O Professor [Completo]

De robertasell735

104K 8.5K 6K

Stephen Weber é um prestigiado professor de literatura inglesa em uma universidade tradicionalista. Sua vida... Mais

O Professor
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Epílogo

Capítulo 13

2.4K 264 93
De robertasell735


Manoela havia trocado a água em que deixou a carne salgada de molho e se preparava para deixar os outros ingredientes cortados. A música estava alta no seu fone de ouvidos, e dessa forma, não percebeu que as batidas das teclas haviam cessado e muito menos que passos contra o assoalho seguiam em sua direção.

Stephen estava sedento e com os punhos cansados. Decidiu que era hora de se alongar, e quando chegou até a sua cozinha, estacou. Ela estava lá, em pé, com um dos seus pés apoiados sobre o tornozelo. Essa posição deixava as suas nádegas levemente empinadas e Stephen tinha um fraco por essa parte do corpo de Manoela.

Em sua mente, surgiu a vez que depois de embriagados de vinhos e completamente bêbados ela deixou que ele lhe tocasse de forma mais íntima nessa parte. O sexo anal aconteceu, e ele ansiava por repetir.

A calça jeans justa não facilitava, dando a ela mais contornos e intensificando os seus desejos. A camiseta quase infantil também seguia grudada em seu corpo, marcando a sua cintura. E os cabelos amarados para trás deixavam os seus cachos mais fechados.

Era uma das cenas mais sexys que Stephen presenciou até aquele momento. Sem rodeios, foi até a sua direção e segurou com firmeza o rabo de cavalo. Nesse ato, Manoela sentiu o seu corpo tencionar pela surpresa e relaxar logo em seguida quando o toque sutil dos lábios dele chegou até a sua nuca.

Manoela fechou os olhos enquanto os lábios dele brincavam vagarosamente pela sua pele. Esses dias de imersão em sua escrita fez com que Stephen ignorasse a necessidade de fazer a barba, e dessa forma, os pelos ainda ralos eram usados para causar arrepios na pele da mulher.

A boca carinhosa brincava como uma borboleta na primavera por entre as flores, descendo e subindo pela nuca desnuda de Manoela. O som da música vinha fraco para Stephen, enquanto para Manoela ajudava a embalar aquele prazer. A mão dele ainda mantinha os cabelos dela preso e também ajudavam na movimentação de sua cabeça para onde ele quisesse jogá-la. Conforme o desejo em Stephen aumentava, os seus beijos ficavam mais intensos, e a mão livre afastou a camiseta junto da alça preta do sutiã que ela usava e a sua boca mordiscou o seu ombro esquerdo. Manoela arfou e jogou a cabeça para trás.

Ela buscou pela boca do seu parceiro que a impediu, puxando novamente os seus cabelos. Stephen gostava daqueles cabelos encaracolados. A maciez de sua textura quando sentida sobre o seu peito, faziam o seu corpo inteiro se arrepiar. Desceu os seus lábios novamente para o ombro que ficou amostra. Em um movimento rápido ele removeu os fones de ouvido, os jogando para longe, e dessa forma, conseguiu envolver com a sua boca úmida o lóbulo da orelha de Manoela.

Ela, nesse momento, sentiu o couro cabeludo inteiro se eriçar. Sua vagina contraiu. E sua respiração perdeu o ritmo. O homem estava lhe torturando com prazer apenas com o tocar dos seus lábios na sua cabeça. Suas mãos seguravam a bancada da pia com força. Suas pernas estavam perdendo as forças e a língua dele entrava pelo seu ouvido junto com a respiração ofegante.

A língua descia de volta, em contato com sua nuca, quando ele com os pés afastaram as suas pernas e grudou o seu corpo muito maior ao dela. Manoela sentiu que ele estava duro contra as suas nádegas e aquela boca não lhe dava paz.

Novamente ele puxou os seus cabelos, e a sua língua encontrou o contorno do seu maxilar. Manoela mexia seus quadris contra o dele. A mão livre de Stephen subiu por dentro da camiseta de Manoela e apertavam os seus seios miúdos. E seus lábios não cessavam.

