Decisões (SasuSaku)

By UzumakiHaruki

583K 45.9K 19.6K

A Quarta Guerra Ninja chegou ao fim. As nações estavam unidas. O mundo vivencia uma era de relativa paz, aind... More

ESCLARECIMENTOS
I.I. O regresso do Uchiha
I.II. Os Olhos da Haruno
I.III. Punhado de incertezas
I.IV. Da melhor maneira
I.V. Uma missão suspeita
I.VI. Medidas inesperadas
I.VII. Madrugada a dentro
I.VIII. Lidando com o antidoto
I.IX. As lágrimas da rosa
I.X. Fantasmas da escolha
II.I. Boatos infelizes
II.II. Mudança de rota
II.III. Os palpites do Hokage
II.IV. A assinatura de Sakura
II.V. Sangue e água
II.VI. A morada do Uchiha
II.VII. Um convite curioso
II.VIII. Noite de sono
II.IX. Realidade (in)esperada
II.X. A ruína de um homem
III.I. Nunca baixar a guarda
III.II. Confusão dos fatos
III.III. A manhã seguinte
III.IV. Respostas difíceis
III.V. Compartilhando o pesadelo
III.VI. Um dia comum
III.VII. É uma promessa
III.VIII. Eu a amei
III.IX. Sob o brilho prateado
III.X. Na próxima vez
IV.I. A jornada Uchiha
IV.II. Não entre em pânico
IV.III. O legado Uchiha
IV.IV. Tradução literal
IV.V. Boas maneiras
IV.VI. Perfeitamente normal
IV.VII. Hora bingo
IV.IX. De volta em casa
IV.X. O ato de partir
AGRADECIMENTOS

IV.VIII. Doce melodia

9.2K 878 331
By UzumakiHaruki

por Uchiha Sasuke...

Aterrizei entre eles e a entrada do esconderijo. Parte dela estava destruída e pressionada contra o primeiro nível daquele labirinto, dando de certa maneira um acesso muito maior para o resto do subterrâneo. O eco de toda a estrutura fluía para fora com agilidade ao passo que a brisa externa ventilava melhor lá dentro.

Que não fosse tarde demais...

Fui capaz de enxergar os chakras de Karin e Sakura em algum lugar lá embaixo, mas não podia dizer com clareza se estavam bem ou não. Mais dois níveis subterrâneos as separava da superfície. Esperava que aquela parte da edificação não tivesse sido comprometida com os transtornos causados em cima.

Aparente, os mesmos nukenis de Kirikagure que nos abordaram meses atrás conseguiram reaver nosso rastro, estando de volta a nos incomodar. É desnecessário tentar descrever o quão no limite eu me encontrava por causa disso.

Precisei de muito alto controle para não abrir suas gargantas com a lâmina da minha espada. Mal teriam tempo de piscar entre uma morte e outra se eu tivesse cedido a minha raiva.

– Sozinho, Uchiha? – perguntou o líder, encarando os meus pés. Atrás dele, os três outros ninjas sorriam seguros de si fitando a mesma direção. Evitavam os meus olhos... Uma atitude puramente ilusória, diga-se de passagem. Ainda não me impedia de atingi-los de mil maneiras diferentes se assim quisesse.

Juugo tinha se separado de mim no mercado para agilizar nas buscas por mantimentos. Não tive tempo de procurá-lo quando senti a interferência no campo de chakra. Estava sozinho contra quatro nukenis, nada muito relevante enquanto pudesse mante-los sempre do lado de fora.

– Não deixe minha postura indiferente dissimular seu julgamento – avisei.

– Ah, é claro que não! Seria um tolo se achasse que a raiva não está comendo você vivo neste momento. Acredito que incomodei sua esposa, certo? Tem sido difícil esconder nossos chakras de vocês, sem falar nessa rotina esquisita que assumiram por aqui.

Então era isso, estavam nos vigiando há dias... Eu me questionava sobre a maneira que tinham escapado.

– O que fez para querer tanto seu nome fora daquela lista? – Questionei.

– Além de lhe incomodar? Percebi tarde demais que percegui-lo é ainda pior do que o destino que os Cinco Kages reserva para mim, quer dizer, no máximo irão me condenar a pena perpétua... Mas você me subjugou na frente dos meus subordinados, não vou deixar isso barato.

– Ainda não responde minha pergunta – provoquei, erguendo uma sobrancelha.

– Ayaname Kenzo – bradou ele – Ceifeiro de Kirikagure. Fui contratado, há muito tempo, pelo segundo Mizukage a exterminar crianças de outras nações potencialmente capazes de se tornarem Jinchuurikis... O clã Uzumaki, em especial, sofreu sobre minhas lâminas.

– Deveria estar morto, já faz tanto tempo assim.

– Depois de lhe entregar crianças esquartejadas, até mesmo a Morte se recusa a me ver de maneira natural. Acho que ela só me ignora. É seu castigo particular para mim.

A maneira como ele disse aquilo: calmo e sorridente, claramente orgulhoso pelo seu passado, trouxe até mim um nojo imensurável.

E pensar que eu teria sido capaz de dizimar uma vila inteira sem nem piscar, assim como aquele homem agia... Pensar que eu poderia ter me tornado ele, um ser humano repulsivo.

– Foi o que nasci para fazer, meu caro Uchiha: reconhecer, torturar e eliminar crianças poderosas enquanto elas gritam por socorro... Por isso você esquecerá de mim em nome da minha liberdade, apagará o meu nome desse pergaminho imundo.

