Lifeline ✓

By gcaroliny

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Seria mais um dia comum de trabalho para Aurora Grace, uma médica jovem e renomada, se seu novo paciente não... More

Notas Inicias.
1. Doutora Grace.
2. Um bebê rouco.
3. Novo cirurgião chefe.
4. Audacioso.
5. Você é um cara egocêntrico!
6. Garotinho Mimado.
7. Homens e suas impaciências.
8. Consciência pesada.
9. Negligentes.
10. Bieber é uma boa pessoa.
11. Você está fedendo a cigarro e álcool.
12. Martin, me ajude.
13. Sinto Muito.
14. A vida exige que você seja forte.
15. Não quero ficar sozinho.
16. Eu também quero um abraço seu, baixinha.
17. Você é uma médica muito superprotetora.
18. Eu não estou flertando dessa vez.
19. A vista é bonita demais de onde eu estou.
20. Uma mistura de cafeína com um cheiro de nicotina.
21. Ele morreu nos meus braços.
22. Não sei se consigo ficar chateado com você.
23. Está pensando em beijar seu amigo idiota?
24. Perdendo a minha sanidade mental.
25. Eu quero você.
26. Vontade súbita.
27. Dizem que a esperança é a última que morre.
28. Minha Grace.
29. De uma moça bonita, palavras bonitas.
30. Uma obra de arte.
31. Solteiro e pronto pra pista.
32. Vi o jeito que você sorriu para ele.
33. A maneira como você respira sua nicotina.
34. Acho que estou me apaixonando por ela.
35. Uma miríade de estrelas.
36. Nós estamos em uma posição perigosa.
37. Sinto falta de você dentro de mim.
38. Não mate meu paciente.
39. Você se tornou vítima da minha agenda lotada.
40. Ele foi feito para amar você.
41. Seu parceiro é tão inseguro.
42. Preciso de você.
43. Você ainda me amaria?
44. Ninguém vai me tirar de você.
46. Até que a morte nos separe.
47. Vou cuidar de você.
Epílogo.
Agradecimentos.
Bônus.
Bônus II.
Final alternativo parte 1.
Final alternativo parte 2.

45. A vida é uma jornada.

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By gcaroliny

Justin Bieber.

Chicago,​ ​Illinois.

09:41 ​a.m,​ ​05/12/2015.

Depois da noite de domingo, nós acordamos com o navio já ancorado em Miami. Aurora já estava vestida e gritava meu nome para que eu levantasse, mas eu só fui acordar de fato depois de quinze minutos. Ela tinha me dado trabalho ontem à noite.

Eu não deveria, mas ainda me surpreendia com ela na cama. Aurora entre quatro paredes é alguém realmente muito surpreendente.

Nós estávamos caminhando no cais quando eu senti mais um incomodo no peito, mas eu não deixei que Aurora percebesse. Em alguns minutos, estávamos no hotel, e então depois fomos aproveitar os lugares de Miami. Levei Aurora para um restaurante, um karaokê e no início da noite para um bar. E no dia seguinte, voltamos para Chicago.

— Não ganho nenhum beijinho? - digo fazendo bico.

— Você já ganhou beijo demais, não acha? - enruga a testa e eu nego. Aurora está na calçada segurando as malas enquanto eu estou em pé próximo a porta do carro.

— Qual é. Venha aqui. - fiz um gesto com as mãos, e Aurora veio bufando. Mulher chata.

Ela ficou na ponta do pés para alcançar a minha boca, já que eu não fiz o mínimo esforço para abaixar, e só depois toquei a cintura dela. Juro que nunca vou ser capaz de enjoar de beijá-la.

— Depois de amanhã começaremos suas sessões de quimioterapia, garotão. - diz se afastando.

— Depois de amanhã?

— Já te dei tempo para descansar demais. Não seja tão manhoso.

— Pode ir embora, Grace. - reviro os olhos. - Nós vemos daqui há dois dias. Amo você.

