• NIKOLAI • 1º Livro da série...

By only-anggel

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Algo deve ter dado errado em meu cérebro, tenho todas as suas químicas em minhas veias e estou entindo toda a... More

• Apresentação •
Voltarei para casa?
Casar?
Seja Perfeita.
Ledi Yevandrovisck
Lua de mel || Part I
Lua de Mel || Part II
Castigo
Respostas
Jantar
Aumente a voz!
Um outro lado
Feliz Aniversário, Sky.
Olá, Califórnia!
Isso se chama "Química"
Voltando a Rússia
Nossa guerra
Pecadora
Chapada
Viciado em você, amor
Vem comigo
Descobrirei sua verdade
Sou só eu agora?
Mãe.
Não vou abaixar minha cabeça.
Como adultos.
Cartas sobre a mesa
Raiva
Abra os olhos!
Eu amo você, Króchka.
Dois extremos.
Confia em mim.
O ataque.
Enterro
Capítulo Bônus: Welcome, Darling!
O passado retorna || Parte I
O passado retorna || Parte II
Minha.
Epílogo
Nota

Prólogo

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By only-anggel

"Asas cortadas, eu era algo partido

Tinha uma voz mas não conseguia cantar"

Bird Set Free - Sia 


Scarlett Stewart

September, 10 — 2017

Toda vez que passava em algum noticiário que uma garota apareceu morta ou foi estuprada por alguém que conheceu na internet meu pai fazia questão de gritar o meu nome e me fazer sentar ao seu lado, frizando outra vez os motivos pelos quais eu não podia estudar em uma escola normal ou de eu não poder sair com meus amigos na sexta à noite.

Eu achava tudo aquilo muito exagerado, mas eu não tinha ninguém para comparar. Se eu o enfrentava com "Pai, todo mundo sai para se divertir uma vez na vida!" eu podia responder junto com ele, era como um texto decorado.

Você não é todo mundo, você é filha de um polícial!

Como eu disse antes, sempre achei toda essa super proteção exagerada... Por tanto, eu pulei algumas vezes a janela para dar uma volta no bairro, para ir a praia que havia perto de minha casa, para me sentir um pouco mais normal. E hoje foi mais um desses dias, onde eu apenas queria enfiar meus pés na areia, me sentir como todo mundo e assistir as pessoas interagindo.

Eu só havia esquecido que eu não era todo mundo, eu era a filha de um polícial.

Eu já estava amarrada naquela cadeira a tanto tempo que minhas coluna, tornozelos e pulsos doíam. Eu chorava como nunca havia chorado na minha vida, eu não era ingênua. Meu pai havia repetido tantas vezes o que acontecia com uma garota sequestrada, eu teria muita sorte se sobrevivesse... E estudando tudo o que possívelmente aconteceria comigo naquele lugar, eu simplesmente preferia morrer.

O pano de minha cabeça foi puxado, meu coração palpitou tão forte que fez com que meus olhos transbordassem com a dor em meu peito. Minha visão aos poucos se acostumou com a claridade, até que finalmente eu consegui focar no homem a minha frente.

Ele me encarava tão intensamente como se fosse me atacar a qualquer momento, e eu sentia que iria. Os olhos azuis frios e um sorriso traçoeiro transformavam um rosto bonito em um dos meus piores pesadelos. 

— Como foi de viajem? — ele questionou com tamanha tranquilidade, seu sotaque pesado me fazendo perceber que não era americano. Tirou do bolso da calça social preta uma cartela de cigarros. Cobriu o cigarro com uma mão enquanto acendia o mesmo com a outra, um chumaço de fios loiros loiros escapando de seu coque bagunçado e masculino balançando sobre sua testa.

Então ele subiu os olhos azuis para mim enquanto guardava o esqueiro no bolso e sorriu revirando os olhos.

— Que cabeça a minha!

Ele puxou a corda que me impedia de respondê-lo e se afastou tragando seu cigarro.

— Por favor, me deixe ir embora... — choraminguei sentindo meus olhos queimarem. Ele soprou a fumaça enquanto eu ainda implorava para que me deixasse ir.

— Escute, Króchka. — tragou o cigarro outra vez e o afastou, encarando o objeto entre seus dedos enquanto soprava a fumaça para longe outra vez — Eu não costumo ser muito paciênte, por tanto vou te fazer perguntas e quero que as responda rápido. — ele me olhou deixando seu braço cair ao seu lado, batendo o indicador no cigarro para que caíssem as cinzas — Se for uma boa garota, explicarei como veio parar aqui.