Kirikagure não podia exercer a lei sobre ele. Se havia um acordo com um de seus Mizukages, ele certamente garantira a própria segurança das medidas de julgamento da vila. Cometi um erro em tê-lo mandado de volta. Talvez Konoha pudesse condená-lo e prende-lo, mas isso já não me parecia mais uma opção, não depois do seu tom e daquele orgulho sujo.

– Ou? – eu quis saber, cerrando os olhos.

Precisava ouvi-lo dizer... Precisava de um motivo verbal, embora fosse possível que nada dos meus novos princípios fossem abalados caso isso não viesse. Não havia perdão para ele, não para sua ausência de arrependimento, não para sua crueldade...

– Cortarei seu filho ainda no ventre de sua mu-

– Amaterasu! – Vociferei.

Parte de mim queria tê-lo visto sucumbir as chamas negras. Queria ter ouvido sua agonia enquanto elas devoravam seu corpo junto com os seus seguidores. Queria ter visto a sua doença morrer na queimação do próprio inferno.

E teria o feito, se o grito que tomou as minhas costas não fosse bem mais perturbador. Virei para os corredores em amostra do esconderijo, sentido o eco daquele desespero através das paredes de pedra, gelando meu corpo.

Era ela, por mais distante e profundo que fosse o som, era Sakura.

Não me lembro de ter tocado o chão ao percorrer todos aqueles corredores, que pareciam ainda maiores do que os anteriores a cada virada de esquina que eu dava. Aparentemente o percurso não tinha fim e pareceu ficar ainda mas longo quando a ouvi gritar mais uma vez e outra e outra.

Até que veio a porta aberta de um laboratório antigo. Parei atento diante dela no segundo em que o choro infantil e urgente tomou todo o ambiente ao redor.

Nunca prestei muita atenção nos sons da arte, tão pouco tive tempo ou paciência para músicas. Mas não precisava conhecer muito para saber que aquele choro, poderoso e incessante, era a melodia mais bela que eu já ouvira em toda minha vida.

– Você tem uma menina, Sakura! – Karin anunciou, trazendo para si uma criança rosada e suja de sangue.

Minha...

Não haviam me notado, nenhuma delas. Sakura respirava com dificuldades, mas seu sorriso triunfante reinava no rosto cansado enquanto ela fitava o teto em busca de estabilidade. Era o bastante para ela escutar sua filha anunciar a própria chegada.

Sua...

Caminhei a passos curtos, dessa vez sentindo todo o chão. Nunca havia me visto com tanto medo de me aproximar de alguém como o estava naquele instante.

Karin a embrulhava em uma manta que antes esperava em seu ombro.

– Ela está aqui... – sussurrou Sakura, chamado minha atenção novamente. Parei de andar ao ver o seu sorriso cansado se alargar para mim. – Ela finalmente está conosco.

Em resposta, o choro ficou ainda mais estridente, como se reconhecesse a voz da mãe.

– Tão exigente quanto você... – comentei, desistindo de procurar algo melhor para se dizer. Não havia nada certo o bastante para descrever o que era aquele misto de emoções transbordando através de nós.

Nunca soube lidar muito bem com emoções... Mas ali, parecia uma preocupação tão insignificante. Que toda aquela merda de se preservar fosse pro inferno, afinal.

Karin se aproximou de mim, fechando a distância entre eu e minha filha.

– Aqui – ela disse, enquanto me ajudava a embalar Sarada no braço – Leve-a para a mãe.

Não me importei que Karin me sentiu tremer quando aquele corpinho tão pequeno e frágil encaixou-se na flexão no meu amparo. Não me importei que ela visse um sorriso tímido que deixou meus lábios para com o rostinho inchado e rosado da criança que era minha.

Tudo aquilo, todo aquele Sasuke que eu conhecia até dois segundos atrás, ficara em algum lugar do passado. Talvez o substituto não fosse lá muito diferente em uma análise geral, mas de certo, era capaz de sorrir para alguém mais além de Sakura.

– Vou deixá-los por alguns minutos – avisou Karin, já caminhando em direção a saída – preciso esquentar mais água.

Sakura estendeu os braços para mim.

– Vamos, não seja egoísta. Deixe-me conhece-la também – pediu.

Caminhei sem tirar os olhos daquela bebê. De alguma maneira, meu rosto abrigou um sorriso ainda maior quando a mesma parou de chorar no instante em que os braços de sua mãe a envolveram.

– Queríamos tanto ver você – sussurrou para a filha, beijando-a na testa demoradamente, sentido seu cheiro...

– Sarada – falei, antes mesmo de me dar conta.

– Sim, Sarada... É um prazer finalmente conhecê-la.

Sim. Até então eu não sabia o quão ansioso eu estava por finalmente poder vê-la ali, exatamente aonde estava: nos braços de Sakura, sob minha atenção.

Uchiha Sarada. A redenção plena.

– Sakura... Arigatou.

Continue Reading

You'll Also Like

33.4K 3.4K 33
Nesta releitura das três meninas que marcaram nossa(minha) infância, os Estados Unidos foi devastado por um vírus estranho, ele transforma seu hosped...
30.3K 2.7K 18
Depois de um comportamento estranho por parte de Ladybug, Chat Noir começa a se sentir injustiçado, até que no caminho para casa, não estava em seus...
1.2K 97 8
"Sua presença, sua voz, o sopro de seu hálito, o ritmo de seu coração...tudo tudo tudo...tudo em você me fascina" ⚠AVISINHOS⚠ Este conteúdo que pode...
397K 40.6K 46
O que pode dar errado quando você entra em um relacionamento falso com uma pessoa que te odeia? E o que acontece quando uma aranha radioativa te pica...