoon, ajudando-o a recolher os últimos tomates.
Com tudo de volta na travessa que estava nas mãos de Namjoon, Jin voltou seu olhar para o namorado, tirando alguns fios de cabelo claro que caíam sobre os olhos.
- Me desculpa, hyung. Eu sou mesmo um desastrado. - O mais novo sorriu, mostrando as covinhas que o cozinheiro tanto amava.
- Está tudo bem, você é o meu pequeno grande destruidor.
- Você me ama menos por isso? - Perguntou fingindo decepção.
- Te amo ainda mais. - Sorriu, se aproximando de Namjoon para selar os seus lábios.
- Ah, eu vou vomitar arco-íris! - Jimin entrou na cozinha. - Vocês são tão fofos! - Se aproximou, apertando as bochecha do casal que ainda estava ajoelhado no chão.
- Jimin, pare com isso! Eu sou o seu hyung! - Jin se levantou, juntamente de Namjoon, tentando esconder o rosto corado.
- Desculpa por ter te acordado, Jimin. - Namjoon coçou a nuca constrangido.
- Não tem problema! Já estava na hora de levantar mesmo. Hum... que cheio bom é esse? - O loiro destampou a panela que estava no fogo.
- Pelo jeito, alguém acordou bem disposto. - Jin piscou para o primo.
- Mais do que nunca, hyung. - Jimin tentou roubar um pedacinho de dentro da panela, mas ganhou um tapinha na mão do primo, impedido-o de comer antes que ficasse pronto.
- Vá se vestir primeiro. Namjoon vai te dar uma carona até o escritório depois que comermos.
- Sim, omma!
Jimin se abaixou agilmente, se esquivando da cebola que foi arremessada em sua direção. Correu para fora da cozinha, rindo alto, se sentindo o mesmo menino que se divertia provocando seu hyung na casa da avó.
Se trancou no banheiro e tomou um banho rápido, sabia que Namjoon tinha horário para chegar ao trabalho. Como não tinha voltado para o hotel, havia poucas opções para vestir. Escolheu uma calça social preta, vestiu uma camiseta simples e um blazer da mesma cor. Não tinha nada de muito especial, mas serviria para um dia de trabalho no escritório.
Arrumou todas as suas coisas, deixando a mala pronta próxima à porta. Voltou para cozinha, encontrando o casal já sentado e servido.
- Aqui, Jimin. Coma tudo. - Jin sorriu, enquanto passava um pequena tigela de arroz, acompanhado de um pedaço de peixe grelhado, outra do seu famoso kimchi e uma com sopa de brotos de feijão.
Os três comiam, enquanto conversavam sobre a inauguração do restaurante de Jin, que se aproximava. O cozinheiro estava empolgado por, finalmente, poder comandar sua própria cozinha. Tinha elaborado um cardápio do jeito que sempre quis. Pesquisou e testou diversas receitas até chegar na combinação perfeita de pratos típicos japoneses cozidos somente no vapor.
- Jimin, já está pronto? Podemos ir? - Namjoon perguntou assim que comeu a última colherada de arroz.
- Sim, claro. Vamos. - Jimin respondeu, já se levantando da mesa e recolhendo a louça.
- Deixem tudo aí, vocês vão acabar se atrasando. Eu cuido disso. - Jin tirou as tigelas da mão do primo.
- Obrigado, amor. Nos vemos mais tarde! - Namjoon selou os lábios do namorado.
Kim e Park saíram do apartamento de Jin, indo em direção ao estacionamento. Namjoon destravou a porta de seu SUV prateado, parado logo ao lado do elevador. Jimin acomodou a sua mala no bagageiro antes de entrar no veículo.
- Namjoon, será que você poderia falar com aquele seu amigo que é corretor de imóveis. Preciso achar um lugar para mim, não quero mais viver naquele quarto de hotel. - Jimin iniciou a conversa quando o veículo ganhou as ruas movimentadas de Seul.
- Mas é claro, falarei com ele assim que chegarmos na empresa. Você tem alguma coisa em mente?
- Quero algo pequeno, de fácil manutenção, de preferência já mobiliado.
- Muito bem, vou colocar vocês dois em contado. Tenho certeza que ele vai achar algo que te agrade.
