O Labirinto dos Elfos

By GabyOmetto

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Quatro amigos faziam trilha, quando decidem sair dele e se embrenhar na mata e busca de uma aventura, mal sab... More

Imaginação
PREFÁCIO
PARTE UM 1. - A GRUTA
2. - RECONHECIMENTO
3. - DESCOBERTAS NA CASA DA AVÓ
4. - PRIMEIRO DIA NO LABIRINTO
5. - NOCTE VERMES
6. - MURBULG
7. - SEPARADOS
8. - CYAN
9. - ATAQUES
10. - DAMES BLANCHES
11. - IGNIS
12. - O FINAL DO LABIRINTO
13. - A BATALHA CONTRA UZURG
SEGUNDA PARTE -14. - O REINO ÉLFICO
15. - TREINO
16. - O BEIJO
17. - PLANOS DE FUGA
18. - FLASHAVAL, O DRAGÃO DO AR
19. - GRIFO
20. - O REINO D'ÁGUA
21. - O FESTIVAL
22. - DARGAR, O DRAGÃO D'ÁGUA
23. - O REINO DA FLORESTA
24. - GUERRA NA COZINHA
25. - AO REDOR DA FOGUEIRA
26. - UM ERRO
28. - O REINO DE FOGO
29. - DIA DE PRINCESA
30. - TRESSRI, O DRAGÃO DE FOGO
31. - O BAILE
32. - O REINO DO ESPÍRITO
33. - CHRYSUL, O DRAGÃO DO ESPIRITO
34. - O RETORNO DA ESCURIDÃO
35. - ESTRATÉGIAS DE GUERRA
36. - O ATAQUE FINAL
37. - O RETORNO
EPÍLOGO
Como foi escrever o labirinto dos Elfos
PRIMEIRO ENCONTRO
VALE DOS PEGASUS
Outras histórias
AGRADECIMENTOS

27. - RUSHOX, O DRAGÃO DE METAL

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By GabyOmetto


Alguém sacudia meus ombros, abri meus olhos dando de cara com Makenna.

— Apronte-se, está na hora de irmos. — Dito isso ela saiu.

Ignorei meu forte desejo de virar na cama e voltar a dormir, relutante me levantei, antes que o sono vencesse. Peguei minhas botas de caminha e as coloquei, não iria trocar de roupa, a túnica me deixa confortável. Nem me dei ao trabalho de arrumar meu cabelo, não iria para uma festa, não precisava ficar bonita para um dragão, não sabia o que atraia um dragão, mas com certeza não era o cabelo.

Peguei minhas armas ao lado da cama, o punhal na minha mochila, e os coloquei em seus devidos lugares. Estava pronta para a luta. Saí em disparada para a cozinha tinha a impressão que estava atrasada.

Para meu total azar, não fui a última a chegar, fui a primeira, logo em seguida de Will, para meu tormento. Não queria, não podia ficar perto dele, parecia que a cozinha estava se fechando. Tinha que achar algo para fazer ou iria enlouquecer.

Vi sobre a mesa uma possibilidade, estava sobre a mesa um pedaço de papel amarelado limpo e um lápis ao que parecia, peguei o objeto e o analisei, em vez de grafite tinha carvão, mas serviria. Comecei a escrever a receita do meu bolo da melhor forma possível, foi descrevendo como eram os ingredientes até o último. Ignorando a presença de Will.

Quando terminei Makenna e Lian estavam entrando na cozinha de mão dada, eles eram tão fofos juntos.

— Vamos? — Perguntei ansiosa por estar num espaço grande, assim poderia ficar longe de Will.

— Você é a única que sabe o caminho, então vá na frente! — Disse Makenna indiferente.

"Maravilha! " Resmunguei em pensamento.

— Então vamos! — Disse me levantando indo para fora da casa.

Meus amigos me seguiram enquanto embrenhávamos na mata silenciosa e escura. Estávamos levando apenas as lanternas e as armas, no caso de Lian, a sua preciosa câmera. Mantemos o silêncio durante todo o caminho, tínhamos medo de acordar algum elfo.

