Você me fez acreditar que nascemos para voar
Você me mostrou diariamente várias possibilidades
So High - John Legend
Scarlett Yevandrovisck
11, November - 2017
Permaneci bebericando meu café, me escondendo atrás da xícara enquanto seguia Anja com os olhos enquanto ela corria de um lado para o outro guardando e secando a louça.
— Porque está me olhando desse jeito, menina? — ela questionou de repente me fazendo pular no meu lugar enquanto me escondia ainda mais atrás da xícara e negava com a cabeça.
Ela limpou as mãos no avental e sentou na minha frente. — Vamos, desembucha.
Eu respirei fundo e afastei a xícara do rosto até a mesa, daí em diante eu comecei a gaguejar uma sequência de "eu" "não é nada demais" "é só que", ela me interrompeu — Fala logo de uma vez!
— Eu acho que estou com algum problema... Lá em baixo. — minhas bochechas esquentaram e ela enrugou as sobrancelhas.
— Que tipo de problema? Eu posso pedir para o ginecologista vir te examinar. — sugeriu e eu mordi o lábio envergonhada.
— Eu não sei, está ardendo e incomodando... bem lá. — acrescentei e uma luz de compreensão preencheu seu rosto. Ela sorriu.
— Ah, menina... — ela viu graça e esticou a mão sobre a mesa em minha direção e eu segurei a mão dela — Isso é um lembrete do seu corpo gritando que a noite foi boa! — ela acariciou minha mão, meus olhos arregalaram e eu neguei com a cabeça.
— Não, eu não... — ela gargalhou.
— Fico feliz por você, eu não sei o que é isso já faz um longo tempo. — suspirou pesarosa.
— Então, não tem nada de errado comigo? — questionei tentando mudar de assunto, ela assentiu e se levantou.
— Fique tranquila que em breve tudo ficará bem. Sua depilação está ok, não é? — questionou e eu assenti minimamente, seu sorriso se alargou — Então é isso, vou te arrumar uma pomada. — ela saiu e eu tombei minha cabeça na mesa.
Eu estava cansada, dolorida e talvez um pouco arrependida... Porque havia sido daquela forma, transei por impulso e mais de uma vez. Sem falar de Andrei, que eu simplesmente não sabia até onde ele tinha visto e essa idéia me incomodava um pouco.
Eu optei por não me torturar por muito tempo com aquele tipo de pensamento, subi as escadas e apaguei. Senti quando Nikolai chegou, tive a sensação que ele ficou me encarando, mas não posso garantir isso porque preferi não abri os olhos para checar.
No dia seguinte acordei mais cedo que o normal, e pela primeira vez antes dele.
Os fios loiros e rebeldes estavam espalhados pelo travesseiro, um braço jogado sobre mim e o outro atrás de sua cabeça. Sua feição era séria, a respiração calma e eu não pude ignorar sua ereção matinal.
Eu sabia que isso ocorria apenas por um fluxo maior de sangue, eu havia estudado sobre nas aulas de biologia, Se tratava de algo comum na verdade, mas mesmo sabendo disso, não fui capaz de desviar minha atenção dos lençóis que cobriam seus quadris.
Era isso, Nikolai podia ser um monstro, o pior deles. Mas, era inegável o quanto ele era gostoso.
Eu levantei, eram quatro horas da manhã, lá fora ainda estava escuro e eu estava sem sono. Fui na cozinha preparar café e procurei por bolo, mas só havia bolo gelado e eu queria comer um bolo de cenoura com chocolate.
Então eu procurei por todos os ingredientes, com medo de acordar alguém, eu não usei batedeira ou liquidificadores... Apenas bacias e minhas mãos. Após quinze minutos o bolo estava no forno, então eu tratei de preparar a calda e em seguida o café. O céu começou a clarear e eu me vi com a oportunidade de ver o sol nascer. Peguei um prato com diversas fatias de bolo e assim que abri a porta da varanda o guarda que estava sentado nas escadas se levantou já apontando uma arma para mim.
— Vou ter que pedir para que a senhora entre. — ele pediu educadamente guardando o revólver no cinto.
— Hm... Você apontou uma arma para mim, e eu trouxe bolo. O que você acha de assistirmos o pôr do sol juntos? — sugeri erguendo o prato. Ele ajeitou a postura e negou.
— As ordens de Nikolai foram claras. Só temos permissão para falarmos com a senhorita quando for ordem ou em sua presença. — garantiu e eu franzi o cenho.
— Ele fez o quê?
— Senhorita, por favor... — apontou para a porta impaciente.
— Pode deixar. — a voz rouca e sonolenta de Nikolai atrás de mim foi o suficiente para que ele assentisse e nós deixasse. Respirei fundo ainda sem olhar para trás e sentei na escada, para minha surpresa, ele sentou ao meu lado. E como se não fosse o suficiente roubar um dos meus pedaços de bolo, ele roubou justamente o que estava em minha mão.