- Obrigado. - Jimin sorriu para o advogado que dirigia concentrado.
- Park... - Hesitou em continuar a frase. - Como vai ser daqui para frente? Eu quero dizer... Você... Jungkook...
- Por favor, não conte nada a ninguém. Nem ao Yoongi. Vamos manter tudo em sigilo, por enquanto. Seria um grande escândalo se soubessem que Jungkook terminou o tão esperado noivado com Yeri para ficar comigo.
- Eu entendo, você tem razão. Não direi nada a ninguém. Mas você sabe que isso é o menor dos problemas, não sabe?
- Sim, eu sei...
- A família da Yeri não vai deixar esse casamento escapar assim, gratuitamente.
- Eu tenho evitado pensar nisso, Namjoon. Mas eu sei que não vai ser assim tão simples para o Jungkook. - Jimin suspirou pesado, preocupado com as consequências que viriam pela frente.
- Estaremos ao lado dele. - Atestou confiante.
- Ele vai precisar, principalmente porque ele vai ter que explicar muito bem o porquê de ter cancelado a compra da empresa de Taemin. - Jimin mordeu o cantinho de uma das unhas. - Eu não tenho ainda nada concreto, mas minha intuição nunca falha. Eu tenho certeza que tem alguma coisa de errado nessa empresa. Eu vou descobrir, nem que eu tenha que deixar a auditoria de lado por alguns dias.
- Se precisar de ajuda, minha equipe jurídica e eu estaremos à sua disposição.
- Obrigado.
Namjoon estacionou na garagem subterrânea da empresa. Park e ele pegaram o elevador vazio até o último andar, prontos para começarem mais um dia de trabalho.
O advogado foi na direção oposta à Jimin, que seguiu diretamente para a sua sala. Cumprimentou educadamente a secretária de Jungkook e fechou a porta atrás de si.
Colocou sua mala em um canto e foi até a sua mesa, sentando-se na cadeira e ligando seu notebook. Mas antes que pudesse fazer qualquer outra coisa, deu falta de um item em sua mesa.
Procurou no meio das pastas que estavam sobre o móvel, olhou nas gavetas e nas estantes, mas nada.
- Yang Mi, alguém esteve na minha sala na minha ausência? - Jimin perguntou a secretária pelo telefone.
- Apenas o pessoal da limpeza, senhor Park. - A voz cordial foi ouvida do outro lado da linha. - Precisa de alguma coisa?
- Não, está tudo bem. Obrigado.
A pasta negra que Kim Jongin havia lhe dado tinha sumido.
Jimin procurou novamente entre os seus pertences, tinha certeza que havia deixado em cima da mesa antes de ir para o Japão. Mas não estava mais ali, alguém havia pegado.
Seu coração batia forte, aqueles documentos tinham dado uma pista importante para as investigações de desvio de dinheiro. Quem pegou, sabia do que se tratava.
Primeiramente, pesou em avisar o Jungkook. Mas ponderou as consequências e decidiu que seria melhor manter em segredo as informações que tinha lido naqueles documentos. Seria imprudente alarma-lo com as suas suspeitas.
Sentou-se na cadeira, suspirando pesadamente. Não tinha mais os papéis em mãos, mas se lembrava bem do nome e da assinatura que aparecia na maioria deles.
Enquanto tentava organizar os pensamentos, ouviu toques na porta e a maçaneta girar em seguida.
- Senhor, Park. Min Yoongi gostaria de vê-lo. - A secretária anunciou.
- Mande-o entrar, por favor.
O gerente de vendas entrou na sala de Park carregado de pastas, equilibrando os documentos nos dois braços, mal enxergando o que estava à sua frente.
- Park, eu trouxe todos os contratos e transações financeiras dos últimos 6 meses, assim como você me pediu. - Conseguiu colocar os papéis sobre a mesa.
- Obrigado, Yoongi. Você trabalhou rápido. - Jimin elogiou, vendo o outro sorrir satisfeito.
- Dê uma olhada e veja se era isso mesmo que você queria.
Jimin abriu a primeira pasta, passando os olhos rapidamente sobre o conteúdo. E enquanto passava as folhas, a porta foi aberta novamente.
Era Jungkook.
Jimin achou que seu coração tinha falhado uma batida quando avistou o moreno vestido em um calça social preta, camisa de seda da mesma cor e um blazer vermelho sangue.
