Irresistivelmente Atraente

By julianaariel

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Julia, diferente de todas as mulheres, usa a ironia para sair de certas situações. Ela conhece Anthony em uma... More

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Finalmente o último capitulo
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By julianaariel

Anthony

De todas as coisas que passam na minha cabeça a única que me recuso a pensar é que Julia pode está morta.

Estou desesperado, destruído, e exausto. Não posso perdê-la.

Já faz duas horas que ela está desaparecida, e por causa do Natal, a quantidade de policiais circulando na rua é menor.

Tentamos puxar as câmeras de segurança, mas a única coisa que conseguimos foi uma placa parcial do veículo. Porém deu para identificar o modelo, o que facilitou as buscas, resumindo a somente 3 que batem com a descrição mostrada no vídeo.

Xavier e outros agentes de segurança estão verificando os três veículos, enquanto a mim, espero impacientemente.

Ana está agitada, choramingando, e se desculpando por não fazer nada. Mas se não fosse por ela, não saberíamos o que tinha acontecido. Ela só tem 5 anos, é uma criança tão corajosa. Fico abraçada com ela, fazendo cafuné, e tentando não chorar. Pelo menos não na frente dela.

– Filho você precisa dormir. - Meu pai fala depois que Ana adormece em meu colo.

— Eu não vou dormir enquanto ela não for achada. - sussurro.

— Ela vai ser encontrada. E ilesa. Mas você tem que descansar, só assim vai poder resolver melhor a situação. Qualquer atualização eu te acordo.

— Ok. - suspiro e aceito, mas sabendo que não vou conseguir pregar o olho.

****

- Chamei o Drew para ajudar. - Xavier fala.

- Quem é esse? - pergunto desorientado. Não consegui dormir. Não quando o amor da minha vida está longe de mim, em perigo.

— O cara ruivo, de cabelo cacheado abóbora, que lembra o garoto de espinha dos The Simpsons. Que ajudou no caso de Alejandro.

— Lembro. - sento em uma cadeira alta, no balcão da cozinha. Já era dia quando o encontrei. Ele estava temeroso, como nunca o vi. Tinha alguma coisa errada.

— O senhor lembra que ele é da Interpol, isso significa que tem risco de ela ter sido levada para fora do país.

Saído do país, será possível? Quem faria isso? E por quê? E por que não eu?

— Pedi ajuda da minha antiga equipe da CIA, eles estão checando se reconhece alguns dos sequestradores. Também conseguimos identificar o furgão que Julia foi levada. É roubada. A sua cor original era azul royal, eles pintaram para dificultar quando a polícia procurar. Seguimos o veículo pelas câmeras de segurança de alguns estabelecimentos ate um pequeno aeroporto. Por isso a necessidade de saber se ela foi levada para outro país.

— Já temos os suspeitos? - pergunto.

— Ainda não, não até verificarmos quem seria os homens que a levaram. - Xavier responde. - Mas, pelo menos, conseguimos achar o carro. Estão fazendo a análise do carro para ver se acha alguma coisa. Drew vai fazer algumas perguntas para você. Talvez devemos filtrar as procuras.

****

24 horas depois, e nada. Já está em todos os jornais e rádios anunciando loucamente.

Conseguimos identificar dois dos quatro sequestradores. Marcos Garcia condenado a três anos, porém está de regime aberto. Rogélio Gomez já pegou 10 anos de cadeira por tráfico internacional de drogas. Todos os dois são descendentes de venezuelanos. Isso não tá me cheirando bem.

Xavier foi até o aeroporto para ver se consegue saber se alugaram algum jato ou helicóptero, para eliminar de vez a hipótese dela ter saído do país.

Meu pai está deitado com Anastácia tentando não deixá-la mais assustada, e Carlos sempre me pergunta se preciso de alguma coisa. Ele também se sente culpado pelo acontecido.

A polícia já nos interrogou, e disse que fará de tudo para ajudar. Sr Joshua, está aqui junto com Clary, tentando repassar o que aconteceu na cena. Por sorte conseguimos recuperar o celular da Julia.

— Ela recebeu uma ligação sem identificação três minutos antes de ser raptada. - Clary fala, analisando o celular. - Pai, dá para identificar quem fez a chamada?

