Caso Violeta (Andamento)

By DaniellaeKenzi

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Uma garota é encontrada morta à beira de uma auto-estrada, numa noite de dezembro. No bolso do seu casaco, a... More

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Booktrailer
Prólogo
1 - O corpo
2 - O bilhete
3 - A notícia
4 - O depoimento da mãe
5 - O depoimento do pai
6 - A melhor amiga
7 - O bom e o mau
8 - A abelha mestra e seus dois fiéis seguidores
Informação de desculpas
10 - Funeral de Violeta
11 - Convite para jantar

9 - Disparo

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By DaniellaeKenzi

Aquele parecia ser um dia de sol como já não se via há algum tempo. Algo estranho para o mês de dezembro. Ainda assim bem comum em terras lusas nas alturas mais inesperadas.

Quando o inspetor Henrique se levantou da cama teve o seu primeiro pensamento para a sua irmã Clara. Logo a seguir lembrou-se dos agressores de Violeta, para depois pensar em seus pais e depois em Diana que apreciara como a uma irmã mais nova. Talvez Núria tivesse razão quando lhe disse no dia anterior "Tu estás a ficar obcecado com este caso". Depois teve que ouvir a inspectora Chefe lhe oferecer a opção de sair do caso, mas Henrique estava determinado a achar este assassino em série que tanta vez o fez chorar pela morte de sua irmã e ele via em Violeta a sua irmã.

O que vinte anos não apagaram, mais vinte não apagarão. Não antes que se faça justiça.

Ao chegar ao DIC, viu a sua estagiária preferida entrar com o seu carocha vermelho pelo parking privado. Estacionou ao lado dela e cumprimentou-a com um sorriso.

- Bom dia, Catarina.

- Bom dia, senhor inspetor. Já soube do caso que têm em mãos.

- Já sei que sabes de tudo, querida sobrinha.

Catarina Saldenha era filha da irmã mais velha de Henrique, a antesessora de Clara, Maria do Carmo, que era casada com um GNR (Guarda Nacional Républicana) que entrara na reforma à um ano graças aos dois anos e meio de missão militar que tinha cumprido em Macau e outros três em Timor. Catarina sempre fôra atraída pelo o mundo policial, ainda assim as armas não eram o que a mais atraía e sim os detalhes deixados para trás, aquilo que as outras pessoas teimavam em não dar importância por não estarem atentos aos detalhes. Estudara ciências Forenses na universidade em Lisboa e conseguira um estágio profissional no DIC da Guarda por mériro próprio e não por cunha ao contrário do que certas pessoas pensavam. Mais uma vez os olhos azuis não destoavam da família, nem o cabelo escuro. Catarina era bonita, a maneira como maquialhava os olhos fazia-os parecerem maiores, a pele clara e os seus traços que herdara da mãe faziam dela uma moça de vinte e três anos muito bonita. O seu estilo era discreto, talvez um pouco gótico, mas ainda assim seria difícil passar despercebida.

Ao passar para o lado do batimento do DIC, Henrique sentiu-se vigiado. Foi uma sensação que se intensificou até um disparo de uma pistola particularmente barulhenta estourar. A bala penetrou a parede do Dic e Catarina sobressaltou-se. Estava apenas a alguns centimetros de distância do sítio em que a bala fôra disparada.

Olharam ambos para o sítio de onde o disparo havia surgido e puderam avistar alguém fugindo. Catarina ficou petrificada no lugar onde estava, mas Henrique iniciou uma corrida frenética atrás da pessoa que disparara. Ao passar no local onde a pessoa se posicionara avistou um bilhete e desistiu de alcançar a pessoa, pois não conseguia perceber em que direção tinha fugido.

Pegou no bilhete colado ao chão com pastilha elástica. «Esperto» pensou. Abriu o bilhete e leu «Não tive a intenção de acertar na sua sobrinha, querido inspector Henrique. Mas tome atenção. Ela tem O perfil preferido de quem nós sabemos».

