CLARA
As coisas aqui nessa prisão só piora cada dia mais.
Faz exatamente uma semana desde que eu fiz o pedido pra que Imprestável do meu marido, quer dizer ex marido, desse um jeito de fazer o meu processo andar. Ele não fez absolutamente nada. Segue normal, ele nunca faz nada do que eu mando.
Recebi uma visita do meu advogado falando que estava mais complicado que o esperado e que eu precisaria ter paciência e esperar.
Esperar? eu sou Clara Jauregui, e esperar não faz parte de mim.
Eles só podem estar fazendo um jogo comigo? Eu ter paciência? Não tenho. Esperar? Odeio esperar. Eles deveriam saber disso. Mike deveria saber, já que ele diz me conhecer muito bem.
Enfim já que ninguém faz nada, Chegou a hora de fazer do meu jeito.
Eu não preciso de Mike nem de ninguém. Eu vou sair daqui de qualquer forma. Só que agora vai ser do meu jeito.
Vou fugir daqui. E ninguém irá me impedir.
(...)
- CLARA JAUREGUI - grita um guarda mal encarado. - tem visita pra você - ele diz assim que me ponho de pé.
Ele me puxa brutalmente pelo braço me fazendo andar ligeiro.
Eu sorri. O Guarda Benz é um ótimo ator.
Eu estava de plano com o Benz. Com minha influência e meu dinheiro consegui comprar o guarda Benz.
Hoje será o grande dia. Na hora do banho de sol que temos todos os dias algumas das detentas que assim como eu não aguenta mais ficar aqui vamos armar uma confusão e o guarda Benz vai abrir o portão pra que nos possamos fugir. Esse plano tem tudo pra da certo.
- tudo certo pra hoje ? - sussurro para ele.
- Sim detenta. - ele afirma - NÃO DIRIJA A PALAVRA A MIM DETENTA - ele diz alto quando passamos por um outro guarda pra entrar na sala de visita.
(...)
Eu estava sentada na cadeira com um dos meu homens em minha frente.
- você deve ser o irmão de Macarrão? - pergunto e confirma com a cabeça em sinal de positivo.
Macarrão era um dos meu homens, sempre esteve ao meu lado, ele é fiel a mim, ele é o único em quem eu confio plenamente. Macarrão é ficha suja não quis se arriscar vindo até aqui. Então mandou que seu irmão viesse me entregar o recado.
Tal esse que também anda comigo.
- vamos garoto abre logo a boca. - digo irritada com seu silêncio.
- macarrão mandou avisar que pouco mais das 16h vai ter um carro esperando você próximo a penitenciária.
- hum - murruro pra que ele continuei.
- ele arrumou uma fazenda distante da cidade pra que você fique por lá até a poeira abaixar.
- huumrum - murmurei - brilhante - falo concordando.
- era só isso. No carro vai ter uma arma potente. Se algum imprevisto acontecer. - ele diz.
- certo. - digo apenas. - Ah e por favor quando sair daqui diga a macarrão pra procurar o Guarda Benz e dar 100 milhões de reais pra ele. Obrigada - digo por fim.
Dito isso ele se levanta e eu volto pra minha cela sendo levanta pelo Guarda Benz. Afirmando ao guarda que ele receberá o dinheiro, que um dos meus homens irá procurá-lo.
(...)
Eu e mais umas 20 detentas estávamos nos olhando pronta pra começar a "briga" pra que desse início a nossa fuga
O Guarda Benz passou por mim e trocou um olhar cúmplice.
- tudo certo detenta. - ele sussurra. E eu apenas assinto.
Alguns minutos depois umas cinco detentas começa uma briga sem nexo. Era ameaça de um lado e do outro. Passou pra agressão. Enquanto os outros guarda estavam tentando amenizar a brigas o guarda Benz veio rapidamente até a mim pra que eu o seguisse até um portão que dava pra um matagal, dando a volta nele sai em frente a penitenciária.
Olho pra trás e vejo um monte de detenta correndo em direção ao portão. Fui tudo muito rápido. Ainda olhei pra atrás e gritei pra o Benz
-Obrigada. Macarrão irá procurá-lo. - grito pra que ele saiba quem irá procura-lo e antes mesmo dele afirmar eu já havia começado a correr.
Quando dei por mim estava correndo junto com umas 20 presas dentro do matagal.
Corri o mais rápido que pude e avistei o carro parado. Corri pra alcançar o carro e entrei rapidamente ligando-o.
Macarrão havia deixado a chave já dentro no ponto só de ligar e ir embora. Foi o que eu fiz.
Eu tentava a todo custo me livrar das roupas da prisão enquanto dirigia em alta velocidade.
Eu estava dirigindo em uma BR passando carro por carro. Andando o mais rápido possível. A adrenalina dominando meu corpo. Meu deus.