Vejo-a silabar um "eu também amo você" e entro no carro. No meio do caminho, acabo ligando para Scooter pra avisar que estávamos bem, e aproveito para perguntar sobre como tudo estava indo sobre o meu documentário. Eu preciso que ele fique pronto até o aniversário da Aurora, mas não falta muito para que ele fique concluído. Alguns ajustes ali e aqui, algumas outras cenas e os meus agradecimentos finais, que eu ainda precisava gravar. Nós já tínhamos quase uma hora do documentário.

Os desconfortos no meu peito aumentavam, e eu sabia que era por causa do meu maldito câncer. Eu sei que se tivesse escutado Aurora desde o início, toda a minha situação estaria bem melhor do que agora, o que só me faz ficar mais amargamente arrependido. Há duas semanas atrás, eu ainda estava negando e dizendo mentalmente que eu não tinha essa doença, o que serve como um dos motivos para eu ter negado ajuda. O outro motivo é que eu realmente não quero que as pessoas que me apoiam me vejam tão debilitado. Aurora já deixou claro há um tempo atrás a situação das pessoas que fazem quimioterapia, mas se me ver nessa situação significa que elas me terão vivo, então minhas beliebers me verão assim. Infelizmente.

Meus seguranças levaram minhas malas para dentro de casa, e eu subi para o quarto indo tomar banho. Antes de largar a calça, puxei o maço de cigarros lacrado de dentro do bolso e o encarei por alguns segundos. Eu não precisava deles. Agora e nunca mais. E eu desejaria nunca ter precisado. Isso me pouparia de muita coisa. A última vez que eu usei um foi há... seis dias? Eu não tinha fumado mais nada antes desse dia, eu ainda estava mantendo a promessa que fiz para Aurora. Mas acontece, que um dia antes de pedí-la em namoro, a minha ansiedade e nervosismo estavam gritantes, e eu precisava de alguma coisa para relaxar. Eu tinha remédios, mas... é algo um pouco complicado. Eu meio que não estou os tomando.

Jogo o maço no lixo, e vou para o banho. Outra coisa que eu andava notando, era a porra da minha rouquidão. Eu me lembro que Aurora disse que eu podia perder a voz, e notar que ela vem ficando mais fraca me deixa assustado.

Recebi uma ligação do consultório de Lennox, meu psiquiatra, quando tava saindo do banheiro, e ele só queria saber se nossa sessão ainda estava de pé para hoje à tarde. O cansaço era grande, mas eu precisava conversar. Minhas visitas estavam sendo escondidas, ninguém sabia que Justin Bieber andava visitando um psiquiatra, e antes de irmos, precisávamos passar bem despercebidos.

— Não tem ninguém lá fora, não é? - perguntei ao meu segurança dentro do carro.

— Não, Senhor. Mas vá rápido antes que alguém apareça.

— Se Scooter ligar, lembre de dizer que estou caminhando.

— E se a...

— Diga a mesma coisa.

Ajeito a touca na cabeça e vou em passos rápidos para dentro do consultório. Normalmente, Lennox reservava um horário onde apenas eu estaria lá, para que ninguém saísse fofocando ou merda do tipo.

Depois de passar pela recepção, eu vou direto pra sala dele, o encontrando sentado na poltrona, já me esperando. Lennox sorri ao me ver, e me cumprimenta com um aperto de mão.

— Tudo bem, Justin? - questiona voltando a sentar. - O que aconteceu desde a última vez que nos vimos? Faz quase um mês.

— As pessoas aceitaram bem o meu novo álbum. - digo com um suspiro aliviado. - E cara, Scooter me mandou uma mensagem agora pouco e nós fomos indicado ao Grammy, tem noção? Diplo, Skrillex e eu fomos indicados! Realmente acho que temos chance.

— Parabéns. - sorriu. - É claro que vocês têm chance, a colaboração foi incrível.

