O Grande Rico Borelli. - I

By GioDantass

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Kênia Martino: uma mulher treinada para matar e desestruturar impérios. Nascida no mundo do crime e criada po... More

PRÓLOGO
1 • A raposa e o lobo.
2 • Planos mirabolantes.
3 • Não a substime.
4 • Troca de alfinetadas.
5 • Curiosidade aflorada.
6 • Proposta indecente.
7 • Corpo exposto.
8 • Sem medo, só respeito.
9 • Negociações.
10 • Colar de rubi.
11 • O grande Rico Borelli.
12 • Armadilhas.
13 • Surtos repentinos.
14 • Destinos cruzados.
15 • O retorno.
16 • Meu filho.
17 • Eu aceito.
18 • Perseguição.
19 • Momento crucial.
20 • A marca.
21 • Futuros planos.
22 • Sócios.
23 • Lobo mal.
24 • Festa beneficiente.
25 • Assalto.
26 • Interrogatório.
27 • Traições.
28 • Ouro e dinheiro.
29 • Sequestro.
31 • México.
32 • Casa comigo.
33 • Noite de nupcias.
34 • Fotografia.
35 • O mundo dá voltas.
36 • Matar ou morrer?
37 • O preço do amor.
38 • Sem arrependimentos ou remorsos.
39 • Julgamento.
40 • Nosso filho.
41 • Lembranças de um tempo distante.
42 • O beijo da morte.
43 • Derian Arlin.
44 • A volta dos mortos.
45 • Consequências fatais.
46 • O vencedor.
47 • Duas direções; duas vidas.
48 • Xeque-mate.
49 • Tempos desesperados.
50 • Um novo recomeço.
Epílogo

30 • Eu mato, não salvo.

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By GioDantass

Rivânia foi esperta ao sequestrar a Borelli mais nova e usá-la como ponte para chegar a Kênia. Enviou suas coordenadas exatas para o número de Rico, deu ordens explícitas a serem seguidas, igualmente fases de um jogo. Kênia teria de ir sozinha ao encontro, sem armas, sem aparelhos de escutas, sem comunicação.

Rico não aceitou de primeira, Petrus e André muito menos. Os três discutiram táticas, soltaram ordens para seus homens que espalharam-se por Los Angeles. Petrus ligou para seu contato na polícia que emitiu um alerta de busca, Kelly hackeou todas as contas, cartões de créditos de Rivânia para saber todos os seus últimos passos. Invadiu as câmeras de trânsito da cidade, vasculhou minuciosamente a trajetória de Rivânia por toda a Califórnia. Nada passaria despercebido.

— Eu não vou deixar que ela saia sozinha! Ela não é confiável! — Rico grunhiu. Kelly bufou.

— E o que vai fazer? Esperar que a polícia a encontre? Ou teus homens? — indagou com sarcasmo.

— É o mais sensato a se fazer. — murmurou, ranzinza. — Ela devia estar morta! Dei uma ordem para matá-la mas...

Kelly semicerrou os olhos, tentando entender as intenções do chefe.

— Por que mandaria matá-la? Rivânia pode ser uma praga nesse mundo, mas trás muito dinheiro pra você.

— Dinheiro algum vale essa dor de cabeça que ela está me fazendo ter.

Kelly riu em nervosismo, não tinha tanta intimidade com Anelise, nem conhecia alguém que tinha além dos irmãos e sobrinhos, era uma menina problemática e antissocial, mas protegia aquela família com sua vida, e faria o que estava ao seu alcance para trazê-la de volta.

— Tenho uma ideia... — balbuciou de frente ao Borelli, que tratou de erguer as sobrancelhas.

— Qual?

Ela sorriu abertamente.

— Que tal cobrar uns favores da marinha?

Ele rolou os olhos em seguida, negando.

— Não. — respondeu de forma rápida. — Cobrar favores está fora de cogitação.

Kelly cruzou os braços sobre o peito, usava um de seus vestidos curtos de alças finas e corte lateral. Uma mulher com um corpo invejável, os longos cabelos loiros encaracolados batiam pouco a cima da bunda.

