Perseguindo Estrelas

By Lay_Freire

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Harry e Isabella eram amigos inseparáveis desde crianças, dividiam a mesma barraca no quintal à noite para ad... More

INFORMAÇÕES
BOOKTRAILER
EPÍGRAFE
DEDICATÓRIA
PRÓLOGO
CAPÍTULO UM
CAPÍTULO DOIS
CAPÍTULO TRÊS
CAPÍTULO QUATRO
CAPÍTULO CINCO
CAPÍTULO SEIS
CAPÍTULO OITO
CAPÍTULO NOVE
CAPÍTULO DEZ
CAPÍTULO ONZE
CAPÍTULO DOZE
CAPÍTULO TREZE
CAPÍTULO QUATORZE
CAPÍTULO QUINZE
CAPÍTULO DEZESSEIS
CAPÍTULO DEZESSETE
CAPÍTULO DEZOITO
CAPÍTULO DEZENOVE
CAPÍTULO VINTE
CAPÍTULO VINTE E UM
CAPÍTULO VINTE E DOIS
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
CAPÍTULO VINTE E CINCO
CAPÍTULO VINTE E SEIS
CAPÍTULO VINTE E SETE
CAPÍTULO VINTE E OITO
CAPÍTULO VINTE E NOVE
CAPÍTULO TRINTA
CAPÍTULO TRINTA E UM
CAPÍTULO TRINTA E DOIS
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
CAPÍTULO TRINTA E SEIS
CAPÍTULO TRINTA E SETE
CAPÍTULO TRINTA E OITO
CAPÍTULO TRINTA E NOVE
CAPÍTULO QUARENTA
PERSEGUINDO ESTRELAS
EVOLUÇÃO DAS CAPAS
AGRADECIMENTO+SEGUNDO LIVRO

CAPÍTULO SETE

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By Lay_Freire

Na manhã seguinte antes de entrar na sala onde fazemos as aulas de teatro passei sorrindo por Harry duas vezes, no meu íntimo esperava que ele viesse falar comigo. Mas Harry nem deu bola pra mim. Ele estava olhando algo dentro de uma pasta azul, ou fingindo que estava. Eu só não entendia porque Harry age como se quisesse me ignorar e porque eu fui abrir minha boca para Kim sobre ontem a noite.

— Não vai falar com seu amigo? — Kim cochichou ao meu lado. — Olha ele ali.

— Para de apontar Kim. — Falei e tentei me defender com a primeira desculpa que veio a cabeça. — Eu não vi ele ali.

— Como não viu? — Detesto quando ela faz esse tipo de pergunta afiada. — Ele é o único cara gostoso daqui.

Por reflexo olho na direção onde Harry está parado. Ele não está muito longe de nós duas, o que me dava coceira na cabeça só de pensar que ele podia ouvir nossa conversa. Pode até ser paranoia minha, mas Harry pode ter visto Kim apontar o dedo pra ele. Harry meio que concordou com a cabeça com que Kim havia dito. Disposta a mudar o clima do corredor quase palpável entreguei á Kim a carta que recebi ontem.

Kim franziu a testa olhando desconfiada para o papel.

— O que é isso?

— Leia.

— Tem certeza que devo ler isso?

— Tenho, sim. Pode ler.

Pelo menos agora Kim tem com o que se ocupar. E por enquanto eu estava livre de seus comentários maldosos.


★★★


Acabei me atrasando para a aula que eu mais temia na minha vida, pois Kim me encheu de perguntas no corredor. Até Harry passou por nós duas, sorte que não estávamos falando dele no momento. Quando Kim e eu entramos na sala os alunos estavam sentados em círculo, num silêncio absoluto nos encarando com expressões sérias. Eu, a dois passos atrás de Kim, estava com as mãos suadas. Depois de alguns segundos a Sra. Benson se pronunciou, nos revelando que tudo isso havia sido um teste combinado para evitarmos não nos atrasar novamente.

Soltei o ar aliviada e me sentei ao lado de Kim, no chão.

A Sra. Benson usava um lenço multicolorido amarrado no pescoço. E essa manhã ela me deixou traumatizada com os exercícios que passou. Todos os alunos estavam sentados no chão e, juro que quando Kim ao meu lado esticou as pernas e tocou a ponta dos pés com os dedos das mãos consegui ouvir todos os CREC' S dos ossos dela estalando.

— Tem certeza que precisa de tudo isso? — sussurrei para Kim.

— Lógico. Eu posso travar aqui.