— Na verdade, acabei de fazer isso. - Drew fala, ainda olhando o notebook. - É de um celular descartável, entretanto, consigo triangular as redes de sinais e descobrir o raio de onde a chamada foi feita... Achei, foi a equivalente a 1 km de onde Julia foi sequestrada. Ela estava sendo observada o tempo todo.

— Tem como verificar as câmeras, para ver quem pode ter ligado? - pergunto com uma ponta de esperança.

— Se eu conseguir achar uma próxima. Tem uma cafeteria próxima, ela tem câmera externa... - Drew, gruda os olhos no notebook. Ele franze a testa, e depois arregala os olhos.

— Vocês acreditam que os mortos podem ressuscitar? - ele pergunta, virado o notebook em nossa direção.

Era o Gabriel.

****


- Aquele filho da puta está vivo? - Xavier pergunta incrédulo. - Como ele conseguiu sobreviver? Ou melhor como ele conseguiu enganar os resultados? Ele é mais esperto do que prevíamos.

Xavier voltou da expedição no aeroporto quando recebeu a notícia. Com ele trazia a informação que uma empresa tinha alugado um jatinho particular. É claro que a empresa era de fachada. E agora sabemos de quem pertencia.

- Na próxima vez que eu o ver, vou me certificar de deixar ele morto. - Xavier sai da sala, enfurecido, não sei pela frustração de saber que Gabriel não está morto, ou temeroso pela vida de Abigail. Ou os dois.

Ainda não sabíamos o destino do jato, porque a empresa não entregava informações sem mandato. Decidimos hacker o sistema deles.

— Estou verificando as câmeras para saber se realmente eles pegaram um jatinho. - Drew fala. - Julia tem quantos metros?

— 1 metro e 58. - Sra Eva diz, com um lenço na sua mão, que está trêmula.

— Ok, é possível que seja ela mesmo. - Drew passa a mão pelos cabelos.

Pulo para ao lado dele, e Clary também.

Sim, pelo tamanho era ela. O problema é que estava dentro de uma mala de plástico preta.
- Ela não está morta, certo? - minhas lágrimas estavam rolando do olho involuntariamente.

— Mantenha a calma, ela está bem, eu sinto isso. - Sra Eva, me abraça me confortando. - Minha filha está bem.

— Gabriel não é burro. - Clary fala, com os olhos grudados na tela. - Pai, o senhor é um bom analista. Veja se eu estou errada, mas ele queria ser visto. Queria mostrar quem é o mais inteligente, ele não fará nada com Julia, porque ela é o prêmio dele. Mas não sei por quanto tempo ela vai está a salva. Isso é um jogo. Como xadrez.

— Pelo comportamento dele, é isso mesmo que Clary falou, eu duvido muito que ali seja ela no saco. Pode ser qualquer peso, ou outra pessoa, só para parecer que ela está morta. Ele quer o prêmio só para ele. E se ele sentir-se ameaçado, ai sim ela tá correndo perigo. - Sr Joshua diz, concentrado. - Temos que chegar devagar, pois se fomos intensamente ele vai saber, e vai matá-la sem piedade.

*****

Quatro semanas depois...

Julia

O sistema negativo da coisa, é pensar que tudo está perdido. E estava tudo perdido.

Fui sequestrada por um sociopata de 80 quilos, e possivelmente o mais inteligente que meu noivo, pois no momento já tenho um mês nesse inferno.

Poderia ser pior. Eu poderia estar em uma cela escura, com umidade e com comida escassa. Mas Gabriel... Alejandro, me deixou muito confortável em uma casa de campo onde sou vigiada 24h por dia. Com câmeras, homens fortemente armados e por ele. Estou no meio de um monte de mercenários.

Ele sabe que estou grávida, e misteriosamente não surtou com isso. Muito pelo ao contrário, ele começou a me tratar muito melhor. Sem remédio para me dopar e sem xingamentos. É claro que fico com os meus olhos abertos, não sou idiota ao ponto de cair na sua "hospitalidade".

O lugar é fresco, não consigo distinguir onde estamos, eu poderia está nos EUA ou no Canadá. Por causa das montanhas rochosas e pinheiros. Pensando bem, o Canadá é frio nessa época do ano. O lugar onde estou faz frio, entretanto não como Portland. Com certeza estou no norte dos EUA.