Finalmente chegamos na clareira, andamos por mais ou menos quarenta minutos em total silêncio, ninguém havia ao menos cochichado com o outro. Instrui meus amigos a procurarem entre as raízes que parecesse uma entrada.

— Acho que encontrei! — Gritou Will sem medo, já que estávamos longe das casas.

Nos juntamos a ele, que estava parado perto de uma raiz saliente, dando ideia de uma passagem.

— Tem certeza que é essa a entrada? — Perguntei cética.

— Só tem uma maneira de descobrir! — Disse Will entrando com os pés primeiro, pouco a pouco ele está totalmente dentro do buraco. — Deve ser aqui, podem descer, eu os ajudo.

Um a um fomos entrando pelo buraco, fui a última, estava um pouco com medo de entrar, já que não sabia onde daria aquilo e era muito escuro, não conseguia ver onde meus amigos estavam.

Engolindo o medo sentei no chão, segurei com força a minha lanterna, coloquei primeiro os pés, o ar estava mais frio lá dentro, respirei fundo e terminei de descer, estava me segurando meus pés balançavam no ar, apenas minhas mãos estavam para fora como medo, me estiquei para tentar sentir o chão, mas nada, pensei em subir de novo.

— Pode soltar Krys, eu te pego! — Disse Will. Continuei segurando, com medo. — Eu prometo. — Sua promessa foi dita com suavidade, o que fez com que me arrepiasse.

Por algum motivo, confiei em suas palavras e me soltei, cai nos braços dele, aproveitando o momento, ele me abraçou por trás e beijou meu pescoço exposto.

Sai rapidamente do abraço e dei um tapa em sua cara, o barulho da minha mão em contato com seu rosto fez ecoou por onde estávamos.

— Qual é o seu problema? — Perguntou Makenna brava. — Pega leve com ele!

Me encolhi e fiquei em silêncio, mas não me sentia envergonhada por ter feito, nem arrependimento ou gratificação. Não sentia nada.

Olhei ao redor, estávamos no que se parecia um poço sem fundo, sem nenhum cristal para iluminar, estávamos num pedacinho de terra e raízes, parecia um pedestal, mas logo abaixo dele, havia apenas escuridão. Era assustador!

— Temos que descer isso? — Perguntou Lian claramente assustado.

— Infelizmente sim. — Disse com medo na voz.

— Não é tão horrível assim! — Disse Will tranquilo. — O grande problema vai ser como segurar as lanternas.

— Eu tenho uma ideia, mas não vai ficar bonito! — Disse Makenna de braços cruzados.

— Não tem que ficar bonito, e sim funcional! — Disse Will colocando as mãos na cintura.

— Não estamos num livro, aqui é a vida real, nada é fácil, muito menos bonito. — Disse azeda.

— Podemos pegar tiras da túnica de Krystal e amarrar na nossa cabeça para segurar a lanterna! — Disse Makenna.

— Tem razão, vai ficar ridículo. — Disse Will rindo, pude perceber que havia a marca dos meus cinco dedos em seu rosto. — Mas pode funcionar!

— Okay, Krystal, teremos que rasgar sua blusa! — Disse Makenna olhando para minha túnica com cobiça.

Suspirei, eu era a única de túnica, por sorte e ela era grande chegando no meio das minhas coxas. Makenna começou a se aproximar de mim com a espada em mãos, me afastei dela rapidamente, antes que chegasse perto de mais, me abaixei para pegar meu punhal que estava na minha bota e joguei para ela.

— Talvez seja melhor com isso! — Disse ela olhando para minha pequena arma se aproximando de mim. — Levante os braços, não quero te cortar.

Fiz o que me foi mandado. Makenna cortou quatro tiras grossas, deixando minha túnica pouco acima do quadril, dependendo da forma que me movimentava, dava para ver minha barriga.

O tecido foi amarrado, deixando a lanterna ao lado de nossas cabeças, estávamos ridículos, mas iriamos enxergar, assim que todos estávamos com as lanternas, começamos a descer, Will insistiu para que fosse o primeiro, assim poderia averiguar se era seguro.

— Podem descer, é só segurar nas raízes. — Instruiu Will quando estava um pouco abaixo de nós. — Elas estão bem saliente, dá para agarrar facilmente.