— Nós estamos em nossas próprias jornadas e minha jornada acontece de ter pessoas me criticando. Sei que estou muito tempo nesse mundo, mas comecei a não me importar com essa droga agora. - bufo. - Mas é... A colaboração ficou ótima. Sempre sonhei com o dia em que ganharia meu primeiro Grammy.

— Ser jovem nessa indústria não é agradável. - ele diz mais como uma pergunta do que como uma afirmação.

— Tem uma citação do Jim Carrey que diz "eu queria que todos fossem famosos, para ninguém querer ser famoso". E eu me sinto dessa forma, porque as pessoas acham que isso é uma coisa maravilhosa, mas existem pressões que ninguém pode realmente entender. Eu posso estar chegando para um show e ter brigado com a minha namorada, ou algo com a minha mãe pode ter acontecido, e eu simplesmente preciso subir no palco e fingir que tudo está bem. Posso ter chorado antes do show, estar de mal humor, mas eu tenho que estar lá sorrindo. As pessoas nunca vão entender.

— Já cansou ao ponto de dizer "cansei, preciso me afastar disso"? Eu sei que é tudo muito intoxicante.

— Fui criado para isso. Já pensei, mas não acho que teria coragem de desistir de tudo. - suspiro. - Ser jovem nessa indústria realmente não é a melhor coisa, porque as pessoas tiram vantagens da vulnerabilidade. Um tempo atrás, eu estava num lugar que acreditava em todo mundo, achava que todo mundo estava do meu lado, e às vezes eu me queimava. Foi complicado, cara. De repente, eu comecei a colocar paredes, e por um instante estava todo mundo fora. Eu perdi minha personalidade, minha carisma, eu apenas não acreditava mais em ninguém. Tipo, "eu não vou deixar ele ganhar, não vou dar a ele um pouco de mim para aprender".

— Você começou a ser alguém egocêntrico e egoísta.

— É. Felizmente mudei.

— Como aprendeu a saber em qual pessoa pode confiar?

— Naquela época, eu tive meio que tirar todo mundo de volta de mim, e depois comecei a fazer mudanças. Afastei as pessoas que eu amo, mas depois as coloquei nos lugares onde elas deveriam estar. Antes, qualquer um estava em qualquer lugar. Pessoas que não faziam diferença estavam no lugar de alguém que realmente se importava comigo. Entende? - questiono e Lennox assente. - Eu só queria pessoas em volta de mim, não importava quem. Eu não queria ficar sozinho, não me sentia bem. Então, eu organizei tudo. Comecei a me afastar de pessoas que me faziam mal, e voltei a me aproximar daquelas eu eu amava e queria por perto. Hoje elas estão onde nunca deveriam ter saído.

— E você ainda se dispôs a conhecer novas pessoas.

— Bom, Aurora meio que chegou de supetão. Eu não escolhi conhecer ela. - ri. - Mas não me arrependo. Ela foi...

— Não estava falando especificamente dela. - explica rindo e eu solto um riso nervoso. - Falando nela, como vão as coisas entre vocês?

— Cara, nós estamos namorando. - explico rápido e ele levanta as sobrancelhas. - Pois é. Ela disse que me amava, e eu não esperei muito tempo pra pedir.

— Aurora te faz bem. Espero que dê tudo certo. - ele diz. - Você me disse que nos últimos meses andava chorando com facilidade, ainda continua assim? - diz semicerrando os olhos. Ele sempre faz perguntas aleatórias e do nada. Eu assinto em resposta. - Choros bons ou ruins?

— Choros bons e choros ruins. Depende do meu dia. Na verdade, não continuo com tanta frequência, só quando estou muito desgastado, frustrado ou feliz pra caralho.

— Os remédios estão te ajudando a dormir?

Estariam se eu tivesse tomando.

— Hm, não. - entorto a boca.

— Não?

— Não. Ainda não comecei a tomá-los.

