Como eu era antes de você (Ho...

By geezerfanfics

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Ele era um pesadelo vestido de sonho. E ela sabia disso. Tinha um letreiro enorme escrito "problema" no rosto... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Segunda Temporada: Capítulo 1
Segunda Temporada - Capítulo 2
Segunda Temporada - Capítulo 3
Segunda Temporada - Capítulo 4
Segunda Temporada - Capítulo 5
Segunda Temporada - Capítulo 6

Capítulo 25

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By geezerfanfics


Estico minhas pernas sobre a parede ao lado da cama assim como fazia na nossa casa em Stotfold. Treena está na faculdade e Thomas dorme no quarto ao lado. Eu e Will acordamos cedo e, com muita insistência, tomei café da manha com ele. Como Will tem uma reunião importantíssima na empresa e era tarde demais para adiar, Nathan me deixou no apartamento de Treena pouco antes das nove horas e, antes de descer, ele me disse que "O Sr. Traynor pediu para avisá-la que ele vai busca-la hoje às sete e meia".

E sentada aqui, neste sofá velho do pequeno apartamento, posso ouvir ao longe o barulho alto do tráfego lotado de carros e caminhões, todos com tarefas e uma vida para cuidar. Existe algo de reconfortante nisso; a ideia de pensar que as pessoas estão cuidando de suas vidas ao lado de fora dessas paredes. Todos... Menos eu. Não faço ideia de quanto tempo o destino leva para interferir na vida de alguém. No meu caso, demorou vinte e seis anos. Nunca esperei que algum dia eu estaria em Londres e, o mais assustador de tudo, com um homem que não fosse Patrick — para ser bem honesta, imaginei que ficaria com ele pelo resto da minha vida. Mas só que, apesar da mudança repentina na minha comodidade de Stotfold, eu sinto com se estivesse faltando algo... Algo que somente eu poderia preencher. Assim como Treena, Will também tem a vida dele e o que cuidar. Todos estão destinados a certas coisas, mas eu continuo aqui, dentro deste apartamento, e começo a aceitar que minha irmã estava certa: tudo o que eu tenho é medo de encarar o mundo lá fora.

A campainha toca e eu me desperto. Olho para o relógio ao meu lado. 14h35min. Estou esperando por alguém? Hum... Até onde sei, não.

Fico de pé e vou às pressas, atravessando o apartamento — agora decorado — da minha irmã. Não pergunto quem é e nem olho pelo olho mágico. Apenas abro, com uma esperança secreta de que, do outro lado, estivesse Will. Assim que abri a porta não vi nada. Pisquei. Olhei mais adiante, para o corredor, mas não havia ninguém. Somente quando dei um passo a frente, ainda procurando por alguma pessoa, meu pé bate contra algo no chão.

E ali está um balão de coração flutuando no ar, pregado à uma caixa de bombons. Meu coração pula no primeiro instante: eu sei de quem se trata. Me abaixo e, com uma felicidade de adolescente no inicio de uma paixão, pego os objetos e entro novamente no apartamento. Sei que Will gosta de surpreender, afinal, ele fez isso desde o primeiro dia, só que eu nunca fui surpreendida assim, espontaneamente e de forma tão doce.

Coloquei as coisas sobre a mesa e tentei manter minha respiração controlada. Queria fazer várias coisas ao mesmo tempo: pegar o celular imediatamente e agradecê-lo, contar para Treena e ler o bilhete que estava sobre a caixa. Com as mãos trêmulos, optei pela terceira opção. Peguei o pequeno pedaço de papel branco que estava dobrado delicadamente. Quando o abri, se revelaram letras do computador.

ESPERO QUE TENHA TE SURPREENDIDO.

É UMA HONRA AGRADÁ-LA.

MAS PRETENDO SURPREENDÊ-LA MAIS AINDA.

DAQUI HÁ ALGUNS DIAS, VOCÊ VERÁ.

WILL.

Pretende me surpreender mais ainda? Com o que? Um pensamento malicioso passou rapidamente por minha mente, mas eu o afastei. Ele está apenas sendo romântico, me convenci, mas, no fundo, eu queria que ele me surpreendesse com uma de suas maneiras de me enlouquecer: na cama, tocando em mim.

Balancei a cabeça, rindo, tentando me concentrar, e levei tudo para o meu quarto, deixando-os ao lado da minha cama. Amarrei gentilmente a corda do balão na cabeceira, vendo-o flutuar acima de mim.