— Sério? — questionei o encarando, ele segurou o riso enquanto mastigava encarando o bolo.
— Não foi Anja que fez isso. — ele murmurou girando o pulso que segurava o bolo, como se fosse algo de outro mundo. Ergui uma das sobrancelhas.
— Sim, quem fez fui eu. — ele me encarou.
— Por isso está horrível. — abri a boca ofendida e deferi um tapa em seu ombro.
— Horrível é a sua cara! — ele gargalhou jogando a cabeça para trás.
— Nossa! Como estou ofendido com essa sua mentira. — exclamou com um tom exagerado e falso que me fez revirar os olhos.
— Você é ridículo. — ele sorria ainda quando roubou outro pedaço.
— Aí, para com essas ofensas, sua bobona! — continuou com seu deboche sobre mim.
— Você não tem nada pra fazer? Tipo dormir? Imagino que esteja cansado.
— E eu estaria cansado somente porque fodemos algumas vezes ontem? — ele pegou outra das minhas fatias.
— Nikolai! — adverti, mas ele ignorou.
— Fica tranquila, nós nem começamos ainda. — ele piscou para mim.
— Eu não estou falando sobre isso, eu já me acostumei a ignorar as besteiras que você e o Andrei falam, estou falando do meu bolo que você comeu todo. — ergui o prato vazio e ele simplesmente enfiou o último pedaço mordido que segurava em minha boca.
— Come isso pra ver se você cala à boca. — ele reclamou tirando um cigarro do bolso, mas esse era diferente. Ele acendeu sem dificuldades, o cheiro forte que subiu me fez começar a tossir desesperadamente.
— Tira isso de perto de mim! — reclamei abanando toda a fumaça para longe de mim, ele riu soprando a fumaça em meu rosto. — Você me tirou para Cristo ou o quê?
— Experimenta. — ofereceu-me seu baseado e eu neguei imediatamente.
— Esse negócio fede! — exclamei irritada me levantando e ele suspirou levantando também. — Onde você vai? Pode ficar por aí com esse negócio!
— Vou fazer um doce para você. — ele explicou apoiando a mão nas minhas costas, um gesto simples que por algum motivo me causou arrepios.
— Doce?
— Sim. — foi tudo o que me respondeu enquanto entravamos. Nós fomos para cozinha e ele aproveitou os ingredientes espalhados pelo balcão, chocolate em pó, leite condensado e manteiga. Eu apenas subi em cima do balcão e o observei com atenção. Ele apoiou-se sobre minhas coxas e desfez seu baseado, para em seguida colocar dentro do brigadeiro toda a maconha.
— Eu não vou comer isso. — respondi estranhando aquela mistura esquisita, ele riu.
— Por quê? — questionou desligando o fogo e se virando para mim trazendo consigo a panela e colocando ao meu lado.
— Porque tem droga ai? — perguntei como o óbvio, ele riu.
— E o que essa droga faz? — questionou enrolando o chocolate na colher e soprando em seguida.
— Não sei. — engoli a seco e ele esticou a colher em minha direção.
— Então descobre.
Ainda receosa segurei a colher e a encarei incerta se deveria ou não. Cheirei e tinha cheiro de chocolate, ele riu. Mordi a ponta sentindo o doce quente aquecer minha língua.
— Eu provei isso quando fui ao Brasil a dois anos atrás. Achei meio fraco, mas pra você é perfeito. — comentou se acomodando entre minhas pernas, continuei comendo o chocolate preso a colher. Eu virei para pegar mais chocolate e dividir entre nós, era gostoso e eu não estava sentindo nada de diferente. Ele beijou meu pescoço enquanto eu estava concentrada em comer, subiu os beijos para meu maxilar e alcançou meus lábios em um selinho antes de aprofundá-lo.
Sua mão correu por minha coxa e eu pousei a minha sobre a sua.
— Hoje não. — respondi baixo observando seus olhos.
— Por que não? — ergueu uma das sobrancelhas e eu neguei com a cabeça ainda com a colher na boca.
— Bom dia. — a voz de Sofia atravessou a cozinha. Eu pulei do balcão, Nikolai franziu o cenho.
— Já viu que horas são? — questionou em um tom grosso e ela assentiu.
— Precisei vir cedo hoje, não imaginei que você estaria aqui. — ela explicou com calma e desviou seu olhar dele para mim e em seguida para a colher em minha boca. — O que é isso? — questionou se aproximando e tomando a colher de minha mão.
— Algo que não é da sua conta. — Nikolai respondeu por mim e no mesmo momento ela depositou a colher sobre o balcão.
— Claro que não, mas eu tenho haver com a alimentação dela e isso não parece...