Manoela queria mais. E a brincadeira de Stephen não cessava. O corpo dela se remexia contra o dele, e a calça do pijama já não era um obstáculo. E a segurando ainda pelos cabelos, ele a colocou sentada sobre a mesa. A cabeça pendia para trás. Sua boca clamava pelos lábios de Stephen.

Ele envolveu os finos lábios de Manoela ao mesmo tempo em que ela conseguiu abaixar a calça dos seus pijamas e segurou o pau endurecido em sua mão. Stephen arfou.

— Agora é a minha vez de brincar de beijar!

Manoela mordeu os lábios para em seguida umedecê-los, passando a sua língua. Stephen parou de segurar os seus cabelos. Manoela desceu da mesa e deixou o seu corpo escorregar quase até o chão. E agora, da mesma forma que o homem havia desfrutado com seus lábios, Manoela faria o mesmo com o seu.

Começou suave. Lenta. Sutil. Stephen a observava por cima dos óculos, afastando os cabelos desprendidos do elástico do seu rosto. Ele queria ver. Se excitava com aquilo. Ver Manoela com seu pau na boca. Ver a língua dela deslizando por toda a sua extensão, e no fim, sua boca pequena envolver seu saco e então retornar até o começo. E aqueles olhos escuros lhe encaravam com desejo. Ela lhe tornava cada mais úmido e com isso, mais ondas de prazer percorriam seu corpo alto. As mãos miúdas, antes acomodadas em sua nádega, ajudavam a movimentação das sugadas. Manoela não pararia se Stephen não impedisse. E ele não tinha a menor intenção de fazer aquilo. E dessa forma, o líquido quente e esbranquiçado do homem ocupou todo o espaço na boca da mulher, até que então tudo parou.

***

Os sons das teclas se misturaram ao do vinil que Manoela havia colocado para tocar. Há alguns meses, quando conheceu a casa de Stephen, ficou maravilhada em saber que ele tinha um belo tocador de vinis em pleno funcionamento e não apenas uma peça decorativa. Algo que amava nos europeus era esse encantamento nostálgico que eles mantinham. Recebiam o novo, porém, se apegavam ao velho, e agora, Tom Jobim preenchia aquela casa com a sua melodia.

"Cristo Redentor... Braços aberto sobre a Guanabara..."

A voz de Manoela vinha doce e suave, tal como as cantoras que dividiam a linda música com Tom Jobim no seu Samba do Avião. Um fechar de olhos, um balançar dos quadris. A garota carioca dava os últimos retoques na cheirosa feijoada improvisada com alguns ingredientes faltando, mas não menos saborosa.

Manoela estava satisfeita e feliz naquela manhã de domingo. Stephen havia feito uma pausa na sua obsessão pela escrita e se submeteu as ânsias carnais acumuladas de dias. A cozinha foi pequena para conter a voracidade dos amantes, e dessa forma, todo o sobrado do professor fora brindado com sussurros e gemidos de prazer.

A garota sorria ao se lembrar do dia anterior e seguia com a cantoria em sua língua nativa: "Vou te contar, os olhos já não podem ver. Coisas que só o coração pode entender..." e assim seguiu até o final daquele vinil trazido a dedo quando deixou sua terra natal. Manoela trouxe poucas coisas de lá, mas esse vinil que era de seu pai, um amante de bossa-nova e responsável pelo gosto musical de sua filha mais nova, não pode ignorar e o trouxe junto para a sua nova aventura.

Stephen ouvia a música sem entender o que estava sendo cantando, porém, a melodia, essa muito lhe agradava. O professor gostava de Bob Dylan, Eric Clapton e The Police, mas também não ignorava quando tocava Beatles ou Rolling Stone. Não era fã de Queen. Houve épocas que se deixou levar pelo som eletrônico de Pet Shop Boys, no entanto, nesse momento, a música brasileira estava sendo mais do que satisfatória para os seus ouvidos. Mas o que fazia o coração de Stephen saltar e seus olhos brilharem era quando Mozart lhe brindava com a sua genialidade.