Eu realmente havia fugindo da prisão. Eu realmente sou uma louca.
Eu estava sorrindo e admirando por ter conseguido passar por todos aquela policiais babacas.
Fazia uns minutos que eu estava na BR dirigindo em alta velocidade.
Percebo que tem um carro da polícia me seguindo. Como eu não percebi isso antes.
PUTA MERDA.
Porra. PORRA MIL VEZES PORRA. Não pode dar errado justo agora quando eu já havia fugindo.
Continuei acelerando o carro. a viatura da polícia atrás de mim mandando que eu encostasse o carro. Eu não ouvia. Não queria ouvir e nem acreditar que tudo já estava dando errado.
acelero ainda mais o carro, ultrapasso carro por carro daquela BR.
Eu estava tão absorvida em meu pensamentos não vi que havia entrando em uma pista em construção. Mas ainda assim continuei a dirigir rapidamente tentando a todo custo desviar das pessoas e dos entulhos que havia na pista.
Os policias que estavam no carro começaram a disparar tiros contra meu carro. Eu já estava dirigindo fazendo zing zag indo de uma ponta a outra da pista.
Foi quando ouvi um estrondo forte e o carro sacolejando.
Atiraram no pneu.
FILHOS DA PUTA.
Peguei minha arma e disparei alguns tiros enquanto tentava manter minha atenção da pista.
- PUTA QUE PARIU - esbravejei
O carro começou a derrapar. Ouço outro estrondo. O pneu da frente foi atingido. O que me faz perder o controle do carro.
Tento fazer uma manobra mais o carro começa a capotar
Sinto minha testa arder. PUTA QUE PARIU ta sangrando.
Sinto quando o carro da a quinta capotada acabo batendo a cabeça da direção e meus olhos começa a pesar.
Sinto um forte cheiro de gasolina e acabo desmaiando.
POV LAUREN
Era por volta das 16h30 da tarde quando recebo uma ligação era meu pai.
Ligação.
- Oi pai - digo assim que atendo o telefonema.
- filha eu to indo pra tua casa. tenho uma notícia pra te dar. - vejo pelo seu tom de voz que é algo grave.
- certo pai. Você está me deixando nervosa.
- se acalme. Já estou indo. 10 minutos estou aí. Beijo.
Dito isso ele encerra a ligação.
O que será que ele quer me falar. Pelo jeito é algo urgente e grave. Já que ele não quis falar pelo celular.
(...)
- Então pai o que você tem pra me dizer ? - questiono assim que estávamos sentados no sofá de minha sala.
Ele estava aparentemente nervoso.
- não tem como da essa notícia de outra forma, então vai ter que ser assim mesmo. - ele diz e respira fundo enquanto eu estou o olhando.
- você está me deixando nervosa pai. - falo já batendo a perna em sinal de nervosismo.
- Lauren. - ele começa. - sua mãe.... Ela.... Ela fugiu da penitenciária. - ele diz
Eu abro a boca sem ter o que falar.
Como deixaram isso acontecer? Minha mãe nunca vai pagar por tudo que ela já fez de ruim ? Meu deus...
- como foi isso? Aquilo não é uma prisão de segurança máxima? - questiono
- não sei filha. Ela deve ter tido ajuda de alguém. Mais não acabou. - ele diz e suspira .
- tem mais ? - pergunto desacreditada.
- sim. Pelo o que os policias falou que a encontrou e ela estava dirigindo em alta velocidade. O carro derrapou. - ele diz e eu já posso imaginar o que aconteceu - o carro em que ela estava capotou mais de cinco vezes. E começou a pegar fogo. Foi tudo muito rápido. - ele diz com lágrimas nos olhos
- ela .... Ela.... - eu não consigo pronunciar essa palavra.
Meu deus. Que coisa horrível.
- sim filha ela não resistiu ... ela morreu. - ele diz e eu caiu em prantos.
- m-m o r r e u - digo com dificuldade.
As lágrimas não param de sair de meus olhos e escorrerem em meu rosto. Estou sentido essa dor terrível.
A dor da perda.
Eu não posso negar. Ela era uma péssima mãe. Mas mesmo assim era a minha mãe. Cheia de defeitos e uma miserável bandida. Mais mesmo assim minha mãe.
Saber que ela estava pagando por tudo que cometeu presa é uma coisa. É saber que agora ela está morta é outra. E saber que nunca mais vou vê-la é muito mais difícil.
Por mais que ela não mereça. Ela é minha mãe.
Continuo a chorar abraçada em meu pai. Que dor horrível.
Jamais imaginei que fosse ficar desse jeito, tão sentida com sua partida, ainda mais depois de todo mal que ela já me causou, não só a mim como a todas as pessoas próximas dela.
Minha mãe foi embora de vez. E dessa vez ela vai pagar tudo de mal que já fez aqui na terra. Dessa vez vai ser justo.