Meu pai me ligou e a conversa foi assim:
Eu - Oi Pai!
Pai - Oi! Ja conversou com sua mãe né?
Eu - Mais ou menos, ela disse que o senhor que iria conversar comigo.
Pai - Ok! Quero você aqui esse final de semana, da um jeito e venha.
Eu - Por quê?
Pai - Porque eu estou mandando, simples assim.
Eu - Eu não vou largar a faculdade aqui no meio de aulas importantes para fazer o que o senhor quer. Eu respeito o senhor e lhe devo respeito, mas o senhor ja não manda mais em mim.
Pai - Garota, você fala direito comigo. Pois enquanto sou eu que sustento você, você vai fazer o que eu mandar sim!!
Eu - Eu não preciso do seu dinheiro. Se faz tanta questão, pode parar de mandar, deve estar precisando.
Pai - Se eu parar como é que você acha que vai se sustentar? Esse vagabundo ai deve estar fazendo sua cabeça já né. Eu sabia que isso ia acontecer.
Eu - Eu me viro pai, eu tranco a faculdade, arrumo emprego, dou meu jeito. Aliás, foi o senhor que quis que eu viesse pra cá, lembra? Agora aguenta. E só uma coisa, da proxima vez que chamar ele de vagabundo, a conversa acabou.
Pai - Você não pode trancar a faculdade. E eu chamo como eu quiser, você querendo ou não eu ainda sou seu pai e mando em você sim. Você esteja aqui esse final de semana.
Eu - NÃO VOOOU!!! eu tenho aulas importantes e tenho que estudar. Se tem algo tão importante para falar, fale por aqui.
Pai - Então tá, é assim que vai ser né Ana Lucia?!! Estou chegando aí.
Eu - Como assim? O senhor vem pra cá?
Pai - Isso mesmo!
E depois disso ele desligou. Fiquei pensando se isso seria a melhor coisa que eu poderia conseguir, se não era melhor eu ir mesmo, se eu tinha feito certo em enfrentar meu pai. Ele devia estar fervendo de raiva, ninguém nunca desafia ou desobedece uma ordem dele.
Eu ja estava voltando para dentro quando meu celular tocou novamente, era o Gabriel. Pensei em não atender, mas ai ele ligaria de novo quando eu estivesse la dentro com o Rodrigo, então decidi atender:
Gabriel - Alô, oii! Que bom que você atendeu.
Eu - Oi Gabriel!
Gabriel - Você ainda esta brava comigo né?
Eu - Nunca estive brava. Eu estou chateada, mas acho que ja passou.
Gabriel - Que bom que passou, achei que eu ia ter que simular um suicídio pra chamar sua atenção rsrs.
Eu - Fazendo isso você só ia fazer com que eu quisesse que você morresse mesmo rsrs coisa idiota.
Gabriel - Fiquei sabendo que vai vir pra cá esse final de semana. Tem uma coisa que quero fazer com você.
Eu - Eu não vou não. Meu pai que pediu pra você me convencer né?
Gabriel - Como não? Eu até preparei tudo já. Sua mãe que me disse que você ia vir.
Eu - É Gabriel, não vou mais. Meu pai que vai vir.
Gabriel - Por quê?
Eu - Porque eu não quero ir aí. Sei bem o que meu pai quer tentar fazer.
Gabriel - Seu pai só quer conversar com você menina tonta. O que mais ele ia querer?
Eu - Ele quer me afastar do Rodrigo. Nao vou permitir isso, ele não manda na minha vida.
Gabriel - Seu pai só quer o seu bem, escuta ele uma vez.
Eu - Agora eu tenho que ouvir meu pai? Não era você que dizia que eu tinha que enfrentar meu pai e seguir meu próprio caminho?
Gabriel - Mas é diferente agora
Eu - É diferente por que Gabriel?
Gabriel - Ele não conhece esse rapaz que você esta, ele quer você com alguém que ele confia.
Eu - Isso não muda nada, continua sendo minha vida e quem escolhe sou eu. O Rodrigo me faz bem e é com ele que eu vou ficar, querendo ele ou não.
Gabriel - Ana, pelo amor de Deus! Que futuro você acha que vai ter com ele? Eu te conheço. Ele não vai poder te fazer feliz
Eu - Por que não em Gabriel?
Gabriel - Eu não queria dizer assim, mas ele é um cadeirante né Ana, você vai ter que ficar cuidando dele, como vai ter seus filhos? E quando você estiver com vontade de transar? Ele não vai dar conta de fazer tudo o que você gosta. E se por aca...
Eu - Gabriel, sério, CALA A BOCA! Você percebeu o tanto de merda que você esta falando?