Lennox me encara surpreso, e eu finjo não ligar.

— Não quero ficar dependente dessas drogas. - reviro os olhos.

— A questão não é você querer. Você precisa tomá-los.

— Levei meus frascos para a viagem que fiz com Aurora, mas eu não queria passar três malditos dias sob efeito dos antidepressivos. - reviro os olhos. - Mas eu começarei a tomá-los.

Minhas conversas com Lennox eram estranhamente relaxantes. Ele me tirava naturalmente coisas que eu nunca pensei em falar pra alguém. Nossas sessões quase sempre eram muito aleatórias. Algumas ele apenas me escutava, o que por um lado era bem ridículo, porque eu precisava pagar alguém para me escutar, quando na verdade eu poderia estar fazendo isso com Scooter ou Aurora.

— Quais são os seus objetivos agora?

— Hm... Eu acho que parar de fumar. Totalmente.

— Você me disse que tinha parado. - diz desconfiado.

— Eu tinha. Mas em um dos dias da minha viagem, eu fiquei inquieto e a porra da minha ansiedade apareceu. Foi um dia antes de pedir Aurora em namoro. Eu precisava fumar.

— Você já levou o maço de cigarros na intenção de fumar. - afirma.

— Sabia que ia ficar nervoso, e eu não queria de maneira alguma tomar seus remédios. Então levei os dois, e fiz a merda de optar pelo cigarro.

— Você precisa parar de recorrer a ele, Justin. Já é a segunda vez que te aviso. Você tem a mim, tem a sua namorada agora, tem Scooter, tem os seus remédios. Eu não...

— Não é como se eu tivesse fumado seis dias consecutivos, Lennox. - debocho. - Foi uma noite, não fumei nem todo. E eu não vou voltar a usar aquela merda. Prometi à Aurora que não fumaria mais.

— Como você se imagina daqui há dez anos, Justin? - pergunta cruzando os braços e levantando uma das sobrancelhas. Entorto a cabeça e olho-o incerto. "Dez anos?", é o que quero dizer com a minha expressão.

— Dez anos?

— Exato.

— Hm... Com filhos, uma mulher e vivo.

— Então comece a se preocupar com sua saúde. Caso contrário, você não estará vivo, não terá uma mulher e muito menos filhos.

Lanço-lhe um olhar surpreso e um pouco assustado. Mas eu me preocupo, droga.

— Vou voltar com as minhas sessões de quimioterapia. - respiro fundo. - Aurora não sabe, mas eu visitei um médico há pouco tempo pra saber como eu de fato estava. Eu sei que ela e Scooter escondem coisas de mim. Coisas que eu merecia saber, mas que são omitidas para "o meu bem".

— E então? Como está?

Lennox não ganha nenhuma palavra minha, apenas um suspiro pesado.

— Tudo bem. E a sua relação com os seus pais? Seus irmãos?

— Eu passei uns dias com eles mês passado, porque fazia bastante tempo que eu não os via. Minha relação com a minha mãe melhorou bastante, nós nos falamos umas três vezes por semana. E os meus irmãos, falo vez ou outra com eles por facetime. Mas eu pretendo levá-los a um jogo de basquete comigo e Aurora na próxima semana.

— Eles estão vindo para cá?

— É. Minha família tá vindo semana que vem, vão passar um tempo comigo e só voltarão depois do natal. Estou cogitando a ideia de chamar meus amigos também. Faz tipo, um ano que nós não nos vimos.

— Não vai passar o natal com a sua namorada?

— Hm, não sei. Acho que vou pedir para que ela passe o dia comigo. Ela pode levar a família e os amigos. Sabe como é, lá é gigante, cabe bastante gente.

Nós conversamos por mais meia hora, quando Scooter me ligou perguntando onde estava. Ele e todo o pessoal já me esperavam em casa para terminar de gravar as últimas cenas do documentário.

