Libertália: Raízes Piratas

By TssiaGomes

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🥇 1° lugar em ficção científica e geral no concurso Trick or Treat 🥇 1º lugar em fantasia no concurso Peque... More

☠ Personagens ☠
☠ Book Trailer ☠
☠ Prólogo ☠
☠ I - A taverna à beira-mar ☠
☠ III - Uma sentença precipitada ☠
☠ IV - Sangue na Estrela da Morte ☠
☠ V - Trezentos anos ☠
☠ VI - Perigos e explicações ☠
☠ VII - Sombras do passado ☠
☠ VIII - O diário de Kidd ☠
☠ IX - Declaração de guerra ☠
☠ X - À meia-lua ☠
☠ XI - Laço quebrado ☠
☠ XII - O outro lado da luz ☠
☠ XIII - Aliança tortuosa ☠
☠ XIV - Caos e companhia ☠
☠ XV - Interlúdio ☠
☠ XVI - Ritmo de fuga ☠ (Parte I)
☠ XVI - Ritmo de fuga ☠ (Parte II)
☠ XVII - Convite inesperado ☠
☠ XVIII - Despedida ☠
☠ XIX - Resolução ☠
☠ XX - Conferência ☠
☠ XXI - Má sorte ☠
☠ XXII - Traição ☠
☠ XXIII - Últimos ajustes ☠
☠ XXIV - O rato e a raposa ☠
☠ XXV - Um novo dia ☠
☠ XXVI - A batalha se inicia ☠
☠ XXVII - Abalo sísmico ☠
☠ XXVIII - Ruína ☠
☠ XXIX - A última esperança ☠
☠ XXX - Queda livre ☠
☠ XXXI - Vislumbre ☠
☠ XXXII - A profecia se cumpre ☠
☠ XXXIII - Santos ☠
☠ Epílogo ☠
☠ Notas finais ☠
☠ Prêmios ☠

☠ II - Conhecendo o perigo ☠

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By TssiaGomes

Por dentro, a taverna parecia bem maior que do lado de fora. Fedia a mofo e a peixe estragado e tinha teias de aranha por todos os lados. As janelas estavam fechadas e o local era iluminado apenas por alguns raios solares que entravam pelas frestas da madeira. Algumas mesas e cadeiras estavam meio quebradas, mas continuavam em sua disposição original e ainda podiam servir ao seu antigo propósito. Na extremidade oposta, o balcão toscamente talhado exibia algumas garrafas com a bebida pela metade, como se aguardando a volta de seu dono. A prateleira atrás do balcão estava cheia de tralhas, tudo com uma fina camada de poeira que ameaçava a rinite alérgica de Elisa. Mais acima, bem ao centro da parede, havia a pintura de um grande crânio negro de perfil com a mandíbula aberta, como se estivesse rindo ou fazendo uma careta de pânico, o que era difícil de decifrar, e uma ampulheta ao lado.

Elisa captou tudo isso em um segundo até localizar Henrique, que examinava a trinca de uma das janelas fechadas da parede lateral direita, e foi até ele decidida, cutucando-lhe o ombro com um pouco de força desnecessária. O garoto se virou com a ansiedade estampada na face, porém, quando seu olhar se cruzou com o dela, seu rosto contorceu-se em uma máscara nervosa.

— Você? O que faz aqui?

Elisa quase achou graça de seu espanto. Pelos seus cálculos, quem lhe devia uma explicação era ele.

— Ora, eu é que pergunto! O que está pensando? Esse lugar deve estar cheio de doenças...

Antes que ele pudesse responder, a porta que ficava ao lado do balcão e que Elisa não tinha reparado antes abriu-se, revelando a figura de um homem estranho. Somente então ela se deu conta de que a porta devia dar acesso à cozinha, surpreendendo-se ao constatar que o lugar não estava abandonado.

O homem deu um grito de pânico, deixando cair a panela que levava com um grande estrondo e derramando o caldo amarronzado pelo chão.

— Quem são vocês? Como chegaram até aqui? — ele arfava.

