Alter Ego | Johnlock [Teen!lo...

By sherlockholmish

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Sherlock é viciado em um jogo de detetive online e acaba criando a Sher, uma garota inteligente e doce de dez... More

Capítulo I
Capítulo II
Capítulo III
Capítulo IV
Capítulo V
Capítulo VI
Capítulo VII
Capítulo VIII
Capítulo IX
Capítulo X
Capítulo XI
Capítulo XII
Capítulo XIII
Capítulo XIV
Capítulo XV
Capítulo XVI
Capítulo XVII
Capítulo XIX
Capítulo XX
Capítulo XXI
Capítulo XXII
Capítulo XXIII

Capítulo XVIII

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By sherlockholmish


- John? – A voz doce de sua mãe invadiu sua mente, tirando-o do transe.

- S-sim, mamãe. – Respondeu ao chamado, levantando-se abruptamente do sofá onde estivera revivendo o beijo que Sherlock o havia dado no dia anterior repetidamente.

- Está aéreo hoje, John. Aconteceu algo? – Investigou Eleanor enquanto enviava e-mails de trabalho em seu notebook .

- Não, nada. – Mentiu Watson, pensando qual seria a reação de sua mãe se ele simplesmente dissesse: "O garoto o qual eu sinto atração me beijou e eu gostei muito, acho que sou bissexual. O que teremos para o jantar mesmo?".

- Você está apaixonado, meu filho? – Inquiriu, parando subitamente de escrever.

- O-o quê?! – Perguntou um pouco rápido demais. Será que ele estava deixando transparecer tanto assim?

- John, você pode tentar mentir para mim, mas eu sou sua mãe e eu conheço você. – Expressou acolhedora, tentando John a se abrir com ela – Você pode conversar comigo sobre qualquer coisa.

- T-talvez eu esteja... – Disse receoso, encarando suas mãos que estavam apoiadas em seus joelhos – Mas não é nada de mais. Provavelmente não vai dar em nada.

- E por que acha isso, filho? – Perguntou Eleanor, dando cem por cento de sua atenção àquela conversa.

- É tudo muito confuso, mamãe... Não posso te dizer algo sem ter certeza do que vai acontecer.

- Quando tiver certeza e quiser compartilhar... Eu estarei aqui. Sempre – Sorriu com ternura, recebendo um assentir de cabeça receoso de John como resposta.

Os sábados eram tranquilos, normalmente Harry passava o fim de semana com sua amiga, Clara, e John e Eleanor ficavam sozinhos em casa e pediam pizza à noite. Watson gostava dessa rotina confortante e gostava de ficar sossegado em seu quarto lendo e tendo a certeza de que Harriet não apareceria ali para chama-lo para alguma festa a qual ele certamente não iria.

Porém esse sábado estava se tornando um martírio, Watson havia lido duas páginas inteiras de seu livro sem prestar atenção alguma. Sua mente era inteiramente ocupada pelos lábios rosados de Sherlock Holmes e um lado dela implorava para que John mandasse uma mensagem a ele. Sherlock havia mentido para ele, será que se ele mandasse a mensagem iria parecer desesperado? John não queria pisar em seu orgulho assim, mas não conseguiria relaxar durante o fim de semana se continuasse agoniado daquele jeito. O loiro bufou e alcançou seu celular, abrindo o perfil de Sher pela primeira vez desde a revelação e digitando hesitantemente.

[17:42, 14/10/2017] John: Sherlock?

John esperou. Ficou deitado encarando a tela de seu smartphone durante dez minutos e viu sua mensagem sequer ser entregue ao destinatário. Estaria Sherlock magoado com ele? Ou estaria só ocupado? John inspirou profundamente e colocou o celular em cima do criado-mudo. Seria um fim de semana árduo.


...


Naquela manhã de segunda-feira, John Watson acordou vinte minutos antes de o despertador tocar. Ele estava ansioso. Sherlock não havia o respondido e as mensagens sequer chegaram a ele. O capitão do time de rugby estava preocupado com o garoto, Holmes parecia ser extremamente solitário e John tinha medo de que o incidente com Sher o exilasse completamente da sociedade. Agora a única esperança dele era encontrar Sherlock no colégio, conversar com ele e tentar resolver as coisas de uma vez por todas.

Quando John adentrou os portões de Baskerville High, seus olhos ignoravam tudo ao seu redor, focando apenas em encontrar a figura esguia de Sherlock. Watson rumou até seu armário e ficou esperando Sherlock aparecer próximo ao dele, que se encontrava do outro lado do corredor principal. O sinal tocou, anunciando o início da primeira aula e o peito de John se comprimiu. Sherlock não havia ido à aula. Ele poderia ter se atrasado assim como aconteceu na sexta-feira, John pensou tentando se tranquilizar.

