Justo e Sujo

By secretbitchh

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[Essa história não será continuada] Ela perdeu sua família para a guerra. Primeiro sua mãe, depois seu pai, e... More

Capítulo 00
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
NOVA FANFIC

Capítulo 4

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By secretbitchh

Esse era o lado bom de trabalhar em casa: você podia trabalhar de pijamas e comendo Kit-Kat.

Eu não consegui descobrir aonde estava a falha nas finanças, mas eu sabia que havia e estava quase lá. Seja lá quem for esse Oliver, ele sabia o que estava fazendo.

Tive que contratar uma pessoa para terminar a faxina mal sucedida que comecei e ela estava a todo o vapor. Olga era uma mulher de meia idade com um sotaque mexicano carregado, mas era rápida e não fazia perguntas e o mais importante: era era faxineira de vários apartamentos daqui e todos a conheciam. Quem conhece essa cidade sabe que trazer alguém que não conhece para dentro de casa é suicídio.

Ela já havia limpado meu escritório e eu havia montado acampamento ali enquanto ela limpava o resto da casa e quando ligou pela milésima vez aquele maldito aspirador de pó eu quis bater minha cabeça na parede.

O nome William brilhou na tela do meu celular ao mesmo tempo que ele vibrou.

Ele não havia me ligado desde a noite que nos vimos e já haviam se passando três dias - não que eu estivesse contando.

Achei que ele fosse me ligar no dia seguinte, mas fiquei só achando mesmo. Eu não estava decepcionada nem nada, eu acabei de conhecer o cara, mas essa sensação de estar andando nas nuvens misturada com desejo de tocá-lo cada vez que eu pensava nele estava me irritando; eu nunca fui impulsiva assim... até conhecê-lo.

Eu precisava me concentrar e falar com ele agora ia mandar para o espaço o restinho de concentração que eu tinha. Quando a chamada caiu eu coloquei o celular no silencioso e o joguei sobre o sofá perto de mim e ele se enterrou entre as almofadas.

O que os olhos não vêem, o coração não sente.

Nos minutos seguintes tentei focar no que estava fazendo antes, mas o rosto daquela distração alta e morena dançava na minha mente. Esfreguei o rosto, frustrada. Eu precisava de um orgasmo e um banho quente para voltar ao normal. Ou dele me dando um orgasmo num banho quente.

- Senhorita? - a voz latina e carregada de Olga seguida de uma batida chamou do outro lado - um homem aqui para vê-la.

Que merda?

Levantei da mesa e quando abri a porta, quis me jogar pela janela. Ele estava ali, em carne e osso. Ele estudou meu rosto por um momento, mas logo seu olhar desceu e eu lembrei que estava de pijama.

Atire em mim, por favor. Bem na cabeça.

- Oi - disse tentando disfarçar o constrangimento, e ele me olhou com uma espécie de divertimento alegre e descontraído. Olga saiu quando eu agradeci.

- Oi - ele disse. Dei espaço para que entrasse e fechei a porta - Te liguei, mas você não atendeu.

É claro que não atendi.

- Ah - eu disse enquanto o via tirar as luvas e em seguida o casaco - Eu não ouvi - menti. Encostei na minha mesa e cruzei os braços, me xingando mentalmente por não ter atendido o celular. Eu pelo menos estaria vestida como gente se soubesse que ele ia parecer aqui do nada.

- Estava perto da sua casa, pensei em passar para dizer um oi. Não sabia se estava, mas decidi arriscar - ele deixou o casaco no sofá. Ele usava um terno perfeitamente alinhado ao seu corpo esguio, uma blusa branquísssima e uma gravata azul marinho.

- Tudo bem, não se preocupe com isso.  Minha casa só está uma guerra - eu disse e um sorriso pintou seus lábios. Com as mãos nos bolsos, ele veio até mim.

- Então... trabalhando, hein? - ele perguntou quando olhou para a papelada em cima da minha mesa.

- É... estou num trabalho difícil - esfreguei as mãos nos braços. Ele estava bem próximo, me olhando de cima, mas chegou ainda mais perto, e quando falou, foi baixo e gutural.

- Não quero te atrapalhar no que quer que esteja fazendo, só queria te ver.

Aquela voz poderia me deixar com as pernas bombas apenas com um oi, mas falando isso... Deus. Eu já estava derretida no chão.

- Você não atrapalha - eu esbocei um sorriso que foi devolvido genuinamente por ele. Ele desceu o olhar pela minha roupa e o subiu novamente, erguendo uma das sobrancelhas.

- Ver você assim tão à vontade me faz ter inveja de não trabalhar em casa.

Oh, merda.

Eu devo ter corado de todas as cores e ele se aproximou ainda mais, raspando seu corpo no meu. Seu cheiro já havia me tomado por completo e eu tive que balançar a cabeça para organizar os pensamentos.

- Minha época de usar terninhos e ir a reuniões passou - respondi no mesmo tom e limpei a garganta quando me afastei, apontando para que ele se acomodasse no sofá. Ele sorriu e abriu o botão do terno antes de se sentar.