Com o coração na garganta comecei a descer, a terra estava compactada pelas raízes, que por sorte, eram firmes. As vezes um pouquinho de terra caia, tinha que ficar esperta para que não caísse nos meus olhos. Tive um pouco de inveja de Lian, seus óculos o protegeriam um pouco.

Nosso progresso era lento, estávamos receosos de descer muito rápido, até que um barulho seguido por um grito chamou minha atenção.

Olhei para cima assustada a tempo de ver Makenna escorregando a mão de uma raiz e despencando, meu coração parou por alguns segundos. Quase chorei de alívio quando Lian a pegou pela mão.

Fiquei com medo que os dois caíssem, Lian não era tão forte para aguentar o peso de dois corpos com apenas uma mão. Com muito esforço e tempo, ele finalmente conseguiu erguer Makenna para que ela pudesse se segurar sozinha. Só quando os dois estavam em segurança é que voltamos e descer pelo poço.

Depois de meia hora de descida, finalmente nossos pés tocaram o solo, que era coberto por raízes, muitas raízes, não conseguia imaginar com as raízes conseguiam chegar tão fundo, essas árvores deviam ser muito antigas, gostaria de saber se já existiam antes dos elfos chegarem.

A nossa frente havia um túnel revestido de raízes, o que não era muita novidade, mas deixava o túnel mais solido, era perceptível que um dia esse túnel foi feito de pedras, mas as raízes com o tempo havia obstruído.

Mais quinze minutos de caminhada, chegamos no final do túnel, havia uma linda cortina de folhas de samambaias num tom incrível de verde, ela tapava nossa visão da floresta. Com todo cuidado foi até a cortina para ver o que nos aguardava, fiquei encantada com o que vi.

Havia uma grande floresta, com árvores medindo mais que vinte metros de altura, eram todas frondosas com cristais esverdeados incrustados, não tinha o porquê de manter silêncio, dentro da floresta vinha uivos e grunhidos nunca ouvidos antes e um barulho parecido quando um metal é girado com força e faz um barulhinho legal, olhei para onde vinha o som, fiquei boquiaberta ao ver Rushox.

Ele sobrevoava sua imensa floresta de forma imponente, duas vezes maior do que Flashaval. Inacreditavelmente era feito de metal, parecia impossível de voar, mas ele conseguia, parecia ser todo de ferro, apenas suas asas tinham um tom perolado, seus olhos eram como duas pedras de jade, e seus dentes pareciam diamantes, com certeza ele valeria uma fortuna.

Me virei para meus amigos arquitetando um plano, desta vez não precisaríamos de uma isca, o que era um alívio. Esse dragão não parecia ser muito sociável como os outros que conhecemos.

— O que faremos? — Perguntou Makenna ansiosa.

— O dragão está sobrevoando a floresta. — Eles me olharam de forma confusa. — Tem uma floresta do outro lado, não fiquem surpresos, estamos no Reino da Floresta. — Fiz uma pausa. — Voltando ao plano, assim que ele estiver de costas corremos para a florestas, são somente dez metros que nos separam da floresta, e tem tanto barulho que nem precisamos ser silenciosos.

— E depois que nós entrarmos na floresta? — Questionou Will.

— Corremos para o dentro da floresta, pegamos e Esfera de Poder e voltamos para cama como se nada tivesse acontecido.

— É um bom plano! — Disse Lian animado, parece que a energia está contagiosa.

— Como é o dragão? — Perguntou Lian.

— É gigante, feito todo de metal.

— Mas como ele pode ser de metal se estamos no reino da floresta? — Perguntou Will confuso.

— É simples, o elemento é a terra, além de controlar a terra, eles controlam a floresta e os minérios, tudo faz parte da terra, sendo assim nada mais justo do que eles o controlarem também. — Explicou Lian.

Apagamos nossas lanternas, não iriamos precisar delas por enquanto. Voltei a espiar pela cortina, assim que o dragão se virou, eu disse:

— Agora!

Corri em direção a proteção da floresta seguida dos meus amigos, assim que estávamos protegidos, nós decidimos a direção que iriamos, recomeçamos a correr. Já faziam uns vinte minutos que estávamos correndo sem uma direção certa, o barulho dos animas estava aumentando cada vez mais, tive receio que fossemos atacados por alguma criatura, não teria como saber de que modo matar.