Tudo nele era muito estranho, desde suas vestes até o modo assombroso como os encarava. Parecia-se como uma figura saída de algum livro antigo de Alexandre Dumas. Tinha um corpo esguio e sua aparência suja e maltratada não combinava com a roupa, que outrora devia ter sido muito imponente, feita de um tecido nobre vermelho com botões e detalhes bordados em dourado. Era bonita, muito embora estivesse desbotada e rasgada em algumas partes da manga e da calça. Os longos e castanhos cabelos estavam amarrados para trás em um rabo de cavalo baixo e seus olhos verdes estavam arregalados, assustados com a intromissão daqueles dois jovens. Ele os olhava como se nunca tivesse visto nada igual e Elisa ficou intrigada com o modo que ele dissera sua última pergunta. Pelo que sabia, só existia um modo de entrar naquela taverna:

— Pela... porta?

Ela virou-se para Henrique e seus olhares se cruzaram em uma descrença mútua. O que significava aquilo tudo?

— Pelas barbas de Netuno! Olhem só para essas roupas — ele exclamava, os olhando de cima a baixo e gesticulando de forma exagerada enquanto se aproximava deles. — Vocês não deviam estar aqui, não deviam!

Elisa deu um passo para trás involuntariamente, tentando manter uma distância segura. Aquele homem a estava assustando.

— Acalme-se, senhor — tentou Henrique, erguendo a palma da mão para ele. — Só estamos explorando o lugar. O senhor é o dono dessa taverna?

A abordagem de Henrique o alarmou ainda mais, se é que isso era possível. As sobrancelhas ergueram-se no rosto, deixando os olhos ainda mais arregalados e ele ergueu uma colher de madeira que ainda segurava, apontando para os dois de forma intimidante.

— Não me faça perguntas! Isso aqui não é lugar para ser explorado — e baixando o tom de voz, olhou ao redor como se estivesse com medo de que alguém mais o escutasse. — Vocês têm que sair daqui imediatamente. Correm um risco terrível se ficar.

Por um momento, Elisa teve pena do sujeito. Pela forma que se vestia e se comportava, estava claro que sofria de alguma doença mental, assim como o seu avô. Talvez ele estivesse sozinho e apenas precisasse de um cuidador.

— Tudo bem, nós vamos sair. Não vamos?

No entanto, ao encarar Henrique, viu que sua testa se franzia e seus lábios estavam apertados em uma expressão de relutância. Afinal o que tanto ele queria ali?

— Eu...

Antes que ele pudesse continuar, uma pancada forte da porta se fez ouvir.

— Thomas? — era uma voz feminina, dura e autoritária.

O homem deixou a colher cair e levou as mãos até a boca, em pânico completo. Suas pernas tremiam quando ele passou por entre eles, acionando a tranca para que a mulher não entrasse.

— Rápido, precisam se esconder — sussurrou ele, a voz carregada de medo. — Vão para trás do balcão agora. — Ele os empurrava pelas costas com urgência.

Elisa protestou, relutando em ir, mas alguma coisa em seu semblante lhe dizia que talvez o perigo pudesse ser real. Confusa, buscou pelo apoio de Henrique, que apenas deu de ombros.

— É melhor fazer o que ele diz.

Elisa o olhou com descrença. Será que todos ali estavam ficando malucos? As batidas na porta se tornaram mais intensas e a tranca foi forçada para baixo, em uma inútil tentativa de adentrar ao recinto.

— Thomas, o que está havendo aí? Por que essa coisa está trancada? — Sua voz estava impaciente e soava quase como uma ameaça.

O homem chamado Thomas enrijeceu ao som daquela voz, como se ela o tivesse transpassado pelo peito, e passou a empurrá-los com mais urgência.

— Já estou indo, meu amor — gritou ele para fora, voltando-se para os dois e sussurrando logo em seguida. — Vão depressa, Sarah detesta esperar.

Com aquela indelicadeza toda, Elisa não teve outra alternativa a não ser ceder ao sujeito e aos olhares expressivos que Henrique lhe lançava. Ficou agachada ao lado do garoto, espreitando por uma fresta do balcão de madeira. Thomas levou o indicador até os lábios em um gesto que pedia silêncio e foi finalmente abrir a tranca da porta, antes que a mulher a derrubasse por conta própria.

— O que foi isso? Por que demorou tanto? — despejou ela ao escancarar a porta com um baque surdo e adentrar ao recinto como um furacão.