Meus olhos encheram de água outra vez e ele dobrou o tronco, apoiando as mãos sobre o joelho, parando tão próximo a mim que me fez jogar a cabeça para trás. Meu coração choacalhando dentro de mim descontroladamente.

— Entendeu? — perguntou baixo, o tom de sua voz era grossa e suave, máscula e assustadora. Eu não conseguia responder, não com ele tão perto ou me ameaçando com seu olhar tão gélido quanto azuis.

— Eu ligo para o meu pai, eu tenho certeza que ele pode pagar meu resgate e... E eu nunca irei te denúnciar, eu juro! — ele deixou a cabeça cair dramaticamente e soltou um longo e pesado suspiro decepcionado enquanto erguia o tronco outra vez. Em meio as minhas suplicas perdi o momento em que ele sacou uma arma e atirou no pé da minha cadeira, fazendo com que eu caísse para trás.

O grito agudo que eu deixei escapar de minha garganta se misturou com os meus soluços, eu apertei os olhos e rezei em pensamentos para que minha morte fosse rápida.

Suas mãos seguraram meus tornozelos e ergueu minhas pernas, onde ele simplesmente sentou na beira da cadeira e enroscou minhas pernas sobre sua cintura, pousando suas mãos em minhas coxas.

— Esse foi um lembrete que eu não sou paciênte. Eu pergunto, você responde. Tudo bem? — o medo que me devorada me fez assentir o mais rápido possível — Ótimo! — ele sorriu — Eu fiz uma lista de perguntas! — falou ansioso enfiando a mão no bolso e tirando de dentro um papel, ele desdobrou e jogou em cima de mim, tragando seu cigarro outra vez. Com as mãos amarradas sobre meu colo, consegui pegar a folha que tinha impressa eu e meu pai, quando fomos ao shopping comprar roupas para o natal. — Quem é esse homem?

— Meu pai. — respondi com a voz embargada o olhando outra vez, sentindo as lágrimas escorrerem contra minha vontade pelo canto de meus olhos.

— E por que o seu pai roubou o meu container? — ele jogou o seu cigarro para longe enquanto soprava a fumaça uma última vez.

— Eu não sei. — respondi sentindo minhas lágrimas se tornarem mais grossas e meu queixo tremer de maneira involuntária. Eu realmente não sabia e isso seria minha perdição, já havia entendido isso. Ele queria respostas das quais eu não tinha conhecimento, mas ele não parecia surpreso por eu não ter suas respostas — O que você quer comigo? — soprei tão baixo que talvez ele não pudesse me escutar.

— Não faz mesmo ideia? — apoiou o queixo sobre a palma da mão, essa que tinha o cotovelo sobre o próprio joelho. Eu neguei com a cabeça.

Então ele se levantou e forçou o pé na beira da cadeira para me levantar.

— Você foi parcialmente uma boa garota, então eu serei parcialmente esclarecedor. Vamos brincar, o que acha? — sua feição séria ia contra o seu bom humor, ergueu uma de suas sobrancelhas loiras escuras. Engoli a seco temendo tal brincadeia, ele suspirou pesadamente e negou com a cabeça. — Você parece burra demais para ganhar brincadeiras, vou desenhar para você. — e então ele se afastou, deixando que a cadeira agora com o pé quebrado caísse para trás outra vez.

A pancada me gerando uma grande dor de cabeça — Me desculpe os péssimos traços, meu velho não me pagou curso de artes! — o tom de sua piada era acusatório, ele sabia que eu havia feito curso e isso me incomodou, até que ponto ele me conhecia quando eu sequer sabia quem ele era? — Pronto, terminei! — informou erguendo a cadeira outra vez pelo mesmo lugar.

No verso da foto impressa em sulfite, ele havia desenhado dois bonecos de palito com batom, sabe-se Deus onde ele havia arranjado aquele acessório. — Esse sou eu e aquele é seu pai — apontou para os bonecos e checou se eu acompanhava seu racíocio — É bem fácil de entender — explicou rabiscando a folha outra vez, os traços saindo mais tortos do que deveriam pela falta de apoio — Seu pai me roubou algo importante, então eu roubei algo importante dele. Poluchil? — meus olhos se arregalaram diante suas palavras, a compreensão me atigindo como um grande soco no estômago.

Ele não me queria para obter informações, ele sabia que eu não as tinha. 

Então, o que ele queria?


Eu espero que vocês tenham gostado do prólogo, estou ansiosa pra saber o que vocês acharam, então podem comentar ♥ 

xx/ B

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