Às seis horas Treena chegou em casa. E durante a tarde inteira, por mais distraída que fiquei com o presente inesperado que recebi, também me senti inquieta por não receber nenhuma ligação de Will. Aonde ele se meteu? Com quem estava até agora? Por que não pegou o celular e me mandou alguma mensagem dizendo que está vivo?

Deve ser porque ele é um dos empresários mais conhecidos da City e, neste momento, está ocupadíssimo com o trabalho, meu inconsciente me alertou e fiz cara feia para ele.

— O dia hoje foi exaustivo — Treena disse, jogando-se no sofá como se agora fosse o primeiro momento em seu dia em que finalmente sossegou. — Minhas costas doem. Minha cabeça dói.

— E mal começou — sibilei, indo para a cozinha.

Coloquei a chaleira de água para ferver e preparei duas xicaras com sache de chá. Às vezes me sinto culpada por ser a única a ficar em casa completamente desocupada.

— Eu e Thomas assistimos desenho a tarde inteira. — contei. — Depois fizemos algumas palavras cruzadas. Thom só comemorava quando eu encontrava alguma.

Treen riu.

— Ele não sabe ler, Louisa.

— Eu sei que não.

Quando a chaleira ferveu, enchi as duas xicaras com a água fumegante e me juntei a minha irmã no sofá, que se sentou, me deixando espaço. Ficamos exprimidas.

— Não vai sair com teu bonitão hoje?

Tentei afastar o pensamento ruim de que eu nem sabia onde ele estava. Olhei para a porta do meu quarto que estava entreaberta e, de certa forma, relaxei quando vi o balão pendendo sobre a cama.

— Espero que sim.

Treena, com seu instinto curioso e de querer saber sobre tudo, seguiu meu olhar e se afogou com o chá.

— O que é aquilo? — Perguntou, me olhando em seguida, os olhos arregalados. — Will quem te mandou? Ele já está assim tão romântico?

— É, foi ele.

— Ele está mandando presentes para você, Louisa! — Ela me deu um tapa no ombro mais forte do que eu esperava. — Daqui a pouco vai estar pedindo-a em casamento.

Dessa vez quem se afogou foi eu. Casamento? Não. Will não pensa nessas coisas.

Meu celular vibrou sobre minha perna — onde ele esteve durante o dia inteiro, esperando por algum sinal de Will. Era uma mensagem dele.

De: William John Traynor

Para: Lousa Clark

Passo aí as sete e meia como Nathan lhe avisou.

Vamos jantar na casa dos meus pais. Espero que não se importe que eu tenha avisado um pouco em cima da hora.

Estou com saudades.

Bj

Fiquei encarando a tela do meu celular por tempo suficiente para Treena perceber e pegá-lo nas mãos para saber o que estava acontecendo. Ficamos em silêncio por um bom tempo, encarando uma a outra.

— Ele não pode avisar você que vai conhecer seus sogros uma hora antes.

Não, ele não pode! Minha voz não saia mesmo que eu fizesse muito esforço para falar.

— Louisa! — Treena chamou a minha atenção, tirando a xicara das minhas mãos, mas tudo o que eu conseguia fazer era apenas acompanhar seus movimentos com meu olhar. — Faça alguma coisa. Vá se arrumar. Vai querer chegar atrasada bem na primeira vez?

— Não quero me atrasar... Mas eu não tenho nada para vestir.

— Eu dou um jeito em você.

Eu já conheço Camilla Traynor e Steve Traynor. Eles não são completos desconhecidos. Repetia isso em minha mente como um mantra. Não vai ser tão ruim assim, vai? Hum... Talvez seja. Começando pelo fato de que eu ainda trabalho para eles na recepção. Na recepção! Enquanto o filho deles é um dos mais famosos empresários da City de Londres. Será que Will os avisou só hoje que eu vou jantar lá?

— Você está linda, Louisa. — Treena disse, suspirando, batendo as mãos em meu vestido para afastar plumas inexistentes. Depois segurou meus ombros e notei seus olhos brilharem.

Olhei para baixo encarando o vestido ameixa que era de Treena. O vestido era justo e vai até meus joelhos, desenhando minha silhueta, e até que a cor favorece com o tom da minha pele. É uma das poucas peças de roupa dela que ficam bem em mim. Olhei para os meus pés e examinei meus scarpins pretos por uma última vez. Passei a mão por meu cabelo certificando-me de que eles estavam em boas condições; estavam, caiam até abaixo do meu ombro.

