Após toda a bagunça, ao retornar para casa, Meyko levou uma enorme bronca e até então a punição era ficar em seu quarto por um tempo sem qualquer entretenimento, mas Shouta assumiu parte da culpa também. O Sr. e Sra. Hikari ficaram surpresos afinal o garoto só acaba envolvido em alguma travessura por conta de Meyko, dessa vez ter participação maior nisso os trouxeram confusão para decidir qual era o melhor jeito de castiga-los. Por um lado foi errado quebrar as regras, por outro ele estava começando a ser como uma criança normal que faz algumas travessuras e é mais espontâneo. Por isso antes de dar uma punição eles tiraram um tempo para discutir o que seria mais correto e adequado para ambos. Em 2 dias chamaram as crianças para a sala, eles acharam que isso deveria ser discutido devidamente.
- Então crianças, chegamos a uma conclusão de que a punição de vocês não deveria ser só um castigo, queremos que sirva como um meio de ensino também – A Sra. Hikari começa a falar e a cara dos dois é simplesmente de confusão.
- Deixe que eu explique essa parte Akari – O Sr. Hikari põe a mão no ombro de sua esposa para lhe dar confiança, afinal eles sabem a reação que está por vir - Aquele labirinto foi feito não só para decoração, tem também a utilidade de pegar alguém malicioso que se aproxime da casa, por isso dissemos para não entrar, compreendo que isso é em parte culpa nossa também, se tivéssemos avisado tal acidente não teria acontecido, felizmente suas individualidades foram bem usadas e com boa cooperação conseguiram escapar.
- Mas poderia não ter dado certo – Akari o interrompe, olhando as crianças, ainda furiosa e em seguida olha o seu marido chateado pela interrupção, ela sorri timidamente dizendo – ah, desculpe Satoshi.
- Enfim – ele torna a olhar para as crianças seriamente – Já que suas individualidades estão evoluindo e logo estarão em uma escola preparativa de heróis, decidimos deixar um treinamento aos dois como castigo.
- Wow isso como castigo?? É o melhor castigo da minha vida! – Meyko comemora vividamente até Shouta dar uma leve cutucada nela para se quietar.
- você acha que é só isso mesmo sua burra? – Shouta responde a Meyko mal humorado já prevendo que algo bom disso não virá.
Satoshi coça a garganta com o intuito de chamar a atenção – Percebemos que só tirar o entretenimento como televisão e etc. funcionaria em Meyko, porém em Shouta não, já que consegue dormir quase o dia todo sem problema algum. Então vocês dois terão que acordar as 5 da manhã para tomar café da manhã, as 6 começarão o treinamento até as 8 para se arrumar e ir para a escola, quando chegar nada de entretenimento, irão direto para a sala de estudos para aprimorar de forma logica suas individualidades. – Satoshi suspira profundamente e olha para sua esposa, Akari preparados para reclamações.
_ QUE!? – Ambos Meyko e Shouta levantam do sofá na hora aos berros
- por sua causa eu vou ficar sem dormir direito! – Shouta já vira para Meyko para puxar briga – ao menos ganhou a droga de treinamento que sempre queria, parabéns – ele termina sarcasticamente
- As coisas teriam sido mais simples se você não tivesse abrido a boca, senhor certinho! – Meyko retruca furiosa, pois não terá tempo nem para lazer também.
- vocês dois parem! – Akari dá o tom de autoridade e os dois tornam se sentar comportadamente, mas ainda trocando olhares de ódio – o castigo é por 2 semanas para Shouta e de 3 para Meyko
- por que o meu é mais? – ela praticamente berra se sentindo injustiçada
- por que você deu a ideia e por Shouta ter sido honesto e nos contado a verdade, isso diminuiu sua sentença – Satoshi responde calmamente já preparado para tal comportamento vindo de sua filha.
- depois do castigo de Meyko – Akari continua – passaremos o treinamento para a tarde e não precisarão mais acordar cedo, o treinamento tem de acontecer, pois concordamos que é bom trabalhar a disciplina desde cedo já que estão desenvolvendo as individualidades melhor.
- Bem, é só isso por enquanto, voltem para seus respectivos quartos, vocês vão começar a acordar cedo a partir de manhã – Satoshi encerra a conversa acompanhando os jovens até seus quartos ouvindo seus múrmuros de raiva e os separando das brigas.
