Perseguindo Estrelas

By Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... More

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO SETE
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO NOVE

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By Lay_Freire

— Por quê convidou ele para jantar aqui?

Kim cruzou os braços.

— Só facilitei o seu trabalho. — Ela disse. — Eu sei que você estava doidinha pra chamar ele.

— Não precisava ser hoje. — Confesso me sentando na cama.

Houve um tempo em que eu ficava muito nervosa perto do Harry; nervosa mesmo, ao ponto de esquecer que sei falar. Eu me perguntei se realmente queria deixar Kim iniciar uma tragédia que a todo custo eu estava tentando evitar. Ficar sozinha com Harry outra noite... Fico de pé. Tinha que me apressar se eu quisesse resolver essa situação.

— Onde você vai? — Kim prendeu o cabelo e se afastou do espelho. — Ainda preciso arrumar você.

Eu me virei para olhar para ela e andei de costas até a porta.

— Preciso pedir a mãe do Harry que diga à ele que mudamos de ideia. Depois de jantar você vai embora eu vou dormir. O Harry não precisa vir até aqui.

— Você não pode estar...

Eu à interrompi.

— Estou com medo.

Kim arregalou os olhos e logo em seguida os estreitou. Três palavras, eu não precisava dizer mais nada.

— Você está pensando o quê? — Kim me perguntou. — É só uma pizza. É só um melhor amigo tentando se aproximar da melhor amiga. Não é como se ele fosse ligar o rádio no último volume e te perseguir pela casa com um pano de prato na mão e te matar.

Ela sentou na minha cama, jogou meu travesseiro no chão e deu três batidinhas no colchão.

— Agora é a sua vez. — Ela disse.

— De quê?

— De se produzir.

— Não, Kim. — Balanço a cabeça rapidamente. — Eu não quero.

— Você não tem querer, Izza. — Ela fez um gesto para que eu me sentasse ao seu lado. — Agora senta essa bunda magra aqui.

Eu sentei. Kim se virou para mim e analisou meu rosto.

— A quanto tempo você não faz as sobrancelhas?

— Quase um mês. — Respondi.

— Isso tá parecendo com uma taturana. — Kim colocou um dedo na minha testa. Eu enruguei as sobrancelhas. — Vixe...tá viva.

Estapeio seu dedo.

Eu ia protestar quando Kim se levantou para pegar sua bolsa do outro lado do quarto em cima da poltrona coberta por uma colcha artesanal, e tirou de dentro de um estojo de maquiagem rosa-choking e uma pinça para sobrancelhas.

— Fica quietinha, Isabella. — Ela disse. — E assista sua fada madrinha fazer mágica.

★★★

Encaro meu reflexo no espelho. Estou vestindo uma camisa rosa de mangas compridas, minha saia vincada azul-claro e bota bege sem salto até o joelho. Amarro meu cabelo num rabo de cavalo no alto da cabeça. Pareço um doce, dá vontade de comer. Eu comeria. Meu estômago ronca com esse pensamento, me lembrando que não comi nada sólido durante as últimas 7:00 horas. Alguém bate na porta e Kim entra no quarto com um sanduíche nas mãos.

— Desculpa. — Kim engoliu o pedaço que estava mastigando. — É que eu estou em fase de crescimento ainda. Alguém tem que fazer compras nessa casa. — Ela deu outra mordida no sanduíche e falou de boca cheia — eu só encontrei pão e pasta de amendoim.

Kim sentou na poltrona.

— Você vai receber o Harry assim? — Ela apontou para minha roupa.

Ninguém ensinou à ela que apontar para as pessoas é um gesto muito feio?

— O que tem de errado com a minha roupa?

— Além de parecer que você roubou essa saia do armário da sua mãe? — Kim largou o sanduíche no braço da poltrona e veio até mim. — Tudo.

Aliso minha saia, eu gosto dela. E não é só porque foi um presente da minha mãe.

Kim estava mexendo dentro do meu armário.

