Louca por Emmett, Nas batidas...

By autoracinthiabasso

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Trinity Miles odeia Jax com todas as suas forças. Mesmo não sabendo qual é o rosto e o nome por trás da másca... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Capítulo 46
Capítulo 47
FINAL
EPÍLOGO
TRILHA SONORA COMPLETA
AGRADECIMENTOS

Capítulo 3

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By autoracinthiabasso

Gente, postarei todo sábado, tudo bem? 

Obrigada por estarem aqui, um beijo e ótimo final de semana!! <3

*****

Estávamos no nosso camarim, ouvindo claramente The Killers tocando. Eu odiava pensar em o quão bem Jax cantava, e nunca, jamais, falaria isso em voz alta. Mas meu Deus! Ele era bom. Me fazia querer transar com ele no palco, enquanto cantava os versos só pra mim.

Eu o odiava, só que era realmente impossível não me sentir enfeitiçada pela sua voz profunda e tocante. A banda deles não tocava muitas músicas calmas, a maioria era "gutural", gritando e gritando para todo mundo ouvir. Muitas pessoas não sabiam que os cantores treinavam e muito para atingir aquele nível, mas quando ele cantava aquela música, aquela que eu sonhava dia e noite, eu pensava no quanto queria que fosse pra mim.

"Garota, eu fui seu, e você foi minha

Éramos duas partes de um todo,

Mesmo quando o mundo não existia"

Aquelas frases foram feitas para entrar na nossa cabeça e nos fazer delirar com o duplo sentido.

Mas isso não importava porque Jax era o Jax, e mesmo não fazendo a menor ideia do rosto embaixo da máscara, eu jamais me deixaria levar por ele. Não quando ele fez o que fez.

- Parece que você chupou um limão, Miles! Só porque está ouvindo o amor da sua vida cantar?

- Cala a boca!

Eles não me deixavam em paz nem mesmo prestes a fazer um show. Era muito azar.

Parei de ouvir as batidas em cima do palco e as palmas foram inigualáveis. Eles eram bons... Mas não tanto quanto a gente. E pensando que eles nos ouviriam assim como nós os ouvimos, só me fazia querer dar tudo de mim e deixá-los de boca aberta com o nosso talento.

Seguimos para o corredor que levava ao palco quase que na mesma hora. As coisas estavam corridas no festival... Algumas bandas tinham atrasado e deixaram todas as outras com o tempo curto também, por isso enquanto fazíamos o caminho, topamos com eles. Em toda a sua glória de máscaras e macacões surrados. Olhamos uns para os outros e meu olhar parou em quem eu menos desejava dar atenção.

Jax estava ainda melhor do que eu me lembrava e por trás daquela máscara eu pude ver seu sorriso. Nem um pouco sincero e totalmente irônico. Pelo meu olhar, ele sabia que eu o odiava. E pelo seu olhar eu percebi que ele não dava a mínima pra mim.

Nunca tinha dado.

Passou por mim e esbarrou seu ombro no meu, de propósito, apenas para que eu visse o que ele realmente pensava.

Idiota, arrogante e convencido!

- Não se deixa levar – Ry sussurrou no meu ouvido, mostrando que eu não fazia nada mais que meu papel de trouxa.

Concordei com um aceno mudo e quando olhei para trás, apenas para confirmar se eles já tinham saído, meus olhos cruzaram com os seus e eu não queria saber por que ele tinha ficado me encarando enquanto eu colocava um pouco de juízo na minha cabeça. Na verdade, eu não queria saber nada sobre ele.

Aos poucos minha mente foi abandonando o encontro e fui me deixando levar pelas músicas que tocávamos.

Corri pelo corredor até a multidão e ajoelhei, cantando com todo o meu coração, com toda a frustração que eu sentia me percorrer.

Eu não deixaria Jax me vencer nessa batalha, nem em qualquer outra. Eu já tinha o deixado ganhar uma vez e merda, aquilo tinha quase acabado comigo.

Ouvi Ryan tocando logo atrás de mim e voltei um pouco para cantar ao seu lado e fazer um show que as pessoas se lembrariam depois.

Queria muito tocar com a minha guitarra, mas naquele festival eu apenas cantaria, nada de acompanhar os caras nas batidas e solos, eu precisava focar apenas em cantar e dar o melhor de mim. Tinha que provar coisas que precisavam da minha atenção.

Conforme as notas me invadiam, me acalmavam de tal forma que eu poderia facilmente chorar de emoção na frente de todos. Assim como eu já fiz algumas vezes... Eu amava cantar e aquilo era refletido em tudo o que eu acreditava ser.

Encerramos o show com o solo fenomenal do Ryan, enquanto Peeta finalizava no baixo e Kel dava os compassos na bateria. Aquilo era mágico, ouvir uma música fazendo seu próprio caminho na gente era inspirador. Sentir tudo o que um conjunto de pessoas poderia passar.

Juntamos nossas mãos e encerramos o show, fazendo uma selfie gigantesca com a galera reunida pelo amor à música.