Biologia era uma matéria a qual o loiro dominava, mas naquele dia tudo parecia distante. Será que Sherlock estava bem? A imagem dos olhos caleidoscópicos insistia em invadir a mente de John, distraindo-o da matéria que estava sendo dada. Watson tirou seu celular do bolso e tentou mandar outra mensagem para o número de Sher, vendo-a não ser entregue novamente. Por que aquilo era tão doloroso? John não se lembrava de ter se sentido tão angustiado antes.

O resto do dia foi um martírio. O laboratório estava vazio quando John foi checar se Sherlock estava lá. Se ele tivesse ido ao colégio, aquele seria o local em que ficaria no intervalo, mas tudo o que John viu ali foi a lembrança da sexta-feira. Sherlock o beijando desajeitadamente e ele retribuindo inconscientemente. Ele queria aquilo de novo. Precisava daquilo. Watson tocou seus lábios com as pontas dos dedos, tendo a sensação fantasma daqueles lábios rosados nos seus.

John necessitava conversar com Sherlock e estava decidido a fazer isso no dia seguinte. Seria a primeira coisa que faria, mas agora tudo o que o loiro queria era entrar em sua conta no Scotland Yard Online e tentar contatar Holmes, apenas para ter a certeza de que ele estava bem.

E essa foi a primeira coisa que John fez quando chegou em casa. Ignorou a fome e o cansaço e ligou o computador, acessando o jogo logo após e clicando para ver suas mensagens. Watson poderia jurar que seu coração parou por alguns milésimos quando no lugar de "SherH" estava escrito "usuário inexistente". Droga! Isso sim era um motivo veraz para a preocupação de John. Ele sentia que tinha algo errado. Sherlock não apagaria sua conta no SYO, não depois da reputação que construiu no jogo. O loiro não sabia o motivo de pensar assim, mas uma parte dele parecia conhecer Holmes há anos e essa parte gritava que havia algo extremamente errado acontecendo.

Naquela noite John não dormiu.

Quando seu despertador tocou ele já estava vestido e tomando seu chá, batendo seu pé direito no chão, ansioso. Ele não iria se perdoar se algo tivesse acontecido com Sherlock, ele simplesmente passaria o resto de sua vida miserável e inconsolável se qualquer coisa acontecesse àquele garoto.

Colocando sua xícara vazia na pia, John rumou rapidamente para o ponto de ônibus e adentrou o veículo que o levaria até o colégio. Com certo desespero, o loiro digitou novamente para o número de Sher sentindo uma ponta de esperança de que a mensagem seria entregue desta vez, mas não foi.

O trajeto foi uma tortura. Estar dentro do ônibus e não poder fazer nada em relação ao que estava acontecendo deixava John agoniado e foi, de certa forma, um alívio desembarcar e entrar no colégio.

Sherlock precisava ir à aula hoje. Era tudo o que John conseguia pensar. Ele precisava ir para tirar aquele peso dos ombros e mente do loiro. Watson bufou – ele estava fazendo isso com frequência nos últimos dias – e desta vez ficou esperando por Sherlock na frente do armário do mesmo, mas a única pessoa que apareceu foi Greg Lestrade que o olhou com confusão no olhar. Ele sempre parecia confuso quando era em relação a John e Sherlock.

- Você está bem, John? – Inquiriu o moreno com preocupação legítima.

- Você soube do Sherlock nos últimos dias? – Perguntou sem ligar muito para se aquela atitude pareceria desesperada. Ele estava verdadeiramente desesperado.

- Não... Aconteceu algo? – John pôde ver os olhos de Lestrade se arregalarem em tormenta.

- Sim, aconteceu, Greg. Eu não sei o que fazer... Não consigo conversar com Sherlock desde sexta-feira passada. – Desabafou com angústia.

- É realmente incomum ele faltar às aulas... Vou tentar falar com o Mycroft e te dou qualquer notícia no intervalo.

- Eu preciso resolver isso logo, mas obrigado... – Agradeceu o loiro, expirando e seguindo para a primeira aula.

Esperar não era o forte de Watson. Não naquela situação. O garoto estava inquieto e olhava a cada dois minutos para o relógio esperando que a aula acabasse logo. Ele não iria esperar notícias pelo Mycroft. Ele iria até a Baker Street e checaria o bem-estar de Sherlock por si mesmo. Sair do colégio mais cedo não era um problema, já que ele era maior de idade. O máximo que fariam seria comunicar sua mãe e ele não estava preocupado com isso naquele momento.