Quando cheguei lá, minha casa estava cheia de câmeras e algumas pessoas responsáveis pela produção de tudo, até o Ryan Good estava lá. Nós gravamos metade de tudo aqui, trouxemos algumas pessoas e gravamos. Inclusive, aproveitei a vinda dos meus pais e irmãos para cá e pedi para que participassem disso. Os que não puderam, Scooter enviou os câmeras e eles gravaram de onde estavam.

— Onde estava?

— Fui dar uma volta. - faço pouco caso. - Vai me mostrar o que temos pronto?

— Venha. Nós já temos quase tudo editado, falta só mais alguns minutos.

Scooter me mostrou no notebook os cinquenta minutos que já estavam prontos. Nele, já tinham aparecido Pattie, Jeremy, meus irmãos, alguns cantores que fiz colaboração, produtores, ele e até Aurora. Eu realmente não fazia ideia que ela participaria. É claro que eu a convidei, mas Grace adiou dizendo para deixar pra outra hora. "Nós queríamos fazer uma surpresa", meu empresário disse. Isso em partes estragou minha surpresa. Mas bom, ela ainda não sabe o dia em que ele ficará pronto.

A primeira cena, é minha caminhando nos corredores de algum evento, e logo depois minha voz começa a citar o discurso que fiz em uma premiação.

"A vida é uma jornada. Às vezes uma batalha sempre inesperada. Às vezes você se concentra apenas no seu destino e esquece de se encontrar na sua jornada, mas quando você cai, você se levanta mais forte. Isso permite que você não conte com seu próprio entendimento, entregue-se ao destino... Acredite em algo maior que si mesmo e encontre o seu propósito."

Algumas cenas vão passando rápido, em umas eu estava cantando em alguma rádio, outras eu estava em alguma premiação ou evento, e até cenas da turnê de Believe passaram. Agora, é a vez de Scooter.

— Além de todas as luzes e a badalação, e toda sondagem e pressão, no fim das contas se trata de um cara numa sala escrevendo uma música, dando tudo de si, expondo seus sentimentos. Justin diz que tudo isso é uma terapia, uma libertação.

Eles colocaram os vídeos que Rory gravou no estúdio, quando eu comecei a gravar as músicas de Purpose. E então, minha mãe aparece.

— Justin sente muita pressão, muita pressão que não se vê para continuar se superando. Sempre houve muito expectativa com relação a ele. Ser um adolescente já por si só é uma coisa complicada. E além disso, ser um dos mais requisitados ícones jovem de todos os tempos... - ela para e gargalha para alguém atrás da câmera. - Ei, eu só estou dizendo o que os outros dizem! Mas... Ser um jovem como ele é bastante complicado. Eu sou uma mãe completamente orgulhosa por saber que ele superou toda aquela fase turbulenta e orgulhosa pelo homem que ele se tornou. Poucos veem, mas Justin é um homem bondoso, humilde, que sempre quer ajudar o próximo. Ele sempre teve essa essência, que acabou sendo ofuscada por todas as notícias daquela época.

— Ele teve parte da infância tirada dele por ter começado a trabalhar cedo, e é constantemente julgado. Ele esteve em uma busca constante de aprovação. - é a vez de Jeremy. - Justin me dá orgulho. Tenho certeza que ele será um ótimo marido e um ótimo pai.

Depois, colocaram algumas cenas com produtores musicais e cantores que já cantaram comigo. Foi alguns minutos dizendo o quanto eu fico empolgado quando entro no estúdio, e o quanto quero expor minhas ideias e fazer um bom trabalho.

Algumas partes no estúdios começaram a passar, e depois algumas da minha antiga turnê.