— Você tinha o dever de cuidar dela quando ela chegou e não sabia de nada. Não te pedi para fazer dietas ou invadir minha casa às seis horas da manhã. — ele respondeu sério e eu sorreteiramente peguei mais chocolate. — Você está dispensada.
— Mas, Nikolai... o evento das mulheres é hoje. — ela pontuou e Nikolai respirou fundo.
— Você leve ela até lá, e eu estou falando em levar, nada além disso. Entendeu? — ela assentiu e ele deu um tapa em minha bunda antes de sair.
— Niko! — gritei irritada voltando minha atenção para Sofia — ...lai. — completei limpando a garganta.
— Você tem uma hora para estar pronta. — avisou dando meia volta. Eu segui escadas a cima e tomei um banho rápido, shorts jeans e regata, desci para espera-la e continuei comendo o chocolate até que ela aparecesse, seu olhar me mediu dos pés a cabeça, mas respirou fundo e nos guiou para fora com seu típico nariz em pé.
O vestido justo e rosa claro era sua cara, e por algum motivo eu vi graça naquilo, o que a fez me olhar e franzir o cenho. Limpei a garganta e forjei uma tosse falsa. Nós entramos no carro e ela abaixou o espelho do banco do passageiro e limpou os dentes o que me fez querer rir outra vez, mas controlei.
— Hoje nós iremos resolver alguns assuntos dos eventos da Máfia e solicitaram sua presença em questão dos orçamentos já que você é a segunda dama e Nikolai ignora todos os nossos pedidos. — ela respondeu empurrando o espelho para o lugar. As coisas do lado de fora da janela pareciam estar extremamente rápidas e coloridas, apertei os olhos tentando me acostumar com a claridade e quando percebi os abri o máximo que pude.
Assim que chegamos, eu a segui por um corredor que parecia infinito até que escutei um assobio e quando virei a encontrei parada com as mãos na cintura, como ela havia ido parar lá?
Cocei os olhos entrando na sala que ela me indicou e sentei na única cadeira vaga da sala, era basicamente um círculo. Sofia começou a falar e eu observei a sala, parecia chique, um segurança em cada porta da sala, decoração em tons de dourado e rosa claro e enormes lustres de cristais. Será que eram reais? Pareciam brilhar tanto... Como estrelas. Estiquei a mão tentando pegar um deles, mas cada vez parecia ficar mais longe. — Scarlett! — Sofia gritou e eu estremeci onde eu estava, e abaixei a cabeça napara encara-la. — O que deu em você?
— Desculpa. — pedi baixo e ela suspirou pesadamente.
— Eu estava dizendo que nós queríamos uma cascata de chocolate. — ela cruzou as mãos sobre o colo e eu assenti.
— Legal. — concordei ajeitando minha postura e forçando meus olhos abrirem porque estavam pensando muito. Sofía estava ficando vermelha quando fechou os olhos por alguns segundos, puxou ar para seus pulmões e voltou a me encarar com um sorriso forçado.
— Custa 1.400 Rublos, você está de acordo? — questionou e eu ri.
— Por mim tudo bem, quem vai pagar isso tudo? — questionei começando a rir involuntáriamente. Cobri a boca com uma das mãos, e fechei os olhos rindo.
Que pessoa burra.
— Nikolai. — eu engasguei.
— Ficou maluca? Tá querendo que ele me espanque por concordar com uma loucura dessas? Pra que vocês querem uma cascata de chocolate se vocês nem sequer comem chocolate nessa dieta estúpida que vocês fazem? — praticamente gritei incrédula. Uma das garotas começou a falar em Russo e Sofia também respondeu em Russo apontando para mim. Outra garota também começou a falar e eu franzi o cenho.
— Vai se foder, todas vocês! — exclamei fazendo todo mundo ficar em silêncio e me encarar — Vocês sabem que eu não falo russo. Eu não vou liberar esse monte de dinheiro que nem é meu pra gastar com uma cascata que nem sequer é de ouro! — todas ficaram em silêncio me encarando, porque eu estava guardando dinheiro dele? Ele era podre de rico. Me sentei e cruzei as pernas — Eu libero 10 mil rublos pra vocês fazerem o que quiserem, mas me deixem em paz — cruzei os braços. Elas se entre olharam e continuaram a discutir em russo, revirei os olhos e encostei no estofado, Sófia me fez assinar alguns documentos e depois eu pude ficar quieta. Quando eu estava quase pegando no sono, Aleksi apareceu e pediu para que o seguisse, e assim eu fiz.
Assim que chegamos em casa, Aleksi me informou que Nikolai estava me esperando em seu escritório que queria falar comigo.
— Será que ele quer sexo? — questionei para Aleksi, que fez uma careta surpresa de quem via graça.