A Sra. Benson chamou nossa atenção então nos concentramos nos exercícios. Caminhar pela sala como se a própria fosse uma bandeja e nós (alunos) os copos que deveriam preencher todo o espaço; sempre olhar para o horizonte sem andar em círculos e tomar cuidado para não cair por cima de ninguém é mais complicado do que imaginei. A Sra. Benson bateu uma palma, quando isso acontecia era nossa deixa para acelerar os passos, eu já estava quase correndo.

— PAREM. — A Sra. Benson falou alto.

Então todos os alunos na sala viraram estátuas.

Eu estava cansada, meu cabelo soltou da presilha e eu queria coçar o nariz, mas não dá, virei estátua. Quando voltamos  a nos movimentar a Sra. Benson mandou que refizéssemos todo o percurso da caminhada de costas. Ainda consegui realizar a façanha de esbarrar em quatro pessoas.

Enfim, suei.


★★★


Estava chovendo quando sai da escola, e mesmo usando luvas quentinhas eu sentia meus dedos congelarem (por causa da maldita abertura bem na frente do volante que simplesmente se recusava a fechar) enquanto dirigia pelas ruas em direção ao Madelyn' s Diner na Huron Street, pois Kim queria mais tempo para poder se maquiar dentro do carro. Meu queixo caiu quando Kim virou para mim mostrando o delineado perfeito que ela fez nos olhos.

Kim se parece com aquelas bonecas de plástico, não possui espinhas no rosto e  a maquiagem impecável se destacando pelo batom rosa e pelo excesso de máscara de cílios só confirmava que ela era digna de ser modelo de capa da Vogue. Magra ela já é, as vezes até penso que ela pode quebrar.

— Adivinha quem tem um encontro hoje?

Kim se remexeu inquieta no banco procurando algo na bolsa bege de franjas. Era um perfume, o líquido rosa estava pela metade.

Fingir pensar um pouco e falei:

— Sua avó?

— Não, boba. Sou eu. — Kim soltou um gritinho eufórico. — Olha só, eu tirei uma foto dele.

Eu não olhei, estava mais focada na estrada molhada pela qual os pneus do Besouro deslizavam sem cerimônia para não provocar um acidente e matar a gente aqui mesmo. Tem tanta coisa que eu ainda gostaria de fazer, como namorar um menino lindo e inteligente. Tipo, Harry Schofield. Mas eu dei uma olhadinha na tela do celular quando o sinal fechou.

— Tirou como? — Perguntei sem conseguir esconder a pontada de curiosidade que caiu de repente sobre mim. Não é todo dia que Kim parece bancar a fotógrafa e tirar uma foto como essa.

— Eu disse para o Noah que eu estava fazendo uma matéria para o jornal da escola. — Kim falava satisfeita consigo mesma. — Sobre os alunos mais gatos da equipe de natação.

— Mas você nem faz parte do jornal da escola, Kim. — Eu disse.

— Eu sei disso. Mas ele não sabe.

— Olha, não sei não. Você já começou mentindo pra ele.

— Uma mentira ao meu favor. — Ela se defendeu. — Izza, olha isso. Ele nada, é gato, tá molhado, vai pra academia, tá usando sunga, tá molhado, é um moreno gostoso, e é um cara mais velho. Eu já falei que ele tá molhado? Quando eu vi o Noah saindo da piscina eu quis jogar ele ali no chão e chamar aquele cara de cama. Ele tá super pronto.

— Tá bom. — Eu disse. — Acho que preciso testar para ter certeza. — Brinquei.

— Ei. — Kim bateu de leve no meu ombro. — Ele é gostoso mas é meu. Então tira o olho.

— Foi mal. — Eu disse. — Isso estava na ponta da língua.

— Acontece. Eu não ligo, eu só consigo pensar em enfiar minha língua na boca dele.

— Vá em frente.

O sinal abriu.


★★★


Eu estava na varanda de casa conversando com a minha mãe algo que não me recordava direito (minha atenção estava toda voltada para o outro lado da rua). Eu nunca via Harry voltar pra casa, mas ainda assim eu esperava para vê-lo mesmo que fosse de longe. Meu pai saiu de dentro de casa e veio perguntar a minha mãe por que o macarrão que ele fez grudou. Ai eu parei de escutar, ele estava vindo. Não só, claro. Harry Schofield nunca voltava para casa sozinho e, foi ai que ele ignorou a menina com quem conversava para olhar na direção da minha casa como todos olham quando querem atravessar a rua em segurança; mas ainda assim eu prefiro me iludir achando que os olhos de Harry estavam me procurando inconscientemente. Meu coração acelerou e meus olhos arderam, os meus joelhos ficaram bambos. Vamos, olhe para mim. Sorria para mim, Harry. Mas ele não fez nada disso.

Então entrei em casa.