Ouvi alguns galhos se quebrando a nossa esquerda.

— Maldição! — Disse pegando o arco e uma flecha e a colocando no lugar, assim que o ser aparecesse eu atiraria!

Um grande leão branco surgiu, ele era três vezes maior do que um leão normal, sua pelagem era macia, com uma grande juba meio prateada, parecia ser fofinha, eu o acariciaria, se não fosse uma boca cheia de dentes vindo em nossa direção. Respirei fundo. Atirei. Pegou bem no peito, ele rugiu alto, mas não foi o bastante para que ele fosse embora lamber suas feridas, pelo contrário, ficou ainda mais feroz.

Ele se debateu até que a flecha se quebrasse, tempo suficiente para que Will pegasse o revólver e desse um tiro numa árvore próxima ao leão, assustado com o barulho ele saiu correndo floresta a dentro.

Olhamos um para o outro concordando que escapamos por pouco, com medo de que algo nos atacasse voltamos a correr, até que nos deparamos com uma grande clareira todo irregular, num canto havia vários galhos enormes quebrados, alguns lugares na grama estavam chamuscados, sinal que era ali que o dragão descansava. Num canto afastado havia uma árvore branca, a única árvore branca de toda uma floresta.

— Eu aposto minhas fichas que a esfera está ali! — Disse Will eufórico. — Vamos até lá!

Corremos até a árvore, o tempo estava contra nós, a qualquer momento o dragão poderia pousar, sem falar que estávamos em espaço aberto, se olhasse para baixo estaríamos ferrados.

— Alguém sobe! — Disse Will fazendo pezinho.

Não querendo que ninguém se arriscasse dei um passo à frente, não queria usar o pezinho de Will, mas não tinha tempo para ficar me matando para subir na árvore sozinha. Com agilidade agarrei vários galhos subindo cada vez mais, quando estava alto o bastante para não ver mais meus amigos, a encontrei, ela estava presa como se fosse uma fruta, me estiquei com cuidado para não cair, até que a peguei, a olhei dentro havia a mesma flor que deu início a nossa jornada. Coloquei-a na bolsa que Furiam havia dado, ela ainda parecia vazia, precisava aprender esse encanto. Desci com mais velocidade do que subi, pois já conhecia os galhos.

— Vamos! — Disse.

Corremos até a nossa entrada, quando já estava há alguns metros da clareira, ouvimos um baque, o dragão havia pousado, isso nos fez correr ainda mais, o medo de que ele percebesse que havia sido roubado era grande. Quando chegamos a cortina de samambaias. Nos escondemos atrás dela.

— Uma pausa! — Disse Lian ofegante se sentando no chão.

Seguimos seu exemplo, desabamos no chão, mortos de cansaço, ficamos em silêncio enquanto recuperávamos o folego. Quinze minutos foram o suficiente para nós, ainda precisávamos voltar, de preferência antes que os elfos acordem.

Exaustos voltamos a caminhar, ligamos novamente a lanterna e fizemos o mesmo caminho, até chaga na parte de escalada. Subir era mais fácil que descer, já que não precisávamos olhar para baixo, porém estávamos cansados, nosso pregresso foi lento até que finalmente chegamos ao topo, sem incidentes desta vez.

Saímos do buraco, o ruim é que ainda precisávamos percorrer um longo caminho até nossa casa, mas pelo menos poderíamos tirar a lanterna de nossas cabeças, só isso seria um grande alívio, caminhamos em silêncio, não tínhamos energia para falar e andar ao mesmo tempo. Quando chagamos em casa, estávamos quase nos arrastando, além de faltar pouco para amanhecer

Cambaleei até meu quarto,joguei minhas armas no chão, me dirigi até o banheiro, tomei um banho frio,para tirar o sujeira de mim, estava com as mão e o rosto sujo de terra, inclusiveminha barriga, que havia sido arranhada pelas raízes no poço, como o colar acurou, sobrou apenas sujeira, quando terminei vesti uma camisola e cai na cama,adormeci assim que fechei meus olhos.    

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