prostitute; jikook

By bitiesbitches

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Eu queria poder ter dito para você não se apaixonar por mim. Eu queria poder ter encontrado forças para empur... More

queres um serviço meu, certo?
como consegue fazer isso?
você é incrível, sabe disso, não é?
Jungkook-ah, por favor! Eu estou aqui por você!
você não me sente quebrar?
foi um erro
primavera
sete dias antes
seis dias antes
cinco dias antes
quatro dias antes
três dias antes.

dois dias antes

176 23 5
By bitiesbitches

                   olá... já faz um bom tempo que eu não escrevo prostitute, e por isso queria pedir                                                         desculpas a quem a acompanhava. Espero que vocês gostem do capítulo que demorou séculos pra sair e deveria ter 23849234 palavras. Desculpas mais vez e obrigada pelos 3.2k!!!!!!!1


O relógio em meu pulso marcava às 00:00. 

É estranho porque eu me sentia tão despedaçado e o tempo não importava. Mais estranho ainda eu sentir algo invadir-me no peito quando, ao pensar que Yoongi fora embora eu ficaria sozinho. Mas algo dizia-me como um sussurro; Jimin ainda está aqui. Ele ainda está com o coração partido por outro.

A lua estava cheia em um circulo perfeito, como aqueles que conseguimos fazer com matériais artificiais. Mas naquela noite ela era natural, aparentava ter sido feita a mão por alguém inspirado, eu conseguia imaginar o lápis passando levemente pelo céu, dando-a forma.

Eu estava tão irritado porque mesmo naquele momento em que eu sentia como se fosse o pior, eu pensava em Jimin. Por que eu continuava tendo contato com ele mesmo depois de ele dizer que não precisava mais de mim? Que eu fora um erro. Por que eu o toquei e o consolei, deixando que os pedaços de seu coração machucassem o meu? Por que deixei que chegasse ao ponto de permitir que ele também tocasse-me com suas mãos suaves e me consolasse? 

Por que eu estava em uma luta interna e interminável comigo mesmo, na qual apenas eu estava morrendo, apenas para não admitir que eu tinha sentimentos dentro de mim que pertenciam a ele?

Eu estava frustado e tão confuso por ter deixado-o entrar em minha vida assim. Pelo que me lembre quando ele me contrara minhas portas estavam fechadas, mas ele, sem bater e nem quebra-la, entrou. Como se ele tivesse atravessado-a e eu não tivesse percebido. 

Me sentia um idiota olhando para a lua e contando a ela sobre ele. 

Talvez eu soubesse que tudo ficaria assim. Yoongi, mesmo vivendo comigo todos esses anos como um irmão, um anjo, alguém que sempre fora a razão pela qual eu acordava e adormecia a noite... eu deveria saber que ele teria que ir, construir sua vida.  Ele nunca fora como eu.

Eu estava perdido, e ele, se encontrando.

Acredito que nesse mundo imenso e ilusório, há um pedaço reservado para nós. Só não entendo porque o meu lugar no mundo é tão doloroso. Por que eu estou pagando pelos atos ruins da minha mãe? 

De qualquer forma a razão pela qual eu continuava todos os dias fora embora. Como eu deveria ficar agora?

Engoli em seco quando senti meu celular vibrar em meu bolso. Peguei-o e desbloqueei a tela.

Oi. 

Eu sei que provavelmente você está dormindo.

Sei lá, só pensei em te mandar mensagem.

Não consigo dormir hoje. 

Jimin.

Sorri involuntariamente. Eu não tentaria mais me bloquear aos sentimentos. Por que faria isso? Não me restara nada, então eu apenas...

Respondi:

Estou acordado.

Te acordei?

Não. Também não consigo dormir.

Ah...

Eu estava pensando...

Ah, esquece. Isso não faz sentido.

O que?

Esquece. 

Não. O que tava pensando?

Você pode sair agora?

Posso. 

Em frente a cafeteria daqui a dez minutos.

Bloqueei o celular e levantei-me. 

Não sabia mais que tipo de relação era a minha e de Jimin. Era estranho porque mesmo quando ele dissera que não precisava mais de mim eu continuei por perto. Eu, pela vez que o senti desmoronar sobre meus ombros, me senti mais próximo dele. Como se nossas almas estivessem tão próximas a ponto de eu senti-lo por inteiro. Ontem, quando eu caí sobre ele, será que ele sentira o mesmo?

Vesti outra blusa por cima da preta que eu já estava, porque estava frio. Por fim coloquei um casaco e um cachecol. Abri a porta e caminhei algumas ruas até estar em frente a cafeteria. Ele ainda não estava lá, então escorei-me na parede.

Eram 01:02 e eu estava prestes a encontrar-me com Jimin.

A garoa da noite batia em meu rosto pálido e em meus cabelos, bagunçando os fios. A rua estava sendo iluminada apenas por uma luz no poste um pouco distante da cafeteria, mas mesmo assim era possível ver as coisas com um pouco de clareza. Inclinei um pouco o rosto para cima, observando o céu que estava levemente nublado. Algumas nuvens mostravam-se pesadas e escuras, prontas para derramarem sobre nós milhares de pingos de chuva. Não ligaria se chovesse, eu gostava da sensação dos pingos colidindo contra o concreto, contra minha pele. Era uma boa sensação.

Espantei-me quando senti alguém ao meu lado, mesmo sabendo de quem se tratava. Virei-me lentamente e passei as mãos por entre meus cabelos em uma tentativa de ajeita-los. Era inútil, embora. O vento soprava novamente e os embaralhava.

