As pessoas não entendiam que os albinos são simplesmente seres humanos com deficiência genética e nada mais.
O albinismo não é exclusivo da raça negra só pelo fato de na África existir maior números de albinos, na Europa existe um albino para cada 100.000 pessoas.
Alguns estudos mostram que essa deficiência é hereditária, mas isto não quer dizer que casais normais não poderão ter filhos albinos, e albinismo não tem cura, por isso é tão difícil mostrar as pessoas que não existe nada de anormal nem de milagroso num ser albino.
Samira encarava estática sua mãe tentando convencer sua irmã a matar seu bebé. Ela segurava assustada o seu filho, ninguém conseguiria imaginar a dor e o desespero dela, ver sua própria mãe, a avó que devia amar e cuidar do seu neto. Sandra chorava e tremia copiosamente, seu bebé também começou a chorar, mas ela não podia deixar que sua mãe o envenenasse ao mamar. Leiza, tirou a tampa da garrafa e segurou firme na mão de sua filha enquanto ela gritava bem alto, _ Sandra minha filha não sejas teimosa.O que é que tu queres, que as pessoas vão lá em casa matar todos nós por causa desta coisa?
_ Não mãe, é meu filho. Eu já amo-o tanto.
Samira sentiu seu sangue ferver, era a sua mãe ali, mas ela não conseguia enxergar, seus olhos estavam turvos de tanto ódio, e as lembranças vinham à tona.
_ Akami meu filho quando saíres da escola hoje ficas junto da professora que a mamãe vem já te buscar.
_ Sim mamãe.
O seu menino meigo e doce, deu-lhe um beijo e um abraço apertado na mãe. A professora o levou para dentro, devido a sua condição, ele sempre ficava sob os cuidados da sua professora. Ao se despedirem sua mãe sentiu seu corpo ficar gélido, mas não se importou , nada iria acontecer ao seu menino. Ela segurou seu peito com a mão e caminhou sorridente pensando nas brincadeiras de sua criança, cada dia ele levava uma nova aprendizagem para casa e ensinava a sua mãe. Samira foi embora para mais tarde voltar e levar seu menino para casa como fazia todos os dias, e mal sabia que algo de muito ruim iria acontecer naquele dia.
Em sua casa alguém conversava com sua mãe.
_ Eu pedi para esperarem, não é assim tão fácil.O menino está sempre junto com a mãe.
_ Dona Leiza, desde o primeiro dia, nós combinamos que assim que ele completasse três anos ias vendê-lo para mim. Agora estão atrás dele, e qualquer um pode tê-lo a qualquer hora. A senhora falou connosco.
_ Não se preocupem, ele é da minha filha, não é fácil para mim, ela poderá desconfiar de mim. Minha família não entende. A pior coisa que fiz foi colocar essas meninas na escola.
_ Isso não nos interessa, queremos o menino hoje e mais nada. Se até depois do almoço não tivermos ele, a sua família pagará o pacto. Adeus.
_ Não espera, me dêem mais uns dias, eu prometo que farei o combinado.
_ Até depois do almoço.
A senhora pensava numa forma de cumprir com seu dever de mãe e proteger sua família. Ela nunca matou um albino com suas mãos, desde pequena sempre ouviu de seu pai e seu avô sobre os males de ter um albino na família. Assim como ela seus antepassados também já tiveram albinos na família, mas nenhum sobreviveu , eram vendidos para feiticeiros, mas a sua avó usava partes deles para fazer amuletos de proteção. Leiza jamais poderia imaginar que suas filhas podiam ter um filho albino e assim que soube entrou em contato com seu primo um grande bruxo do norte que fazia parte de uma associação de bruxos que caçavam e matavam albinos.Eles eram divididos entre, bruxos, feiticeiros, caçadores e fornecedores. Entre eles tinham pessoas de todas os níveis sociais e de todas as nacionalidades.
Quando o relógio bateu doze horas e trinta minutos, suas mãos começaram a suar frio, mas ela não se hesitou, pegou na sua bolsa e sua chave e saiu rumo a escola de seu neto.
_ Bom dia sra.Leiza, como vai?
_ Muito bem, só vim buscar o meu neto.
_ Claro, a sua filha não vem mais?
_ Não sei.
_ Mas ela... interrompida pela avó.
