O Labirinto dos Elfos

Od GabyOmetto

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Quatro amigos faziam trilha, quando decidem sair dele e se embrenhar na mata e busca de uma aventura, mal sab... Více

Imaginação
PREFÁCIO
PARTE UM 1. - A GRUTA
2. - RECONHECIMENTO
3. - DESCOBERTAS NA CASA DA AVÓ
4. - PRIMEIRO DIA NO LABIRINTO
5. - NOCTE VERMES
7. - SEPARADOS
8. - CYAN
9. - ATAQUES
10. - DAMES BLANCHES
11. - IGNIS
12. - O FINAL DO LABIRINTO
13. - A BATALHA CONTRA UZURG
SEGUNDA PARTE -14. - O REINO ÉLFICO
15. - TREINO
16. - O BEIJO
17. - PLANOS DE FUGA
18. - FLASHAVAL, O DRAGÃO DO AR
19. - GRIFO
20. - O REINO D'ÁGUA
21. - O FESTIVAL
22. - DARGAR, O DRAGÃO D'ÁGUA
23. - O REINO DA FLORESTA
24. - GUERRA NA COZINHA
25. - AO REDOR DA FOGUEIRA
26. - UM ERRO
27. - RUSHOX, O DRAGÃO DE METAL
28. - O REINO DE FOGO
29. - DIA DE PRINCESA
30. - TRESSRI, O DRAGÃO DE FOGO
31. - O BAILE
32. - O REINO DO ESPÍRITO
33. - CHRYSUL, O DRAGÃO DO ESPIRITO
34. - O RETORNO DA ESCURIDÃO
35. - ESTRATÉGIAS DE GUERRA
36. - O ATAQUE FINAL
37. - O RETORNO
EPÍLOGO
Como foi escrever o labirinto dos Elfos
PRIMEIRO ENCONTRO
VALE DOS PEGASUS
Outras histórias
AGRADECIMENTOS

6. - MURBULG

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Od GabyOmetto


Fui acordada com Makenna sacudindo meu ombro, eu não queria levantar, enfrentar um labirinto, enfrentar meus amigos, queria apenas voltar para casa. Entrar no aqui foi um erro, eu admito isso, era hora de voltarmos para a segurança de nossas casas.

Era isso que eu iria fazer, convencer meus amigos a voltarem, mas para isso era necessário levantar e encará-los.

Com grande esforço me sentei, peguei a escova na minha mochila e arrumei meu cabelo. Assim que fiquei um pouco mais apresentável, peguei a barra de cereal que Lian me entregou. Olhei em volta enquanto comia parecia ainda um pouco escuro.

— São seis da manhã, Will nos acordou mais cedo. — Disse Lian adivinhando meus pensamentos.

Me virei para Will, para questionar o motivo de ter nos acordado tão cedo, mas o flagrei segurando o diário da minha avó, meu olhar deve ter denunciado, pois ele deu ombros e disse:

— Queria ver se achava alguma coisa útil para nós, como você ainda estava dormindo, peguei sem permissão. — Ele me estendeu o diário para mim. — Krystal, pode traduzir isso pra mim? — Pediu. — Deve ser importante.

— Qual parte exatamente você quer saber? — Perguntei pegando o diário de volta. — E como sabe que é importante?

— O livro todo é escrito de preto, menos esse trecho, e ainda está sublinhado, e além de estar perto do mapa.

Will estava certo, havia realmente um único trecho em vermelho, eu li com atenção, meu corpo todo gelou, cada pelo do meu corpo se arrepiou, novamente fui tomada pela culpa de não ter lido aquele maldito diário.

— Te-tem certeza que você quer saber? — Perguntei hesitante. Todos assentiram. Respirei fundo, lá vai. — " Assim que adentrar o labirinto, não há retorno, aquele que se atrever a dar meia volta, enfrentará todas as forças juntas do labirinto, a única saída é atravessá-lo até o fim, ou abraçar sua morte. " — Fiz uma a pausa. — É isso que diz.

— O que vamos fazer? — Perguntou Lian assustado. — E que tipos de força está se referindo.

Will, Makenna e Lian começaram a discutir o que fariam e especular que tipos de forças eram essas. Enquanto a mim, me afastei um pouco deles, eu os conhecia e sabia que essa discussão iria demorar, aproveitaria essa chance para dar uma olhada melhor no livro.

