O Labirinto dos Elfos

By GabyOmetto

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Quatro amigos faziam trilha, quando decidem sair dele e se embrenhar na mata e busca de uma aventura, mal sab... More

Imaginação
PREFÁCIO
PARTE UM 1. - A GRUTA
2. - RECONHECIMENTO
3. - DESCOBERTAS NA CASA DA AVÓ
4. - PRIMEIRO DIA NO LABIRINTO
5. - NOCTE VERMES
6. - MURBULG
7. - SEPARADOS
8. - CYAN
10. - DAMES BLANCHES
11. - IGNIS
12. - O FINAL DO LABIRINTO
13. - A BATALHA CONTRA UZURG
SEGUNDA PARTE -14. - O REINO ÉLFICO
15. - TREINO
16. - O BEIJO
17. - PLANOS DE FUGA
18. - FLASHAVAL, O DRAGÃO DO AR
19. - GRIFO
20. - O REINO D'ÁGUA
21. - O FESTIVAL
22. - DARGAR, O DRAGÃO D'ÁGUA
23. - O REINO DA FLORESTA
24. - GUERRA NA COZINHA
25. - AO REDOR DA FOGUEIRA
26. - UM ERRO
27. - RUSHOX, O DRAGÃO DE METAL
28. - O REINO DE FOGO
29. - DIA DE PRINCESA
30. - TRESSRI, O DRAGÃO DE FOGO
31. - O BAILE
32. - O REINO DO ESPÍRITO
33. - CHRYSUL, O DRAGÃO DO ESPIRITO
34. - O RETORNO DA ESCURIDÃO
35. - ESTRATÉGIAS DE GUERRA
36. - O ATAQUE FINAL
37. - O RETORNO
EPÍLOGO
Como foi escrever o labirinto dos Elfos
PRIMEIRO ENCONTRO
VALE DOS PEGASUS
Outras histórias
AGRADECIMENTOS

9. - ATAQUES

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By GabyOmetto


— Onde será que ele está? — Me perguntei pela décima vez.

Ele passara a noite toda fora, só percebi pela manhã que não o via desde que os cristais se apagaram, com a confusão de Will não havia reparado em seu sumiço, só percebi de manhã. Estava preocupada com ele, pensei em coisas horríveis que poderiam ter-lhe acontecido. Mas Lian me acalmou dizendo que ele viveu muitos anos sozinho e que sabia se cuidar.

Will queria continuar, mas insisti que devíamos esperar, e que me recusaria a prosseguir sem que ele aparecesse. Depois de um pouco de discussão, acabei vencendo, ou seja, me recusei a sair de onde estava, e como o diário era tecnicamente meu, eles não tinham muita escolha.

— Olha ele ali! — Disse Lian apontando para a entrada do beco em que estávamos acampados.

Cyan veio até nós andando tranquilamente, assim que chegou perto de mim o peguei no colo, carregando igual a um bebê, de barriga para cima.

— Onde é que você foi? — Perguntei afagando sua barriga. Ele emitiu um som melodioso em resposta. Fiquei encantada com esse som, ele ainda ressoava em meus ouvidos.

— Será que podemos ir? — Perguntou Will ranzinza. — Ou será que tenho que esperar mais algum bichinho?

— Se você está com tanta pressa, vá na frente! — Retruquei colocando Cyan no chão.

— Ontem você não parecia muito a fim de deixar eu ir! — Disse ele malicioso.

— Na próxima eu deixo! — Explodi pegando meu diário e começando a caminhar, evitando olha para ele e seu sorriso irritante.

Will me deixava tão nervosa, o que fiz para que ele me irritasse tanto? Nunca fiz nada para merecer isso, eu o salvo, ele me zomba. Isso não é justo!

Fui andando furiosa para a encruzilhada. A raiva que eu estava sentindo servia como combustível para minhas pernas, estava andando rápido que era difícil para meus amigos me acompanharem, inclusive Will, que estava alguns passos atrás de mim.