— Num outro dia, ele olhou pra mim, quando estávamos na turnê de Believe e disse: "Eu simplesmente não confio nas pessoas". - Braun disse. - E quando eu o conheci pela primeira vez ele era uma criança confiante, muito ingênuo e acreditava em tudo no mundo inteiro. E eu acho que, nos últimos anos, ele disse que há pouquíssimas pessoas no mundo em que ele pode confiar. Ele disse: "Para mim, é difícil até fazer amigos. Porque eu não sei qual é o interesse das pessoas". Justin já compreendeu isso, e agora ele tem as pessoas certas no lugar certo. Agora ele sabe em quem realmente pode confiar. Ele tem a mim, tem os pais, alguns amigos.

Eu decidi que queria colocar vídeos polêmicos, como da vez que eu quase bati em um paparazzi e tantos outros, e foi justamente agora que eles apareceram.

— Jonh Chu, o diretor, sentou com Justin no final do ano passado para um entrevista de três horas, e perguntou a ele coisas bem difíceis. Perguntas como: "As pessoas acham que você é o próximo trem desgovernado, como você reage a isso?".- meu empresário diz. - E então, no início desse ano, Justin tomou a iniciativa de assumir os erros, ele decidiu mudar, e decidiu se tornar um homem melhor. Nós decidimos que ao invés de fugir dos problemas, deveríamos enfrentá-los. Precisávamos fazer um documentário sobre toda a reviravolta que ele teve durante esses meses. Nós precisávamos trazer pessoas importantes, precisávamos dizer que está tudo bem, que ele é um homem e que aprendeu com os erros. Ele veio trabalhando duro no álbum Purpose, que ficou incrível por sinal, onde ele colocou toda a sua alma nas músicas selecionadas. Esse documentário fala sobre como ele respondeu à pressão, sobre como você responde aos que te colocam pra baixo.

Eles decidiram me mostrar apenas algumas partes, já que fariam algumas mudanças. A primeira vez que apareci, foi sentado na ilha da cozinha, enquanto Braun e Ryan preparavam um sanduíche.

— Não importa o quão velho você seja, não importa o quão jovem você seja, mas quando começa a dizer coisas que importam na vida, principalmente em grande escala, as pessoas vão tentar te calar. O que eu estou tentando dizer, é que as pessoas vão tentar distorcer as coisas. Algumas pessoas não querer ouvir. Mas, eu simplesmente sinto que se eu não usasse minha plataforma para dizer o que sinto, para ser o homem que eu sei que sou, para falar o que está no meu coração, não estaria sendo justo comigo, não estaria sendo justo com nenhum de vocês. Haverá momentos que eu direi a coisa errada, porque eu sou humano. Eu não finjo ser perfeito. - suspiro. - Não digo as coisas certas sempre, porque qual é, eu não sou um robô. Haverá momentos que estarei chateado, bravo, frustrado. Mas eu sempre vou ser eu mesmo no palco, nas entrevistas, em qualquer lugar.

— Quando Justin estava com catorze mais ou menos, ele passou por um momento difícil, e eu fiz a promessa que se ele nunca mais voltasse a cantar eu não o abandonaria, eu sempre estaria por perto. - Braun diz, mas dessa vez em um estúdio.

Dessa vez, gravações de Jaxon, Jazzy e eu começam a aparecer. Foi quando nós estávamos no Canadá, eu acho. Eles faziam um boneco na neve, enquanto eu fazia bolinhas e jogava neles. É possível escutar minha risada rouca por trás da câmera.

O cenário muda, e eles estão sentados no meu sofá, um do lado do outro.

— Ann, eu amo o Justin. Ele é o melhor irmão que alguém poderia ter, é sério. Tudo bem que ele é um pouco ciumento, mas eu posso deixar para lá. - diz rindo. - Eu amo quando ele vai nos visitar, ou quando nós vamos vê-lo. Ele é alguém carinhoso, mas também fede, meninas, eu não estou brincando. - Jazzy diz séria com o nariz enrugado, e Ryan, que estava atrás da câmera ri. - Mas é isso. Justin, eu te amo.