_ Qual a sua preocupação eu sou a avó. Onde está o meu neto?
_ Na sala, me acompanhe.
Ao ver sua avó Akami se alegrou e correu a seus braços enchendo-a de beijos.
_ Vamos meu bem.
_ Sim vovó. Ele sorriu e pegou na sua mochila animado, e segurou nas mãos dela. Ninguém se preocupou, afinal o'que de mal uma avó poderia fazer ao menino.
Akami andava animado, balançava as mãos enquanto tagarelava sobre tudo o que tinha feito na escola, Leiza de vez em quando para não parecer muito tensa, olhava para o menino e lhe lançava um sorriso frio. Sabendo que a qualquer momento podia encontrar com a sua filha, ela começou a andar rápido, ao atravessar a rua viu seu primo a sair de um carro preto, ele abriu as portas traseiras e a fez sinal com as mãos para entrar e assim ela o fez, e o menino ficou tão animado com carro que começou a pular de uma janela para outra.
_ Então rapaz gostas de passear de carro, perguntou o homem com um largo sorisso no rosto.
O menino sorriu e respondeu sim.
Leiza e o homem se encararam e ele a entregou um pano branco ensopado de sonífero, naquele momento ela sentiu uma pontada de dor mas mesmo assim pôs o menino para dormir e pegou seu envelope de dinheiro e saiu do carro.
Em casa ela encontrou sua filha sentada à sua espera, Samira não podia acreditar que algo havia acontecido com seu menino. Ao perceber que sua filha estava sentada na sala, ela começou a chorar e a tremer, entrou na sala e abraçou a menina, contando uma outra história, que alguns homens a abordaram no caminho de casa e levaram o menino num carro, ela já tinha feito o boletim de ocorrência na polícia. Samira simplesmente caiu dura no chão, ficou dias em coma, e mais dias em estado de choque até se recompor aos poucos. Nunca mais soube de seu filho e nunca se deu ao trabalho de ir na polícia certificar do caso. Ela separou do seu marido, deixou de trabalhar e passava mais tempo em casa a ajudar a mãe com seus remédios caseiros. E naquele momento no hospital, ela simplesmente começou a lembrar de seu filho e a sua dor da perda caiu sobre ela como uma densidade de chuvas torrenciais sobre o seu corpo, cheia de emoções e fúria empurrou sua mãe com toda a sua força que a fez bater forte contra a parede.
A sua força e seu ódio estavam além do normal ao ponto de fazê-la bater em sua mãe com várias tapas e chutes e fazê-la beber o restante de veneno na garrafa. O barulho no quarto de Sandra chamou a atenção de todos, os enfermeiros adentraram no quarto e logo tentaram separar a filha da mãe, uma outra presente foi a ajuda da jovem mãe que ainda estava assustada e em choque. A restante família que aguardavam foram chamados, ninguém estavam a entender o que estaria a acontecer, uma filha estava sendo levada para outro quarto e não parecia nada bem, a outra queria continuar a bater na mãe que estava deitada no chão sem forças, os efeitos do veneno começaram logo. Aos poucos Samira começou a fingir calma, ela se desvencilhou dos seguranças e falou que não iria fazer mais nada, só queria segurar sua mãe.
Se aproximou lentamente de sua mãe que agonizava no chão com lágrimas nos olhos. Ela sentou e confortou-a no seu colo.
_ Mãe, ela a chamava com a boca bem perto do seu ouvido.-_ Eu sei de tudo, sempre soube. Sussurrou no ouvido da Leiza.
Dona Leiza começou a ficar agitada e a tremer, se esforçou para ver nos olhos da filha.
Por um momento ela pensou que iria ouvir um pedido de desculpas, mas não, a mulher simplesmente a olhou no fundo de seus olhos e sorriu com maldade, seu me-ni-ni-no, não. Morreu.
Ouvindo isso, Samira começou a sacudir o corpo de sua mãe, implorou copiosamente que lhe dissesse onde estava seu menino, mas não obteve a sua resposta, talvez sua mãe só quisesse deixá-la ainda mais perturbada.
E, então pessoal, agora gostaria de saber da vossa opinião sobre esta história.
O que acham que realmente tenha acontecido ao menino Akami, será mesmo que ele está vivo?
Será que a Dona Leiza se arrependeu.
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