- Bom dia, Park. - Se pronunciou primeiro, sorrindo enquanto fechava a porta atrás de si.
- Acho que não escutei você bater, Jeon. - Jimin respondeu sério, voltando seu olhar para os documentos na sua mesa.
Jungkook ficou um tanto desconcertado com a resposta fria do loiro. Sem saber o que dizer, alternou o olhar entre Jimin e Yoongi, que também parecia um pouco constrangido com a situação.
- Ah... sim... e-eu... desculpa, eu... queria... bom, se estiver muito ocupado eu posso voltar depois.
- Não, fique. Eu preciso mesmo falar com você. Yoongi, parece que tudo está em ordem. Eu vou analisar tudo com calma. Se eu tiver alguma dúvida, eu te chamo. - Jimin se direcionou ao gerente de vendas.
- Sim, estarei à disposição. Mais alguma coisa?
- Não, pode ir. - Park ordenou.
Yoongi se apressou em sair da sala, olhando para Jungkook com as sobrancelhas erguidas.
Agora sozinhos, Jimin parou de analisar os documentos e encarou o moreno à sua frente.
- Você tem alguma coisa para me dizer? - Jungkook perguntou, ainda parado no mesmo lugar.
- Sim, sente-se, por favor. - Apontou para a cadeira vazia à sua frente.
Jungkook foi até a cadeira, acomodando-se. O loiro levantou-se, dando a volta em sua mesa e deixando o moreno ainda mais confuso.
Sem aviso nenhum, Jimin se sentou no colo de Jungkook, passando os braços pelo pescoço do outro e colando as bocas em um beijo ardente.
Jeon correspondeu na mesma hora, entreabrindo os lábios e invadindo a boca do loiro com sua língua quente. As mãos pequenas de Park faziam um carinho leve na nuca do moreno, enquanto as mãos grandes de Jungkook seguravam sua cintura com firmeza.
O beijo foi longo, sem pausas, como se quisessem recuperar o tempo que estiveram separados.
- Bom dia, Nochu. - Jimin disse ainda com os lábios quase colados no do outro. - Me desculpe pelo jeito que te tratei, estava apenas tentando manter a minha postura de auditor durão. - Riu baixinho.
- Mas eu sou o CEO deste lugar. - Jungkook retrucou brincalhão. - Você deveria me respeitar.
- Você não é o meu chefe, não manda em mim.
- Ah, Jimin-ssi... Você fica um tesão dando ordens. - Jungkook deslizou uma das mãos pela coxa grossa do loiro.
- É mesmo? Você gostaria que eu desse mais ordens para você? - Jimin puxou o moreno pelo colarinho.
- Não vejo a hora.
Jimin beijou Jungkook novamente, agora, totalmente no controle dos movimentos. Jeon adorava ser o "chefe", era um líder nato. Comandar as pessoas era uma das suas tarefas preferidas, mas aquele loiro o fazia se render, o fazia abaixar a guarda e se deixar guiar. Jimin era um feiticeiro, e ele não conseguia resistir aos seus feitiços.
O clima quente foi quebrado pelas batidas fortes na porta. Jimin se levantou do colo de Jeon imediatamente, arrumando as roupas amassadas e passando os dedos pelos fios bagunçados.
- Pode entrar. - Park anunciou.
Namjoon abriu a porta, se deparando com o Jimin corado e Jungkook passando os dedos sobre os lábios inchados enquanto tentava puxar o blazer para cobrir o início de uma ereção.
- Ah, interrompo? - O advogado perguntou coçando a nuca.
- Não, Namjoon. Entre, por favor. - Jimin respondeu, voltando a se sentar em sua cadeira.
- Bom dia, Jungkook. Tudo bem por aí? - O advogado se dirigiu ao amigo, apontando com a cabeça para a região que Jeon tentava esconder.
- Sim, Namjoon. Está tudo ótimo! - Disse entre os dentes, ganhando uma risada como resposta.
- Park, eu falei com o meu amigo que é corretor. Expliquei as suas condições e ele me disse que tem duas ótimas opções aqui no bairro. Ele disse que pode te levar hoje mesmo para ver os apartamentos. Aqui está o cartão dele.