Assim como Thomas, ela também se vestia de forma estranha, porém parecia muito mais perigosa do que ele, a julgar por uma grande espada junto à bainha em sua cintura e duas pistolas de roda antigas presas por um cinto em transversal em seu abdômem. Vestia botas de couro e calças em tom terroso. Por cima da blusa de algodão, que outrora deveria ter sido branca, cobria-se com um enorme casaco de tecido grosso e tom escuro, com detalhes trabalhados em verde nas mangas, bolsos e gola. Tinha um lenço preso à cabeça, também verde, deixando os negros e lisos cabelos caírem-lhe pela pele alva. Seus frios olhos azuis estavam estreitos e sua face contorcia-se em uma expressão de desconfiança ao esquadrinhar o interior da taverna.

Elisa já tinha visto vestes semelhantes àquela em festas à fantasia e filmes antigos, mas não conseguia entender porque alguém se vestiria como um pirata ali na praia. Exceto se estivessem ensaiando para alguma peça teatral, o que explicaria a gravura da caveira que pairava em suas cabeças, mas nesse caso não haveria motivos para que se escondessem atrás do balcão.

— Estava preparando sua comida, como você gosta, meu amor — mentiu Thomas, andando ao lado dela e gesticulando com gracejo. — Mas você estava tão impaciente que acabei derrubando a panela, agora terei que limpar toda essa bagunça.

Ele se abaixou para pegar o utensílio e os olhos da mulher voltaram ao normal ao observá-lo de cima. Seus ombros relaxaram, porém sua postura permaneceu rígida.

— Hum, e porque trancou a porta? Sabe que detesto ficar esperando do lado de fora.

— Não queria que visse essa sujeira — ele se desculpou enquanto sacava um pano encardido de seu casaco e o esfregava sobre o caldo derramado. — Não é digna de você...

— Não sou digna de muitas coisas por aqui, mas você está me maltratando — disse ela, lançando-lhe um sorriso malicioso e aproximando-se dele como uma felina prestes a atacar a sua presa. — Eu estava com saudades.

Sem aviso, ela o agarrou pela gola da camisa e o puxou para cima, fazendo-o derrubar a panela novamente com um grande estrondo. Ergueu-o acima e o colocou sobre uma das mesas, dando-lhe um beijo de tirar o fôlego enquanto o pressionava com o corpo sobre o dele.

Elisa projetou o corpo para trás, constrangida por ter que assistir aquela cena de intimidade que deveria ser privada e desequilibrando-se no processo, quase caindo ao chão. Henrique foi rápido. Esticou a mão direita e segurou seu braço com firmeza, a puxando em sua direção. Elisa parou a alguns centímetros dele, sentindo a respiração quente contra a sua. Seus olhos castanhos estavam nebulosos e a mão livre tapou-lhe a boca, prevenindo um possível grito. A pele era macia contra a sua.

Shhh... — fez ele em um sussurro quase inaudível.

A mulher chamada Sarah continuava a agarrar Thomas, alheia aos intrusos. Sua mão deslizou para a nádega do homem, arrancando-lhe um gritinho de protesto enquanto o apertava. Entrementes, Elisa fitava Henrique com raiva em seu esconderijo. Aquilo tudo era ridículo e ela sairia dali imediatamente. Deu um tapa na mão que cobria sua boca, fazendo-o se afastar. Porém, antes que pudesse dizer algo, viu que as íris escuras se desanuviavam. A testa dele franziu-se, transformando sua face em uma expressão de preocupação.

— Seus olhos estão vermelhos — disse, as palavras saindo em um fio de voz.

Elisa teve vontade de socá-lo. Aquilo lá era hora de reparar em um pequeno detalhe daqueles? A humilhação sofrida por Marília, sua dificuldade em conversar com Rafael Hansen, a triste realidade de sua vida solitária, tudo aquilo parecia ter ficado para trás no exato momento em que a porta da taverna selou em suas costas. As lágrimas derramadas não passavam de uma lembrança distante agora.

— Deve ser minha rinite — mentiu ela. — Precisamos sair daqui.

Ele lançou um olhar nervoso para os amantes que se atracavam. Às costas da mulher, Thomas gesticulava para que eles se mantivessem escondidos.