Eu já havia lido algumas páginas, o início era de encantos e compromissos, muitos compromissos. Depois começa a ficar desconexo, com tópicos históricos sobre a Idade Média, que não pareciam com nada que eu tivesse estudado. Parecia não ter relação com o labirinto, algumas páginas depois do mapa, havia algumas ilustrações com algumas linhas escritas, reconheci o traço da vovó, ela sempre desenhou muito bem, mas fiquei um tanto surpresa com os desenhos, eram de criaturas horríveis, fui folheando, cada vez mais horripilante, até que parei em uma.

Era a criatura que havia quase me matado, desenhado com uma precisão incrível. Só naquele momento a ficha caiu. Minha avó, uma pessoa prudente, nunca iria se aventurar num lugar tão arriscado sem saber o máximo possível sobre o assunto, tudo o que eu precisava saber, deveria estar nesse diário. A parte ruim era que provavelmente, as outras criaturas que estavam desenhadas, também perambulavam, pelo labirinto, essa era a sua força. Se por acaso voltássemos, seriamos atacados por essas criaturas?

Era provável que sim.

— Pessoal, eu descobri uma coisa importante. — Disse num misto de susto e tristeza.

Imediatamente eles param de brigar e prestando total atenção em mim, eu expliquei o que havia descoberto e minhas suspeitas, no final entreguei o diário a eles para que pudessem ver os desenhos. Assim que o último viu as figuras, perguntei:

— O que faremos agora?

— Voltar está fora de questão. — Disse Will. — Pelo que você disse, essas criaturas andam livremente pelo labirinto, se não provocar sua fúria dando meia volta, é capaz de atravessarmos sem nos deparar com elas, caso contrário, acho que todos esses desenhos viriam nos atacar.

— Sua ideia parece lógica, mas será ir em frente é mesmo correto? — Indagou Lian. — Krystal, reparei que ao lado do desenho há algo escrito, o que é?

Dei uma rápida olha da inscrição que estava ao lado do ser que havia quase me atacou.

— Aqui diz: "Nocte Vermis: um verme subterrâneo, que se alimenta de carne, é altamente sensível luz, mesmo não tendo olhos, por isso, passa o dia escondido numa caverna ou algum buraco escuro, só aí a noite, consegue se orientar pelo calor, seu olfato e audição são apurados. Forma de matar, perfure a cabeça. — Dei uma lida rápida em algumas criaturas. — Tem características de todas a criaturas e como matá-las.

— Vamos votar, ir em frente ou voltar? — Disse Makenna. — Meu voto é seguir em frente.

— Concordo com Makenna. — Disse Will.

— Voto em voltarmos. — Disse Lian.

Sobrou apenas eu, três pares de olhos me fitavam com expectativa. Eu não sabia o que fazer, parte de mim, queria voltar, a outra continuar, essa em questão estava ganhando por pouco.

— Vamos seguir em frente. — Respondi antes que pudesse pensar em desistir. Todos me olharam surpresos, todos acreditam que eu votaria em voltar, se enganaram. — Mas antes de continuar teremos que redefinir nossa rotina, por exemplo, voltar a ficar de vigia.

— Estou de acordo! — Disse Will. — Acho que devemos começar a acordar mais cedo, adiantaria um pouco nossa viagem.

— E acelerar um pouco o ritmo. — Disse Makenna. — Quanto mais rápido atravessar o labirinto melhor!

— Vou ter que concordar com Makenna. — Disse Will se levantando, nos instigando a fazer o mesmo. — Vamos arrumar isso aqui e começar a avançar!

Em menos de sete minutos, nossas coisas já estavam guardadas, e já começamos a andar, estávamos todos taciturnos, concentrados em seus próprios passos. Andamos até meio-dia, e depois paramos para comer. Fizemos uma pausa de quinze minutos, usei esse tempo para relatar os últimos acontecimentos nos mínimos detalhes, depois estudei um pouco os monstros retratos no livro, seria impossível eu me lembrar deles, se acontecesse um novo ataque, teria que procurar sobre a criatura na hora, essa ideia não parecia muito atrativa, iria decorar o máximo possível.

Ao fim da nossa pausa, voltamos a caminhar, estavam todos desanimados, estavam todos com medo do que poderia acontecer, mas na situação que nós estamos, dar meio volta está fora de cogitação.

Estávamos andando há algumas horas, nada de novo acontecia, era apenas paredes de pedras lisas cinzentas, e cristais azulados, o chão era liso, exceto um único pedaço, feito de um material mais escuro, parecia que um bloco foi colocado ali de propósito, como uma armadilha.