A primeira semana não foi tão puxada, afinal as aulas ainda não haviam retornado, mas na semana seguinte, a segunda e ultima para Shouta foi mais puxada, as aulas voltaram, então era acordar cedo, treinar, ir para a escola, na volta tornar a estudar até dar o horário de dormir. Para Meyko que ainda lhe faltava uma semana a mais era um inferno, por causa do tempo curto, não conseguia se arrumar do jeito que gosta pra ir na a aula, ela se importa com o fato de como pensam dela, já Shouta só pensava em quando iria poder dormir mais tempo de novo. Aquela semana foi uma das mais memoráveis para Meyko, afinal ela começou a enxergar o mundo de forma bem diferente de antes.
Anda logo, vamos nos atrasar! – Shouta bate na porta de Meyko várias vezes com seu olhar de cansaço – ah, eu vou na frente – ele desiste de chama-la e vai descendo as escadas até que ouve a o barulho da porta se abrindo, em seguida ele olha para trás, surpreso, vê Meyko totalmente simples, com seus cabelos soltos sem nada, somente seu uniforme e bolça – você demorou isso tudo para sair assim? – ele ironiza
- Cala a boca!- ela passa por Shouta furiosa pelo fato de ela ao menos não conseguir fazer um penteado.
Quando chegam na escola, Meyko já se separa de Shouta e vai para seus amigos e ele continua seu caminho sozinho, para ele é até melhor assim, não faz questão de ter ninguém ao seu redor e muito menos se importa com o que falam sobre ele, por andar sozinho e aparência desleixada ele é um alvo fácil para boatos entre os outros alunos. Nesse dia um novo apelido se espalhou rápido
- Hey fantasminha! – um cara começa a provocar Shouta mais seus dois amigos – olha, não é que parece mesmo? Só fica vagando por ai como se fosse uma alma, uuhh – um dos garotos faz gestos com as mãos imitando um fantasma.
Shouta obviamente os ignora como se nem existissem, a única coisa que pensara naquele momento é se iria encontrar de novo com o mesmo filhote de gato que viu na ida da escola. Por outro lado, Meyko estava passando por lá no mesmo momento com seus amigos e se sente perplexa, antes vivia em seu mundinho e nunca havia reparado esse tipo de coisa, mas depois das férias de verão eles começaram a ficar cada vez mais próximos, ela andava nos corredores da escola pensando se seria um problema interagir com ele na escola , entretanto assim que ela viu essa situação foi intervir sem pensar duas vezes.
- ô cabeça de ovo, tem nada melhor pra fazer não? – Meyko estufa o peito e se aproxima dos valentões cheia de atitude
- que foi? Tá com dozinha do fantasma? – eles desviam a atenção de Shouta e acabam de achar um novo alvo pra continuar as provocações
- vai caçar o que fazer, você é mais patético ainda tentando diminuir os outros! – Ela não acanha, continua corajosa na frente deles pronta para comprar briga se preciso.
As coisas só iam piorando, para Shouta ignorar era a melhor opção afinal ele sabe que se responder vão ganhar o que querem, então ele não da o luxo de perder a cabeça. Ele percebe que Meyko está o defendendo e que se as coisas continuassem como estão não iria sair nada bem, além disso se preocupava em como ela ia acabar, afinal ele sabe ignorar provocações, ela não.
Em um súbito movimento Shouta segura a mão Meyko e diz firmemente a olhando nos olhos – pare, não vai adiantar nada discutir – ela olha para ele pasma com sua reação, mas concorda com ele fazendo um simples gesto com a cabeça permitindo a ele guia-la para outro lugar.
Eles andaram até uma parte mais remota da escola onde pudessem conversar com mais calma, um pequeno jardim com uma macieira onde Shouta tirava alguns cochilos em paz, quase ninguém vai lá por ser mais afastado das salas e do refeitório, a brisa é ótima e a visão do local também, Meyko chegou até indagar sobre o por que das pessoas não gostarem muito de ficar por lá, ela foi olhando todo o local estupefata até seu olhar parar em Shouta que ainda estava de mãos dadas a ela.
- desculpe – ele diz a ela seriamente enquanto ainda está de mãos dadas – você não precisava fazer isso...
- Claro que eu precisava! – ela se aproxima com seus olhos grandes e brilhantes – é injusto com você que estava só na sua, eu pensei que teria ao menos algum amigo...
- bom, eu tenho você – Shouta sorri timidamente – aliás você agora terá só eu como amigo também, afinal você me defendeu
- tudo bem – ela sorri de volta e lentamente o abraça – um amigo é mais valioso do que um milhão
Shouta consente o abraço e diz aos sussurros – obrigado.
Quando ambos voltaram para sala perceberam uma aura estranha, Meyko tenta se aproximar dos amigos que costumava a andar e simplesmente afastaram, ela logo entendeu o que Shouta queria dizer, ela se aproximou de um exilado, logo se tornou exilada também. Mas ela não ligou tanto afinal sua amizade com Shouta estava cada vez maior e isso sim importava mais.