— Pode ser muito perigoso sair agora — sentenciou ele, voltando a encará-la.

Durante o impasse, o radar de Sarah captou algo de errado no ambiente a sua volta e largou Thomas abruptamente.

— Quer ir para outro lugar? — arfou ele, tentando recuperar o fôlego e recolocar as roupas no lugar. — Na sua casa é mais confortável do que aqui, podemos ir para lá.

— Não! — ela cortou, em um tom de voz que fez gelar o ar ao seu redor. — Nadine está em casa, e além disso... — Ela voltou a se aproximar de Thomas, agarrando-o pelo colarinho e lançando-lhe um olhar de ameaça real. — Você está me escondendo algo!

Thomas engoliu em seco. Henrique e Elisa prenderam a respiração, tensos demais para tomar alguma atitude naquele momento.

— Ora, que bobagem! O que eu poderia estar escondendo? — ele tentou soar o mais descontraído possível, no entanto, seu olhar nervoso o entregava.

— Sinto o cheiro de traição no ar, não tente me enrolar.

Sarah saiu de cima dele, analisando cada canto do recinto com olhos clínicos.

— Não há nada. Eu juro!

No entanto, ao virar-se para o lado em uma tentativa de ocultar-se ainda mais, a mão esquerda de Elisa roçou em algo metálico, fazendo o objeto cair. O tilintar agudo inundou o ambiente, arruinando completamente os planos de Thomas.

— Eu sabia!

Com apenas dois passos, Sarah chegou até o balcão e olhou por cima, encontrando os dois jovens acuados e assustados. Thomas veio logo atrás, o suor frio escorrendo pela testa.

— Sarah, por favor! Eles são inocentes, vieram parar aqui por engano — ele suplicava, gesticulando para ela de forma dramática. — Não apresentam nenhum risco para nós...

— Isso é o que nós veremos.

Ela sorria de modo insano quando pulou sobre o balcão, atacando Henrique de cima, que não teve outra alternativa a não ser entrar em uma luta corporal desproporcional contra a mulher vestida de pirata. Elisa ficou congelada de medo, observando enquanto os braços dela passavam pelo abdômen de Henrique, o imobilizando com facilidade. Ele, por sua vez, esticou o pescoço para trás, abrindo a boca e fechando os dentes com força contra o antebraço de Sarah, que soltou um grito de dor e afastou-se por um segundo.

— Corre, Elisa — gritou ele enquanto Sarah se recuperava. — Fuja!

A ousadia do garoto apenas serviu para enfurecê-la ainda mais.

— Como ousa, seu filhote de rato? — Uma pequena faca surgiu em sua mão, a lâmina brilhando perigosamente enquanto ela se aproximava de sua garganta. — Vou ensiná-lo a me respeitar!

Aquilo era demais para Elisa. Não poderia suportar ficar e ver o colega ser assassinado por uma louca fantasiada de pirata. Ela forçou os músculos a se contraírem e, forçando-se a ficar em pé, pôs-se a correr em direção à porta. Buscaria por socorro. Alguém tinha que parar aquela insanidade.

— Eu sinto muito, sinto muito mesmo — lamentava-se Thomas, balançando as mãos para frente e para trás, incapaz de fazer algo para impedir Sarah. Talvez ele tivesse medo de que sua fúria se voltasse contra ele.

Ao escancarar a porta, Elisa foi cegada pela intensidade dos raios solares, sentindo a pele queimar pela repentina exposição. Sem ousar olhar para trás, ela seguiu em frente, mas assim que sua visão se acostumou com a claridade, ficou chocada com o que viu.

Elisa saiu para um lugar totalmente diferente de Ilhabela. O mar ainda estava ali, mas toda a costa estava totalmente tomada por barracas de madeira, que expunham alimentos frescos como em um grande mercado livre. As pessoas que transitavam por ali vestiam-se de forma simples e antiquada, e sua aparência suja demonstrava que há muito não tomavam banho. Mais além da taverna, notou pequenas construções de tijolos irregulares, como casas de onde aquelas mesmas pessoas entravam e saíam. A vegetação era densa ao redor daquele aglomerado de civilização estranha, que se assemelhava a uma vila. Mais ao norte, ao topo de uma cadeia montanhosa, havia um grande forte, uma construção imponente com cinco torres feita de blocos quadrados de pedra que pareciam desafiar o tempo. Ao topo da torre mais alta tremulava uma bandeira negra, exibindo a estampa da mesma caveira com a ampulheta da taverna. Aquilo provocou um calafrio nela.