A palavra armadilha, fez que meu cérebro se lembrasse num estalo. "Criaturas místicas, armadilhas e provações. O aguardam além desta passagem. Apenas aqueles com o coração puro conseguirão atravessar com vida o labirinto dos elfos".

Armadilhas. Aquilo com certeza devia ser uma armadilha. Antes que eu pudesse avisar meus amigos, Lian pisou bem em cima dele.

Como eu temia, com um ruído, a pedra em questão se abaixou, ficando um centímetro abaixo do chão, antes nivelado.

Vi os cristais se deslocando, dando espaço para um mecanismo estranho, não esperei para ver o que aconteceria a seguir, agi por impulso me jogando no chão e gritei:

— Todos para o chão!

Não sabia o que ia acontecer, mas se jogar no chão parecia o mais certo a fazer, meu instinto de sobrevivência.

Will e Makenna foram rápidos e se jogaram no chão antes que uma saraivada de flechas nos atingisse. Mas Lian não foi tão rápido, uma flecha atingiu seu ombro esquerdo, com um grito de dor ele caiu no chão.

— Vamos esperar passar! — Disse Will com a cabeça abaixada.

Os minutos se passavam lentamente, e nada das flechas pararem de sair, elas deviam ser encantadas, pois assim que elas tocavam o chão desapareciam, embora Lian continuava com a flecha alojada em seu corpo.

Estava preocupada com Lian, ele não se movia, apenas dava gemidos fracos.

— Novo plano, vamos nos arrastar até uma área segura! — Disse desesperada para sair da linha de fogo.

Nos arrastamos por uns cinco metros até que saímos da área da armadilha, nos levantamos limpando a sujeira da nossa roupa.

Will ajudou o primo a se sentar, ele teve que ser a arrastado por não conseguir se movimentar direito. Por onde passou, havia um rastro de sangue.

Suas roupas estavam manchadas se sangue, a ponta da flecha não chegava a sair do outro lado do ombro, não sabia se isso era bom ou ruim.

— O que faremos? — Perguntei assustada começando a andar de um lado para o outro.

— De acordo com os filmes só tem uma coisa a fazer. — Disse Makenna.

— Não dá para acreditar em tudo o que se vê nos filmes. — Disse temendo pela vida de meu amigo, não dava para usar o cristal nesse caso, só depois de retirar a flecha.

— Mas até que faz sentindo! — Disse Makenna na defensiva. — Não temos muitas opções, ninguém estuda medicina aqui!

— Faça! — Disse Lian com a voz fraca.

— Certo, Will segure ele com força, isso vai doer bastante! — Disse Makenna pegando na parte de madeira da flecha. Sua mão estava tremendo. — Vou contar até três.

Ela não falou o que iria fazer, mas em todo caso, Lian fechou os olhos com medo do que estava por vir. Me aproximei dele e retirei o colar, pronta para pôr em seu pescoço se precisasse.

— 1, 2... 3!

Sem pestanejar, ela empurrou a flecha para dentro da carne do amigo, até que a ponta saísse para fora. Lian gritou de dor. O mais rápido que pode, Makenna quebrou a ponta da flecha, sujando as mãos de sangue.

Agora sem ponta, a flecha foi retirada com facilidade, assim que ela saiu coloquei o colar no pescoço de Lian, que arfava, ele gritou novamente quando a queimação começou, e acabou desmaiando.

Por sorte ninguém reparou no cristal, a preocupação com Lian era tanta, que estavam alheios ao que acontecia ao redor.

Will arrumou um saco de dormir para o primo e o colocou dentro.

— Vamos esperas que ele acorde para prosseguimos. — Disse Will. — Onde aprendeu a retirar uma flecha daquele jeito?

— Xena, a princesa guerreira! — Disse Makenna aliviada. — Ainda bem que temos esse negócio mágico seu, estaríamos fritos sem ele.

Deixei o assunto morrer, parecia que ninguém estava com animação para me interrogar sobre o cristal. Ficamos em silêncio, o único barulho vinha de Lian que agora dormia profundamente. Não havia nem sons do labirinto, estava tudo calado.

— O labirinto tem armadilhas. — Disse Will pensativo.

— É melhor tomarmos cuidado a cada passo, podemos não ter tanta sorte da próxima vez! — Disse fechando os olhos.

O silêncio novamente caiu sobre nós. Sentamos no chão esperando que ele acordasse. Ninguém rompeu o silêncio, parecia que a descoberta das armadilhas havia pesado em nossos corações.

