*Patrícia ON*
Isto é normal certo?
É normal que eu me sinta tão bem com o Zayn, que confie nele assim tanto, que goste de estar com ele sem problemas? A parte mais estranha é que eu só o conheço à uma semana! Mas é como se nos conhecêssemos à imenso tempo. Parece que... Não sei, parece tão natural e espontâneo...
O que não é normal que não consigas parar de olhar para ele, pensar nele ou falar dele... avisou o meu subconsciente.
Eu não faço isso! respondi-lhe de volta.
-Estás bem?- perguntou-me o Zayn.
Veem? Era disto que eu estava a falar. Ele já me conhece tão bem que até consegue perceber que eu estou numa guerra com a minha vozinha interior.
-Claro.-disse, sorrindo.
Ele olhou para mim até eu responder, prestando depois atenção à estrada. Limpei todos aqueles pensamentos da minha cabeça, cantando horrivelmente uma música da Rihanna que passava no rádio.
-Partes, pagas.- gozou o Zayn apontando para os vidros.
Dei-lhe um murro no braço e tentei não sorrir. Ele deitou a língua de fora e começou a cantar também.
-Então, que filme é que vamos ver?- perguntei-lhe quando chegámos ao cinema.
-Surpresa!- gritou ele, dirigindo-se para a bilheteira.
Fiquei um pouco para trás enquanto mandava uma mensagem ao Harry a avisá-lo que não ia estar em casa. O Zayn voltou, deu-me um bilhete e entrámos na sala. Estava quase cheia, principalmente rapazes que olharam para mim de alto a baixo intimidatoriamente. Aproximei-me do Zayn e ele pôs o braço à volta dos meus ombros de forma protetora. Foi aí que me lembrei de olhar para o bilhete: Rec 4.
-A sério Zayn? Um filme de terror? Queres que eu tenha um ataque cardíaco aqui?!- sussurei enquanto ocupávamos os nossos lugares.
Eu odiava filmes de terror, simplesmente não dava para mim. Cada vez que eu via um filme de terror tinha de ser agarrada ao Harry ou ao Liam para ter algo que me protegesse. Se alguém gritasse de repente, eu apertava-lhes a mão ou gritava também ou enterrava a cabeça no peito deles. Um dia, o Harry obrigou-me a ver um filme tão horrível que acabei a chorar e tive de dormir com ele nessa noite. Já na casa do Liam, eu escondia-me atrás dele e implorava-lhe para ele mudar de filme. Acabávamos sempre por ir ver uma comédia.
Mas no cinema era diferente. Ali não tinha como me esconder e o som era muito mais intenso, ou seja, era provável que eu saísse dali com as calças molhadas. Já sei que sou uma maricas, gozem à vontade.
-Vá lá, não é assim tão mau, podes agarrar a minha mão se quiseres.- ele deu-me um sorriso confiante mas eu não ia ceder tão facilmente. Cruzei os braços e ele riu-se da minha cara.
As luzes começaram a apagar-se e eu descruzei os braços, mexendo nervosamente no cabelo. Ainda podia dizer que me estava a sentir mal e saía dali, é que eu tenho mesmo pavor de filmes de terror! Mas não podia fazer isso ao Zayn.
Remexi-me no meu lugar enquanto brincava com os meus dedos, não me atrevendo a olhar para o ecrã. Senti os lábios do Zayn na minha testa, ao mesmo tempo que ele me dava a mão, entrelaçando os nossos dedos. Olhei para ele e encontrei aqueles olhos castanhos-avelã que me deram segurança. Finalmente atrevi-me a olhar para o ecrã e era o que eu esperava encontrar: sangue, pessoas transformadas em criaturas assustadoras e máquinas que faziam imenso barulho, tipo serras. Arrepiei-me imediatamente e apertei a mão do Zayn.
Era típico, eu fazia sempre isto. E isto era só o ínicio: a seguir vinham os gritos e o choro. Tentei abstrair-me do filme observando a expressão atenta do Zayn. Ele estava muito atento a capturar todos os pormenores do filme, enquanto me acaríciava a mão com o polegar. Não consegui deixar de sorrir. Mas brevemente a minha paz foi quebrada por um grito agudo de uma mulher que fugia. Saltei do meu lugar e um guincho escapou da minha boca. Cobri a minha cara com a mão que tinha livre e enterrei a cabeça no peito do Zayn. Senti-o rir-se levemente enquanto me abraçava.
A tortura continuou, com mais gritos estridentes e todo o tipo de atrocidades. Quando o filme acabou e saímos da sala eu estava à beira das lágrimas. O Zayn abraçou-me enquanto as outras pessoas olhavam para mim.
Mas eu não queria saber, eu estava segura agora.
*Joana ON*
Quando cheguei ao café e o vi senti o meu corpo estremecer. Sem dúvida que ele era atraente mas não parecia certo o que eu estava a fazer, como se estivesse a ir contra qualquer coisa dentro de mim. O que aconteceu na festa não devia de ter acontecido. Não vou dizer que não tive prazer, estaria a mentir, mas eu não o conheço. E agora o que é que ele quer? Conhecer-me melhor ou apenas divertir-se?
Entrei no pequeno café e sentei-me à sua frente.
-Então boneca, nem direito a um beijo tenho?- perguntou provocadoramente o Scott.
Inclinei-me para lhe beijar a bochecha mas ele desviou-se e acabei por o beijar nos lábios. Ele riu-se da minha expressão corada e eu revirei os olhos.
-Porque é que me ligaste?
-Tenho saudades tuas gata.
-Saudades?- perguntei irónica.- Estivemos uma vez juntos. Nós não nos conhecemos Scott.
-Mas eu pretendo mudar isso.
O meu estômago deu uma volta volta com as palavras dele. What?
-Como?
-Assim.
Ele aproximou-se de mim e beijou-me. O meu coração começou a bater mais depressa mas controlei-me e afastei-o.
-Quando disseste conhecer, pensei que estavas a pensar em falar.
-A minha linguagem é outra, é corporal.
Ele lambeu os lábios e olhou-me de cima a baixo.
-Miúda nem sabes o que me está a apetecer fazer agora.
God, como é que eu me enrolei com este gajo? A bebida realmente falou mais alto. Ele só quer é sexo. Porque é que eu me lembrei dele hoje de manhã e estava tão preocupada com este encontro?
-Não sei mas acho que também não vou saber. Adeus Scott.
Agarrei na mala e saí do café, deixando um Scott estupefacto para trás.
*Harry ON*
Estava na sala a ver um jogo de futebol bastante interessante quando oiço o som estridente da campainha. Levantei-me um pouco contrariado e fui abrir a porta.
-Joana?
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Finalmente!! Desculpem a demora! Qual é a vossa opinião até agora? O que devia mudar? Quem acham que são os casalinhos? :p
votem e comentem, ly