"Coma poeira idiota! "

Andamos nesse ritmo por mais meia hora, todos em silêncio, conforme caminhava, minha raiva ia diminuindo, no final de uma hora, estava exausta e acabei por ficar lado a lado com Will.

Cyan caminhava a nossa frente, em passos calmas, seguindo nosso ritmo. Até que ele parou de repente o soltou um pequeno rosnado. Todos nós paramos com o comportamento estranho dele.

Logo entendemos o motivo do seu comportamento estranho, uma nova criatura apareceu na nossa frente, desde vez não precisei de um diário para saber o que era, assim que vi o corpo de leão, a cauda de serpente e duas cabeças uma de cabra e a outra de leão, soube o que era. Uma quimera de quase dois metros de altura estava se aproximando de nós, e parecia que ela não era amigável!

— Isso é uma quimera? — Perguntou Lian desesperado.

— Ao que parece sim. — Respondi. — Comecem a se afastar devagar. — Sussurrei.

Lentamente, começamos a ir para trás, Cyan não se movia, continuava rosnando baixinho. Estávamos quase fora do corredor em que a quimera estava, por sorte, parecia que ela estava olhando fixamente para Cyan.

— Como podemos matá-la? — Perguntou Makenna já com as mãos na espada, ela não via a hora de utilizá-la.

— Na mitologia grega, diz que Belerofonte matou a quimera, mas ele precisou de uma lança e um Pégaso. Não temos nada disso.

Assim que terminei a frase ela fixou o olhar em mim. Parecia que todo o seu ser estava focalizado em mim.

Todos nós saímos correndo, desta vez não nos separamos, antes que nos afastássemos, a quimera, saltou de um dos muros, parando na nossa frente, congelei, não tínhamos como matar ela, talvez a lenda de Belerofonte estava errada, talvez havia uma maneira de matá-la escrito no diário, mas não havia mais tempo, ela nos olhava de forma assassina. Ela deu um passo pra frente, e eu recuei um. Queria manter uma distância segura entre nós.

Os músculos de quimera se retesaram, ela ficou numa posição de salto, mas algo a deteve. Por algum motivo, ela ficou parada com a visão de Cyan rosnado para ela, de alguma maneira que não vi, ele estava entre a quimera e nós. Ela iria estraçalhar ele, e depois nós.

Porém, antes que a quimera reagisse, Cyan deu um passo à frente e rosnou novamente, porém, desta vez, as marcas amarelas de seu corpo começam a se acender criando pequenas chamas, brilhando num intenso dourado, ele grunhiu baixinho. Lentamente a quimera começou a se afastar, logo ela estava fora de vista.

Aos poucos as chamas de Cyan foram se apagando até voltar ao normal.

Eu fiquei alerta, minha respiração estava pesada, assim como todos, não ousamos se mexer. Passam-se vários minutos antes de nos atrever a sair da posição em que estávamos.

— O que aconteceu? — Perguntou Makenna quebrando o silêncio.

— Eu não sei. — Respondeu Lian. — De alguma forma Cyan a espantou. — Ele fez uma pausa e se virou para mim. — Tem algo sobre ele que explique isso no diário.

— Não achei nada sobre ele, a não ser aquele desenho que todos já viram! — Respondi.

— Não sei ao certo o que aconteceu, mas não quero que ele saia de perto de nós. — Disse Makenna. — Talvez ele impeça que algum ataque.

— E pensar que alguém queria deixá-lo para traz. — Falei referindo-me a Will.

— As coisas mudaram, parece que ele é útil! — Disse ele com frieza. — Vamos continuar andando.

Todos assentiram e a caminhada recomeçou, ninguém estava no clima de conversar, devido a quimera.

Desde o dia das flechas não ativamos nenhuma armadilha, conseguimos evitar duas armadilhas, não sei o que eram, já que não arriscamos ativá-las só para matar a curiosidade.

Havíamos andado tanto que estávamos ofegantes, todos suados.

— Vamos parar... Um pouco! — Disse Lian mais ofegante que todos, ele era o menos resistente de nós quatro.