(...)

Depois de Lian ter acordado, andamos até os cristais começarem a se apagar, já havíamos atravessado um quarto do labirinto. Paramos num beco sem saída, e arrumamos nossas coisas. A ordem de vigia seria eu, Will, Lian e Makenna. Naquela noite ninguém havia ouvido nenhum som além dos que dormiam.

O dia de caminhada se iniciou com um pouco mais de animação, já que não haviam sido atacados durante a noite, naquele dia conversávamos um pouco, até demos risadas, o ataque fora deixado de lado por um tempo. Com tanta falação, não vimos as horas passarem, quando parei de prestar atenção numa história engraçada que Lian contava, percebi que andávamos mais rápido que o normal, estava começando a me cansar, e ficar com fome, apesar de que uma barra de cereal por refeição não fosse o suficiente para aplacar a fome de ninguém, dei uma olhada no relógio de Lian, eram 12:15.

— Pessoal, vamos fazer uma pausa. — Disse sentando na primeira pedra que vi, peguei o cantil e dei um gole.

— Já está na hora de comermos. — Disse Lian após olhar seu relógio.

Will distribuiu as barrinhas para nós, comi a minha com velocidade, queria um tempo para estudar as criaturas, queria pelo menos memorizar em que página cada uma se encontrava, assim seria mais fácil caso algo nos atacasse. Foi o que fiz depois escrevi nosso progresso, o que foi bem rápido, não havia acontecido muita coisa.

— Você deveria relaxar mais! — Comentou Will. Parei minha leitura para ver a quem era dirigido esse comentário, ele estava olhando fixamente para a minha pessoa, tenho a pequena impressão de que foi pra mim, como não respondi nada, ele continuou. — Deveria ler menos esse diário, você deve saber esse labirinto de cor.

— Primeiro: não decorei o mapa, segundo: estou vendo que tipos de monstros nós podemos encontrar.

— Você já não tinha visto isso? — Ele questionou não me deixando continuar.

— Sim, mas agora estou vento suas características e formas de matá-los.

— Não faça isso, só vai deixá-la ainda mais assustada ver o que pode nos esperar. — Aconselhou ele com um leve brilho no olhar. — Não vai adiantar você usar cada segundo do seu descanso olhando essas páginas velhas.

— Will tem razão. — Concordou Makenna.

— Não podemos ir a cegas, sua arma nem sempre vai nos salvar! — Retruquei.

— Minha arma já salvou nossas vidas mais que o seu livrinho! — Retorquiu ele.

— Não se esquece que "meu livrinho" é que está nos guiando pelo labirinto! — Disse apontando para o meu diário com fogo nos olhos.

— Isso...

— Calado! — Falei para Will. — Eu ouvi alguma coisa!

Todos fizeram silêncio imediatamente. Ouvi novamente o som, parecia ser de pisadas, um calafrio percorreu meu corpo, algo estava se aproximando. Rezei para o que fosse tomasse um caminho e passasse bem longe de nós.

Passaram-se alguns minutos, o som foi ficando mais alto cada passo. O chão começou a tremer sob nossos corpos, rapidamente e silenciosamente, cada um colocou sua mochila nas costas e ficamos meio agachados, prontos para correr.

Olhei em volta nervosa, o som parecia estar vindo depois de um longo corredor, teríamos tempo de ver que tipo de criatura era, antes que ele estivesse perto o suficiente para nos atacar, mas eu sabia de duas coisas, primeira: ele era lento, segunda: era pesado. O chão tremia muito. Parecia pequenos terremotos, me perguntava como isso não era notado na superfície.

— Quando ele aparecer, se for muito horripilante, fugimos! — Sussurrei.

— Mas ele vai nos ver! — Surrou Will de volta. — Vai nos perseguir!

Dei uma rápida olhada para trás, havia uma encruzilhada, tive uma ideia, não sabia se era boa ou ruim, mas era a única que tive no momento.

— Tive uma ideia, Lian e Makenna vão para o corredor da esquerda! — Sussurrei apontando para onde deveriam ir, em seguida peguei o pulso de Will e o puxei. — Nós dois vamos para o corredor da direita, assim poderemos vê-lo, sem que nos veja!

— E depois? — Sussurrou Makenna.

Eu parei para pensar um instante, não havia pensando depois disso.

— Vamos improvisar! — Sugeri. — Podemos fugir sem ser vistos!

