9. - ATAQUES

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— Onde será que ele está? — Me perguntei pela décima vez.

Ele passara a noite toda fora, só percebi pela manhã que não o via desde que os cristais se apagaram, com a confusão de Will não havia reparado em seu sumiço, só percebi de manhã. Estava preocupada com ele, pensei em coisas horríveis que poderiam ter-lhe acontecido. Mas Lian me acalmou dizendo que ele viveu muitos anos sozinho e que sabia se cuidar.

Will queria continuar, mas insisti que devíamos esperar, e que me recusaria a prosseguir sem que ele aparecesse. Depois de um pouco de discussão, acabei vencendo, ou seja, me recusei a sair de onde estava, e como o diário era tecnicamente meu, eles não tinham muita escolha.

— Olha ele ali! — Disse Lian apontando para a entrada do beco em que estávamos acampados.

Cyan veio até nós andando tranquilamente, assim que chegou perto de mim o peguei no colo, carregando igual a um bebê, de barriga para cima.

— Onde é que você foi? — Perguntei afagando sua barriga. Ele emitiu um som melodioso em resposta. Fiquei encantada com esse som, ele ainda ressoava em meus ouvidos.

— Será que podemos ir? — Perguntou Will ranzinza. — Ou será que tenho que esperar mais algum bichinho?

— Se você está com tanta pressa, vá na frente! — Retruquei colocando Cyan no chão.

— Ontem você não parecia muito a fim de deixar eu ir! — Disse ele malicioso.

— Na próxima eu deixo! — Explodi pegando meu diário e começando a caminhar, evitando olha para ele e seu sorriso irritante.

Will me deixava tão nervosa, o que fiz para que ele me irritasse tanto? Nunca fiz nada para merecer isso, eu o salvo, ele me zomba. Isso não é justo!

Fui andando furiosa para a encruzilhada. A raiva que eu estava sentindo servia como combustível para minhas pernas, estava andando rápido que era difícil para meus amigos me acompanharem, inclusive Will, que estava alguns passos atrás de mim.

"Coma poeira idiota! "

Andamos nesse ritmo por mais meia hora, todos em silêncio, conforme caminhava, minha raiva ia diminuindo, no final de uma hora, estava exausta e acabei por ficar lado a lado com Will.

Cyan caminhava a nossa frente, em passos calmas, seguindo nosso ritmo. Até que ele parou de repente o soltou um pequeno rosnado. Todos nós paramos com o comportamento estranho dele.

Logo entendemos o motivo do seu comportamento estranho, uma nova criatura apareceu na nossa frente, desde vez não precisei de um diário para saber o que era, assim que vi o corpo de leão, a cauda de serpente e duas cabeças uma de cabra e a outra de leão, soube o que era. Uma quimera de quase dois metros de altura estava se aproximando de nós, e parecia que ela não era amigável!

— Isso é uma quimera? — Perguntou Lian desesperado.

— Ao que parece sim. — Respondi. — Comecem a se afastar devagar. — Sussurrei.

Lentamente, começamos a ir para trás, Cyan não se movia, continuava rosnando baixinho. Estávamos quase fora do corredor em que a quimera estava, por sorte, parecia que ela estava olhando fixamente para Cyan.

— Como podemos matá-la? — Perguntou Makenna já com as mãos na espada, ela não via a hora de utilizá-la.

— Na mitologia grega, diz que Belerofonte matou a quimera, mas ele precisou de uma lança e um Pégaso. Não temos nada disso.

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