Á pedido dele, fizemos uma pausa bem-vinda. Dei alguns passos à frente para ver se havia algum perigo, não ouvi nada.

Quando me virei para meus amigos vi Lian se encostando num cristal, ele parecia meio solto.

Abri a boca para gritar para que ele parasse, mas não fui rápida o suficiente, o cristal se deslocou como uma alavanca para baixo, ouve um ruído de pedras, olhei para o lado em buraco de algo, vi apenas dois canos de ferro apontados em minha direção.

— Cuidado! — Gritou Will indo em minha direção.

Antes que ele chagasse duas rajadas de fogo me atingiram, usei meus braços para proteger meu rosto por puro instinto, sabia que não iria adiantar nada, as chamas direcionavam diretamente para minha cabeça.

Deveria ser horrível morrer queimada, o pior, é que em poucos instantes eu iria descobrir como era agonizante esse tipo de morte. Descobriria o que as mulheres inocentes sentiam quando eram acusadas de bruxaria e condenadas a fogueira.

Alguns instantes se passaram, percebi que não estava sendo queimada, sentia apenas um calorzinho, quase desconfortável, quando você acaba de entrar numa sauna e não está acostumada a tal calor.

— Dei um passo para trás saindo das chamas, me senti um pouco idiota por ter ficada tanto tempo no fogo, estranhamente, não havia me queimando.

— Você está bem? — Perguntou Makenna desesperada.

— Estou, só a roupa nos meus ombros está um pouco chamuscada. — Disse analisando minhas roupas.

— Vamos ir até você, fique ai! — Disse Makenna.

Com todo cuidado os três se arrastaram no chão para que conseguisse ficar o mais longe possível das chamas, por sorte eles conseguiram sair ilesos. As chamas estavam a mais de um metro e meio longe do chão, era fácil sair sem queimaduras.

Depois de se limparem o máximo possível, olharam para mim preocupados, eu entendia a preocupação deles, meu rosto foi envolto em chamas e eu estava ilesa, a não ser por minhas roupas chamuscadas nos ombros.

Nunca havia me queimado, isso por que tinha uma estranha atração por fogo, adorava brincar com ele, para a preocupação da minha mãe, que ficava enlouquecida desde quando eu aprendi a acender palitos de fósforos. Mas era um fato irrelevante, eram chamas pequenas, não algo capaz de matar uma pessoa.

— Você está bem? — Perguntou Will me segurando pelos ombros, olhando nos fundos dos meus olhos, devolvi o olhar, por um instante me senti perdida em meia a imensidão castanha.

Desviei o olhar.

— Estou bem, foi apenas um susto. — Disse olhando para todos os lugares, menos nos olhos de Will.

— É impossível, seu rosto foi praticamente consumido pelo fogo, era para estar toda desfigurado. — Disse Makenna, olhei no fundo de seus olhos verdes oliva, eram menos profundos que os de Will, que ainda me segurava, havia menos chances de me perder neles.

— Eu não sei, não senti dor nenhuma. — Disse me soltando de Will. — Não sei como posso explicar.

— Vamos deixar pra lá, essa dúvida pode ser esclarecida quando chegamos ao outro lado. — Disse Lian estranhamente inquieto.

Will foi até ele, sua postura era ameaçadora, com todos aqueles músculos. Ele se inclinou até que seus olhos ficassem na altura dos olhos azuis-claros de Lian.

— Você já ativou duas armadilhas, vê se toma cuidado, Krys poderia estar morta agora. — Gritou Will furioso, parecia que ele ia bater no pobre Lian a qualquer instante. — Você...

— Você não tem direito de brigar com ele! Lian não teve intenção de machucar ninguém, vê se cresce! — Gritou Makenna entrando meio dos dois.

Will e Makenna começaram a discutir de forma muito acalorada. Vendo que seu primo havia parado de prestar atenção em Lian, este deslizou até meu lado murmurando um pedido de desculpas.

