Nobody Sees (Larry Stylinson)...

By sttewlarry

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Após perder seu pai para uma terrível doença, Harry cresce como um adolescente fechado para sentimentos afeti... More

Prólogo
Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capitulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XVIII
Capitulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Questions and Answers!
Capitulo XXIII
Capítulo XXIV
Capítulo XXV
Capítulo XXVII
Capítulo XXVIII
Capítulo XXIX
Capítulo XXX
Capítulo XXXI
Capítulo XXXII
Capítulo XXXIII
Capítulo XXXIV
Epílogo
Agradecimentos
Capítulo Extra
Aviso da tia Katherine
''Segunda Temporada''

Capítulo XXVI

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By sttewlarry

Boa tarde, babes. Tenham uma ótima leitura!

P.s. ponto de vista do Harry novamente.

P.s.2. não revisei o capítulo ainda, então perdoem os erros!

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Minha mãe costumava me encarar de forma ameaçadora todas as vezes em que eu fazia algo que ela reprovava. Seu olhar era sempre o mesmo: duro e interrogador.

Lembro de receber esses olhar por anos seguidos, cada vez que eu voltava de alguma festa, quebrava alguma coisa ou então mentia. Anne sempre me ensinou que mentir é o pior erro que um ser humano pode cometer e ela ficava extremamente irritada quando me via fazendo isso. Talvez seja dom de mãe sempre saber quando o filho está escondendo ou inventando algo. Ou então dom de mulher. Por que Katherine agora me encarava da mesma forma que mamãe e eu podia dizer que estava até um pouco intimidado.

- Então? Você começou a falar e parou. Quem é Nicholas Grimshaw, Harry? - Katherine caminhou até um pequeno frizzer que tinha no quarto e tirou uma latinha de suco de lá. - Você quer?

- Er.. Não, obrigado. - Mordi o polegar e ela suspirou.

- Certo, agora eu tenho meu suco. Abre a boca, Styles. Você abre ela pra fazer muita coisa, então.. - Ela sorriu maliciosa e eu revirei os olhos, sorrindo.

- Você é um poço de malícia. - Kathy riu e se sentou na ponta da cama, cruzando as pernas estilo índio.

- Tá, agora não me enrola. Fala, querido. Fala tudo. - Ela sorriu e eu suspirei.

- Tudo bem.. Tudo começou há dois anos, quando eu estava saindo de um pub...

Flashback On

Caminhava devagar pelas ruas movimentadas de Londres. Estava escurecendo, havia sido um dia nebuloso, então o céu estava cinza e carregado de nuvens, em pouco tempo a noite chegaria e eu pretendo já estar em casa quando isso acontecer. Provavelmente irá chover e digamos que me molhar não é algo que eu queira, no momento.

Meus fones de ouvidos estavam em meus ouvidos, tocando uma música calma dos Beatles. Aquele dia tinha sido uma grande droga. Eu absolutamente odiava cada ser humano daquela maldita escola ridícula. Liam e Niall haviam me irritado pra cacete por terem sido recusado sair comigo para ficarem estudando. Como se eu me importasse com a droga da literatura.

Normalmente não sou tão explosivo ou estressado. Eu só.. Estava puto. E então fui sozinho para o pub tentar me distrair. Claro que foi um inferno fazer o barman me vender bebida alcoólica, mas nada impossível. O problema é que tudo naquele lugar era muito chato e eu logo decidi que o melhor era ficar em casa me entupindo de comidas gordurosas e vendo algum filme patético.

Chutei uma pedrinha no chão e continuei caminhando com minhas mãos dentro dos bolsos e pouco me dando conta sobre o que acontecia ao meu redor. Eu só conseguia pensar em como queria chegar logo em casa, até que alguém bateu no meu corpo e eu cai no chão, meu celular saindo do meu bolso e fones caindo. Logo barulhos de sirene de polícia e gritos distantes invadiram meu ouvido e eu levantei o rosto, confuso e mais irritado.

- Mas que merda? - Grunhi, passando as mãos em meus cachos e encarando um cara que estava pegando um monte de dinheiro... Aquilo era droga e.. Uma arma?! Ele estava enfiando tudo dentro da bolsa, suas mãos tremendo.

- Ta olhando o que, garoto? - Ele disse com uma voz irritada e eu senti meu sangue subir, minha paciência se esvaziando totalmente.

- Você não vê aonde anda, babaca? E que porra é essa na sua mochila? - Me estiquei e puxei uma carteira que estava no chão, abrindo-a e vendo uma foto de uma mulher. Franzi as sobrancelhas e abri a parte onde ficava o dinheiro, arregalando os olhos ao ver um grande número de notas ali.

- Isso não é da sua conta! - Ele puxou a carteira da minha mão e eu levantei o rosto, encarando olhos vermelhos, suas pupilas escuras dilatadas. Me levantei rapidamente e ele terminou de enfiar as coisas na mochila, fechando-a e logo se levantando.

- Eu acho que isso nada disso é seu. - Cruzei os braços e ele me fitou, rindo ironicamente.

- E o que o garotinho vai fazer quanto a isso? Me prender? - Arqueou uma sobrancelha e eu fechei a cara, revirando os olhos.

- Eu ligaria para a polícia, mas eu estou ouvindo o barulho dela se aproximando. Creio que você também esteja escutando, então... - Dei de ombros e ele sorriu irônico.

- Você é muito inocente. Vamos fazer assim, eu finjo que você não disse essa merda e você esquece que já me viu um dia. O que acha? - Ele arrumou a alça da mochila no seu ombro e eu suspirei. Ele era estranho, parecia um maníaco. Provavelmente era um, tinha muito dinheiro com ele e uma arma. Quem diabos anda com uma arma e um absurdo de dinheiro na mochila? Seus olhos não conseguiam ficar parados em um canto por muito tempo e suas mãos tremiam bastante. Efeito das drogas, acredito.

- Não vou esquecer de nada! Você é um maluco drogado. Aposto que roubou toda essa merda que ta na sua mochila. Inclusive a carteira dessa mulher. E você ainda tem uma arma. Deve ser um bandido louco. - Acusei, apontando um dedo no seu peito. Isso pareceu ter acordado o monstro dentro dele e em questão de segundos sua mão estava me segurando pelo colarinho da blusa, me prensando contra a parede de uma loja que estava fechada. Ótimo, Londres está sempre movimentada e logo agora ninguém aparece na rua. Parece que a vida sempre contribui pra tudo dar errado.

E onde está a merda da polícia? Nem consigo mais ouvir o barulho da sirene.