— Onde está aquela calça jeans que eu te dei no Natal? — Ela puxou uma peça embolada debaixo das outras roupas. — Aqui está ela. Você já usou?

Nego com um gesto de cabeça. Kim me entregou a calça.

— Veste. — Ela disse.

Kim não fez menção de sair do quarto então tive que me trocar na frente dela. Nunca usei algo que grudasse tanto na minha pele.

— Agora esse cabelo. — Kim puxou o prendedor e meu cabelo caiu em cascata pelas costas. — Viu, ficou bonita.

Kim voltou para a poltrona somente para pegar o sanduíche e a bolsa.

— Espera, Kim. — Terminei de calçar minhas botas e levantei da cama. — Você não vai ficar?

— E estragar sua grande noite romântica? — Kim foi até a porta. — Não mesmo. E tem mais uma coisa. Nenhum melhor amigo que gosta da melhor amiga, quer ouvir da melhor amiga, que os dois são melhores amigos. Entendeu ou quer que eu desenhe?

— Vou buscar papel e caneta pra você. — Falei.

— Vá para o inferno, Izza.

Kim fechou a porta quando saiu.

★★★

Harry Schofield estava vestindo a mesma roupa de quando veio aqui mais cedo. A única diferença é que agora ele usava uma camisa xadrez verde por cima da camisa marrom. Harry estava mastigando as bordas que ele deixou dos seus dois pedaços de pizza. Eu já havia terminado a minha única fatia e agora eu estava lavando o prato que usei e meu copo. Em parte eu fazia isso para manter minhas mãos ocupadas e disfarçar a tremedeira nelas. E em parte eu queria que elas parassem de suar tanto.

Harry se juntou a mim na pia.

— Deixa que eu faço isso. — Eu praticamente arranquei o prato e o copo das mãos dele. O copo quase caiu no chão. Quase. — Fica sentado ali.

— Eu só queria ajudar.

— Não precisa.

Senti meu corpo ficar quente como se estivesse muito próxima de uma lareira acesa e meu coração palpitou irregular, a respiração falhando por um segundo. Foi ai que pela primeira vez depois de tanto tempo eu percebi que quando ele veio até mim ontem de madrugada sorrindo daquele jeito que só ele sabe; há... aquele sorriso, como eu sentia falta. Eu não poderia esconder de mim mesma o que sentia por Harry. As pontas dos meus dedos ficaram geladas, apoio os cotovelos na pia e escondo o rosto nas mãos. Meu estômago se contraiu, e eu não sei se tenho forças para ignorar isso quando ele está tão próximo de mim novamente.

Então eu disse a primeira coisa que me veio na cabeça.

— Pare de me encarar.

Harry riu, surpreso.

— Como sabe?

— Eu apenas sei. — Foi um tiro no escuro que deu certo.

Viro-me para olha-lo.

— No que estava pensando? — Ele me perguntou.

— É segredo. — Respondo. — E Segredos morrem com a gente. Não seja curioso.

Enquanto eu guardava os pratos no armário, Harry enfiou a mão no bolso da calça e puxou um saquinho marrom. No início achei que fosse... não sei. Eu não esperava nada de importante. Harry tirou de dentro do saquinho um colar prateado com o pingente de estrela.

— É pra você. — Ele disse. Em resposta prendo o ar. — O que foi? Não gostou? Eu achei que você fosse gostar, mas não tem problema ainda dá tempo de trocar.

Somente quando ele ia colocar o colar dentro do saquinho foi que encontrei minha voz.

— Não. Eu gostei, é lindo.

Ele sorriu. As vezes penso que o sorriso de Harry brilha mais do que uma estrela.

— Posso colocar em você? — Ele perguntou. Confirmo com a cabeça e coloco o cabelo para o lado. Parece que Harry já estava bem familiarizado com o fecho do colar, pois ele colocou rápido e com conhecimento de causa. Eu percebi que ele estava tomando cuidado para não tocar muito na pele exposta do meu pescoço. — Ficou bonito em você, Isabella.

— É linda. — Toco o pingente frio. Nunca mais vou tirar.