Depois de uns dez minutos de gritaria, os dois estavam discutindo coisas que aconteceram há quase dez anos atrás. Cansada de esperar a vontade dos dois dei um grito, pois com eles, assim é a única coisa que funcionava:

— Calados! — Esperei que eles se calassem, instantaneamente se calaram. — Não adianta discutir o que já aconteceu, só nos resta prosseguir, cuidando para que o erro não se repita.

— Bela frase. — Disse Will meio bobo.

— Obrigada. Mas vamos prosseguir, a gritaria pode atrair alguma coisa indesejada.

Sem dizer nada, prosseguimos, cada dia que passávamos no labirinto, ia ficando cada vez mais perigoso, começamos a ouvir grunhidos, rugido e outros sons vindo de longe.

Temia o que nos aguardava quando chegasse no final dele, se é que conseguiríamos chegar.

(...)

"Será que eu não posso dormir em paz? "

Ainda de olhos fechados ouvia uns gritos, estava sonolenta, por que estavam gritando, o que diziam esses gritos? Eu não conseguia dizer. Meu cérebro ainda estava dormindo.

Pelas minhas pálpebras, uma luz focou nos meus olhos, estavam com uma lanterna no meu rosto. Com muita luta abri meus olhos.

Meu cérebro estava desperto, assim como todo o meu corpo, havia dois nocte vermis na entrada do nosso corredor. Peguei a espada que coloquei no alcançasse da mão e uma lanterna.

Fui até onde Lian estava, éramos os únicos realmente acordados, Makenna e Will ainda estavam se despertando.

— Você está bem? — Perguntei;

— Não — Ele respondeu desesperado.

Ouvi vários palavrões, alguns com voz masculinas, outros com feminina, os dois viram os vermes, em menos de um minuto, estavam ao meu lado.

— Qual é o plano? — Perguntou Makenna segurando a espada como aprendemos na aula de kendo.

— Matá-los!? — Respondi, não tinha pensado em uma coisa muito elaborada.

Makenna revirou os olhos dramaticamente antes de começar a falar:

— Will e Krystal, vocês cuidam do da direita, Lian e eu, o da esquerda. — Instruiu ela. — O primeiro que terminar ajuda os outros. Vamos!

— Lembre-se de atingi-los na cabeça. — Disse Will. — Vamos Krys.

Assim que nos aproximamos da besta, ela nos atacou, usei minha espada para bloquear o ataque enquanto Will tentava perfurar o crânio do animal, ou sei lá do que ele fosse feito. Parecia que o coro que revestia seu corpo era mais duro do que parecia, era como uma armadura. Com um golpe certeiro, decepei algumas pernas que intencionavam me atacar.

Will e eu nos afastamos um pouco, olhando fixamente um para o outro.

— Juntos! — Disse ele baixinho com um olhar significativo. Assenti em resposta.

Com movimentos rápidos, levamos as espadas acima da cabeça, quando o verme se aproximou o bastante para nos atacar, ambas desceram cortando o ar, em sincronia, perfuraram o couro grosso. Poderia jurar que ouviu as espadas cortando o ar enquanto descia.

O verme caiu morto diante de nós. Viramos para ajudar Makenna e Lian, mas estes, acabaram de fazer o mesmo que nós, matando a criatura,

Estavam todos arfando de excitação. Até que Lian disse:

— Vamos sair daqui?

— Sim, não quero dormir ao lado de dois corpos mortos. — Disse Makenna olhando para os corpos com nojo.

Todos concordaram, tínhamos medo de ficar perto tanto de criaturas mortas, quanto das vivas, além da preocupação de que esses corpos poderiam atrair outros muito piores.

Rapidamente arrumamos nossas coisas e partimos a luz das lanternas para um beco sem saída próximo. Quinze minutos de caminha depois já estávamos prontos para dormir, exceto eu, que ficariam de vigia.

Peguei uma lanterna e minha espada e sentei perto dos meus amigos, preparada para reagir caso algo aparecesse.