- Eu vou falar somente uma vez e você vai me escutar lentamente. Você não vai abrir a boca, cacheados. Você não quer se meter em encrenca. Você não sabe na onde vai estar pisando se abrir a boca. Ama sua vida? Então esqueça que já me viu e continue vivendo seus dias de garotinho da escola. Você não vai querer sofrer as consequências caso abra a boca. - Sua voz tinha um hálito estranho, um cheiro de bebida e mais alguma coisa que eu não conhecia. Seus olhos não conseguiam nem ao menos parar nos meus, sempre olhando para os lados vendo se alguém se aproximava, o que, para o meu azar, não acontecia. Engoli em seco e olhei para o céu, percebendo ele já estar ganhando os tons escuros da noite. Morrer. Talvez ele pudesse me matar e então toda a falta que sinto do meu pai passaria. Não existiria mais efeitos colaterais pela sua perda. Minha mãe poderia viver em paz com seu novo namorado, meus primos não teriam mais um menino mimado com quem lidar. Todos teriam paz.

Mas.. Não era isso que meu pai iria querer. Ele me disse tanto sobre eu ter um grande futuro pela frente... E, não era eu quem falava salvar as pessoas? Eu não poderia morrer agora. Não sem antes realizar os sonhos que prometi ao meu pai. Não sem antes terminar a música que ele havia escrito. Eu ainda tinha muita coisa para viver, certo?

- Então, playboy? Já se decidiu? Por que eu posso acabar com você em um piscar de olhos. Abra sua boca e você perde essa sua vidinha de merda. - Ele bateu minha cabeça contra a parede e eu senti uma dor aguda me atingindo, mordendo o lábio com força para não gritar ou reclamar de dor. Eu não deixaria ele ver que havia me machucado. Respirei fundo e arranquei forças do fundo da minha mente para respondê-lo.

- Eu não falarei nada. - Minha voz saiu grossa e eu senti suas mãos tremulas me soltarem. Minhas pernas estavam tremulas e eu respirava profundamente, querendo sair daquele lugar o mais rápido possível. Escutei sua risada irônica e estremeci.

- Você apesar de petulante, é inteligente. Saiba que fez o certo, playboy. E tenha como promessa que nunca mais irá me ver, se manter a sua palavra. Não pense que pode se esconder de mim. Eu conheço cada canto dessa cidade. Se você abrir a boca, eu acabo com você. - Dizendo isso ele sumiu entrando em um beco e eu deixei meu corpo cair no chão, abraçando meus joelhos e respirando fundo.

Mas que merda foi essa que aconteceu? Eu.. Tudo isso por ter visto aquilo na mochila dele? O cara era maluco! Que psicopata mais assustador! Eu nem estava falando tão sério quando disse que ia chamar a polícia e o cara surtou. Porra, isso foi estranho. Assustador e intenso.

Espero nunca mais ver ele e, pelo amor, eu nunca mais irei sair sem Liam e Niall.

Flashback off

- Depois desse dia, eu tentei não pensar naquele momento estranho. Fiquei com medo por um bom tempo, mesmo não abrindo a boca, vai que ele vinha atrás de mim? Ele era doido. Mas então um dia eu estava passando por uma banca e vi uma foto em um jornal, algumas pessoas comentavam um pouco chocadas e eu me aproximei para ver o que era. Para a minha surpresa, tinha uma foto em péssima qualidade dele, em uma reportagem que dizia que ele havia sido preso por estar carregando drogas na mochila e posse ilegal de arma. Eu não sei quantos anos de prisão isso da, mas não acho que seja somente um ano, sabe? Ele provavelmente deve ter pagado para sair da cadeia ou seja lá que merda ele fez. - Terminei de falar e respirei fundo, Katherine me olhando com os olhos arregalados e parecendo que iria ter um surto a qualquer segundo.

- Calma, mas o que isso tem haver com o Nicholas? E.. Quem é esse cara?

- Patrick, Katherine. Não seja lerda. - Revirei os olhos e continuei minha explicação - Nicholas Grimshaw foi quem denunciou Patrick. E depois ele foi espancado por uns amigos do Grimshaw. Eu tirei essas conclusões organizando as informações que eu tinha. Patrick tinha sido denunciado por um cara e me disse que havia dado um jeito nele. Grimshaw foi quem denunciou ele, então provavelmente apanhou ou algo assim dos amigos de Patrick.

- Puta que pariu. Calma, meu Deus! Que loucura. Nossa. Meu Deus! Harry! Você tem noção de como esse amigo do Louis é perigoso? Ele pode fazer alguma coisa contra você! - Katherine começou a andar de um lado pro outro pelo quarto, afobada.

- Contra o Louis, na verdade. Foi o que ele disse. Ele ameaçou o Louis. E depois, naquele jantar ridículo de amizade, ele me disse que "estava arrependido de tudo o que fez". Eu fingi que acreditei, claro. - Revirei os olhos e ela parou, olhando para a latinha de suco que estava toda amassada agora.

- Eu não sabia que era tão forte pra amassar uma latinha com os dedos. - Ela suspirou - Certo, então basicamente o que vamos perguntar para o Grimshaw? E como que eu já ouvi falar do nome dele?

- Ele era jornalista, meio que investigava casos criminais essas coisas. Parou a carreira depois do que aconteceu. - Expliquei - Nós vamos perguntar pra ele como ele conhece Patrick, o que ele sabe sobre aquele maluco e qual o nome verdadeiro dele. No jornal não dizia, já que ele manteve em sigilo. Precisamos saber tudo sobre aquele maluco.

- Tudo bem.. E depois, o que faremos? - Ela perguntou e eu suspirei.

- Avisaremos Louis. Eu só quero que ele se afaste desse cara. Talvez avisar a polícia? Não sei. Depende do que a gente encontrar sobre o cara. - Eu estava confuso, não sabia o que fazer exatamente depois de descobrir tudo o que quero.

- Entendi. Oh, isso vai ser arriscado. Você vai contar para os meninos? Acho que eles deveriam saber, pra ficarem atentos também. - Ela pegou outra latinha de suco e murmurou alguma frase triste sobre estar desperdiçando comida.

- Acho que sim.. Não quero muita gente sabendo, por que essas coisas sempre acabam vazando e eu preciso de segredo total. Podemos falar com eles depois do nosso encontro com o Grimshaw? Assim falamos tudo de uma vez e eles nos ajudam.. - Dei uma sugestão e ela concordou.

- Por mim pode ser. Então agora é só esperar pela mensagem dele e por sexta. - Mordi o meu polegar e assenti.

- Estou com um pouco de medo. - Admiti e ela suspirou.

- Eu to bem impressionada, na verdade. Que coisa de louco. Um mês atrás estávamos na Itália e nossa preocupação era fazer você saber mais sobre o mundo pornográfico. Agora estamos lidando com um bandido maluco que pode ser mais do que isso. Isso que eu chamo de reviravolta. - Acabei rindo do que ela disse. Talvez por nervosismo. A vida é realmente estranha.

- Nem me diga..

- Você acha que.. O Matthew também está envolvido nisso? - Ela perguntou um pouco tímida.