Quando o sinal tocou, cinquenta minutos depois, John rumou cegamente para fora do colégio, fazendo seu caminho até o ponto de ônibus. O universo deveria estar coagindo contra ele ou sua pressa era tanta que fez os cinco minutos os quais ele ficara parado ali parecerem uma eternidade. Completamente aflito, Watson chamou um táxi que passava por ali, sacrificando o dinheiro do lanche que comeria durante a semana. Sherlock era mais importante que comer.

- Baker Street, número 221B. – Anunciou ao taxista com apreensão exposta nos olhos azuis.

O tempo se arrastou tanto que John achou que se ele saísse do automóvel preto e corresse até lá chegaria mais rápido, entretanto ele não o fez porque sabia que aquela sensação era causada pelo desespero que tomava conta de seu corpo e fazia o querer gritar.

Torturantes vinte e sete minutos depois, o motorista estacionou em frente ao flat de Sherlock e John estava receoso com o que iria encontrar ali. Seus batimentos o ensurdeciam a ponto de o loiro não ouvir quanto havia dado a corrida até o endereço. Watson simplesmente jogou o dinheiro para o taxista e soltou um "fica com o troco" inconsciente antes de sair do carro.

- Se acalme, John. – Falou para si, olhando a porta escura e tentando se confortar – Está tudo bem, ele só está chateado. – Afirmou em voz alta, apertando a campainha a seguir. O loiro esperou.
Nada.
Droga, algo estava errado.
John apertou sua digital no botão novamente e não obteve resposta alguma. Na terceira vez, o dedo indicador do garoto segurou o botão por sete segundos fazendo com que o som estrondoso da campainha se propagasse do lado de dentro e fosse devolvido a John com completo silêncio como resposta. Algo definitivamente havia acontecido.

John colocou sua mochila no chão e retirou de dentro dela dois clips de metal, entortando-os. Sherlock não o dava outra escolha a não ser tentar entrar a força. Sim, havia grande chance de que ele somente não estivesse em casa ou que tivesse ido a Sussex para a casa dos pais e que John estivesse ali fazendo papel de idiota e arrombando o flat de seu amigo, mas algo no peito do loiro dizia que não era isso.

O olhar atencioso de Watson estava focado na fechadura do flat, ele não se importava se as pessoas que passavam na rua achassem que ele fosse um ladrão. Tudo o que ele queria agora era ver a face de Sherlock e se certificar de que ele estivesse bem. Talvez o beijar... Mas isso não era o mais importante agora.

A fechadura antiga não ajudava John em seu trabalho, fazendo-o ter de ajoelhar para conseguir um ângulo melhor e executar aquela façanha.

- Eu não sabia que era do tipo que invadia casas, Senhor Watson. – Uma voz cortante que veio detrás de John o fez paralisar sua ação e olhar por cima de seu ombro para se certificar de que era Mycroft que estava ali com intensa reprovação no olhar e que Greg estava logo atrás dele com o cenho franzido. Um misto de vergonha e nervosismo alcançou a face de Watson, fazendo-o enrubescer. Que ótimo. O irmão do garoto que ele era apaixonado iria pensar o pior dele agora.

- E-eu... Desculpe-me. Sherlock não me respondia e eu precisava ver se ele está bem. – Falou com sinceridade.

- Com licença, Senhor Watson. – Pediu educadamente, retirando uma única chave de dentro do bolso de seu blazer e tomando o lugar de John próximo a fechadura, destrancando a porta – Creio que queira correr até lá. – Deduziu Mycroft, recebendo um assentir breve de John que correu até o andar superior do flat, adentrando a sala, que se encontrava aberta e a vendo completamente vazia. O coração do loiro escoiceou seu peito quando ele olhou em direção a superfície de madeira entreaberta do quarto de Sherlock e viu parte da mão lívida e comprida esticada ao chão.

- O que você fez, seu idiota?! – falou entredentes, correndo até o local e escancarando a porta. O corpo de Sherlock estava jogado fragilmente no chão de madeira e aquilo fez John começar a entrar em desespero – Ele precisa de você, não surte agora. – Murmurou para si, abaixando-se e tocando um ponto abaixo do maxilar do moreno, sentindo seus batimentos batucar em seus dedos. O bastardo estava vivo. Um arfar aliviado deixou os lábios de John, mas a face rosada e quente de Sherlock fazia uma nova preocupação nascer em seu peito: Sherlock estava ardendo em febre.

Os passos firmes de Mycroft alcançavam agora o corredor que dava para o quarto de Holmes e Greg Lestrade o seguia como se confiasse sua vida ao garoto ruivo. Holmes mais velho adentrou e viu a imagem de seu irmão caído e desacordado fazendo com que um sutil traço de preocupação surgisse em seus olhos. John encontrou sua face e com aflição proferiu:

- Hospital. Agora.

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