— Não seja teimoso! — insistiu. — Se fosse minha irmã em perigo, obviamente eu optaria por confiar de olhos bem fechados em Kênia.

— Mas não é. — rebateu.

— Não. Não é. Por isso não entendo por que estou aqui. — comentou. — Lido com números, com tecnologia e não com resgate. Me lembre quando foi exatamente o momento que passei de contadora à assistente pessoal.

Rico forçou um sorriso.

— Você e Kênia só podem ter nascido no mesmo ano, mês, dia e hora. Não é possível como podem ter tanto em comum e nem ao menos terem se conhecido em outra vida. — analisou curiosamente. — Isso é estranho.

— Hallo! Deixe pra analisar esse fato bizarro em outro momento, agora, se não se importa, precisa decidir se irá deixar Kênia ir.

Rico girava o anel em torno do dedo em um gesto nervoso, estava pensativo com o olhar desfocado à direção da porta. Após alguns segundos cogitando sua decisão, resolveu ir pelo caminho mais "fácil". Seguiu com Kelly até onde Kênia se encontrava. André e Petrus estavam um pouco distante, conversavam entre si.

Kênia encarou o céu parcialmente nublado, pensando em tudo o que acontecia ao seu redor. Presenciou de perto o poder do Borelli, o medo que ele causava nas pessoas. Só a ideia do Rico perder o controle fez a polícia de Los Angeles enviar viaturas para as ruas em busca de sua irmã. Ele tinha gente que nem trabalhava para ele na busca por Anelise. Pessoas matavam por ele.

— Como vai ser? — ouviu a voz de Petrus soar ao seu lado assim que Rico e Kelly surgiram.

— Dê um carro pra ela. — comunicou. — Ela sabe o que tem que fazer.

Kênia ergueu um lado das sobrancelhas.

— O que te faz acreditar que vou me arriscar por Anelise? — indagou seriamente.— Eu nem estaria aqui se não fosse por vocês!

— Você não tem outra escolha. — advertiu, Rico. Ela riu desdenhosa.

— Precisa de mim, Borelli, acho bom começar a colaborar. — retrucou. — Quer que eu vá? Ok, eu vou. Me dê apenas uma moto.

André cruzou os braços sobre o peito, desconfiado da repentina boa vontade de Kênia.

— Uma moto?

Afirmou.

— Aquela mulher me deu meia hora pra estar lá. Só nessa enrolação de vocês já foram 15 minutos. Uma moto é mais rápida e discreta. — decretou, astuta. Rico a encarou com desconfiança, por fim concordou, gesticulando para que seus homens providenciasse a moto.

— Leve essa faca com você. — ordenou ao se aproximar da mulher.

Kênia riu com desdém ao alcançar o objeto que de nada serviria, caso Rivânia encontrasse.

— Claro. Afinal, quem foi o imbecil que disse que mulher gosta de flores e não facas?

[...]

Ela desligou o farol da moto, esperando alguns segundos, avistou o circulo de homens entre alguns contêiner. Não estava com medo, longe disso, só não tinha certeza se deveria continuar. Ela matava pessoas, e não as salvava. Respirou fundo e desceu da moto, tirando a chave em seguida. Kênia avançou à direção do caminho deserto entre dois contêiner.

Avistou Anelise caída de joelhos sobre as pedras afiadas numa área isolada. Um pano amordaçava sua boca, chorava descontroladamente. O rosto inchado, os fios negros grudados em sua testa, as mãos amarradas atrás das costas de forma agressiva. Aquela imagem lhe trouxe a lembrança da sua irmã, lembrou-se de Eloá em seu estado terminal. Ao redor, vários homens armados, uns sete ao total, contando com a mulher em pé ao lado de Anelise.

— Chegou a convidada especial! — a saudou, segurava uma glock com a mão direita, o modo desleixado com que portava a pistola criou dúvidas em Kênia.