- Talvez. Não sei. Ele não parece saber dessas coisas. De qualquer forma, é melhor ficarmos bem ligados. - Ela concordou rapidamente.

- Vamos fingir que não sabemos de nada, então. Seremos amigos dele. - Ela confirmou e eu assenti.

- É como dizem, mantenha seus amigos por perto e seus inimigos mais ainda.

-x-

Uma vez, meu pai me falou que escola era totalmente diferente de faculdade. Eu era muito pequeno pra entender, mas sempre tive a visão de que faculdade era algo mais sério. E, é óbvio que ele estava certo.

Eu já tinha duas avaliações marcadas pra daqui uma semana e tudo o que eu queria fazer era jogar uma bomba em uma das minhas professoras. Ela era uma vaca mal comida. Uma grande vaca mal comida. Talvez eu dê um plug preto, grande e grosso pra ela, quem sabe o humor dela não melhore.

De qualquer forma, a semana já havia começado agitada, com avaliações, trabalhos e toda essa merda que nos deixa sobrecarregados. Mas agora eu havia achado uma forma de ficar calmo com todos os acontecimentos surpresas da minha vida. Eu havia entrado na academia.

E não estava sozinho. Os meninos entraram comigo e agora nós quatro - Zayn não participava dos exercícios - malhávamos no final da tarde. Talvez seja exagero, mas em três dias de academia eu já me sentia mais confiante. Eu precisava ser forte e pra isso tinha que me sentir o mais leve possível. Era como uma terapia.

Não que eu fosse ficar musculoso ou algo assim. Jamais, meu corpo está ótimo desse jeito, eu só quero ganhar resistência e talvez alguns poucos músculos nos braços. Liam, ao contrário de mim, parecia bem determinado em ganhar massa muscular e perder a "gordura extra". Como se ele fosse gordo ou algo assim. Niall estava como eu, seus objetivos eram os mesmos que o meu, enquanto Zayn parecia ter preguiça demais pra malhar. Ele somente ficava lá, sentado e desenhando algo. Acho que ele só não queria ficar sozinho no apartamento e estava nos fazendo companhia, que era totalmente bem-vinda.

O problema de verdade era Louis. Ele parecia querer emagrecer algo que ele não tinha. Louis sempre foi bem confiante sobre si mesmo, mas desde que começamos a academia ele tem focado em "perder peso", quando na verdade ele não precisava, pois ele é perfeito de qualquer forma. Ele é o Louis e isso já o faz ser perfeito. Mas, como sempre, ele também era teimoso demais para me ouvir.

- Você já se trocou, babe? - Louis saiu do banheiro, usava minha regata preta que ficava bem grande nele, um jeans justo, marcando totalmente sua bunda, seus inseparáveis vans e, para o desespero dos meus pulmões, um boné. Resumindo, Louis era a exemplificação perfeita de um Deus grego na Terra. Talvez ele seja algum filho perdido de Zeus ou seja lá quantos deuses existem.

- Você.. Como consegue? - Murmurei, minha respiração lenta e tendo a certeza de que minhas pupilas estavam dilatadas, como elas sempre devem ficar assim que olho para ele. Afinal, nosso corpo sempre reage de uma forma diferente quando vemos a pessoa que amamos. Pelo menos foi isso que eu aprendi.

- Eu não entendi sua pergunta. Mas vejo que já está trocado, isso é bom, pois a nossa sessão é pra daqui uma hora e nós ainda temos que comprar os ingressos. - Louis piscou e se aproximou de mim, seus braços enrolando em meu pescoço e os meus indo diretamente para a sua cintura. Seu nariz roçou em meu pescoço e eu respirei fundo ao sentir sua respiração quente um pouco abaixo da minha orelha, seus lábios dando pequenos beijos ali.

- Vamos? - Murmurei, puxando seu rosto delicadamente para a frente do meu. Seus olhos se encontraram com os meus e ele sorriu, colando nossos lábios em um beijo calmo. Sua língua lambeu meu lábio e eu cedi passagem, sentindo a dominância da sua língua na minha, o gosto de creme dental e chocolate em nosso beijo. Seus dedos se enrolavam em alguns cachos da minha nuca e a minha mão puxava seu quadril contra o meu.

Logo o ar se fez necessário e ele afastou minimamente, nossas testas encostadas e nossos olhos fechados. Seu nariz roçou no meu e fizemos nosso famoso beijo de esquimó, um sorriso aparecendo em meu rosto.

- Vamos, babe. - Louis deu um selinho rápido e se afastou o suficiente para que pudéssemos começar a andar, nossas mãos agora entrelaçadas e seu corpo encostado no meu.

- Você não vai pegar um casaco, Lou? - Perguntei e ele negou. - Louis, vai ficar frio. Pega um casaco.

- O tempo está ótimo, Hazz. Não vou precisar. - Sorriu torto e eu revirei os olhos. Teimoso.

Fomos até a sala, onde todos nos esperavam.

- Estamos prontos. - Louis avisou e eles pararam o que parecia ser uma discussão e nos encararam.

- Finalmente. Se demorassem mais um pouco eu jogava o Zayn pela janela. - Kathy reclamou e Niall gargalhou.

- Você não tem força nem pra levantar uma cadeira, maninha. - Zayn revirou os olhos e puxou Liam com a mão, subindo as escadinhas e sumindo das nossa vistas.

- O que aconteceu? - Perguntei para o novo casal e Niall riu.

- Zayn estava reclamando que eu não parava de beijar a Kat. - Saímos da sala, passando pelo espaço que criamos como "lugar para estudar", indo pela parte que separava a cozinha tipicamente americana da pequena sala de jantar - que nunca havia sido usada, já que comíamos tudo na própria cozinha ou sala -, e finalmente saindo do apartamento, percebendo que Zayn e Liam já não estavam ali.

- Imagina quando seu irmão tiver uma filha. A menina não vai poder respirar do lado de ninguém. Acho que nem de animais, por que ele vai pensar que ela gosta de zoofilia. - Louis riu, encostando a cabeça no meu braço ao que entramos no elevador.

- Que horror, Louis! - Kathy fez uma expressão chocada.

- Eu sei! Eu vi um vídeo que o cara transava com uma galinha. Bem bizarro. - Louis fez uma careta e eu lhe lancei um olhar estranho.

- Louis, o que você fica fazendo na internet? - Niall e Kathy riram e Louis apenas deu de ombros.

- São aqueles vídeos estranhos que fazem fama no youtube! Já viu aquele que a menina está dançando e quebra um forninho? Eu vi ele legendado, por que é brasileiro e nossa, muito engraçado! - Balancei a cabeça em negação e me perguntei porque Louis era assim.

Chegamos no salão principal e saímos do prédio, encontrando Liam e Zayn parados em frente ao carro do Liam, nos esperando. O carro de Kathy estava ali, ao lado da moto de Louis.