Minutos se passaram, sem que um ruído sequer fosse ouvido. Acabei me entediando, peguei meu diário na bolsa, e escrevi sobre o ataque nos mínimos detalhes. Caso sobrevivesse a esse labirinto, isso dariam um ótimo livro, cheio de aventura.

(...)

— Eu não aguento mais! — Reclamou Makenna. Se jogando para trás dramaticamente. — Quem foi o dono dessa infeliz ideia?

Will encolheu os ombros timidamente.

— Eu concordo com Makenna, simplesmente não desce mais! — Completei enjoada.

— Por que você só trouxe barra de cereal? — Perguntou Lian.

Estávamos no nosso décimo primeiro almoço no labirinto. Cada um já deveria ter ingerido cerca de 31 barras de cereal. Ninguém mais tolerava mais aquela maldita. Mas mesmo assim não era suficiente, estávamos ficando cada vez mais magros.

— Foi mal pessoal, na época parecia lógico, e também não sabia que ficaríamos tanto tempo nesse labirinto. — Desculpou-se Will.

— Tudo bem! — Disse jogando metade da minha barra para Cyan, o animal que carinhosamente adotamos e que misteriosamente sumia todas as noites, e só reaparecia de manhã.

— Tudo bem nada! — Vociferou Makenna. — Não vou ficar quieta. — Ela deu vários passos longe de nós. — Acho melhor irmos andando, estou ansiosa para atravessar esse labirinto, assim poderemos voltar para casa.

— Falando assim parece uma coisa tão simples. — Resmungou Lian.

Dei uma risadinha, mas logo não havia mais motivo para risadas, tudo aconteceu muito rápido.

Num minuto, Makenna estava de pé diante com um sorriso insolente no rosto, no outro, ela estava jogando no chão com uma criatura desconhecida em cima dela, sua mandíbula estava cravada no ombro dela. Deva para ouvir os ossos sendo triturados entre os gritos dela. A criatura tentava ir para a garganta de Makenna, mas estava lutava com todos as suas forças para impedi-lo.

Me levantei tirando minha espada da bainha, pelo canto do vi que os meninos fazendo o mesmo. Não sabia o que era a criatura, eu mal via como ela era, só conseguia ver um corpo musculoso negro do tamanho de um cavalo, só tinha muita mais massa, não sabia como matá-lo, a única coisa que eu tinha certeza era que se não fizéssemos nada, Makenna morreria, e eu não vou permitir que meus amigos morressem.

Tirei meu cristal do pescoço e joguei para Lian, que o pegou no ar, formulando um plano rapidamente, as chances de dar errado eram grandes, mas foi a única coisa que eu pensei em poucos segundos.

— Will e eu vamos tentar tirar aquilo de cima de Makenna, assim que o fizermos, coloque o cristal em seu pescoço, isso deva fazer com que o ferimento se cure.

— Farei o meu melhor. — Disse ele segurando o cristal perto do peito.

Fiz sinal para Will, nós dois corremos para cima do monstro. Tentamos perfurá-lo com as espadas, mas elas simplesmente deslizaram para o lado como se estivesse passando manteiga no pão, sem sequer arranhar a pele. Por que aquilo tinha que ser tão resistente?

A boa notícia é que ele parou de atacar Makenna, que estava já sem forçar para impedi-lo de estraçalhar seu pescoço. A má notícia. É que ele estava avançando para cimo de nós.

Pude analisá-lo bem, ele era feio como os outros seres que enfrentamos, será que elfos tem uma política de ter criatura feias como guardiões do labirinto? Ele parecia com uma misturara muito feia de um cachorro e um cavalo, com olhos eram vendas vermelhas, que pareciam querer matar. Sua boca cheia de dentes estava suja de sangue. Sangue da Makenna.

Nos afastamos da Makenna para que Lian pudesse tratá-la, vendo que ele já estava ao seu lado, voltamos a atacar, aconteceu a mesma coisa. Nos separamos, Will atacou o flanco direito e eu o esquerdo, desta vez, pareceu ter algum efeito, pequeno, mas era um começo. Não foi nada grave, apenas um arranhão, que serviu para deixá-lo ainda mais furioso.