— Will não está acostumado a me ver vestida assim. — Falei e, depois de pensar um pouco, suspirei. — E nem os pais dele. Vou estar apresentando alguém que eu não sou.

— Não seja boba. Você está linda. Não sabe como fica magnifica quando se veste assim.

Minhas roupas nem são assim tão ruins, pensei. Mas o pessoal lá de casa insiste em dizer que são. Bom, pelo menos Will gosta.

A campainha tocou e isso bastou para que eu parasse de pensar sobre todos os problemas. Treena saiu em disparada, falando alguma coisa para mim, mas não ouvi. Fixei os olhos no balão flutuando acima da minha cama.

Ouvi algum murmúrio de voz vindo da sala, depois outro. Um friozinho passou por minha barriga. Não estou pronta. É como se Will nunca tivesse me visto antes. Sinto-me como se este vestido me deixasse inapropriada. Como se eu fosse alguém que não sou.

Você precisa ir, meu inconsciente me alertou. O.k, eu sei que preciso ir.... Eu sei.

Antes de Treena vir até aqui me chamar eu fui até eles. Will estava parado no meio do apartamento vestido elegantemente; calça social escura, blusa branca por dentro da calça, com os primeiros botões abertos, e segurava distraidamente o casaco do terno num dos braços. Assim que me viu a sua boca abriu-se levemente.

Ouvi alguma porta atrás de mim se fechar. Foi Treena? Eu nem a vi sair daqui.

— Você está linda, Clark. — Ele se aproximou e pude ver seus olhos brilharem. Assim que se aproximou, colocou o indicador em meu queixo e ergueu meu rosto. — Meu Deus. Linda!

Sorri sem jeito enquanto sentia meu coração disparar de repente. Como ele consegue me deixar assim?

Podíamos ter ido de carro. Londres e Stotfold não são tão longe assim. Quando vim para cá pela primeira vez foi de avião porque não tínhamos carro. Mas Will tem e mesmo assim insistiu que viéssemos com seu jatinho particular, com os sobrenomes "J. Traynor" escritos em uma caligrafia bem feita e bastante grande na calda. Parecia que assim as coisas seriam mais especiais do que apenas entrar em um carro. Bom, pelo menos para ele.

Então, em questão de minutos, chegamos à Grande House que, para a minha surpresa, tinha uma pequena pista de pouso nos fundos ao lado de uma grande área de lazer.

Apesar de já ter vindo aqui uma vez antes a casa ainda me surpreendeu. Sempre vou acha-la magnífica. Subimos os degraus da pequena escada da entrada e, sem nem mesmo bater na porta, a Sra. Traynor abriu a porta para nós dois.

— Ah, Will! — Ela abriu os braços e sorriu como se não tivesse visto o filho há anos. Depois, com um empurrãozinho discreto de Will, ela o soltou, mas ficou avaliando-o por um instante. — Como você está? Provavelmente bem, né? Você sempre está bem, é claro.

Will sorriu sem jeito e tive a impressão que evitou meu olhar. Ele resmungou alguma coisa e então me fez dar um passo a frente, com a mão em minhas costas, encorajando-me.

— Boa noite, Srta. Clark. — Ela disse, sorrindo com gentileza, me dando um beijo no rosto. Seu cabelo cheirava à shampoo de salão de beleza e, como sempre, estava muito bem penteado, com aqueles cortes de gente rica. — Seja muito bem-vinda!

Com um sorriso, agradeci. Bem, até que não estamos indo tão mal. Entramos na casa que, pelo menos agora, parecia ser diferente. Não sei se é porque da ultima vez que estivemos aqui foi com outra intenção, mas agora este lugar gigantesco se parece mais com uma casa de família do que apenas uma mansão de um cara rico que, por um acaso, se interessou por mim.

O Sr. Steven Traynor estava na sala de estar nos aguardando, bebendo um pouco de uísque num copo cheio de gelo e se pôs em pé assim que me viu. Com um sorriso caloroso, como se estivesse me vendo pela primeira vez na vida, me estendeu a mão e cumprimentou-me firmemente.

— A famosa Louisa Clark. — Ele disse sorrindo. — Acho que você gostaria de saber que é muito conhecida por aqui.