- Finalmente vocês desceram. Vamos logo ou não iremos conseguir comprar os ingressos pra essa sessão. - Zayn reclamou e Liam revirou os olhos.

- Você não era assim. O que aconteceu com o Malik calmo e da paz? - Louis zombou e Zayn fez um bico, cruzando os braços.

- Para com isso, Louis.

- Louis, você está magoando uma princesa. - Kathy provocou e o irmão mostrou o dedo do meio pra ela.

- A única princesa aqui é o Harry!

- Mas eu fui o único que não disse nada. - Me defendi e Niall e Liam gargalharam.

- Não liga pra ele, babe. Vem. - Louis me puxou e se sentou na moto, me sentei atrás dele e coloquei o capacete, enlacei meus braços em volta do seu quadril e alguns minutos depois estávamos andando pelas ruas de Londres á caminho do shopping.

O tempo estava fresco, nem tão frio e nem tão calor. Era começo de noite, por isso era um milagre não estar menos um milhão de graus. O vento gelado batia em minhas mãos e eu tenho certeza que Louis deveria estar ficando com frio por estar usando regata. É um teimoso mesmo, devia ter pegado um casaco quando eu disse.

O shopping não era tão longe e em vinte minutos já havíamos chegado, parados numa fila pequena esperando para comprar os ingressos do filme.

- Gemma já deve ter visto esse filme um milhão de vezes. Do jeito que ela ama a Angelina Jolie. - Comentei e os meninos riram.

- Sempre vejo um milhão de vezes os filmes que gosto. A gente podia assistir A Culpa é Das Estrelas depois, né? - Kathy sorriu esperançosa e todos negamos.

- Já vimos ele na estréia, com um milhão de meninas chorando e ainda quase fomos agredidos pelas pessoas, por que o idiota do seu irmão gritou que o Augustus morria no final. - Louis bufou e eu ri lembrando da cena épica de semana passada.

- Foi tão legal. - Zayn riu.

- Isso porque você me acusou, idiota. - Niall cruzou os braços e fez um bico.

- Desculpa, Nialler. Mas ninguém ia te matar quando vissem que você é irlandês.

- Preciso lembrar de não assistir filmes desse gênero com vocês. - Kathy riu.

- Próximo. - Uma mulher falou um pouco alto e Liam foi na frente, pedindo seis ingressos para Malévola. A mulher pediu nossa carteirinha de estudante e entregamos para ela. - Nessa tela estão os lugares que vocês podem escolher. Os verdes são os disponíveis e os cinzas já estão ocupados.

- Vamos ficar na ultima fileira. - Zayn disse.

- Não tem lugar pra todo mundo na ultima, vamos ficar nessa. - Louis apontou para uma fileira do meio.

- Não, olha ta muito na frente e sempre algum gordo senta na minha frente. Vamos ficar nessa então. - Zayn apontou para uma fileira que ficava do lado da escada.

- Não vamos sentar ai! As pessoas vão entrar e sair e não vamos conseguir ver o filme. - Louis reclamou.

- Senhores, por favor, escolham logo o lugar, a fila está crescendo. - A mulher disse educada.

- Olha, se eu quiser ficar aqui até amanhã escolhendo o lugar, eu fico! To pagando pra isso! - Zayn bufou e Louis concordou com ele.

- Mas, senhores..

- Não tem nada de senhores não! A gente não é velho! Só o Harold aqui. - Zayn apontou pra mim.

- Mas o meu nome não é...

- Ei, menino, nunca te ensinaram a não xingar os idosos? - Um senhor careca que estava do nosso lado se intrometeu, me interrompendo.

- Desculpa, mas o que? - Liam arregalou os olhos.

- Seu namorado me chamou de velho, rapaz! - O senhor disse.

- Não, eu chamei o Harold de velho. - Zayn revirou os olhos.

- Pois então! Eu me chamo Harold! - O senhor cruzou os braços e Niall começou a gargalhar junto com a namorada.

- Senhores, os lugares. - A mulher disse.

- Moça, você não ta vendo que estamos numa discussão aqui? Então, eu estava falando do nosso Harold, não de você Harold. - Zayn sorriu constrangido.

- Meu nome não é Harold! - Reclamei.

- Ah, entendi. - O senhor disse ao mesmo tempo que eu.

- Cala a boca Harold. - Zayn disse e o senhor arregalou os olhos.

- Não mande os mais velhos calarem a boca!

- Porra, eu to falando com esse Harold! Não com você Harold, com o outro Harold. O Harold não Harold. - Zayn explicou e até Niall parou de rir, franzindo os sobrancelhas enquanto encarávamos Zayn com uma expressão confusa.

- Vou embora daqui antes que você me passe essa loucura. - O senhor se afastou balançando a cabeça.

- Tchau, Harold! Foi um prazer te conhecer! - Niall se despediu sorrindo alegre e eu bati uma mão contra a minha testa, me perguntando porque ninguém ali era normal.

- Então, os lugares...? - A mulher parecia estar prestes a perder a paciência. Coitada.

- Certo, vamos ficar aqui. - Zayn apontou e Louis reclamou de novo que aquele era um lugar péssimo. Eu estava quase me intrometendo, quando a mulher do caixa surtou.

- EU TRABALHO O DIA INTEIRO NESSA PORCARIA DE LUGAR, AGUENTANDO TODOS TIPOS DE PESSOAS, RESPONDENDO ATÉ AS PERGUNTAS MAIS ÓBVIAS E NUNCA RECLAMO, MAS VOCÊS SÃO MALUCOS! NUNCA PENSEI QUE IA FALAR ISSO, MAS OLHA, EU DESISTO! NÃO PRECISO DESSA MERDA DE EMPREGO, SABE POR QUÊ? PORQUE MEUS PAIS TEM VÁRIOS EMPREGOS! - Ela gritou e jogou o boné vermelho que vestia no chão, saindo da sua cabine e gritando com todos que olhavam para ela.

Todos ficaram em silêncio, apenas trocando olhares e com medo de falar algo. Um cara apareceu no lugar dela e se desculpou conosco.

- Bom, os senhores já escolheram o lugar? - Ele sorriu simpático.

- Na verdade, não. - Zayn disse e antes que ele e Louis abrissem a boca pra começar uma discussão eu me intrometi escolhendo a fileira que ficava um pouco acima do meio.

- Mas..

- Mas nada! Cala a boca! A gente já chamou muita atenção! - Grunhi e ele apenas ficou quieto.

- Aqui, tenham um boa sessão. - O cara sorriu e não entregou os ingressos. Liam pegou eles e quando demos as costas para o caixa, todos na fila começaram a bater palma e agradecer por finalmente termos comprado.

Credo. Que povo ignorante.