A analisou dos pés à cabeça. Rivânia Versace devia ter uns 30 anos, loira, alta, magra o corpo cheio de curvas. O vestido branco, colado no corpo, destacava suas silhuetas bem acentuadas. Jamais a ligaria ao cartel ou máfia. Aparentava mais uma socialite americana vivendo às custas do marido.

— Estou aqui. Pode soltá-la. — sua voz soou num ecoo firme.

A mulher gesticulou para que Kênia se aproximasse, e a mesma arriscou quatro passos até ser cercada pelos homens. Rivânia a rodeou, a examinando fixamente. Um homem a revistou de forma bruta, a apalpando sem autorização. Kênia segurou com força seu pulso, tão forte que ele soltou um gemido.

— Já chega! Se me tocar mais uma vez, irá se arrepender. — ameaçou friamente. O homem a fuzilou através do olhar.

— Seguiu todas as instruções? — Kênia assentiu enquanto soltava o pulso do capanga de Rivânia. — Ótimo! Não queremos que ninguém se machuque hoje, né?

Kênia revirou oa olhos.

— O que quer comigo? — a cortou, impacientemente.

— Direta. Gosto disso em você, Srta. Anjo da morte. — proferiu cautelosamente. — Não me reconhece?

Kênia franziu o cenho, a ausência de luz prejudicava suas tentativas de reconhecer a mulher, ainda assim, tinha plena certeza de que não a conhecia de nenhum lugar, vasculhou mentalmente o passado, algum dia, hora, ano, mês, semana... mas não havia indícios dessa mulher em sua vida.

Mesmo assim não estava surpresa por ela lhe querer morta, tantas pessoas leiloavam sua cabeça que com o passar do tempo ficou difícil distinguir quem pagaria mais alto.

— Não. Deveria?

Rivânia cessou os passos à frente de Kênia, a encarando entre um sorriso amarelo. Um remorso refletia no olhar opaco.

— Não. Não deveria. — murmurou, inexpressiva. — Quando peguei Anelise meu único plano era trazer você aqui e enfiar uma bala na sua testa, ou torturá-la até que estivesse satisfeita, até que não restasse nada intacto em você.

— E o que mudou?

Rivânia tocou nos fios de cabelo de Kênia, que caíam sobre seus ombros.

— Oportunidade. Percebi que te ter ao meu lado é bem mais promissor, imagina o que podemos fazer juntas? — especulou com os olhos brilhando.

— Quer que eu trabalhe pra você? — indagou com desdém. — Eu não trabalho pra ninguém.

— Ser mulher no meio desse mundo é péssimo. Os homens não te respeitam, riem de ti por trás, é preciso ter punho de ferro pra suportar os olhares críticos e desacreditados no teu potencial. — começou, Rivânia deu as costas a Kênia, indo a Anelise que as observava entre o choro. — Mas você, Kênia, você superou todas às expectativas. Somos iguais. Nós duas sofremos nesse mundo e demos a volta por cima. Olha aonde chegamos!

— Não me compare a você. Eu não sequestro crianças pra obter o que quero. — rebateu. Rivânia segurou Anelise pelos cabelos, arrancando um grito abafado da menina.

— Parece que eu tenho mais escrúpulo que você, nada que não possa ser mudado. Vamos lá, olhe ao redor, terá tudo o que quer, Kênia. Venha comigo, vamos trabalhar juntas. — ofereceu. — É só dizer sim.

— E o Borelli? Acredita mesmo que conseguirá sair do alcance dele?

— Com você ao meu lado não tenho o porquê temê-lo.

Kênia riu.

— Ele me manteve presa por semanas, por que acha que não conseguirá me pegar outra vez?

Rivânia empurrou Anelise com força, fazendo com que ela caísse no chão, pisou em suas costas com a ponta do salto, sem dó e nem piedade.

— Você estava só. Não tinha ninguém lá pra te ajudar. Dessa vez será diferente, eu estarei contigo. — Rivânia chutou Anelise com brutalidade, fazendo com que a menina arqueasse as costas com dor. — Diga sim.

— Se eu aceitar, você a solta?

Rivânia a olhou de soslaio.

— Por que se importa? — questionou, curiosa. — As pessoas só nos decepcionam, Kênia. Quanto mais rápido aprender isso, menos irá sofrer.