Cada em seus postos. Esperamos enquanto os passos ficavam cada vez mais altos até que ele apareceu, estremeci de medo, ele era horrível, bem mais que o verme.

Ele me lembrava um ogro cor salmão, só que muito mais feio, parecia ter dois metros de altura, tinha pernas curtas e grossas, a sua cintura enorme era envolvida por uma tanguinha de couro marrom já gasto. Andava curvado, tinha uma corcunda no lado direito, o braço deste lado era musculoso com uma mão bem grande e forte, já o esquerdo, era longo e fino. Parecia não ter pescoço, sua grande cabeça era colada no troco, com uma grande boca cheia de dentes, e o mais horripilante, era ele ser coberto de olhos, por toda a extensão de seu corpo.

— O que fazemos? — Sussurrou Will parando de encarar a criatura e me fitando em busca desesperadamente de resposta.

— Me dê um instante!

Peguei o livro que estava na bolsa e procurei desesperadamente pelo monstro que estava na nossa frente, senti que os tremores se aproximavam.

Estava ficando sem tempo.

— Achei! — Sussurrei. Will se inclinou um pouco na minha direção, esperando que eu lesse o que estava escrito. Respirei fundo e comecei. — "Murbolg: criatura que tudo vê, seu corpo é revestido por olhos, inclusive dentro de sua boca" quem precisa de olhos dentro da sua boca? "é vagaroso, mas poderoso, pode saltar curtas distâncias. Seu único ponto fraco é um olho cego perto da boca, se perfurá-lo, conseguirá matar a besta, porém é perigoso em demasia se aproximar, pois sente imenso prazer em esmagar a cabeça de suas vítimas com as mãos" — Fiz uma pausa, fugir sem ser visto estava fora de questão. — Will, o quão bom é a sua pontaria, Will?

— Nessa distância? Eu não sei, nunca atirei na minha vida, com exceção ontem, mas foi quase a meia roupa.

Suspirei, não queria desperdiçar balas atoa, poderíamos precisar mais tarde. Havia mais uma opção, mas não estava muito ansiosa para colocá-la em prática, se qualquer coisa desse errado, iria testar a eficácia do cristal. Dei uma olhada pelo corredor, calculando rapidamente o que iria fazer, tirei o punhal da minha avó, Will me olhou um tanto confuso, dei ombros em resposta, respirei fundo e sai correndo de onde estava escondida.

Ouvi Will gritar meu nome.

O Murbolg me viu, o que já era esperado, e acelerou um pouquinho vindo na minha direção, acelerei e fui em direção a pedra mais próxima a ele, agradeci silenciosamente as minhas aulas de atletismo, com o meu pé direito pisei na pedra e saltei em direção ao monstro com o punhal brandido no alto da minha cabeça.

Ele me pegou no ar, e me agarrou pelo pescoço e apertou, muitos olhos cor de âmbar me fitaram, eram muitos, mais do que eu poderia contar, exceto um, que não tinha a pupila nem íris, o olho cego, ao alcance do me braço.

Droga! Não havia nada escrito sobre reflexos rápidos, pelo contrário, um induza a crer que ele era muito lento em qualquer ação.

Senti minha garganta se fechando, estava com falta de ar, entrei em pânico, os gritos dos meus amigos começaram e desaparecer, iria desmaiar ou, morrer, particularmente preferia a primeira opção, não queria permanecer acorda da durante minha morte.

"Arg! Que tipo de porcaria eu estou pensando, eu me recuso a morrer. " Pensei brava comigo mesma.

Com toda força que restava ergui meu braço, estava mais pesado que o normal, com um esforço descomunal, apunhalei o olho cego, Murbolg Grunhiu de dor.

" Bem feito. " Disse meu subconsciente.

Sua mão que envolvia meu pescoço começou a afrouxar, até que me soltou, com a queda, cambaleei dois passos para trás e cai de joelhos, obriguei meus braços pesados a se levantar, coloquei as mãos no pescoço e respirei rapidamente. Parecia que não havia ar suficiente para que eu pudesse respirar naquele lugar.

Murbulg levou as mãos para o olho ferido e urrou de dor, começou a ter convulsões e começou a cair.

Iria cair em cima de mim, iria morrer esmagada, não tinha forças para levantar, o cristal ainda não havia surtido efeito. Fechei os olhos e comecei a chorar, não foi uma boa ideia, minha garganta ardeu ainda mais.

Fechei os olhos esperando pela morte.