- Seus ridículos! Tomara que o sistema pare de funcionar e vocês não consigam comprar nada! - Zayn gritou e Liam puxou ele.

- Amor, pelo amor de Deus, não arranje mais confusão com as pessoas. - Liam acariciou as costas dele.

- A gente vai comprar pipoca né? - Niall pulou animado e Kathy concordou.

- Tudo bem, mas eu vou entrando com o Zayn antes que ele arranje briga com alguém da fila. - Liam avisou e os dois foram abraçados até o cara que pegava os ingressos e indicava onde ficava cada sala.

A fila por sorte não estava grande e conseguimos comprar nossas guloseimas sem nenhuma confusão. O cara que nos atendeu era absurdamente lerdo e agora corríamos com um monte de comida na mão até a sala do cinema, pois a sessão já havia começado.

- Merda, derrubei a pipoca! - Niall reclamou e Kathy continuou puxando ele, até que ouvimos o barulho de alguém caindo e quando olhei para trás, tinha um casal caído aonde o Niall havia derrubado a pipoca. Eu e Louis trocamos um olhar e começamos a rir.

Corremos rindo, pouco nos importando se estávamos derrubando a pipoca no chão, enquanto ouvíamos o barulho das pessoas caindo no chão. Definitivamente, a cena mais engraçada de todas.

Entramos na sala rindo alto e logo todos mandaram a gente calar a boca. Subimos as escadas e conseguimos encontrar Liam e Zayn, então sentamos nos nossos lugares sem nenhum problema, já que não tinha ninguém na nossa fileira.

- Finalmente! A sorte é que ainda está nos trailers! - Liam sussurrou e eu passei um balde de pipoca e um refrigerante grande pra ele, que dividiria com Zayn.

Louis levantou o braço das poltronas e seu braço foi direto para os meus ombros, me aconcheguei em seus braços e esperei pelo fim dos trailers.

É claro que a palavra silêncio e normal não se enquadra no nosso dicionário, já que com meia hora de filme Zayn já estava reclamando sobre nem todo homem ser mentiroso e que o namorado dele era um exemplo disso. É claro que mandaram ele ficar quieto e acho que Liam tomou conta do silêncio dele.

Agora estava na cena em que Malévola vê a Aurora ainda bebê naquela casa abandonada, ela havia acabado de chamar a bebezinha de "praga" e todos riram.

- Por que ela pode chamar a menina de de praga e eu não posso chamar meu filho de feto? - Zayn reclamou em alto tom e algumas pessoas riram.

- Zayn, não vamos discutir sobre isso de novo. - Liam disse.

- Olha, ela é tão fofa! Oh meu Deus! Eu quero uma filhinha assim. - Kathy suspirou apaixonada.

- Nós iremos ter várias assim ou até mais fofas. - Niall falou um pouco mais baixo que ela, mas Zayn conseguiu ouvir.

- Vocês dois deveriam ter sentado do meu lado, Liam, vamos mudar de lugar. - Zayn levantou e as pessoas que estavam atrás de nós começaram a reclamar.

- Zayn, senta. - Liam o puxou e ele bateu o pé.

- Vamos trocar de lugar com o Harry e o Louis!

- Nem vem, não vou sair daqui. - Louis respondeu e eu senti pipocas voando na nossa cabeça.

- Ei, façam silêncio! Tem gente querendo ver o filme. - Um homem reclamou e todos da sala concordaram com ele.

- Eu comprei os ingressos, o dinheiro é meu e eu faço o que eu quiser. - Zayn respondeu, jogando pipoca em quem quer que tenha jogado na gente. Afundei meu corpo mais na cadeira e me escondi em Louis.

- Escuta aqui princesinha, senta ai com seu namorado e fica quieta! - O mesmo cara respondeu e eu virei o rosto no momento exato em que Zayn arremessou o balde de pipoca em alguém.

Me digam que isso não ta acontecendo.

- Quem é princesinha agora, babaca? - Zayn riu e todo o cinema agora mandava os dois calarem a boca. Até que um cara com uma lanterna subiu as escadas e parou entre a nossa fileira e a do cara brigão.

- Senhores, sentem-se em seus lugares ou terei que expulsa-los daqui. Vocês estão atrapalhando o lazer dos outros! - O cara reclamou e Liam puxou Zayn para o seu lado, abraçado o namorado e o beijando. Que eles fiquem se beijando até o fim do filme.

Todos começaram a bater palmas para o lanterna e eu acabei rindo junto com Louis. Que loucura.

-x-

Estávamos andando em uma parte onde tinham várias crianças brincando, era tipo um playground, só que dividido em uma parte com coisas do Max Steel e a outra com coisas da Barbie. Eu e Louis apontávamos para os pequenos mais fofos e sorriamos.

- Meu Deus, quantos fetos! - Zayn gritou e todos os pais que estavam no local pararam o que estavam fazendo para nos encarar.

- Zayn, são crianças, não fetos. - Katherine sussurrou constrangida, sorrindo sem graça para os pais das crianças.

- Eles em algum momento foram fetos dentro da barriga de alguém, certo?

- Na barriga de uma mulher, Zayn.

- Não! Você não sabe se algum desses fetos foram concebidos por um homem. Sabe? Não sabe! Eu assisto vários programas e alguns homens já geraram fetos. - Zayn cruzou os braços e Louis escondeu o rosto no meu peito, rindo baixinho, seu corpo enviando vibrações para o meu.

- Zayn.. Pelo amor, fala baixo. Se algum pai se estressar com você eu não vou fazer nada. - Katherine suspirou e Niall a abraçou, deixando um beijo nos cabelos dela.

- Se estressar por quê? Até parece que eles não sabem que os filhos deles são fetos. - Zayn bufou e Liam puxou ele para seu corpo, beijando-o. Ótima forma de fazer ele calar a boca.

- Obrigada Deus, por inventar o Liam. - Kathy ajuntou as mãos em sinal de oração e olhou para o teto, como se estivesse agradecendo aos anjos.

- Ele ta com algum problema hoje, não é possível. - Comentei e Louis concordou, deixando um beijo rápido nos meus lábios. Senti alguém cutucando minha perna e olhei para baixo, me deparando com um menininho loiro e uma menininha morena. Eles deveriam ter no máximo quatro anos e eram extremamente adoráveis.

- Moço, vocês são namolados? - A menininha perguntou com um sorriso fofo e eu e Louis nos abaixamos.

- Sim, docinho. Por quê? - Sorri e ela cutucou minha covinha, rindo.

- A gente também tem dois papais! - Ela sorriu largo e eu senti que meu sorriso ia rasgar meu rosto. Deus, que menina fofa!

- Sério? E onde eles estão? - Perguntei e olhei para o lado, sorrindo mais - se é que isso é possível - ao ver Louis segurando o loirinho em seus braços. Oh meu Deus.