Nada daquilo fazia sentido. Simplesmente não podia ser real. Sentiu seu coração acelerar-se desenfreado, suas narinas se alargaram, tentando sorver todo o oxigênio de uma só vez enquanto tentava colocar os pensamentos no lugar. Precisava sair dali de qualquer jeito. Mas e Henrique? O que ela estava fazendo? Não podia deixá-lo para morrer. É verdade que mal o conhecia, que nunca tinham trocado mais do que duas palavras, mas ainda assim ele era o único elo com o mundo que ela conhecia. O mundo que agora parecia ter desaparecido por completo.

No entanto, quando se virou para voltar à taverna, Sarah já a fuzilava com seu olhar letal da soleira da porta.

— Você não vai escapar de mim, sua ratinha intrometida — gritou ela, apontando a mesma faca em sua direção, a voz metálica e seca.

A garota já estava correndo antes mesmo que ela terminasse. Trombava com as pessoas no caminho, que passavam a lhe xingar, indignadas. Chegou às barracas da orla aos tropeços, passando por uma infinidade de frutas e vegetais que exalavam um cheiro gostoso de comida fresca. Vários barris estavam em seu caminho e em alguns deles ela pode ver uma logo antiga da Companhia das Índias Orientais. Mas Elisa não poderia parar para investigá-los melhor, já que Sarah não lhe dava tréguas, e ela só podia rezar para que Henrique estivesse bem.

Uma pedra em seu caminho a fez tropeçar. Elisa caiu em cima de uma bancada de peixes, derrubando o balcão com tudo em cima e causando um enorme alvoroço ao seu redor. As pessoas se acotovelavam, falando de modo exagerado enquanto tentavam ver o que estava acontecendo. O dono da barraca, furioso, procurava pelo responsável daquela baderna, xingando alto e gritando que iriam lhe pagar pelo prejuízo sofrido. No chão, Elisa se arrastou para a barraca da frente, deixando sua mochila cair durante o processo. Escondeu-se por trás de uma bancada de melancias e quando pensou que estava segura, a faca de Sarah cravou-se na manga de sua camiseta, prendendo-a contra a tábua de madeira.

— Agora você e eu vamos dar uma voltinha — ela estava corada pela corrida, mas seus lábios se esticaram em um sorriso triunfante.

— Por favor, eu não fiz nada — Elisa implorou em vão, sendo arrastada pela mulher estranha.

Sarah a levou até o que parecia ser uma pequena praça central. Seu olhar logo recaiu sobre Henrique, que estava sentado ao centro, mãos e pernas amarradas, o impossibilitando de realizar qualquer movimento. Tinha um corte superficial no rosto, cujo sangue já se coagulava. Apesar da situação crítica de ambos, Elisa sentiu o coração ficar mais leve ao encontrá-lo com vida. Jamais se perdoaria se algo mais grave tivesse acontecido com ele enquanto ela apenas tentava escapar.

Os habitantes daquele lugar estranho tinham formado um círculo ao redor dos jovens capturados e os olhavam de cara feia, avaliando suas vestimentas e seus modos de forma agressiva. Alguns lhes dirigiam xingamentos de baixo calão.

— Por favor, Sarah! — Thomas veio tentar interceder por eles. — Eu juro que eles não são um risco para nós!

— Isso quem decide é Skyller — cortou ela em tom autoritário. — Alguém vá chamá-lo agora!

— Não será necessário — uma voz grave e rouca se sobrepôs contra todas as outras. Ele deu um passo à frente, dando uma última tragada em seu cigarro de palha. — Eu já estou aqui...

Olá! Bom dia e bom domingo a todos!

O que acharam do capítulo do hoje? Comentem, eu adoro conversar com vocês! E se gostaram, não se esqueçam de votar, o voto é muito importante para o crescimento do livro.

Obrigada por estarem acompanhando essa louca aventura, muita coisa ainda está por vir, não percam ;)

Beijos e até semana que vem!

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