Ele avançou para cima de mim, que estava bem a sua frente, com frieza, ergui minha espada, mirei na sua boca e esperei que viesse. Como planejado, a espada perfurou boca, a criatura grunhiu de dor. Com esforço, retirei a espada, estava cheia de sangue negro. Infelizmente, não foi fatal, só o deixou ainda mais furioso.

Pelo canto do olho vi um vulto vermelho passar perto de mim e pousar com graça no ombro do monstro, mordendo-o ali. Era Cyan. O animal se jogou no ar como um touro de rodeio, até que consegui se livrar de seu oponente, jogando-o contra a parede.

Cyan caiu perto da parede e se encolheu como um cãozinho ferio, e gemeu de dor, fiquei com pena do pobrezinho, talvez o cristal funcione com ele. Desviei o olhar para o ombro onde havia a mordida, a pele em volta da mordida estava mais clara, cinza escura. Will atacou ali, o monstro grunhiu de dor, e usou sua pata que parecia pés de aves para atingi-lo. Ouvi o baque dele batendo contra a parede.

Percebi que onde Will o atingiu estava sangrando, jorrava sangue negro. Num golpe rápido, atingi o lugar diversas vez com a espada, o sangue respingava por toda minha roupa e rosto, devido a voracidade que eu o atacava, não parei até que ele desabasse morto no chão.

Dei uma última estocada para garantir, olhei para minhas mãos, elas estavam manchadas de sangue negro, assim como minha roupa. Soltei a espada, dando alguns passos para trás, nunca fui uma pessoa violenta, em toda minha vida, nunca pensei que em matar um ser vivo, e agora já havia matado dois.

Um arrepio percorreu meu corpo, ao ver a possa de sangue ao redor do corpo daquele ser desconhecido. Fui eu que fiz aquilo?

— Você está bem Krys? — Perguntou Will tocando meu ombro preocupado.

— Estou ótima! — Menti descaradamente, eu estava bem fisicamente, mas emocionalmente, fazia muito tempo desde que não me sentia bem comigo mesma.

Ele jogou um pano úmido para que eu pudesse limpar minhas mãos.

— Makenna está bem? — Perguntei a Lian.

— Está totalmente curada. Ainda bem que temos esse cristal. — Diz Lian me devolvendo o colar.

Dei uma olhada de soslaio para Will, que estava esfregando suas costas. Me aproximei um pouco dele e coloquei o colar nele.

— Use isso, vai melhorar. — Ordeno. Dei uma olhada em volta, não vi Makenna em nenhum lugar. — Onde está Makenna?

— Bem aqui. — Disse ela em algum lugar longe do meu alcance.

— Ela está do outro lado da parede, foi trocar de roupa, a que ele usava ficaram um tanto inadequadas. — Disse Lian ficando vermelho nas últimas palavras.

Me pergunto o que ele viu.

Comecei a me afastar de Will para ver como ela estava, mas antes que eu afastasse muito Will agarrou meu pulso me puxando para perto, pegando na minha mão e apertando de leve.

— Não gosto dessa sensação de cura, é incômoda. — Ele fez uma pausa. — Também me assusta um pouco, eu admito.

Alguns minutos depois, Makenna aparece usando uma nova blusa, estava ficando um tanto vermelha sempre que olhava para Lian. Eu queria muito saber o motivo, mas ela se esquivou quando perguntei. Após ela garantir que estava bem e descansada, prosseguimos o caminho com Makenna levando Cyan, ao que parece, machucou uma pata e o cristal não funcionava nele, o que era uma pena, ele estava nos ajudando tanto.

A noite começou a chegar, arrumamos nosso ninho, comemos, Makenna e eu bancamos a veterinária para Cyan, mas descobrimos que éramos péssimas nisso e não resolvemos nem de perto o problema dele, parece que vai ter que ser carregado por um tempo.

Me joguei no que me servia de cama, e cai em sono profundo, seria a última a ficar de vigia, só acordei com Lian me sacudindo, era a minha hora da vigília.


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