— É uma visão bem cínica do mundo.

— Ela é uma Borelli! Achei que odiasse esse sangue ruim.

— E eu odeio. Mas ela não me fez nada. Como eu disse, não machuco crianças.

Enquanto Kênia falava, analisava os homens ao redor, suas posições, suas posturas e o modo como portavam as armas. Também repensou na proposta de Rivânia que soava um tanto convidativa. Estava numa encruzilhada, poderia livrar-se de Rico, mas estaria cavando a cova de uma inocente. E ela aprendeu da pior forma que não se deve fazer isso.

— E então? Dê-me uma resposta.

Duas escolhas. Uma chance. Sem erros.

Foi assim que Kênia surpreendeu o homem ao seu lado com uma cotovelada no nariz, o mesmo caiu de joelhos no chão com a mão no rosto, deixou a arma cair dando a chance perfeita para Kênia, que pegou a sniper e rapidamente atirou nos homens que agiram de forma rápida ao atirar de volta. Foi ágil, mas ainda era apenas uma contra dez. Usou o homem como escudo, atirou no ombro de um, no braço de outro, no peito de mais um. Quando os homens caíram no chão, ela finalmente deu-se conta de que colocou a vida de Anelise em jogo, e percebeu isso ao ver Rivânia com a glock mirada na cabeça da menina, que urrava com dor.

— Isso foi surpreendente. — elogiou. — É uma pena que não tenha aceitado. Teríamos sido uma bela dupla. Implacáveis.

Kênia estava cansada, a arma pesava em sua mão.

— Solta ela. Vamos resolver isso entre nós. Mão a mão. — falou, fazendo menção de jogar a arma no chão. Rivânia riu descontroladamente.

— Não sou burra, Kênia. Você me vencerá fácil, não tive um treinamento como o seu. Digo o que vai acontecer, eu vou sair daqui com ela depois de ter te matado. — Rivânia manuseava a arma sem nenhuma experiência, aparentava nunca ter usado uma.

— Nunca matou alguém, não é?

— O quê?

— Ela será tua primeira vítima? Nem todos sabem lidar com isso, ainda mais se for uma menina que não tem culpa de nada.

— CALA A BOCA!

— Vamos lá, solte-a. Não quer machucá-la.

Rivânia acertou uma coronhada em Anelise ao se sentir pressionada, quando Anelise caiu desmaiada no chão, deu a oportunidade perfeita para Kênia atirar na perna de Rivânia.

A morena correu até a menina, tirando o pano de sua boca, continuava desmaiada, então tratou de cuidar de Rivânia que urrava de dor. Kênia chutou a glock para longe, a deixando sem ter com o que revidar.

— K9 ficará decepcionado quando souber o que fez. Escolheu seu lado. — chiou. Kênia franziu o cenho.

— K9?

Kênia tentou alcançar Rivânia, mas antes que tivesse a chance de tocá-la, sons estridentes de tiros ecoaram em seus tímpanos, luzes de faróis cegaram sua visão. Quando olhou para o lado, avistou o corpo da mulher estirado no chão, massacrado por balas fatais. Encarando fixamente seus olhos esbugalhados, ela se perguntou o que aconteceria se tivesse dito "sim" a ela.

Tudo aconteceu de forma rápida e automática. Tropas saíram dos SUVs e espalharam-se ao redor, André e Petrus correram até Anelise, a pegando do chão e a levando à direção de um dos carros. Kelly aproximou-se de Kênia, e a morena buscou - entre muito dos homens - um em particular: Rico. Mas não o encontrou.

— Como me encontraram? — questionou à Kelly, a mesma deu de ombros enquanto pregava os olhos em Rivânia.

— Via satélite. Rico cobrou alguns favores da marinha. — respondeu-lhe naturalmente.

Kênia sentiu um aperto no peito, uma sensação ruim se ponderou dela.

— Sabe, a extensão da influência dele é aterrorizante.

Kelly cruzou o olhar com o de Kênia.

— Acredite, eu sei.

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