- Eu até ofereceria algo para beber, mas não tenho nada além de Coca-Cola e suco.

Essa era uma medida de redução de danos que eu tinha adotado. Se eu tivesse bebida em casa, já estaria viciada se fosse beber a cada frustração. Ele disse que estava tudo bem e eu me sentei também, com as pernas dobradas, um pouco distante dele.

- Você está bem? Parece cansada - ele disse com preocupação.

- Estou com um trabalho difícil. Sinto que meu cérebro vai derreter de tanto analisar cálculos... - eu parei e fiz uma careta para mim mesma. Eu não gostava de reclamar para os outros.

Senti o sofá estremecer quando ele deslizou para sentar mais perto ao meu lado.

Tremi quando ele segurou minha mão e a acariciou com o polegar. Eu não conseguia me lembrar de nenhum momento em minha vida em que alguém havia segurado minha mão com tanta suavidade.

- Meus dias também foram corridos - ele fala depois de um suspiro - Naquela noite que te deixei em casa tive que pegar um vôo de emergência para Florida, houve alguns imprevistos com uma das minhas equipes que estavam... - ele parou e deu um sorrisinho tímido - Enfim, foi isso. Não quero te aborrecer com meus problemas. Só que soubesse que eu quis falar com você antes.

Puta merda, se ele tivesse mentindo, era um ator. Senti como se houvesse borboletas em meu estômago, então respirei fundo para me concentrar em uma resposta.

- Você pode falar comigo sobre qualquer coisa.

Ok. Isso era íntimo demais. Um dos cantos de sua boca se curvou para cima num lindo sorriso assimétrico, sua mão quente ainda enrolada na minha.

- Eu gosto disso em você, Ivy - ele estava ainda mais próximo agora, sua respiração quente batendo contra meu rosto, seus olhos focados na minha boca - Você é verdadeira.

Eu sorri, abaixando a cabeça, sem graça. Quando a levantei novamente, nossos narizes se tocaram, enviando uma corrente elétrica pelo meu corpo.

Meus olhos encontraram-se com seus escuros profundos, quase pretos. Ele era como uma pantera: poderoso, letal. Meus ouvidos chegavam a chiar tamanha a força com que meu coração batia. Estava com muito calor agora, minha boca estava seca e eu só conseguia pensar em qual era o gosto do seu beijo.

- Preciso te beijar - ele sussurrou e voltou a olhar para a minha boca, e dessa vez foi o meu coração que acelerou. Seu lábio inferior roçou bem suavemente no meu e me fez arrepiar. Foi devagar e com cautela, como se ele estivesse esperando por algum sinal.

Eu entreabri os lábios em um suspiro mudo e ele eliminou o espaço restante, colando seus lábios nos meus. Ele aproveitou a oportunidade e enfiou sua língua em minha boca, enquanto soltava minha mão e a trazia para o meu pescoço. Minha língua encostou na sua e então fiz o que queria fazer desde que o vi pela primeira vez: enterrei os dedos em seus cabelos, deixando-o explorar minha boca e retribui o beijo com todo aquele desejo acumulado. Sua boca quente e macia se moldava a minha e sua língua habilidosa se enrolava a minha me deliciando com seu gosto.

Ele sugou deliciosamente meu lábio inferior, sem pressa alguma, parecendo querer fazer perdurar o momento. Sua mão tocou em minha cintura, apertando e levantando um pouco da minha blusa de pijama.

- Tão doce - ele sussurrou contra meus lábios, sua língua acariciou a curva da minha boca, uma passada lenta que me fez inclinar-me para ele.

Foi quando me puxou, em um movimento abrupto e fluído, colocando-me sentada em seu colo, com minhas pernas ao redor de seu quadril. Eu não me importava com mais nada agora, só queria sentir ainda mais ele.

Passei os braços em seu pescoço e o beijei de volta. Ele acariciou minhas coxas, suas mãos ásperas deixando uma trilha quente em minha pele, empurrando a barra do meu shorts a cada lance de seus dedos. Puxei seus cabelos quando ele retribuiu o beijo com intensidade, sufocando os ruídos baixos.

Eu devia, mas não me importei com a faxineira mexicana que estava na minha sala. Eu precisava senti-lo. Era como se ele tivesse jogado um feitiço sobre mim.

Seus braços eram como aço segurando-me firmemente, as mãos agora espalmadas em minhas costas, me grudando a ele.

Sua boca escorregou até meu pescoço, me fazendo estremecer e inclinar a cabeça para o lado. Tudo era demais. Suas mãos, seus lábios, sua barba roçando na minha pele...

Seu membro cresceu embaixo de mim e minha intimidade pulsou de desejo. Esse devia ser o alerta para parar, mas eu não consegui. Montada nele e com suas mãos grandes na minha bunda, acariciando-a e apertando-a de um jeito delicioso, eu me esfreguei a ele, gemendo baixinho.

- Você quer isso? - perguntou. Seus olhos estavam em chamas, uma bola de fogo de luxúria. Balancei a cabeça e pressionei a pélvis contra ele, me esfregando em seu eixo rígido, movimentando os quadris para a frente e para trás.