- Eles foram comprar sorvete! Eu sou a Barbie! - Ela respondeu, girando como se fosse uma modelo.

- Eu percebi. Você é mais bonita que a Barbie, se quer saber. - Pisquei e suas bochechinhas ficaram vermelhas.

- Pepi, ele disse que sou mais bonita que a Barbie! - Ela cutucou o irmão e ele sorriu.

- Você é a mais bonita de todas. - O irmão disse e ela apertou o ursinho que estava em seus braços, sorrindo envergonhada.

- Qual seu nome? - Perguntou pra mim.

- Me chamo Harry! E o seu, bonequinha?

- Eu sou a Melanie. Meu irmão é o Pedro, mas eu chamo ele de Pepi.

- É um prazer conhecer vocês dois. Meu namorado se chama Louis. - Apontei para o Lou que apenas piscou pra garotinha, sorrindo.

- Vocês são tão bonitos! Meus papais também são lindos! - Abri a boca para perguntar algo, mas fui interrompido por dois homens que chegaram pareciam afobados.

- Melanie! Pedro! Crianças, vocês me mataram de susto. - Um homem alto e forte se abaixou, puxando a filha para os braços dele e suspirando aliviado. Ele levantou o rosto e me olhou curioso, assim como o outro que estava ao seu lado - provavelmente seu marido -.

- Espero que eles não tenham incomodado vocês. Desculpem. - O homem disse e Pedro pulou do colo de Louis e correu para os braços do pai.

- Que isso, não incomodaram. Seus filhos são lindos e muito amáveis. - Respondi educado e me levantando, os três repetiram meu movimento e Louis me abraçou de lado, descansando a cabeça em meu peitoral.

- Obrigado. Eles são bem curiosos. - O que estava segurando Melanie sorriu divertido e eu concordei.

- Realmente. Mas são uma graça. - Melanie sussurrou algo no ouvido dele e ele riu.

- Pergunta pra eles, filha.

- Vocês querem brincar com a gente? - Ela sorriu inocentemente e piscando aqueles grandes olhos castanhos. Eu e Louis trocamos um olhar e sorrimos.

- Claro! - Louis respondeu e eles sorriram felizes, pulando do colo dos pais e nos puxando para uma parte de brinquedos.

Logo Zayn, Liam, Katherine e Niall se juntaram a nós e ficamos igual crianças brincando com eles. Era bom esses momentos. E, por aquela hora, eu havia esquecido que no dia seguinte teria uma "reunião" com Nicholas.

-x-

Sexta-feira passou num piscar de olhos. As aulas na faculdade foram rápidas e quando dei por mim, estava voltando da academia com os meninos e contando a desculpa que tinha inventando com Katherine.

- Ela quer ajuda para comprar uma coisa e disse que entre todos vocês, eu sou o único que não abriria a boca pra contar o que é e pra quem é. - Dei de ombros, tentando parecer o mais indiferente possível.

- Tudo bem, mas onde vocês vai ir? - Louis perguntou e eu respondi que não sabia, mas que provavelmente era no shopping.

Eu estava um pouco nervoso, na verdade. Katherine estava totalmente tranquila quando chegou no nosso apartamento, iríamos no carro dela e nos encontraríamos com Nicholas em um restaurante de pessoas que nadavam no dinheiro. É claro que eu aceitei, mas só por que ele disse que iria pagar tudo. Ele parecia ansioso e um pouco temeroso sobre a entrevista, por isso escolheu aquele restaurante, pois lá teríamos privacidade para conversar sobre qualquer coisa.

Me despedi de Louis e dos meninos e eles pareciam acreditar totalmente na gente. Louis e Niall continuaram jogando algo que eu não entendia, enquanto Liam e Zayn estavam abraçados no sofá comentando sobre o jogo e vendo algo no celular.

Quando me sentei no carro de Kathy, soltei todo o ar que estava segurando e liguei o rádio, tentando esquecer a todo custo de que estava mentindo para o meu namorado. Eu não gostava de mentir. Mas dessa vez era por uma boa causa. Então eu tinha que manter a droga da calma.

- Tem certeza que está bem? Você ta meio pálido. - Kathy olhou rapidamente para o meu rosto e eu assenti, virando o rosto para a janela que estava aberta e sentindo o vento bagunçar meu cabelo.

O caminho até o restaurante foi um tanto longo, por ficar longe da faculdade e mais próximo da parte nobre de Londres. Diferente de ontem, a noite estava bem fria, o que tinha me obrigado a colocar minha jaqueta jeans que Louis vive usando.

Kathy parou o carro na entrada e um carinha veio na nossa direção, nos cumprimentando e pedindo pela chave, para que ele pudesse estacionar o carro dela no estacionamento do restaurante.

- A última vez que fui num restaurante assim, foi há um ano e meio, quando meu pai avisou que ia estava noivo da Anna. - Kathy comentou, enquanto entravamos no restaurante.

- Nunca entrei em um restaurante assim. - Disse - Seu pai já casou?

- Não, na verdade, o casamento dele está chegando, eu acho. Lembro que ele tinha marcado pra esse mês. - Ela fez uma expressão pensativa e eu passei os olhos pelo ambiente.

Era tudo tão calmo e tranquilo. Não tinha muitas pessoas ali, e as que tinham eram aparentemente ricas demais para ao menos rir. Todos com expressões serias e no máximo esboçavam um mínimo sorriso. Povo estranho.

- Boa noite senhor e senhorita. - Um homem que deveria ter a idade do Mark apareceu, segurando uma prancheta e nos fitando educadamente. - Posso saber o nome da reserva dos senhores?

- Viemos nos encontrar com Nicholas Grimshaw. A reserva está nesse nome. - Kathy respondeu e seus olhos brilharam.

- Oh, claro. Os convidados do Sr. Nicholas. Me acompanhem, por favor. - Ele começou a andar e eu é Katherine nos entreolhamos, dando de ombros e caminhando atrás dele.

Chegamos no fundo do restaurante, numa ala que parecia ser privada, já que tinha uma grande porta de vidro que a isolava de todo o restaurante. O homem que nos atendeu abriu ela e nos indicou para que entrássemos.

- Sr. Nicholas, seus convidados chegaram. - Ele disse e um homem que estava de costas para nós se levantou e virou o corpo, nos olhando com um sorriso amigável no rosto. Ele tinha uma cicatriz na testa, cabelos pretos, barba ralé e tinha o mesmo tom de pele que o meu.

- Obrigado, Mike. - Nicholas sorriu para o homem que apenas assentiu, se despedindo de nós e saindo da sala. - Bom, sentem-se! É um prazer conhecê-los! Você deve ser o Harry, certo? A doce Katherine me disse sobre seu amigo que estava ajudando-a no trabalho. - Nicholas estendeu a mão para mim e nos cumprimentamos, pegando a mão de Kathy logo em seguida e deixando um beijo nela.