Henrique ergueu as sobrancelhas e olhou em frente. Não estava ninguém. Nem conseguira distinguir se era homem ou mulher. Pensou nas palavras do bilhete, a pessoa tinha razão, a sua sobrinha tinha as características que atraíam esse assassino em série: olhos azuis, pele de tez clara e cabelo escuro. Ainda não tinha pensado nisso, mas agora sabia, a sua sobrinha corria perigo de vida e sentia-se culpado por só ter percebido isso quando fôra alertado por E. L.. Começava a sentir raiva dessa pessoa. Uma raiva que fez suas narinas dilatarem e arfar. Olhou Catarina que o olhava assustada, ainda parada no mesmo lugar.

~~~

- Pensei eu que o meu pior problema era um dente partido - comentou Catarina.

Jaime a olhou lamentando. A moça já lhe contara a cena do disparo e ele tivera vontade de matar a pessoa com as próprias mãos. Não dissera palavra alguma, porque Jaime era assim, mais observador que falador, era nisso que se desenvolvia um incrível talento engenhoso. Apesar de Catarina lhe contar a vida toda, tendo-o como um confidente, ele não retrubuia o mesmo tipo de atitudes. Ele nunca lhe dissera a real razão de estar ali, nunca lhe contara que violara as leis mais que uma vez antes de integrar a polícia, nem mesmo que foi a inspectora Ribas em pessoa que lhe ofereceu aquele estágio. Era como se os segredos nunca acabassem, mas só os dele, pois ele conseguia desvendar os segredos de toda a gente que queria, inclusive de quem não devia.

Catarina fazia o seu cabelo voar enquanto andava de maneira apressada de um lado para o outro. Ele sabia que era o nervosismo que a faziam agir assim. Admirava o facto do corpo da pessoa estendido na maca não a incomodar. Admirava a moça quando ela dizia "a morte é só uma fase da vida, a última". Era realmente diferente de todas as garotas que ele conhecera na vida.

Acompanhando o flutuar de seu cabelo, o cheiro peculiar do seu perfume chegava até às suas narinas e o fazia fechar os olhos. Jaime adorava aquele cheiro, sabia perfeitamente identificá-lo, era baunilha.

Culpava-se por dentro de estar a pensar no vazio da parede em vez de solucionar o caso. O corpo de Violeta Sousa fôra levado embora, para poder ser enterrado e haver funeral e eles não tinham respostas para aqueles pais que perderam a filha. Isso acontecia vezes demais. Pudera aperceber-se disso nos dois anos que trabalhava no DIC, no melhor departamento de todos os tempos, mas mesmo sendo bons no que faziam alguns casos nunca encontravam resoluções, sobretudo quando se tratava de desaparecimentos. Situações em que a pessoa sofria de Alzheimer eram o comum nesses casos, mas alguns adolescentes, garotas numa maioria esmagadora faziam parte dos casos arquivados. Talvez Violeta se tornasse mais um caso arquivado, o que achava triste. Tentou concentrar-se no que Catarina falara, apercebendo-se que a garota estivera falando para as paredes.

- Isto dói - ela queixava-se.

Jaime soube então que ela estava a falar do seu dente partido, ainda. Imaginava quanto devia ser desconfortável andar com um dente assim, partido pela metade.

- Já marcas-te uma consulta no dentista?

- Não me estás a ouvir, Jaime? - inquiriu Catarina. O jovem premiu os lábios e mostrou uma expressão culpada - Eu marquei, mas só tenho consulta daqui a dois dias. Até lá este dente vai-me fazer impressão.

- Tu és sempre tão impaciente - Jaime suspirou. Não era para ser uma crítica, mas teve consciência que soou a isso.

- Agora pareces-te a minha mãe a falar - constatou a garota.

A conversa teve fim, quando o Dr. Elias entrou no espaço.

- Ora, ora... - disse o doutor - Aqui temos a velha Gertrudes - disse em relação ao corpo - acho que a causa da morte é óbvia, morreu de feia.

Tanto Jaime como Catarina reviraram os olhos. Até quando pensavam que o doutor ía dizer uma coisa séria, ele brincava. Jaime dizia-se que um dia ele iria parar ao inferno, de tanto que brincava com a morte. Não devia ser muito bem visto aos olhos de Deus.

O corpo morto da senhora na maca tinha já riscos pintados no abdômen. Tudo indicava que morrera de velhice, já tinha uma idade avançada e imensos problemas de saúde em vida. Não havia muito a ver. Estava claro. Se todos os casos fossem assim seria mais fácil de lidar com as mortes.

...

Algures no DIC, Núria estudava o caso de Violeta, tentando encontrar pistas. Não demorou muito tempo a decidir que seria importante, talvez até crucial, ir ao funeral da garota que seria no dia seguinte. Depois de algumas chamadas soube em que cemitério Violeta seria enterrada. Pensou em tudo ao pormenor, como se a resolução do caso dependesse disso. Perfeição, o caso devia ser tratado com perfeição e raciocínio. Aquele assassino não podia continuar à solta por muito tempo.

~~~

Aaaah, eu sei. Finalmente. Sim, estou melhor e muito inspirada.
E a acção vai começar, junto com treta, muita treta. Quem gostou da Diana, no próximo capítulo então vai adorar.

Beijinhos e até ao próximo capítulo que muito em breve também será publicado.

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