Durante a tarde fiz tudo o que eu podia fazer com a coordenação motora que me foi concedida: alimentei meu peixe, arrumei meu quarto, escondi o moletom de Harry na minha última gaveta do armário junto com meus cadernos da escola onde eu sabia que a minha adorável mãe não olharia. Fala sério, ultimamente minha mãe só tem assunto sobre o quão gratificante está saindo minha criação, por eu ter escolhido o curso de teatro. Depois de ajudar minha mãe a fazer macarronada com soja (porque isso é a única coisa que eu sei fazer na cozinha) e colocar os pratos para lavar dentro da máquina, me tranquei no quarto e li Como Grinch roubou natal de Dr. Sevss. Eu me virei como pude para tornar aquela tarde sem graça no mínimo interessante, o que não era tão impossível assim já que eu estava de olho na janela de Harry.

Por volta das 7:00 horas da noite meus pais saíram para comemorar o vigésimo primeiro aniversário da primeira vez que ele beijou minha mãe bem longe de mim. E eu fiquei esperando Kim chegar com notícias, só que não imaginei que ela tivesse levado um pé na bunda.

Espiei Kim por cima do livro e mandei a segunda xícara de café pra dentro. Kim estava jogada na minha cama enrolada com meu cobertor ridicularmente amarelo e assistia episódios antigos de Tom e Jerry. Boa, Izza. Belo passatempo para o seu Domingo. Maldito Noah McClain, que tinha que rejeitar Kim-sempre-rejeitada-Stewat justo hoje. Kim sabia sobre a fama dele. Mas ela escutou? NÃO! Ela não escutou. E agora eu tenho que me submeter a tortura que é ver Kim com "dores da alma".

— Você viu, Izza? — Kim esticou o pescoço e olhou pra mim, o nariz rosado e os olhos vermelhos devido as crises de choro. — Até o Tom consegue arrumar uma amor pra vida toda. Eu fiz tudo direitinho dessa vez, dei até uma de difícil.

— Como você define direitinho? — perguntei largando o livro sobre a cama.

Kim fungou e sentou-se na cama com as pernas cruzadas.

— Eu cheguei lá como a pessoa mais pura do mundo. Nós conversamos sobre coisas estúpidas, também. O gostoso do Noah perguntou se minha mãe não me deixava namorar. Ai perguntei porque. Ele me disse que nunca me viu com namorado. Ai eu disse que estava esperando a pessoa certa. Então ele sorriu e eu perguntei:  Por que tanto interesse? Por acaso você quer namorar comigo? Ai ele disse que não. Ai eu perguntei se ele tem namorada. Ele disse que não, e me beijou.

Kim falou tudo muito rápido e eu tive que me esforçar para entender o que ela dizia. Essa é uma das características dela, eu sabia e já estava acostumada. Kim sempre que estava irritada, nervosa, ou triste, falava alto demais e rápido demais. Teria sido hilário, se ela não tivesse tremendamente pra baixo.

Balanço a cabeça.

— Sinto muito. Queria saber a coisa certa para dizer, mas eu não sei.

— E tem mais. — Kim se mexeu na cama para abraçar os joelhos e apoiou o queixo neles. — Na hora de ir embora eu perguntei se ele não ia me dar nenhum abraço. Ele me abraçou como se eu fosse quebrar e saiu. Eu ainda chamei ele pra perguntar se a gente ia sair de novo mas o infeliz me ignorou. Acredita que ele nem olhou para trás?

— Você vai se recuperar Kim. E eu sei que você vai desfilar na cara dele de salto 18.

Eu tentei, juro que tentei anima-la. E quase me dei por derrotada quanto Kim puxou o choro pelo nariz de maneira nada educada para uma menina.

— Há! Quer saber? — Kim se empertigou toda, as mãos no ar se agitando enquanto ela falava. — Nenhum cara metido a gostoso, cheirosinho e arrumadinho vai me deixar pra baixo. Vamos mudar de assunto e falar sobre você Izza, e seu escritor predileto. O nosso querido P.E. — P.E é a assinatura que o cara misterioso deixou na última carta. — Quem você acha que é?

— Não sei. De verdade eu nem faço ideia. Não é como se eu fosse conseguir uma lista com todos os P.E do mundo e fazer eliminatória.

— Do mundo, não. — Kim me corrigiu. — Mas da escola a gente consegue. Tem o...

Seja lá o  que Kim fosse falar, ela parou quando alguém tocou a campainha.

Obrigada por terem lido
Espero que tenham gostado!

Ah, e não se esqueçam de comentar, adoraria saber o que acharam do capítulo.

Beijinhos de gliter meus amores 😘😘

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