- Nossa! Obrigado, Namjoon. Que eficiência. - Elogiou enquanto pegava o cartão de visitas de sua mão. - Im Jaebum, corretor de imóveis.
- Im Jaebum?! - Jungkook arregalou os olhos, se virando para Namjoon.
- Sim, não se lembra dele Jeon? É o mesmo que te ajudou a comprar o seu apartamento.
Jungkook se lembrava muito bem de Jaebum. Ele não era somente o maior vendedor de imóveis, mas também era o maior pegador da cidade. O moreno quase caiu na conversa dele ao fechar a compra de seu apartamento, quase inaugurando o sofá da sala nova com ele.
- Como eu esqueceria... - Murmurou irritado para si mesmo.
- Ótimo, vou ligar para ele. - Jimin disse empolgado.
Namjoon saiu do escritório, deixando os dois novamente sozinhos.
- Jimin, para que alugar um apartamento? Venha morar comigo!
- Você ficou maluco, Jungkook? Nós não podemos nem assumir nosso relacionamento em público, quanto mais morarmos juntos. Não se precipite. E além do mais, eu quero ter meu próprio espaço.
- Tudo bem, então. Mas eu vou com você olhar esses apartamentos. Eu não confio nesse Im Jaebum, eu aposto que ele vai dar em cima de você.
- Pare com esse ciúmes, Jungkook. Esse cara nem me conhece, como você pode ter tanta certeza que ele vai flertar comigo?
- Quem não flertaria com você? - O moreno cruzou os braços na frente do peito, não percebendo a formação de um pequeno bico nos lábios.
- Ah, vem aqui meu coelhinho ciumento. - Jimin chamou, dando tapinhas em seu colo.
Jungkook riu, mas aceitou o convite de bom grado. Comodou-se nas pernas fortes de Jimin, passando um dos braços pelas costas do loiro. Era estranho, era a primeira vez que se colocava naquela posição, mas estava aberto a novas experiências com o seu Mochi.
- Olha só, você não vai comigo ver os apartamentos porque eu tenho uma outra tarefa para você. - Jimin disse enquanto passava a mão pelo torso forte de seu amado.
- Que tarefa? - Jungkook perguntou curioso.
Jimin levou uma das mãos até o bolso da calça, tentando tirar com alguma dificuldade um pequeno objeto de lá.
Era a aliança de Jungkook.
- Você vai vender isso aqui, assim como me prometeu. - Jimin jogou a joia em cima da mesa.
- Eu já tinha até me esquecido desse negócio.
- Pois eu não...
- Muito bem, vou fazer isso hoje mesmo.
- Obrigado, Nochu.
Jungkook trouxe Jimin para mais perto, beijando os lábios carnudos que tanto amava. O loiro levou uma das mãos até os fios escuros de Jeon, puxando para trás para poder ter acesso ao pescoço cheiroso à sua frente.
Jungkook suspirou quando sentiu Jimin deslizar a boca pela sua pele. A língua macia fazendo todos os pelos do seu corpo se arrepiarem. O loiro sugava de leve a pela clara, mas tomando cuidado para não deixar nenhuma marca visível.
Jeon sentia que iria entrar em combustão a qualquer momento e não sabia se conseguiria se segurar para não jogar Jimin em cima daquela mesa. Mas então, mais toques na porta foram ouvidos, e dessa vez, foi Jungkook que pulou do colo de Park, tentando se recompor.
- Aigoo, será que sempre tem alguém para nos interromper? - O CEO bufou.
- Entre. - Jimin se pronunciou.
- Com licença... - Yang Mi apareceu na porta. - Senhor Jeon, o senhor Kim Wonshik está lhe procurando.
Jungkook olhou para Jimin, arregalando os olhos e vendo a mesma expressão em seu rosto delicado. E antes que pudesse falar alguma coisa, Wonshik invadiu o escritório. Em reflexo, Jungkook pegou a aliança rapidamente, jogando-a no bolso da calça.
- Jeon. Na sua sala. Agora.
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Desculpa a demora, flores do meu jardim!
A coisa está ficando cada vez mais apertada para o lado do Jungkook.
E Im Jaebum? Vai aprontar o que nessa história?
E a pasta? Quem pegou?
Espero que tenham gostado!
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Beijinhos e até o próximo capítulo!