Gabriel - Só estou falando a verdade.
Eu - Primeiro, ele ser cadeirante não muda nada. Segundo, da pra ter meus filhos normais. terceiro, Ele não precisa de cuidados, é mais independente do que eu. Quarto, em relação a sexo você pode ficar DESPREOCUPADO, porque estou bem satisfeita com ele.
Gabriel - Duvido que seja tudo isso. Vem pra cá, fica comigo só esse final de semana que você vai ver que aleijado não tem vez.
Eu - Gabriel, vai tomar no meio do seu cu. Saudades de quando você era um cara que valia a pena conversar por horas. Quando virar gente de novo você liga pra mim, tchau!!!
Eu não gostei da forma que o Gabriel falou e de certa forma percebi um ciúme nele. Será que agora que ele resolveu sentir algo por mim também? Talvez seja tarde demais, ou não, aquilo me deixou confusa, afinal, ele é o cara por quem sempre fui apaixonada.
Voltei para a cozinha e estava o Rodrigo conversando com a Dona Selma. Ele me perguntou se estava tudo bem:
Rodrigo - Ta tudo bem?
Eu - Esta sim! Por quê?
Rodrigo - Você esta com uma cara estranha.
Dona Selma - Ta mesmo! Uma cara de quem comeu e não gostou. O corpo ta aqui mas a cabeça esta láááá.
Eu - Eu estou bem mesmo gente.
Rodrigo - Então agora você vai querer bancar o Rodrigo? Não se esqueça, depois você não vai poder cobrar o que nem você faz.
Eu - Pois é, quem esconde as coisas é o Rodrigo, não eu rsrs. Mas a gente conversa sobre tudo depois, Vamos comer.
Comemos, conversamos por um tempo na frente da casa, até me lembrei da minha cidadezinha, bateu uma saudade. A Dona Selma quis ir deitar, então entramos e ficamos assistindo um filme que o Danilo ja estava assistindo. Ja era um pouco tarde, percebi que minha mãe estava mandando várias mensagens, meu pai mandou mensagem também. Mas decidi que eu não iria mais deixar que eles estragassem meu dia. Nem abri as mensagens.
Minha mãe me ligou uma vez, ligou duas, depois ligou do telofone fixo da casa dela e resolvi atender. O Rodrigo olhou com uma cara, querendo saber se estava tudo bem mesmo, pois toda vez que alguém lá ligava eu ficava mais estranha. Pensando nisso eu decidi não atender, mas começou vir uma ligação atrás da outra, meu pai começou a me ligar também, então não teve jeito. Resolvi atender:
Eu - Alô!! O que esta acontecendo? Pra que esse desespero?
Mãe - (Choro)
Eu - Mãe, fala o que esta acontecendo, por que esta chorando?
Mãe - (com voz de choro) Ô minha filha, é o Gabriel.
Eu - O que tem ele?
Mãe - (chorando) Ele estava com uns amigos no bar, na volta pra casa ele pegou a moto e acabou se envolvendo em um acidente.
Eu - Não mãe, não acredito (comecei a chorar) como ele esta? Diz que ele esta bem por favor!!
Mãe - Eu não sei exatamente minha filha, mas ele parece estar em coma.
Eu - Não mãe (chorando) eu estava falando com ele agora mais cedo.
Mãe - Seu pai esta lá com os pais dele, eu fiquei aqui pra te dar notícias. Mas vou pra lá também, o acidente foi muito feio, os pais dele estão muito abalados.
Eu - Mãe, eu vou ai ficar com vocês, vou dar um jeito na passagem aqui e ja vou.
Mãe - Ele queria tanto te ver minha filha. Uma pena ser nessa situação agora. Mas eu vou te dando notícias.
Eu - Ta bom mãe, me avisa por favor!! Beijos!!
Desliguei o telefone em lágrimas. Não sabia o que fazer. O Rodrigo só me abraçou e ficou dizendo "calma, calma, seja la o que for vai ficar tudo bem".
Comecei a pesquisar a passagem para o outro dia e comprei uma que sairia a tarde. Eu ja estava pegando no sono no colo do Rodrigo de tanto chorar. Quando eu ja tinha conseguido dormir eu acordei com minha mãe me mandando uma mensagem que me tirou completamente o sono. Eu só quis estar ao lado do Gabriel naquele momento, pois a notícia que recebi não foi fácil pra mim, imagina para ele. Ele ia precisar de mim.
Não se esqueçam de avaliar moças. Rsrs
Perdoem a demora dessa vez, mas tive uns probleminhas de saúde e não consegui dar tanta atenção ao livro, mil desculpas