O som estridente da campainha soou no exato momento em que Stephen reconheceu a próxima faixa, Garota de Ipanema. Levantou sem entusiasmo de sua cadeira no escritório, abandonando uma brilhante passagem do seu romance. Aquilo teria de esperar. Manoela já havia gritado seu nome da cozinha mais de uma vez. Entendeu que era o sinal de que ele deveria receber os convidados, o que era o mais prudente já que estava na sua morada, porém, o evento de longe havia sido uma ideia sua, apenas soube que seu refúgio seria compartilhado com outras pessoas quando já estava de posses de suas forças levantando as suas calças depois do gozo em sua cozinha.

— O que é tudo isso? — Stephen finalmente prestou atenção a sua volta e viu a sua cozinha tomada pelos mantimentos.

— Comida! — Manoela respondeu lhe provocando.

— Isso eu sei, mas o que você está cozinhando?

— O manjar dos Deuses! Pelo menos para mim. — deu de ombros.

— Terá alguma vez em que te faça uma pergunta e receberei uma resposta direta? — Stephen se colocou novamente naquela posição de derrota com os ombros levemente lançados para frente, o que o deixava alguns centímetros mais baixo.

— Hum... Deixe-me pensar? — Manoela fechou um dos seus olhos redondos e com um sorriso maroto nos lábios continuou: — Não! Que graça teria em não poder te irritar, nem que seja por um momento?

—Podia fazer outras coisas. — respondeu sem entusiasmo, passando as mãos pelos cabelos e recolocando os óculos em seu rosto.

— Como o que, professor? — por outro lado, Manoela lhe olhava com malícia e divertimento.

—Você sabe. — a encarou sério e ao mesmo constrangido.

— Não sei não! Dê-me uma dica? — lhe lançando uma piscadela.

— Vai me falar o que está cozinhando? — questionou, e dessa vez já não fazia questão de disfarçar a sua irritação.

— Cozinhando não é bem a palavra. Estaria se não tivesse sido interrompida... — Manoela terminava também de se recompor e voltava para a bancada na pia. — Não que eu esteja reclamando, pelo contrário, já estava pensando que seria apenas uma empregada com benefícios e não uma amiga com benefícios... — então Manoela parou, encarou o azulejo em um tom de bege a sua frente, lembrou que isso poderia render novamente o assunto namoro e enfim decidiu responder a primeira pergunta de Stephen: — Isso será uma bela de uma feijoada.

E dessa forma, Stephen foi informado que receberia visitas para o almoço de domingo, e ali no hall de entrada olhava no espelho sobre o aparador e ajeitava os seus óculos antes de deixar que a agitação e curiosidade de seus vizinhos tomassem conta do resto do seu dia.

E um furacão adentrou em seu lar. Eram tantos questionamentos que Stephen sentiu-se tonto. Glenda e Michael nem se revezavam, falavam ao mesmo tempo. E antes mesmo de terminarem de pendurar os seus casacos no armário anexo ao hall, o professor já sabia de todo o sermão que o padre havia passado naquela manhã de missa dominical. Algo que Stephen havia perdido completamente o interesse assim que saiu de sua casa e nunca mais voltou, nem mesmo para buscar os seus pertences.

Tudo fora embalado e encaminhado até o seu flat. Uma morada provisória que durou um ano e o deixou quase sem recursos. O irmão mais novo, Sebastian – um advogado corporativo famoso – saiu em seu auxílio por um tempo e foi nesse momento que não teve mais escolha, teria de aceitar o emprego de professor depois da elogiada recomendação da namorada de sua prima.

Manoela foi surpreendida por Glenda na cozinha enquanto terminava de acomodar o prato principal em uma baixela de porcelana muito fina. A comida combinava com algo mais rústico que Stephen infelizmente não tinha.

O almoço seguiu como Manoela havia idealizado. Três atacando um. E risadas disparadas depois de algumas rodadas de caipirinha. Michael ficou fã daquela bebida e certificou-se de fazer com que Manoela lhe ensinasse.

No meio da tarde com todos de barriga cheia, pratos sujos, risadas propagadas, segredos inocentes revelados e sonolentos, eles se despediram. E dessa forma, ficaram apenas os dois sentados de lados opostos como que entregues na mesa de jantar ainda posta.