Estou em uma mansão, como grandes terras ao redor, cercada por uma floresta densa. Mesmo se eu tentasse fugir, com certeza morreria ali dentro. Da pouca brecha que tem em minha janela, consigo ver que não tem nenhum habitante ao redor, significa que essa propriedade é particular, e quem for o dono disso, tem muito dinheiro.

Existem guardas cercando o lado de fora, câmeras espalhadas por vários lugares. Isso é uma fortaleza. Só existe uma entrada para a propriedade, e pelo que deu para perceber só entra quem tem autorização. Existe um muro alto que cerca a propriedade, cortando a floresta a dentro. Eu não sei se existe alguma chance de sair daqui.

Estou na cama, enrolada em lenções de algodão liso. O quarto é bonito, entretanto selado e com câmera, o único lugar imune é o banheiro. Ele me visita todos os dias, fala sobre a sua vida e seus feitos, quem matou, ou manipulou, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Ele me trata como se fosse não só um prêmio, mas como uma confidente. Para ele, eu sou uma imaculada, nem ele e nem ninguém poderia me tocar. E fico aliviada por isso. Tento me comportar de forma concessiva, mas sempre analisando tudo, um modo de sair daqui viva. Eu sei que Anthony está fazendo de tudo por mim, e espero que consiga me achar nesse fim de mundo.

Sei que Alejandro está despistando-os, como se eu estivesse mudando de esconderijo a cada dia, ele deixou isso bem claro. Para uma pessoa louca, ele é muito esperto. Entretanto tenho esperanças que a experiência de Xavier me ajude.

Ouço uma batida na porta, e ela logo é aberta, e uma mulher que aparenta ter 40-50 anos, entra em meu quarto. Ela está vestida com um jaleco branco, e carrega uma maleta para sí. Ela é loira e risonha. Com certeza ela não sabe onde está se metendo.

— Julia meu nome é Savanna e gostaria de saber como está a sua gravidez. Já foi em algum médico antes, fez pré-natal? - ela pergunta com um sotaque leve, francês.

— fiz sim, mas deixei em casa... - respondo limitando a conversa.

— Ok, tudo bem. Vou apertar sua barriga um pouco. - ela começa a pressionar a mão sobre minha barriga. - Seu bebê também parece está bem. Embora não possa fazer muita coisa aqui. - Possivelmente temos um jogador Cricket aqui.

O pequeno bebe deu um chute. Não sei ao certo o sexo, mas o palpite é que seja um menino.

Alejandro não disponibilizou aparelhos de ultrassom, alegando que a radiação poderia mostrar a nossa localização, A médica em questão, possivelmente achava que nós eramos um casal que queria ser reservado. Não poderia colocar a vida dela em perigo, se eu tentasse alguma coisa, ou se me ajudasse, com certeza ela seria morta. É claro que não confio totalmente nela, poderia ser a jogada de Alejandro para saber sobre meus planos de dar um fora daqui.

— Muito bem, você já pode descansar. Eu volto daqui a uma semana. - ela sorri e se despede.

Deito de lado na cama, e começo a alisar minha barriga. Não quero que meu bebê viva em cativeiro, mas não sei o que fazer, nem sei que dia é hoje. E com todas essas câmeras é impossível procurar alguma falha, se ele se quer sonhar que estou tentando sair, não sei do que ele seria capaz. Tenho que manter a cautela, ele está muito diferente do que conhecia, ele se tornou imprevisível e calculista.

*****

À noite, ele veio ao quarto onde estou alojada, estava com uma bandeja de comida, que cheirava muito bem, porém não confiava de comer, sempre analiso por horas até não achar nada de estranho.

— Como você está? - ele pergunta colocando a bandeja em cima de uma escrivaninha. Se aproxima de mim e se senta ao lado da minha cama.

— O que você acha? - pergunto levantando uma das sobrancelhas. Ele bufa.

— Estou te deixando mais confortável possível, é claro que você me surpreendeu pela gravidez mas, estou fazendo tudo ao meu alcance. - ele sorri.

Encaro pela última vez e viro para o lado. Eu não quero ver aquela cara nojenta de novo.

Escuto os passos dele ficando mais distante, e suspiro aliviada. Ele se foi.

Começo a imaginar Anthony, no que ele está fazendo. De como a gente estava bem, principalmente com a descoberta da gravidez. Ele me mimando, me amando. E tudo isso foi tirado de mim. Mas não para sempre.

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