Sorri sem graça. Sou?

— Boa noite, Sr. Traynor. — Falei, quase gaguejando. — Espero que seja conhecida de uma forma boa.

Camilla, sorrindo, se intrometeu.

— Claro que é. Não poderia ser diferente.

Nos sentamos nos sofás da sala de estar. Will estava do meu lado enquanto Steven estava na poltrona. Camilla se encaminhara até a cozinha para saber como estava indo o andamento do jantar.

— Como estão às coisas na empresa, filho?

— Estão indo bem, obrigado.

Uma jovem moça, com os cabelos loiros presos em um coque firme no alto da cabeça, apareceu diante de nós segurando uma bandeja com copos. Pode ter sido impressão minha, mas notei que ela ficou um pouco mais vermelha do que normalmente somos quando viu Will. Ela então abriu um sorrisinho, toda sem jeito, e tive certeza de que, sim, estava encantada com ele.

— Boa noite, senhores. — Disse, sem jeito, depois tentou se recuperar, mas não teve muito sucesso. — Vocês querem beber alguma coisa?

Will acenou com a cabeça.

— Aceito um martini, por favor. — Disse, depois olhou para mim. — E você, querida?

Querida? Por que está agindo como se fôssemos casados?

— Uma água tônica, por gentileza.

Ficar bêbada na casa dos pais do cara com quem estou saindo não é uma boa ideia. Will sorriu como quem queria dizer "você normalmente fica bêbada", mas fingi não notar.

Quando Camilla voltou o clima pareceu mudar. Will ficava um pouco mais quieto na presença da mãe, como se a qualquer momento ela pudesse falar alguma coisa que eu não deveria ouvir, mas, o Sr. Traynor, por outro lado, parecia completamente aliviado por ter alguém com ele para puxar assunto.

Mas os vinte minutos que se passaram foram reconfortantes. Os Traynor falavam espontaneamente e me faziam as mesmas perguntas que fariam para alguém que não conhecem, mesmo que eu tenha morado há vinte e seis anos na rua debaixo da Granta House. Mas eles foram imparciais. Falavam como se eu não trabalhasse para eles e, embora Steven tenha mencionado meu pai algumas vezes, era como se eu fosse a primeira vez que nos vimos.

A Loira De Bochechas Vermelhas veio anunciar o jantar. Esperamos Camilla e Steven tomar a frente e fomos logo atrás. Will me olhava contente e eu notei que, embora tenha falado pouco, eu causei uma boa impressão. Fiquei feliz por isso.

Quando nos sentamos à mesa surgiu mais três empregadas apresentando as comidas enquanto as colocavam sobre a mesa e abriam as tampas: robalo ao forno assado com batatas e como acompanhamento belas fatias de abacaxi grelhado. Para beber tinha vinho branco de marca cara. Preciso me controlar.

— Então, vocês estão morando juntos? — Steven perguntou enquanto bebericava o vinho numa taça de cristal, de forma elegante como aqueles senhores ricos de filmes.

Camilla semicerrou os olhos para ele, repreendendo-o.

— Ah, não. — Sorri, sem jeito. Devo falar que eu passo algumas noites com ele? Hum... Acho que não. — Eu divido o apartamento com minha irmã. Bem, ela ganhou junto com a bolsa da faculdade. Mas eu não pretendo ficar lá por muito tempo.

Quero dizer, eu acho que não. Pelo canto dos olhos vi Will me fitar, mas não ousei olhar de volta para ele.

— E vai para onde? — Camilla perguntou, remexendo o peixe no prato, fingindo indiferença de forma que eu percebi que ela só estava tentando consertar o clima que o marido dela deixou.

— Acho que voltarei para Stotfold.

Por favor, não me perguntem se pretendo fazer faculdade ou algum curso qualquer, torci.

— Ah, claro. Você tem seus pais aqui, não é mesmo? Sua faculdade é aqui por perto?

Ah, merda!

— Eu não faço faculdade. — Disse, passando o guardanapo pelos lábios, enquanto engolia a comida. A conversa bem que podia acabar agora, né? Mas pelo silêncio que ficou sobre a mesa eu soube que deveria continuar. — Mas tenho planos para começar alguma coisa. Sei lá, talvez moda.

Moda? Meu inconsciente riu de mim. Nunca pensei sobre isso, apesar de já ter tido uma breve conversa com Will.

— É sempre bom estudarmos.