— Quer mais um prato? — Manoela apontou para a baixela de porcelana com as marcas do caldo escuro do feijão que escorreram pelo lado de fora.

— Está louca? Se eu comer mais um grão de feijão eu vou explodir. — Stephen sorriu e passou a mão sobre a barriga levemente estufada.

— Gostou? Já havia comido?

— Primeira vez. E estava delicioso.

— Poderia estar melhor se tivesse todos os ingredientes... — Manoela suspirou pela exaustão e também pela saudade. — Quem sabe um dia você não come a feijoada da minha mãe... — Manoela fechou os olhos e salivou. — A dela é simplesmente perfeita. Vou te contar um segredo... — inclinou o seu corpo para frente ficando impedida pelo limite da borda da mesa.

— Sou todo ouvido. — Stephen a imita no gesto.

— Foi assim que ela fisgou o meu pai e o fez largar o bacalhau! — Manoela deu uma gargalhada e fechou os olhos, e quando os abriu, lágrimas de diversão haviam sido formadas.

Stephen a admirou nesse momento de lembrança misturada a embriaguez. A garota estava solta e feliz como ainda não tinha visto, podia jurar que ela estava matando, de certa forma, a saudade de seu local de origem.

Levantou da cadeira em que estava e foi até a sua direção. Manoela ainda ria quando ele segurou a sua mão e a puxou para cima. Ela batia no meio do seu peito. Ele segurou o rosto delicado dela entre suas mãos macias. Manoela beijou uma delas com ternura. Stephen beijou os cabelos que tanto gostava. O cheiro, dessa vez, vinha diferente, estava mais cítrico, havia usado o seu shampoo. Manoela não se importava com algumas coisas, diferente de sua ex-mulher que fazia questão de produtos específicos e isso significava os mais caros possíveis. Agora ela tinha tudo o que desejava, assim pensava o professor.

— Estou com sono, me acompanha ou vai voltar para a sua máquina de escrever? E falando nisso... Quando vai me deixar ler?

— Eu sei que andou lendo alguns trechos, Manoela. — Stephen respondeu juntando as sobrancelhas.

— Ops! Não consegui resistir à tentação. — sorriu e mordeu os lábios logo em seguida

— O que achou? — estava demasiado interessado nessa parte. Normalmente não deixava ninguém ler antes de concluir todo o trabalho. Uma crítica antes da hora poderia culminar em uma desistência antecipada.

— As pequenas partes que pude ler estão bem interessantes, apenas acho que está argumentativo demais...

— Onde? — a voz dele soou um pouco mais alta do que desejou, porém, não conseguiria nem se quisesse disfarçar a sua apreensão. Estaria errando novamente? O fato de sempre querer alcançar a perfeição ou mesmo o brilhantismo de seus julgamentos – Stephen era metódico demais – fazia com que os seus textos ficassem mecânicos, redondinhos.

— Stephen... — Manoela suspirou. — Deixe fluir mais, liberte-se de amarras. Sinta mais. Arrisque-se. Não fique tão preso aos estilos. Crie o seu!

— Isso seria algo que minha avó falaria se estivesse viva. Sabe, ela gostaria de ter lhe conhecido.

—Por que acha isso? — Manoela lhe encarou com curiosidade.

— Era tão impertinente quanto você. Inteligente, astuta, lutadora, mas também sofreu com as amarras da sociedade machista em que estamos inseridos. Ela foi uma autora incrível, jamais serei um terço do que ela foi. E para ser lida, teve de adotar um pseudônimo. Aquela máquina de escrever lhe pertencia. Foi ela que implantou aqui dentro, — pressionou um dos seus dedos sobre o seu próprio peito, Manoela gostou do gesto ter ido para essa parte do corpo e não para a cabeça. — esse amor que nutro pela literatura clássica, mesmo ela não sendo uma autora dessa vertente. Ela narrava histórias cotidianas disfarçadas com seus idealismos feministas, e por incrível que pareça, deu certo.

— Já estou a amá-la!

