As polonezas estavam fazendo sucesso. Todos queriam conversar com elas.
Enquanto eu comia um salgado com um pouco de vinho, Wanny se aproximou de mim, eu, como sempre, me assustei por estar distraída. Submersa a meus pensamentos, pensando no retrato que vi no corredor.
- Tudo bem, Stella? - perguntou ela.
- Hã... Sim.
- Tem certeza? Você tá tão pra baixo, porque não se diverte um pouco? - disse ela.
- Verdade, mais... Não tô afim de ficar aqui. Estou sem ânimo para isso tudo. - comentei gesticulando para toda a festa.
- Quer conversar?
- É que... Eu tô confusa.- eu não sabia o que falar. Não sabia o que estava sentindo.
- É em relação ao príncipe? Olha, eu conheço o Benjamin desde pequeno. Ele é um ótimo rapaz. Mas, se não encontrou motivos para ficar, encontre-o! Não perca essa chance. Você tem muitas chances de ganhar e ainda encontrar o amor da sua vida. E se estiver preocupada com algo à mais, tente refletir sobre mais de uma solução.
O que ela falava, estava começando a fazer sentido. Eu tinha dúvidas sobre o príncipe, sobre meu passado e sobre tudo. Com aquelas palavras, eu me senti mais aliviada.
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No dia seguinte, o clima estava frio, era início de outono. Um ar carregado de calor e frio ao mesmo tempo, um certo suspense e medo pairava no ar.
- Stella! Corra estão vindo... - gritou Anny entrando no quarto com suas roupas ensopadas de sangue. Entrei em desespero, peguei em sua mão e corri para a saída secreta do meu quarto. Eu sabia onde era pois já usei ela para ir para a floresta e quando precisei fugir um pouco para o jardim. Anny estava tremendo e totalmente pálida. Depois que chegamos no abrigo, encontramos as selecionadas lá e a família real também.
- Chegou a última selecionada majestade. - avisou um dos guardas que vigiavam a porta.
Sentei no chão ao lado de Anny, esperando ela se acalmar para me dizer o que aconteceu.
Depois de um bom tempo, Anny não soluçava mais, estava com um olhar de medo e decepção. O que me deixava muito preocupada.
- Está se sentindo melhor, Anny? - perguntei entregando um copo com chá que um guarda me entregou.
-Não precisa, senhorita. -ela recusou o chá.- estou melhor sim.
- Pode me contar o que aconteceu?
- Eu estava no corredor, limpando os quadros daí ouvi um estrondo e logo guardar correndo e gritando por todo lado. Era os rebeldes invadindo o palácio. Fiquei tão apavorada que não consegui sair do lugar onde eu estava, e, vi um rebelde de preto e armado com uma espada na cintura e com uma máscara escura no rosto. Ele se aproximou e perguntou aonde a senhorita Stella estaria e eu disse que não sabia mesmo que sua porta estivesse atrás dele. Ele apenas enfiou uma faca em minha barriga e saiu correndo pelos corredores pixando tudo!.
-Mas porque ele procurou por mim? - indaguei boquiaberta. - isso... Isso é um absurdo! De onde ele me conhece?
- Quando ele saiu, eu corri para seu quarto e acordei-la o mais rápido possível. Sabe-se lá o que ele iria fazer com a senhorita. - terminou ela.
-Muito obrigada Anny por salvar minha vida. - dei um abraço de lado nela que gemeu um pouco por conta da facada no lado esquerdo da barriga.
Um médico apareceu e venho em nossa direção. Eu pedi que olhasse se Anny ficaria bem, pois eu não tinha me machucado e mesmo que estivesse, preferia que Anny fosse atendida primeiro, pois ela arriscou sua vida pela minha.
Depois de ter feito um curativo, Anny descansou seu corpo em uma das camas que tinha no abrigo. Todas as selecionadas pareciam machucadas fisicamente, apenas eu não havia levado um arranhão. Por sorte, o meu sono me salvou dessa vez. Apenas dessa vez.
A rainha não parava de me olhar. E eu estava ficando com medo. Tudo parecia não ter fim. Eu ainda estou com meus trajes de dormir, e, eu era a única!.
Quando percebi, eu tinha dormido do lado de Anny, e lembrei de Noorah, Anne, e Kate. Será de elas estavam bem?
Não vi Ashly ou Emma no abrigo, mas todos olhavam para mim de um jeito estranho. Como se eu fosse a culpada por algo.
Peguei no meu colar e apertei o pingente arredondado com detalhe de estrela. Daí, a estrela se abriu ao meio e eu estranhei isso, pois nunca havia percebido que esse era um medalhão. Dentro da estrela tinha um papel dobrado em vários pedaço de um lado e do outro lado tinha um relógio. Fechei o medalhão e esperei até chegar no meu quarto para ver o que era aquele papel.
Horas depois, fomos liberados para ir para nossos quartos como se nada tivesse acontecido. No caminho para os nossos quartos, tudo estava aparentemente limpo, não parecia que os rebeldes tinham invadido o palácio. Na porta do meu quarto, tinha uma lua crescente pixada com sangue, o que me fez paralisar na hora. Tive medo de entrar e eu estava só no corredor, já que as selecionadas já estavam em seus quartos.
Abri a porta com muito medo, aos poucos a imagem de um campo de guerra que era meu quarto apareceu, tudo estava destruído, havia sangue por toda parte e parece que os rebeldes Blacks queriam algo ou sabiam que eu fazia parte do grupo inimigo de rebeldes.
Fiquei tão apavorada que paralisei no mesmo lugar, perto da minha cama tinha umas pernas. Logo pensei ser de uma das minhas criadas e acabei gritando com o pensamento de que elas tinham sido esquartejadas no meu quarto. Senti meu corpo fraquejar, já estava vendo tudo escuro. Logo sinto o impacto do meu corpo no chão.
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