— Não sei, pergunte a ele, senhorita. — respondeu me guiando pelo cotovelo escada a cima, girei em sua frente.
— Você acha que ele está bravo porque eu liberei 10 mil para aquelas mulheres? — perguntei assustada e seu sorriso aumentou.
— Talvez, madame. — tampei a boca e olhei para o lado pensando no assunto enquanto Aleski voltou a me guiar escada acima.
— Será que se eu fizer um sexo oral nele ele fica menos bravo? — perguntei com os olhos arregalados o segurando pelo pulso quando atingimos o topo da escada, ele gargalhou.
— Provavelmente. — respondeu voltando a me guiar, fiz um bico pensativa. Não devia ser muito dificil, né? — Boa sorte. — desejou após bater na porta e me deixar sozinha.
— Entre! — ouvi a voz de Nikolai do lado de dentro. Empurrei a porta e joguei a cabaça para dentro. Ele me olhou, estava sentado sobre sua cadeira, ele subiu seus olhos em minha direção e travou o maxilar.
— Com licença. — pedi entrando e fechando a porta atrás de mim.
— Me diz, Scarlett, que porra tem na sua cabeça? — ele questionou assim que eu me virei para ele. — Dez mil rublos para um evento mensal? Você ficou maluca?! — eu não respondi, apenas me aproximei e ajoelhei em sua frente. — O que você está fazendo? Eu estou falando com você! — ergueu meu rosto o fazendo o olhar. Seus olhos brilharam e um sorriso brincou em seus lábios — Caralho, seus olhos estão muito vermelhos... Você está chapada!
— Não estou não. — continuei desfazendo a fivela de seu cinto, ele segurou minha mão.
— Você tem noção que está tentando me fazer um boquete porque simplesmente deu dez mil rublos meus para um evento imbecil? — ele ecoou divertido e eu sorri abertamente para ele fechando os olhos. Ele se inclinou e me deu um selinho. — Você fica gostosa assim, amor...
Enquanto ele aprofundava o beijo, eu me desfiz do seu cinto e deslizei o zíper, puxando seu membro para fora. Ele riu e segurou minha mão sobre seu pau.
— Eu quero muito isso, mas não agora. Porra, você conseguiu mesmo acabar com a minha raiva!— eu puxei seu lábio entre meus dentes, ignorando seu comentário. Eu queria fazer aquilo e ele não tinha escolha. — Sky... — ele reclamou quando eu comecei a movimentar minha mão sobre seu pênis. Sem aviso prévio me inclinei e com a brutalidade do movimento bati o dente em seu pau o fazendo se encolher.
— Desculpa! — pedi beijando a cabeça e em seguida passando a lingua pela extensão. Senti a necessidade de encher a boca de saliva antes de abocanhar seu pau de uma única vez, ele reclamou segurando meu cabelo e me empurrando contra seu membro. Eu não fazia ideia do que estava fazendo, continuei tentando o masturbar com a mão e engolindo seu pau como se fosse um pirulito. Senti um gosto salgado, mas eu sabia que ele ainda não havia gozado, era apenas o pré gozo.
— Svyatoye der'mo, Scarlett! — ele rosnou segurando meus cabelos com mais força. Tentei acelerar os movimentos, sentia meu maxilar doer e meus joelhos reclamarem, mas me mantive firme e forte.
Tentei ir o mais fundo que pude em minha garganta, mas dei uma leve engasgada, então não tentei outra vez. Passei a língua outra vez por todo seu comprimento no intuito de descansar meu maxilar, e quando voltei ao abocanhar, senti seu líquido inundar minha boca e engoli de uma vez assim que me afastei. Ele tombou a cabeça para trás e eu apoiei minha cabeça em seu joelho sentindo seus dedos acariciarem meus cabelos.
— Estou com fome. — reclamei e pude o sentir rir, mas ele não disse nada, apenas continuou fazendo carinhos em meus cabelos.
Precisamos falar sobre Nikolai.
Eu sei que vocês detestam ler isso aqui, ainda mais quando fala sobre minha vida pessoal, então vou tentar ser direta, mas porfavor LEIAM ISSO AQUI!
Eu iniciei um estágio e foi por isso que eu atrasei minhas postagens e to mais perdida que a Scarlett quando chegou na Rússia.
To me dedicando o máximo que posso para o meu estágio porque gente, não é fácil conseguir estágio na sua área, no 1º semestre do curso, com 18 aninhos e sem experiência anterior nenhuma!
Eu estudo pra facul indo e voltando da faculdade/trabalho e divido esse tempo precioso em escrever o livro.
Por esse motivo conclui que será melhor postar de final de semana que eu não comprometerei a qualidade do livro, ok?
Espero que entendam, de verdade porque estou dando o meu melhor...
Enfim, é isso.
Daqui a pouco tem outro, então comentem e votem muito ♥
Bjxx//