— Uma mulher apaixonante, pelo menos para mim e minha prima. Meus irmãos e meu primo não tinham afinidade com ela, gostavam do lado bruto do meu avô. Saiam para caçar, praticar esportes, mulheres e bebidas. Ah! E os jogos. Se não fosse o meu tio tomar as rédeas provavelmente o meu avô teria gasto toda a fortuna em cavalos.

Manoela sorriu e abraçou Stephen de forma apertada, tanto que conseguiu sentir o ritmo do seu batimento cardíaco. Ele, por sua vez, ficou surpreso com aquele gesto.

— O que aconteceu?

— Você.

— Como assim?

— Se abrindo para mim. Contando coisas sobre a sua vida e família, coisas importantes. — Manoela seguia aninhada em seu peito escutando o coração bater.

— Não tão importantes como supôs. A única pessoa importante da minha família foi a minha avó. E bem... seria injusto se não colocasse minha prima desse lado da balança também. O restante... Como podemos dizer... Apenas genes compartilhados.

— Sinto por isso, Stephen.

— Gosto quando diz o meu nome no seu sotaque.

— Eu por outro lado quando escuto o meu no seu sinto calafrios!

— É tão ruim assim?

— Péssimo!

Se encaram por longos segundos e caíram juntos na gargalhada. Stephen lhe beijou nos lábios e em seguida subiram para o quarto. A moleza típica de quem havia se alimentado daquela comida pesada pedia um descanso, e assim se jogaram na cama se aninhando próximo um do outro.

Acordaram com a escuridão do lado de fora. Ainda moles e entorpecidos, ficaram abraçados na cama encarando o teto.

— Como aconteceu? — Manoela quebrou o silêncio daquele começo de noite.

— Aconteceu o que? — Stephen não a encarou, apenas a segurou com mais força contra o seu peito desnudo.

— Qual motivo levou a se divorciar? — Manoela observava a expressão no rosto dele mudar de relaxada para dura.

— Poderia te dizer vários, mas vou lhe poupar e focar só no mais escandaloso deles.

— Quer saber... Isso não é da minha conta. — Manoela abaixou o rosto e passeou a mão sobre o peito do homem embaixo do seu corpo.

— De fato não é, mas de toda forma ficaria sabendo, pelo menos desse episódio em questão, afinal, praticamente todo o Reino Unido sabe.

— Meu Deus! Vocês mataram alguém! — Manoela torna a encará-lo com diversão, adorava quando ele dava a esses exageros. Stephen tendia ao drama.

— Houve essa possibilidade, mas como ela dizia sempre aos berros: você é um covarde!

— Não acho que seja um covarde. Complacente, creio que se enquadra melhor.

— Ambos não são bons. Enfim, talvez seja melhor falar sobre o todo, não quero cometer injustiças.

Stephen se levantou da cama pegando os seus óculos sobre o criado-mudo. Manoela lhe observava constrangida. Sentiu que não deveria ter mexido nesse assunto, afinal, nem dos filhos ele costumava falar. Manoela nem sabia os seus nomes e tinha visto poucas fotos deles pela casa. Tinha uma muito bonita na mesa do escritório. Stephen no meio e um de cada lado. Percebeu pelo tamanho que já eram adolescentes, mas também pode entender pela imagem que não havia muita intimidade entre eles. Estavam perto, porém, não se tocavam, apenas sorriam para a foto.

O professor caminhou lentamente para o banheiro. Manoela escutou o barulho da água da pia escorrendo e não demorou muito para Stephen retornar. Sentou-se na beirada da cama a sua frente. Não suspirou. Não demonstrou frustração ou arrependimento. Tinha apenas uma expressão neutra e focada.

— Vamos lá... Por que me separei? Vou te contar.


Continue lendo

Você também vai gostar

Conexão Inexplicável De E.U

Literatura Feminina

412K 35.4K 151
Complexo Do Alemão, Rio De Janeiro 📍
407K 29.2K 51
Luísa é forçada a casar-se com um Marquês, pois seu pai faliu e preferiu vender a filha para alguém que pagasse suas dívidas e lhe desse mais um pouc...
75.8K 5.1K 95
Agora a vida de Brooke girava em torno do amor, para ela ter se apaixonado pelo seu chefe foi a melhor coisa que já aconteceu na sua vida, depois de...