Vi quando os meninos se arranjaram com algumas mulheres da equipe do festival e eu fiquei a ver navios, sem saber o que faria naquela noite... Descansar na verdade não me parecia tão mal, eu precisava mesmo dar um tempo para a minha voz por causa do esforço.

Lembrei-me da noite passada e desejava encontrá-lo em qualquer momento, pelos corredores do hotel, apenas para ter novamente aquilo que ele me deu. Porque eu realmente senti a entrega e aquilo mexeu um pouco comigo, como nenhum outro tinha conseguido fazer.

Até mesmo as backing vocals estavam se preparando para ir embora e eu ali, vegetando, sem ter a menor noção do que fazer depois que saísse daqui. As coisas na minha vida são exatamente dessa forma, um amor imenso no palco e a falta fora dele. Se minha vida tivesse uma trilha sonora, seria das mais diversas músicas tristes de rock, desde os clássicos até os contemporâneos, onde eu ficava parada, sentada na minha sacada, com a minha Fender* apoiada ao lado e olhando tudo que eu jamais teria. Sounds of silence seria o auge das lágrimas e eu repensaria tudo com calma, passando as mãos nos olhos e me arrependendo de ter me privado de uma família. O grande problema é que toda vez que eu pensava nisso, em uma família; a minha, se é que podia chamar assim, surgia na mente e eu só tinha a certeza que não queria aquilo novamente.

Sozinha era muito melhor do que acompanhada. Muito melhor.

Vi as pessoas no palco se distanciando e logo em seguida a equipe técnica desmontando os equipamentos. E eu ali, parada, apenas observando todos vivendo e eu apenas existindo. Fui até uma das caixas de som e sentei, permanecendo perdida em meus pensamentos. Era toda vez assim, quando a euforia do show acabava, a tristeza da realidade me invadia. Eu tinha três amigos maravilhosos, que eram mais meus irmãos dos que os de sangue, mas eu não tinha ninguém na minha vida. Eles também não, mas não sentiam falta disso. Será que quando o fizessem ficariam da mesma forma que eu? Como se um triturador fosse ligado todas às vezes em que eu finalizava uma canção?

Levantei-me, com uma lentidão excruciante, apenas para ir até o camarim e pegar minhas coisas. A vontade de fumar estava me consumindo totalmente, mas eu não cederia. Tinha jurado a mim mesma que esse vício não iria me controlar e porra, estava fazendo de tudo para tentar amenizar a falta de nicotina no meu organismo.

Desci as escadas e segui pelo corredor, até encontrar a porta do camarim, com letras pretas e chamativas: THE KILLERS. Aquele nome mexia comigo, como nem mesmo um Impala 67 seria capaz de fazer, e isso era um feito e tanto. Eu era apaixonada pelo meu carro e qualquer risco nele era motivo para briga.

Ignorei a vontade de ficar ali na frente e segui até o meu, onde PSICOTIC, estava escrito na mesma forma que o anterior. Meu coração se enxia de orgulho e a vontade de gritar que tinha conseguido, era maior do que eu considerava saudável.

Entrei, sentindo a atmosfera pesada e silenciosa me engolfar em seu manto de solidão. Eu estava sozinha, como em todas as outras vezes e aquilo não devia me afetar, mas afetava. Quando os meninos me chamavam para ver séries ou qualquer outra coisa com eles, eu me sentia feliz, mas apenas nesse pequeno instante. No restante eu era a pessoa mais solitária e rancorosa que conseguia imaginar.

O camarim tinha quatro espelhos, com cadeiras posicionadas estrategicamente para toda a maquiagem. Dois sofás que ficavam de costas à porta e um banheiro pequeno que dava para o gasto. As coisas dos meninos estavam todas aqui e quem teria que levar seria eu e a equipe, já estava acostumada com isso. Eles esqueciam tudo quando viam um rabo de saia e merda, eu queria esquecer tudo, exatamente tudo, quando visse um par de calças também. Mas nem tudo funcionava assim... Nem tudo era tão simples...

Deitei em um dos sofás, deixando meu corpo descansar do esforço submetido. Minha mente e corpo estavam exaustos. Coloquei o braço sobre os olhos e continuei divagando sobre coisas que já tinham acontecido e que eram irreparáveis. Ouvi o barulho da porta se abrindo e não me mexi, devia ser algum deles que tinha voltado para pegar a cortina extra de camisinha. Não estava com vontade de ficar jogando conversa fora e não fazia a menor questão disso também.

Passos se aproximavam e eu conseguia imaginar até mesmo a sua hesitação, para logo em seguida absorver a respiração quente perto do meu rosto. Senti primeiro seus lábios, e em seguida suas mãos, que seguraram meu rosto de forma carinhosa. Traçou um caminho de beijos molhados pelo meu pescoço e pressionou seu corpo no meu. Quente e acolhedor.

Ele estava me venerando.

E aquilo era tudo o que eu precisava no momento.

- Emmett... – sussurrei porque eu conheci seu toque, era familiar de uma forma nostálgica, mesmo que tivesse ficado com ele apenas uma vez. 

******

Fender: ela quis dizer a guitarra dela, já que é dessa marca! <3

Gutural: é uma técnica vocal que produz um som rouco, grave ou profundo

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