Eu adoro quando ele me dá conselhos sobre as meninas! - Jaxon diz com um pedaço de sanduíche na boca. - Justin me disse uma vez que elas podem ser confusas, dizem não quando querem dizer sim, e ah, ele disse também que você pode dar comida quando elas estiverem chateadas. Isso é verdade, Jazzy?

— É. Na verdade, eu não sei. Mas quando eu estiver chateada com vocês, homens, pode me dar bastante comida.

— Você é estranha. - ele revira os olhos voltando a olhar pra câmera. - Nós passamos muito tempo sem ver o Justin, mas quando nos vemos ele faz valer a pena. Lembro que uma vez, meu irmão disse para não seguir o exemplo dele. "Não siga meu exemplo, Jaxon. Não pode fumar. Você não precisa beber como se fosse morrer. E você não pode ficar com mais de uma mulher ao mesmo tempo". Então eu perguntei o porquê dele fazer tudo aquilo, e Justin apenas me disse que é porque ele é muito teimoso. Mas acho que ele já tomou jeito, não é Jazzy?

— É. Eu acho que ele não fuma mais, e nem bebe. E agora ele tem só uma garota. Ela é bem bonita, não é?

— Aham. Ela cheira muito bem.

Rio com a ousadia do meu irmão, e vejo rapidamente mais algumas partes. Minha voz começa a citar o que falo em Purpose, enquanto alguns vídeos antigos passam na tela.

"Eu não sei se isso é errado porque alguém está me dizendo que é errado, mas eu sinto isso então deixe-me apenas dar o meu melhor para não deixar isso acontecer novamente. Nós não precisamos necessariamente nos colocar na melhor posição para tomar as melhores decisões. Você não pode ser duro consigo mesmo, essas foram as cartas que lhe foram dadas. Então, você tem que entender isso. Isso não é quem você é. Você sabe que está tentando ser o melhor que você consegue ser. Se você não der tudo o que você tem, então está enganando a si mesmo. Isso é o que está acontecendo comigo. É como "Deus eu estou dando-lhe tudo o que tenho". É como se eu estivesse me abençoando. E eu pude finalmente encontrar meu propósito."

— Não tenho palavras para descrever quem é Justin Bieber. - Aurora diz, me fazer rir e me deixando nervoso. Ela está tão fodidamente bonita, merda. - Ele é único, em todos os aspectos, e eu apenas queria que as pessoas pudessem ter a oportunidade de conhecê-lo por trás das câmeras. Conhecer de fato quem é o Justin. - ela tem as bochechas rosadas, o que me faz perceber o esforço que ela fez para estar ali. - Ele definitivamente não merece o ódio que recebe. Justin se esforça para ser melhor a cada dia, ele dá tudo de si em qualquer coisa que faça. E é irritante saber que as pessoas de fora não são capazes de ver isso. Mas bom, eu sou grata por ele ter feito parte da minha vida. E Justin, espero que nunca perca essa essência maravilhosa que você tem. Amo você.

— Quando pequeno, Justin sempre ia no banco de trás do carro cantando. Ele nunca parava a boca. Então tinha vezes que eu tinha que pedir para que ele se calasse, mas eu nunca imaginei que ele pudesse estar onde está agora. Mas eu sou muito orgulhoso dele. Nada foi lhe dado, Justin apenas conseguiu sozinho. - Jeremy diz.

Scooter para o vídeo, e ele me mostra apenas até aí. Tem mais algumas cenas, mas ele ainda precisam editar. Hoje, vou gravar mais um pouco e encerrar com os agradecimentos. Ryan deu a ideia de fazermos algo semelhante ao que fizemos no filme de Believe, eu falava algumas coisas enquanto estava sentado no sofá, com ele e Scooter ao meu lado. Foi o que fizemos. Ele me perguntou algo sobre amor, ou estar apaixonado, e depois mudamos drasticamente para um assunto diferente.