Camilla finalizou assim e o restante do tempo que passamos finalizando o jantar foi com conversa fiada: Steven contou sobre os visitantes exóticos do Castelo, Will revelou alguns planos futuros para a empresa — e a forma como ele falava me fazia parar para prestar atenção — e Camilla contou como estavam as coisas nos tribunais por onde ela passava. O clima passado de outrora foi passando aos poucos. Bem, pelo menos para mim.

Quando as empregadas tiraram a mesa, continuamos sentados conversando. Em determinado momento Steven perguntou:

— Ei, Will, já apresentou a ela algumas das suas loucas aventuras?

Ele riu e repousou a mão em minha coxa de modo que eles não viam. Depois olhou um instante para mim, os olhos brilhando, antes de se voltar para o pai novamente.

— Levei-a para dar uma voltinha de moto.

— E você gostou, Sra. Clark? — Camilla perguntou.

Não sei porque, mas alguma coisa em sua voz me fazia ter a impressão que ela esperava que minha resposta fosse "não".

— Gostei. Ele me levou para fazer trilha. Foi pequena, mas empolgante.

— Foi em Docklands Riders, pai. Onde fomos daquela vez.

— Até que enfim Will encontrou alguém que goste dessas coisas. Não sei por quem ele puxou. Georgina, sua irmã, nunca foi disso. Ela é um doce como a Camilla aqui.

O homem de meia-idade e de cabelos grisalhos passou o braço ao redor da bela esposa, que embora tivesse quase a mesma idade que ele, era muito bonita e vaidosa.

— Gostaria que você soubesse, Louisa, que embora esse velhote aqui pareça muito corajoso, quase teve um infarto quando Will acelerou a moto e saiu em disparada.

Caímos na gargalhada. Os Traynor estavam começando a mostrar um lado que eu não conhecia deles: o lado engraçado e aconchegado, diferente daquele refinado e de um casal que vimos nas revistas chiques. Talvez fosse pela quantidade de uísque e vinho que beberam, mas finalmente estavam se parecendo mais com a minha família. O que me fez pensar que talvez Will não se sentisse tão deslocado assim.

Depois de muita conversa tomamos um café e fomos até a sala. Já se passavam das onze da noite e resistimos à insistência de Camilla. Os planos de Will era que jantássemos e voltássemos para Londres, mas resolveu passar a noite. Então, com gentileza, nos despedimos uns dos outros e nos dirigimos para os devidos quartos.

— Acho que não preciso apresentar muita coisa para você aqui, né? — Will perguntou, tirando o casaco do terno para coloca-lo no cabide ao lado da porta.

Fiquei vermelha.

— É, acho que não. Conheço bastante por aqui. Principalmente aquela cama.

Will sorriu daquela forma que eu amava: um sorriso de canto, doce e adorável.

Sentei-me na cama e tirei os sapatos, finalmente dando um alivio para meus dedos. Chutei-os para o canto e fiquei de pé outra vez.

— Will — Chamei-o e não sei se minha voz saiu provocante, ou ele estava com vontade, mas, quando se virou para mim, ele estava com os olhos queimando diante da luz baixa do quarto. — Pode abrir o zíper do meu vestido?

E de repente me senti muito desejada e atraente. A forma como ele me olhava parecia me dar uma coragem avassaladora e descobri só hoje que não era a bebida que me deixava assim. Era somente o efeito de William Traynor.

Ele se aproximou com uma lentidão torturante e me virei de costas para ele, puxando o cabelo para o lado, tentando ver por cima do ombro. Assim que Will colocou a mão no zíper e começou a abri-lo senti meu coração começar a bater forte. Ele continuou abrindo-o e, a dado momento, seus dedos escorregaram em minha pele nua das costas e isso fez todos os pelos do meu corpo se arrepiar.

— Você está cansada? — Perguntou quando terminou de abrir o zíper.

— Não se você não estiver.

Sua respiração pesou às minhas costas.

— Vire-se.

Girei o corpo nos calcanhares no mesmo instante em que ele me pediu.

— Tire o vestido.

Por que ele insiste em me pedir para tirar a roupa? Mas no momento suas palavras soavam como ordens. Deixei o vestido escorregar por meus ombros e depois o deslizei por minha cintura e minhas pernas. Por fim, caiu sobre meus pés. Olhei para baixo, encarando o tecido cor de ameixa por um segundo, e então segurei-me nele para equilibrar-se e terminar de me livrar dele. Quando olhei para cima, o semblante de Will estava sereno.