Ele soltou um palavrão, agarrou minha nuca e baixou a alça da minha blusa, beijando e mordendo minha pele.

Tudo foi dissipado quando o celular dele tocou. Ele afastou a boca do meu pescoço e sua testa pressionou a minha, a respiração cálida nos meus lábios enquanto tentava recuperar a lucidez. Ele tateou até achar o celular no casaco ao lado, o pegando.

- Ei - ele murmurou, ainda tentando recobrar o fôlego. Ele me beijou, seus lábios cobrando os meus por um momento - Preciso atender.

Era como dar de cara em uma parede vindo a cem por hora. Eu sai de cima dele, minhas pernas bambas me obrigando a ficar sentada quando ele levantou, passou a mão no cabelo e atendeu o celular.

- Russo - ele disse com a voz firme e sóbria. A única coisa que denunciava o que havia acontecendo a segundos atrás era eu ainda ofegante e sua ereção marcando o tecido da calça.

Ele caminhou até a janela, olhando a cidade por entre as persianas, ouvindo a pessoa do outro lado com atenção. Passei a mão nos cabelos e arrumei minha blusa, esperando voltar ao normal. Ele ficou o tempo todo de costas, com o celular na orelha, sem falar nada.

- Certo - foi tudo o ele disse antes de desligar e se virar para mim - Desculpe, preciso ir - disse devagar, vindo na minha direção.

Eu me senti murchar. Ele também parecia frustrado e tenso, igual a mim. Ele apareceu aqui do nada e em um estalar de dedos eu estava em cima dele, pronta para transar. Eu não era assim, não que eu fosse recatada ou extremamente seletiva, mas precisava de alguns encontros para que a coisa fosse para esse lado.

Mas não com ele. Com ele era totalmente diferente. Eu queria, e queria agora.

- Não tem problema - disfarcei minha frustração com um pequeno sorriso sem vontade e levantei. Ele passou as mãos pela minha cintura, me puxando para um beijo. Sua boca era tão quente e convidativa que me senti derreter ali. Segurei em seus braços e senti seus músculos firmes por baixo do tecido do terno.

Sentia cada centímetro do seu corpo masculino apertado contra o meu e a única coisa que desejava era tê-lo agora mesmo. Ele se afastou o suficiente para olhar meu rosto.

- Jantamos juntos essa noite - não era um pedido ou um convite. Era um aviso. Eu apenas assenti e suas mãos deram um leve aperto na minha cintura antes de ele me soltar e pegar seu casaco em cima do sofá.

- Ás sete - avisei, tentando ter um pouco de controle sobre a situação. Ele vestiu o casaco, o tempo todo me olhando e assentiu levemente, com um pequeno sorriso.

- Às sete - concordou. Ele empurrou as luvas para dentro do bolso do casaco e se preparou para ir - Até a noite, Ivy.

- Até, William - seu nome saiu pesado da minha boca e eu não sei ao certo como consegui responder. Parecia que tudo tinha acontecido em cinco segundos desde que ele apareceu na minha porta, me deixando zonza.

Ele só sorriu antes de caminhar até a porta do meu escritório, mas ele virou antes de abri-la, me encontrando ainda parada no mesmo lugar.

- Eu gosto disso, a propósito - ele disse e eu esperei que completasse. Quando ele não fez, eu perguntei.

- Disso o quê?

- Quando me chama de William - havia algo naquele sorriso que me deixou perturbada. Ele parecia ter lembrado de algo, mas a expressão sumiu rapidamente.

- Ninguém te chama de William.

- Por isso mesmo - ele piscou para mim e saiu. Quando ele fechou a porta eu desabei sobre o sofá e bufei de olhos fechados, frustrada e ainda acesa com o que tinha acontecido.

Jantamos juntos essa noite.

Suas palavras ditas em um ronronar sedutor ainda eram frescas na minha mente, como se eu pudesse ouvi-las de novo e de novo.

Pensei nos meus dias longe daqui. Sozinha, com pessoas totalmente desconhecidas, achando que ia me ajudar, mas talvez esse tempo só tivesse me ajudado a abrir os olhos. Ninguém é feliz sozinho. Ninguém é feliz evitando sentir.

Mas mesmo sentindo dentro de mim queria isso era certo, um frio gelado tomava minha barriga.

Mas não era isso que eu queria? Recomeçar, fazer tudo voltar ao normal? Já estava começando. Primeiro um trabalho importante ajudando o Senador. Agora um encontro com um cara legal e interessante que eu me sentia muito atraida.

Um passo por vez, como diria meu irmão. Ele estaria feliz por mim, provavelmente seria o desejo dele se estivesse aqui, me ver seguir em frente.

Ou pelo menos tentando.

Pois é, prometi que o Frank apareceria nesse cap, mas mudei umas coisinhas e não foi dessa vez. Não sei se vcs que lêem aqui curtem hot, mas nas minhas fics eu sempre tenho cenas +18, então caso não gostem é só me dizer que pego leve rs

Beijos e até o próximo ❤


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