— Em uma das minhas passagens pelo hospital de Chicago, eu acabei conhecendo um garotinho chamado Ethan. Ele me lembrou a Avalanna. - suspiro olhando para Ryan, e depois para a câmera. Meu olhar vaga pelo ambiente lembrando da última vez que vi ambos. - Criaram uma página no Facebook para que Avalanna me conhecesse, ela até ficou conhecida como Sra. Bieber no hospital. - digo rindo fraco. - Ela tinha uma doença rara, e me adorava. Lembro que Scooter me disse que pegaram um papelão e fizeram um casamento nosso de mentirinha no hospital. Eu me encontrei com ela e foi diferente. Não foi só um encontro com uma fã. Nós jogamos tabuleiro, e cara, ela foi tão adorável. Com Ethan não foi diferente. Nós também jogamos tabuleiro, e ele foi adorável assim como Avalanna. Algumas noites eu ia no quarto dele, e nós ficávamos conversando e...- eu preciso respirar fundo, porque minha voz começa a embargar. Scooter toca meu ombro, e eu assinto dizendo que está tudo bem. - Eu ainda consigo me lembrar do brilho dos olhos dele. Ethan foi forte por suportar tudo o que aconteceu com ele. Ele nunca deixou de sonhar, o que sempre me emocionou demais. Todas as vezes que eu chegava no quarto dele, ele estava sorrindo, quando não, sorria quando me via. Essas duas crianças são totalmente especiais para mim. - a mão de Scooter alisa meu ombro, mas é inevitável não me emocionar. - Na noite em que Ethan nos deixou, ele estava nos meus braços. Eu estava tentando fazê-lo dormir quando notei seus olhos fechando devagar. Alguém sussurrou meu nome, e só depois fui perceber que ele tinha finalmente conseguido o seu descanso. Foi difícil de ver. Mas... Sinto falta dele, cara. - fungo. - Se estiverem me ouvindo, eu amo vocês.

A câmera parou de gravar, e precisei de um tempo para conseguir voltar ao normal. Passamos mais alguns minutos e perto das sete da noite nós gravamos a última cena. Ah, nós falamos sobre o meu câncer também.

— Eu sou muito sortudo em poder compartilhar isso com vocês, saber que as pessoas pelo mundo me apoiam e me amam com todos os erros que cometi. Eu estou aqui para apoiar vocês, desde que vocês estejam aqui para me apoiar também. Eu não queria estar em outro lugar nesse mundo senão aqui, com vocês. Eu amo minhas beliebers, e serei eternamente grato por tudo o que fizeram e fazem por mim. Para as que se foram, eu sinto muito, mas para as que continuaram eu prometo que permanecerei dando o meu melhor à vocês. Eu sou Justin Bieber, e obrigado por sempre acreditarem em mim.

Nós encerramos ali, e eles só foram embora duas horas depois. No dia seguinte, eu não fiz nada a não ser descansar. Liguei para Aurora pra saber como ela estava e se sentia minha falta, e depois para os meus irmãos.

No outro dia, à tarde, eu precisei ir para a casa da minha namorada, já que começaríamos as sessões de quimioterapia hoje. Visto uma calça, um moletom cinza e um par de sapatênis xadrez. Em quinze minutos já estava lá. Estacionei o carro e desci, percebendo que um paparazzi tinha me seguido. Não me importei, apenas fui em direção a porta e girei a maçaneta entrando devagar. Já temos intimidade demais para que eu entre sem bater na porta, não é?

Ouço sussurros na cozinha, e vou andando lentamente, sem chamar atenção. Celeste e Aurora estão lá.

— Vai contar, não é? - Celeste sussurra. Preciso me esforçar para ouvir a conversa.

Por que diabos elas estão sussurrando?

— Já disse que não sei, droga. Você não precisa se intrometer.

— É claro que eu me intrometo. Sabe a merda que você quer esconder?

— Só preciso de um tempo, tá legal? Fique quieta.

O que porra Aurora precisa contar e para quem?

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