— Você é linda, Clark. Não me canso de dizer isso. — Disse, colocando a mão nos meus seios nus, massageando-os com cuidado, como se estivesse admirando alguma obra numa galeria de arte. Minha respiração pesou sob seu olhar. — E nunca deixe ninguém dizer o contrário a você.

Tudo o que consegui fazer foi assentir. Minha voz não iria sair nem que eu quisesse. E então, me puxando com cuidado, ele encostou nossos corpos. Sua camisa era a única coisa que nos impedida de ficar pele a pele. Ele segurou minha nuca com a mão, entrelaçando os dedos em meus cabelos, e então escondeu meus lábios com os seus. Ficamos nos beijando ali por segundos ou, talvez, minutos...? Não faço ideia. Eu só sei que a partir do momento em seus nossas línguas se cruzaram meu mundo virou outro; estávamos somente eu e ele cercados por uma nuvem suave e fresca e tudo isso era o que eu mais queria. Este era o mundo onde eu queria viver para sempre.

— Deite-se na cama. — Disse, interrompendo nosso beijo.

Quando virei-me senti uma palmada em meu bumbum. Sorri. Deitei-me na cama de barriga para cima, pernas fechadas, coração disparado e com os olhos bem abertos.

De repente Will surgiu em cima do meu corpo sem a camisa. Desejei que estivesse sem calça também. Vi que segurava sua camisa branca nas mãos.

— Coloque as mãos para frente, Clark.

Estendi os braços diante de mim e então ele começou a passar a camisa por meus braços, cuidadosamente, até que o tecido ficasse bem firme.

— Enquanto estivemos aqui, você não pode encostar-se a mim.

Suspirei. Como não?

— Você não está jogando limpo.

Mas eu iria interroga-lo, mas então sua mão desceu e, sem que eu esperasse, encostou-se em meu clitóris. Gemi embaixo dele. Seus dedos deslizavam por minha umidade que ele mesmo causou e senti minha respiração sair do controle. Meus cabeços estavam acima da cabeça, esticados, e tudo o que eu queria era tocar seu rosto, pegar no seu cabelo e cravar as unhas em suas costas.

E então ele saiu de cima de mim. Fiquei olhando-o por um momento, com seu rosto acima de mim, lindo e sereno, e tive duvida se já vi alguém tão bonito assim em minha vida. Provavelmente não. Seu cabelo bagunçava-se lindamente no alto da cabeça e seus olhos azuis lampejavam diante do meu corpo. Will ajoelhou-se na cama e virou meu quadril para o lado, de modo que eu ficasse com as pernas fechadas, mas ainda assim pronta para recebê-lo. Ouvi um barulho de papel laminado e não tive tempo de me prepara; ele entrou em mim. Com força. Do jeito que sempre pedi.

— Ah — Ele gemeu. Um gemido rouco que foi capaz de mexer com todas as terminações do meu corpo. Senti uma pontada aguda em minha barriga e meu inconsciente soube, mais do que nunca, que eu estava completamente em outro mundo.

Seus movimentos começaram rápidos, fortes e fundos. Sentia minha vagina se contrair a cada estocada. Meu corpo, de lado, pedia por mais a cada segundo. Will me preenchia de maneira gostosa. Senti sua mão em meu tronco e virou meus ombros para a frente, deixando meus seios a mostra, e ele agarrou-os com as duas mãos sem parar os movimentos.

E, como num passe de mágica, nossos olhos se encontrarem. Neste instante senti mais do que apenas prazer; senti felicidade. Um sentimento bom crescia dentro do meu peito e que apenas desejava que isso nunca mais fosse embora. Nunca me senti assim antes. Quis saber o que ele estava fazendo comigo, mas, na verdade, nem ele próprio saberia me dizer. Seus olhos, agora nos meus, era mais do que um presente dos céus. Eu não tinha como explicar. E assim, a medida que meus olhos foram descendo por seus ombros músculos, o peitoral de pelos dourados, e o abdômen definido, indo para frente e para trás, eu explodi. Senti meu corpo inteiro tremer com aquela sensação de pura luxuria do prazer misturando-se com a felicidade plena por tê-lo para mim.

Will também gozou dando um gemido gutural que eu jamais vou esquecer.

D

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