- O prazer é todo nosso, Nicholas. Vejo que esse é realmente um lugar isolado para nossa conversa. - Kathy sorriu amigável e ele concordou, indo se sentar em volta de uma mesa redonda. Eu e Katherine nos sentamos de frente pra ele.

- Faz muito tempo que não converso com alguém dessa forma. A última vez foi a alguns anos atrás. - Ele fez uma careta e balançou a cabeça, sorrindo. - Fiquei surpreso com a ligação.

- Bom, como você disse, faz um bom tempo que não vejo seu rosto em entrevistas e coisas assim. Sempre admirei seu trabalho e estou bem curiosa sobre tudo. - Kathy deu aquele sorriso de que sabia do que estava falando e eu agradeci mentalmente a ela por estar falando. Já que eu havia perdido a voz, de tão nervoso que estava.

- Obrigado, querida. Você é tão educada quanto demonstrou pelo celular. Eu pedi um champanhe para nós, mas vamos começar isso. Estou um pouco ansioso. - Nicholas sorriu e Katherine assentiu, trocando um olhar comigo e pegando um gravador que estava na sua bolsa, junto com um bloco de notas e uma caneta.

Começamos com as perguntas que havíamos combinado, nome inteiro, idade, hobbie, no que trabalhava atualmente e mais um monte de coisa sem importância, até chegarmos nas perguntas que realmente nos interessavam. Katherine havia dominado toda a "entrevista", sorrindo e fazendo comentários sobre as coisas. Agora era a minha vez de perguntar o que realmente interessava.

- Bom, você disse que trabalhou durante cinco anos no jornal local de Londres, então após um acidente passou a trabalhar em casa, largando a ala criminal e apenas relatando notícias sobre famosos e futebol. - Comecei e ele assentiu, bebendo um gole da sua segunda taça de champanhe - Por que exatamente parou de trabalhar com crimes?

- Bom.. - ele engoliu em seco e suspirou - Eu tive um problema com um... Cara. Denunciei ele pra polícia e, obviamente, ele foi preso. Mas, parece que ele conseguiu se livrar da prisão após dois meses, pagando a fiança e como vingança, mandou seus amigos me baterem.

- E como você sabe que eram amigos dele? - Perguntei e ele suspirou.

- Eu estava saindo do trabalho, já era bem tarde e meu chefe havia pedido para que eu fechasse o trabalho. Estava quase entrando no carro, quando quatro caras me puxaram e começaram a me bater. A última coisa que eles disseram foi "não abra mais a boca sobre o seu irmão, ou faremos coisa pior". Obviamente eu não abri a boca. - Nicholas fez uma careta e eu arregalei os olhos.

- Seu irmão?! Patrick é seu irmão? - Perguntei em um sussurro e ele riu triste.

- Então ele está realmente usando Patrick como nome? Eu procurei por ele, mas não achei nada, foi como se ele tivesse morrido. Então fui aonde nós morávamos e o encontrei na porta de casa, rodeado de pessoas que o chamavam de Patrick. - Nicholas olhou para o seu prato e então nos encarou desconfiado - Mas como sabem sobre isso? Quero dizer, como sabem que o nome dele é esse, sendo que eu não mencionei?

- Estudamos com ele. Não o mesmo curso, mas a mesma universidade. - Expliquei e decidi abrir o jogo com Nicholas, ele parecia ser uma boa pessoa que nos ajudaria - Olha, eu também já esbarrei com seu irmão alguns anos atrás. Ele me ameaçou caso eu contasse que havia o visto com drogas, dinheiro e armado. Claro que eu fiquei com medo e não disse nada. O problema é que agora o reencontrei e ele é amigo do meu namorado. No começo ele me ameaçou novamente, mas do nada, nessa última semana, disse que estava arrependido e tem agido como se fossemos grandes amigos. - Soltei tudo de uma vez e ele arregalou os olhos.

- Estamos com medo dele. Acha que ele talvez possa estar, não sei, tramando algo? - Kathy disse e ele balançou a cabeça.

- Ele não era assim. - Nicholas suspirou - Olhem, vou contar pra vocês o que aconteceu e pelo que eu conheço meu irmão, o que ele pode estar querendo. Mas prestem atenção, pois não quero me envolver nisso.

- Claro. Sem problemas. - Respondi, me inclinando mais sobre a mesa e entrelaçando meus dedos no meu colo.

- Seu nome verdadeiro é Sky Grimshaw. Ele sempre odiou esse nome, por parecer de menina. A questão é que, Sky nunca gostou do que tinha. Ele sempre queria mais e invejava tudo o que os outro tinham. Quando criança, invejava os brinquedos, quando adolescente, passou a invejar os namorados. Ele sempre se revelou bissexual e isso nunca foi um problema para os nossos pais. Até o dia que Sky se envolveu com um cara bem mais velho. O nome dele era Jackson, vocês já devem ter ouvido falar. Era um bandido muito perigoso que acabou morrendo em um tiroteio com a polícia. Sky ficou arrasado e ele se transformou do dia pra noite. Passou a usar drogas e seguir os passos do ex-namorado, até o dia que nossos pais o expulsaram de casa. Eles já estavam cansados das merdas que meu irmão fazia. Isso pareceu apagar o resto de humanidade que existia em Sky e, dentro de poucos meses, ele já havia ocupado o lugar do Jackson. Roubava por prazer e, eu nunca soube, mas provavelmente traficava drogas. Eu era o único da família que ainda falava com ele. Apesar de tudo, ainda tinha esperança de que meu irmãozinho fosse melhorar, sabe? Eu o amava. Quando amamos alguém, fazemos o possível e impossível para ajudá-la. Eu queria vê-lo longe desse mundo. - Nicholas bebeu um gole do seu champanhe e seus olhos ficarem mais tristes - Eu havia começado a namorar com um garoto que trabalhava comigo. Então Sky começou a aparecer na minha casa sempre, no começo eu pensava que era por minha causa. Até o dia em que eu cheguei do trabalho e o vi beijando meu "namorado". Aquilo foi o limite pra mim. Expulsei os dois de casa e nem tentei ouvir as desculpas de Sky, pois ele sempre soube mentir bem. Um ótimo ator, se querem saber.

- E como é. - Murmurei e ele sorriu triste.

- Eu estava tão cego pela raiva, que só percebi a merda que estava fazendo depois de voltar da delegacia e ter percebido que havia acabado de denunciar meu irmão por pose ilegal de arma e estar suspeitando sobre ele traficar drogas. Ele foi preso, conseguiu pagar a fiança e saiu. Ele praticamente sumiu do mundo e depois do recado amigável que os amigos dele me deram, eu o encontrei como outra pessoa. Sua aparência havia mudado, cabelo, estilo, estava com barba e usava lentes de contato. Não era mais Sky, meu irmão mais novo. Era esse tal Patrick estranho. - Nicholas terminou de falar e eu sabia que estava com os olhos tão arregalados que nem conseguia piscar.