Senti dois braços me abraçarem e me puxar sem delicadeza nenhuma para trás, ouvi um baque no chão, que deu um leve tremor.

Abri os olhos dei de cara com Will, eu via desespero e medo no seu olhar, os riscos dourados pareciam brilhantes, ou era minha visão que estava um pouco estranha. Poderia jurar que via os olhos dele marejados. Ele parecia aqueles heróis de filmes quando salvam as mocinhas, ficam com medo de perdê-las e dizem que a vida não teria sentido sem ela.

"Espera. É o Will, ele não tem nada de herói romântico, deve ser falta de oxigênio no cérebro, sim, deve ser isso. " Pensei um pouco desconfortável.

— Você é louca? Poderia estar morta! Isso foi imprudente, quase matou todo mundo de medo! — Gritou Will, nem um pouco galã de filme. — Veja seu pescoço! Eu poderia ter atirado nele...

Ele continuou gritando, até que parei de prestar atenção, tentei falar para ele calar a boca e que eu estava bem, mas esse esforço me fez tossir. Ele parou de falar e olhou para mim preocupado e um pouco arrependido por ter gritado comigo.

— Você está bem? — Ele perguntou gentilmente.

Assentei em resposta, péssima ideia, meu pescoço doía, para falar a verdade tudo estava doendo, cada pedacinho do meu corpo estava sendo bombardeado com fisgadas de dor. O que era estranho, já que apenas meu pescoço foi atingido.

— Abra a boca é um comprimido para dor! — Disse Makenna se aproximando de mim, abri a boca como uma boa menina, ela colocou a pílula na minha língua, em seguida, fez com que eu bebesse água, que em contato com minha garganta ardeu, mas fez com que eu empurrasse o comprimido para dentro.

— O que vamos fazer? — Perguntou Lian nervoso.

— Vamos continuar. — Falou Will.

— Acho melhor não, ela não está em condições, veja o pescoço dela, está ficando roxo, e o remédio que Krystal tomou vai causar sonolência, ela não vai conseguir caminhar por muito tempo. — Disse Makenna falando de mim como se eu não estivesse ali.

— Não quero ficar aqui com esse bicho aqui! — Disse Will decidido. Se eu tivesse forças, bateria nele, não vou conseguir andar, e já estava começando a sentir uma moleza pelo corpo, esse remédio tem efeito muito rápido. — Lian, pegue as coisas de Krystal.

Obediente, Lian foi buscar minhas coisas, enquanto isso, Will tirou seu revolver da sua cintura e ofereceu a Makenna.

— Leve isso — Instruiu ele. — Lian, leve as coisas de Krystal, como você é bom com mapas, lidere o caminho, você e Makenna vão na frente, eu vou levar ela!

"O quê? " Pensei alarmada.

Eu não queria que ele me levasse, mas eu não conseguia protestar. Sem esforço algo ele me levando do chão, e me levou em seus braços.

Comecei a me remexer para mostrar meu descontentamento, sentia dor pelo corpo toda a cada movimento, mas não me impediu.

— Quieta, sei que está sentindo dor a cada movimento que faz. — Disse um pouco carinhoso. Me ajeitando em seus braços. — Não sei porque tanta implicância comigo. Não vou mordê-la. — Ele fez uma pausa abrindo um sorriso maroto. — A não ser que você peça, ficaria muito feliz em o fazer.

Fuzilei ele com os olhos, mas isso não o abalou. Apenas me ajeitou novamente nos seus braços e começamos a andar. Era incrível como eu ficava confortável neles, pareciam ter sido feitos para me carregar.

"O que estou dizendo? " Pensei transtornada.

Quando passamos pelo Murbolg, fiquei um pouco apreensiva, mesmo sabendo que ele estava morto. Tinha medo que ele se levantasse e viesse em nossa direção para terminar o serviço.

Avançamos lentamente, devido ao fato que Will estava carregando um peso extra, eu. Mas ele disse que seguíssemos no nosso ritmo normal.

Devido ao balanço que Will fazia a cada passo, comecei a ficar sonolenta, nunca vi um remédio fazer efeito tão rapidamente, não queria dormir, mas estava tão cansada... meus olhos estavam se fechando sozinhos, decidi que eu merecia dormir, havia salvado a vida dos meus amigos.

A última coisa que eu me lembro antes de cair em sono profundo foi Will dando um beijo na minha testa sussurrando " achei que iria perder você", ou isso foi apenas um sonho? Fruto de uma mente cansada?

Eu não sei.


nuna@ 

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