— Isabella? — Ele chamou. — Eu queria...

— Pode dizer. — Eu o interrompi sobressaltando-me um pouco.

— Eu queria te contar uma coisa. — Sua voz baixa e contida fez todos os pelos da minha nuca se eriçarem.

— Pode dizer. — Repito e Harry me puxou de volta para a mesa.

Um sorriso surgiu no canto de sua boca, e então ele me confessa:

— Eu acho que estou apaixonado. — Seu sorriso se abre um pouco mais.

Ah, é?

— Eu conheço ela? — Perguntei sem esconder a pontada de curiosidade que me tomou.

— Ela estuda na Northwestern. — Ele disse. — Acho que conhece sim.

— Emma Benex? — As palavras escapam da minha boca antes que eu tivesse a chance de contê-las.

— Não. — Harry riu. — Emma é minha prima. Depois que ela entrou na Northwestern ficamos inseparáveis.

Ele passou a mão pelo cabelo. Por favor Harry, não me atormente mais. Então ele me declara com um sorriso de orelha a orelha.

— Eu gosto da Alice. E parece que ela também gosta de mim.

Como?

Eu não escutava mais nenhum som a minha volta, eu só queria me trancar no meu quarto e chorar. Chorar até esse aperto no peito desaparecer. Internamente eu já sabia que ele nunca se interessaria por mim, pois não tenho as qualidades que uma garota deve ter. Não sou toda trabalhada nas curvas como Alice Miller. Ela é do tipo de garota que os caras não chamariam de bonitinha ao vê-la passar, mas de gostosa. Também não sou descolada como Kim.

Beijei poucos rapazes na minha vida. Pra falar a verdade foram somente dois. Meu primeiro beijo foi aos 15 anos, eu achei que estava atrasada por ver as meninas da minha idade conhecendo caras bacanas e começando a namorar. O beijo foi horrível, mas por um tempo me deu a sensação de dever comprido. É, minha lista de anormalidades é grande. E o fato de eu ser a poeirinha do salto 18 das duas e uma droga Anti-homens colaborava para que nenhum cara se sentisse atraído por mim, e isso inclui Harry. Alguém como ele, não namora alguém como eu.

— Você vai pedir ela em namoro? — Perguntei. Ao contrário do que imaginei, minha voz não saiu embargada. Soou bem firme.

— Ainda não. Quem sabe um dia?

Ainda não. Essas duas palavras ficaram suspensas no ar, flutuando na minha frente como se estivessem presas por uma linha invisível. Eu quero sumir daqui.

E é o que eu vou fazer.

— Harry — chamei. A voz meticulosamente calculada. — Tá na hora de você ir embora. Eu vou dormir e você precisa sair da minha casa. Agora.

Fiquei chocada com a força que pronunciei aquelas palavras e julgando pela confusão nos olhos de Harry, imaginei que com ele não foi diferente. Harry colocou as mãos sobre a mesa e empurrou a cadeira para trás, levantando-se.

— Espere, Harry. — Não ousei olhar em seus olhos verdes, penso que se fizesse isso toda a coragem e auto controle que me tomou por agora, iria por água abaixo em dois tempos. — Vou buscar o moletom que me emprestou. — E seus vinte e um dólares também.

Nunca, em hipótese alguma, passou pela minha cabeça gostar de alguém que gostasse de outra pessoa. Mesmo que eles não venham a namorar, eu continuo com medo, não gosto de pensar na possibilidade de perder Harry outra vez.

Entro no meu quarto. Depois de pegar o moletom de Harry puxei a meia velha com minhas economias debaixo do colchão e tirei os vinte e um dólares de lá. Minha mãe sempre me disse que na vida existem coisas que a gente não pode ter. Agora eu entendo bem o que ela queria me dizer. O coração de Harry Schofield é uma dessas coisas.

Obrigada por terem lido
Espero que tenham gostado!

Ah, e não se esqueçam de comentar, adoraria saber o que acharam do capítulo.

Beijinhos de gliter meus amores 😘😘

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