- Nossa. Sinto muito por tudo isso, Nicholas. Deve ter sido péssimo passar por essas coisas sozinho. E os seus pais? O que eles falaram? - Kathy estendeu a mão e fez um carinho nos dedos dele.

- Meus pais faleceram um pouco antes de eu denunciar Sky. Mas eles obviamente estavam bem abalados por ver no que o filho estava se transformando.

- Você acha... Acha que ele está querendo ficar com o Louis? - Perguntei, meu coração acelerado e o medo presente em minha voz.

- É possível, Harry. Ele é invejoso e deve ter alguns parafusos a menos na cabeça.

- O que eu devo fazer?

- Não faça a besteira de o entregar a polícia, pois ele vai arranjar uma forma de se vingar. Você tem que ver até onde ele vai com esse fingimento. - Nicholas mordeu o lábio e encarou o teto por alguns segundos. - Posso te ajudar a encontrar algo sobre ele. Algo que vá realmente deixa-lo na prisão por muito tempo é que fiança nenhuma possa pagar.

- Tipo o que? Assassinato? - Kathy sussurrou e ele estremeceu.

- Não acho que meu irmão já tenha matado alguém.. Se bem que eu nem o conheço mais.. Eu só.. Vou ajudá-los, certo? Esse tal de Louis parece realmente ser alguém que você ama.

- Ele me ensinou o que é amar e me ajudou no momento que eu mais precisava. Louis foi o que ninguém nunca foi. Eu realmente o amo. - Admiti e ele sorriu.

- Posso ver isso nos seus olhos. Mas, por favor, não digam sobre mim para ninguém. Sky não pode sonhar que eu te conheço. Ele pode surtar se descobrir que estou de volta. E vocês não querem ver Sky surtando. Ninguém quer.

- Tudo bem. Obrigado, Nicholas. De verdade. Muito obrigado. - Sorri agradecido e ele deu um meio sorriso.

- Queria poder ter salvo meu relacionamento, mas aquele cara não merecia, de qualquer forma.

- Aposto que vai encontrar alguém legal, Nicholas! Aquele Mike parece gostar de você. - Kathy piscou e ele riu.

- Mike? Não... Somos amigos. - Sorriu sozinho e nos olhou - A propósito, me chamem de Nick.

-x-

Após as grandes revelações, jantamos um pouco mais tranquilos, mas um tanto nervosos. Começaríamos uma grande coisa agora e eu estava com medo de algo dar errado. Não posso perder o Louis e nem ninguém.

Quando nos despedimos de Nicholas, senti alguém nos observando. E quando olhei para trás, vi alguém estranho atrás da árvore nos encarando.

Não comentei nada, mas no caminho para casa perguntei para Kathy se ela tinha visto alguém estranho e ela disse que não. Não prolonguei o assunto sobre isso e tentei a todo custo não pensar em quanta merda podia acontecer com isso de investigar Patrick. Ou Sky. Ou seja lá qual for o nome dele.

Katherine iria dormir conosco hoje, já que Jenny tinha ido passar o final de semana com pais. Eu havia acabado de pisar na sala, quando um corpo pequeno me abraçou e eu quase tombei pra trás.

- Você voltou! Eu senti saudades! - Louis disse animado e encheu meu rosto de beijos. Naquele momento foi como se toda as informações tivessem evaporado do meu cérebro e eu só conseguisse pensar no meu babe me beijando.

- Se toda vez que eu sair for recebido assim, irei sair mais vezes. - Brinquei e ele riu.

- Compraram o que precisavam comprar? - Perguntou sorrindo e eu confirmei, abraçando-o e caminhando até o sofá, caindo em cima dele.

- Tenho novidades. - Zayn disse e eu virei o rosto, o olhando, enquanto o pequeno corpo abaixo do meu me abraçava forte.

- Diga! - Kathy falou.

- Não é tão novidade assim, mas... O casamento do nosso pai é no próximo sábado. - Zayn disse e Katherine gritou.

- Eu sabia que era esse mês! Mil vezes porra, eu ainda vou ser a droga da daminha de honra! - Ela reclamou e nós começamos a rir.

- Onde vai ser? - Perguntei.

- Bradford. Eles alugaram um salão que tem um lago particular. Bem legal. - Zayn disse com uma voz estranha e Liam riu.

- Vocês irão, certo? - Kathy nos olhou.

- Não sei. Sim? Nunca fui pra Bradford. - Comentei e Louis mordeu minha bochecha. - Ouch.

- Quer saber? Estou louco pra ver você de terno e todo formal. - Louis sussurrou no meu ouvido e eu sorri.

Talvez o sol apareça no meio de toda a tempestade. E, com essa família, acho que o sol sempre vai dar um jeito de brilhar.

--------------xx-------------------xx-------------

Então, uou, muitas revelações, uh? Espero que não tenham ficado confusos e se tiver algo que não entenderam ou que não ficou bem explicado, me digam, ok? Hm.. quero lembrar que toda a fanfic já tinha um planejamento, quando eu comecei a escrever, eu pensei no meio, começo e fim da história e na ''lição'' que o Harry iria aprender com tudo o que aconteceu depois de reencontrar o Louis e ter essa.. ''nova'' família. Só falando isso pra que vocês não achem que, sei la.. vocês podem achar algo e eu não sei o que seria esse algo. Enfim, sou confusa. Uh.. babes, obrigada por continuarem votando e comentando! Porra, eu falo isso todo capítulo, mas não me canso de agradecer cada um de vocês que votam, comentam e conversam sobre a fic. Acho super engraçado quando recebo ameaças pra atualizar ela (que tipo de pessoa ri com ameaças? Deus, sou um caso perdido).. anyway, obrigada mesmo por serem leitores tão lindos! Esse capítulo dedicado é para as lindinhas @zainfl0w, @larryinocente (Uh, ela escreve Unholy, já leram?), @ninfatomlinson, @putarialarry, honeyslouis, andreia_rodrigues, whyhemy, larryncubada, kahlarry e eu acho que é só (mentira, tem mais gente, mas vocês sabem que eu sou lerda e sempre me atrapalho com nomes).. enfim, obrigada a todas (os) vocês, T O D A S (OS)!

Ah, lembrei, eu vi algumas pessoas reclamando sobre Harry tops (hehe), relaxem a ppk que não vai ser Harry tops até o final da fic, mas lembrem que na vida real, deve ser bem mais Harry tops atualmente do que Louis. Enfim, é só isso que eu tinha pra falar, rs...

Espero que não queiram me matar por falar demais. Amo vocês <3

p.s. faz um bom tempo que to tentando publicar essa bosta de wattpad não deixa!

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