8. - CYAN

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Respiro fundo tentando controlar o sentimento de desespero que tomava conta de mim. Talvez eu conseguisse achá-los, essa esperança acalma minha mente, mas primeiro tinha que me levantar. Já totalmente recuperada de qualquer ferimento, comecei a me levantar, mas parei assim que fitei o chão que tinha caído e gritei, o chão não era irregular, eu havia caído em cima de esqueletos. Me apressei em me levantar, recuei assustada até a parede de frente aos ossos.

Não dava para saber a causa da morte, eram quatro esqueletos, pelo seu traje, pareciam ser da idade média, os esqueletos vestiam armaduras que um dia foram prateadas, em seu peito havia um brasão que eu não conseguia definir o que era, devido ao desgaste, tudo estava coberta de pó. Mas consegui ver que em suas cinturas havia cintos de couro, onde pendiam as bainhas.

Tive uma ideia, eu odiaria executá-la, mas mesmo assim me aproximei, eu estava tremendo, não sei o porquê do medo, talvez tivesse medo de que eles avançassem sobre mim, nesse labirinto eu não duvidava de nada. Me agachei perto de um dos esqueletos e fui até a bainha ver se tinha algo a mais. Sorri apesar do medo e do nojo, ao sentir o cabo de uma espada. Com todo cuidado, retirei o cinto esqueleto, tirei um pedaço da lâmina para fora para poder analisá-la, parecia estar afiada e em ótimo estado, repeti o processo com os outros três. Todos tinham espadas, isso significava, que tínhamos uma espada para cada um de nós, seria mais fácil se defender com mais armas.

Tirei meu cinto e o coloquei na bolsa, peguei um dos cintos que pertenciam aos esqueletos e o coloquei, tentando ignorar o cheiro de morte que exalava dele, guardei os restantes da melhor maneira possível dentro da minha bolsa, a maior parte ficou para fora, mas estavam seguros o bastante.

Resolvido esse pequeno contratempo, passei para meu grande problema, meus amigos estavam perdidos em um labirinto. Tentei manter a calma, estava um pouco difícil, mas lembrei que tínhamos uma precaução caso no perdêssemos. Havia trazido quatro Ock Tocks, para caso nos separássemos pudéssemos, pelo menos nos comunicar para acharmos uma maneira de nos encontrar novamente. Antes que pudesse ligá-lo, tive um sobressalto, alguma coisa vermelha passou perto de mim.

Tirei a espada da bainha e me coloquei em posição de ataque como havia aprendido na aula de kendo, olhei por todo lugar a procura da coisa que passou por mim, quando finalmente o encontrei, atrás de uma rocha, fiquei surpresa, ele era muito fofo, depois de tudo que vi no labirinto, e no diário, estava surpresa por existir algum ser tão lindo como ele aqui.

Ele se parecia um cachorro vermelho com olhas dourados como ouro, seu peito era branco assim como algumas partes da cabeça, e nas patas, o final o rabo eram amarelas, assim como símbolos intrincados por suas costas, em sua cabeça, havia um bigode vermelhos com as pontas da cor de fogo, ele também tinha uma coisa parecida com um par de chifres, porem pareciam serem macios como seu pelo, ao redor de seus olhos negros haviam uma linha cor de fogo contornando-os, parecido com delineador, bem no meio da sua testa, havia um símbolo que me lembrava uma chama da cor amarelo.

Era do tamanho de um poodle, poderia pegá-lo no colo facilmente. Queria muito me aproximar e afagar atrás de sua orelha como sempre fazia com os cachorros, mas me detive, ele era um ser do labirinto, e queria me matar, assim como todos os que eu já havia encontrado, embora ele não parecesse ter uma vontade assassina, ele olhava para mim como um velho amigo.

— Vamos procurar alguma informação sobre você! — Disse para mim mesma pegando o diário.

Comecei a procurar, sabia que tinha visto de relance em algumas das páginas sobre os monstros do labirinto, olhei todos com atenção, não havia nenhum desenho parecido com o que eu tinha na minha frente, todos eram feios e seus olhar pareciam assassinos, mas aquele ser era diferente, havia ternura em seu olhar. Tentei olhar nas páginas do meio, onde não havia dado muita atenção, e fui lá que eu achei um desenho dele, retratado nos mínimos detalhes, olhando com mais atenção, vi que ele estava com a cabeça deitada em um pé, que usava uma sandália igual à da minha avó.

O Labirinto dos ElfosWhere stories live. Discover now