- Demorei um pouco. Desculpa. - falou um pouco baixo, mas alto o suficiente para que eu ouvisse. Passou a língua pelos lábios e puxou-os com os dentes.

Bati-me mentalmente por observa-lo fazer isto tão atentamente.

- Tudo bem. - disse simplesmente. - Por que só está com uma blusa? - perguntei, não deixando de lado o fato de que ele poderia pegar um resfriado.

Olhou para si mesmo, como se estivesse verificando se realmente estava só com uma blusa, e levantou o rosto com uma expressão surpresa.

- Esqueci! - sorriu espontaneamente e juntou as mãos. - Não sabia que estaria tão f... TÁ CHOVENDO!!!!!! - gritou, fazendo-me dar um sobressalto. Seu semblante agora era sério.

- É EU SEI! EU TAMBÉM TÔ AQUI! - retruquei, usando o mesmo tom.

Seus olhos estavam arregalados, como se estivesse desesperado, surpreendido.

Olhei para cima e senti aquele líquido frio chocar-se com minha pele. Eu não estava surpreso, já Jimin estava pasmo, preparando-se para correr pra algum lugar que pudesse o proteger da chuva.

- Vamos correr até ali. - levantou o braço e apontou até um lugar no final da rua, onde tinha uma coberta que aparentemente dava para nós dois.

Estava disposto a dizê-lo que não tinha problema se molhar com a chuva, ela caía para molhar e não para fugir dela. Mas ele poderia ter como consequência um resfriado, então não podia deixar que meu egoísmo o prejudicasse. Então eu apenas deixei que ele pegasse minha mão, e guiasse-me. Como se nós estivéssemos brincando de pega-pega, tentando apressadamente fugir um do outro. Ele estava na frente, correndo o mais rápido que conseguia naquele momento. Olhava para trás e para o chão, tomando o máximo de cuidado para não tropeçar e cair. Naquele momento percebi que Jimin era apenas um garoto de dezessete anos. Infantil e cheio de amor dentro de si, e tudo que ele aparentemente queria era da-lo a alguém. Aquele garoto que me contratara para dar em cima de seu namorado, e depois gritara e jogara  em mim que eu havia sido seu erro; aquele que chorara várias vezes para mim, por outro; aquele que deixara os rastros de suas lágrimas em minha blusa; aquele no qual eu deixei minhas lágrimas... era apenas um garoto que ainda corria quando começava a chover, pelo simples medo de pegar um resfriado. Ele se desesperava quando o elevador demorava demais. Amava churros. Ali, sentindo sua mão pequena aperta-me os pulsos, segurando-me com todas as suas forças para chegar ao outro lado da rua, pude ver por entre a sua superfície. É nesse momento em que nós paramos e ignoramos as razões. Ignoramos as perguntas que são feitas diariamente, em pleno juízo perfeito e enxergamos o óbvio. Que somos apenas humanos; construídos de sentimentos e desejos. E jimin estava apenas com o coração partido. O motivo de ele ainda ter contato comigo, de estar de madrugada encontrando-me era apenas porque ele precisava de alguém. Nada mais que isso.

E eu, sendo segurado e guiado por ele, era apenas um garoto que servia de seu apoio. Do fundo do meu coração, eu não me importava de estar sendo usado por ele.

Era pra isso que eu estava ali. Desde o começo.

Quando chegamos ao outro lado e finalmente conseguimos se privar da chuva, foi como se tudo tivesse voltado e o espaço que eu o via por dentro tivesse se fechado. Senti que algo dentro de mim havia se rompido, só não sabia o quê. Ao que indicava tudo estava normal novamente, mas daquela vez quando eu o observei inclinar os lábios em um sorriso infantil e doce, eu também sorri.

- Você está todo molhado! - disse o que estava visível, enquanto passava as mãos perdidas pela sua roupa.

- Você também. - completei.

Observei-o soltar o ar e sentar-se na cerâmica branca do local. 

- Senta. - pediu, cruzando as pernas.

Acomodei-me ao seu lado, tirando meu casaco. Não estava muito molhado já que o tecido era mais grosso. Virei um pouco para o lado e organizei-o em seu ombro.

- Obrigado. - proferiu, depois de fazer uma enorme cara de interrogação. - Você não está com frio? - perguntou, puxando o casaco ainda mais para si.

- Um pouco. - menti, sentindo o vento frio praticamente petrificar minha pele.

Agora que estávamos mais longe do poste, a iluminação estava precária e em resultado disso a visão mais escura. Mas conseguia ver as formas em sombras.

A chuva estava forte, pequenas poças começavam a se formar nos cantos das ruas. Encostei a cabeça na parede, respirando fundo. Nunca tinha corrido tão rápido e desesperadamente na minha vida por uma chuva. 

- Você tá melhor? - indagou de repente. 

Virei o rosto de lado e fiquei olhando-o, enquanto ele fazia o mesmo.

Era estranho a forma como nós dois em meio ao caos, conseguimos nos entender bem.

- Estou... tenho que ficar. - disse sinceramente. - E você? 

Movimentou-se com desconforto, mas logo tratou de olhar-me, agora mais seguro do que provavelmente falaria.

- Não estou mais indo atrás dele. - sussurrou, sem hesitar. E ainda com os olhos fixos nos meus... - E não vou.

Soltei uma lufada de ar longa. Não sabia se acreditava em suas palavras. Mas não cabia a mim preocupar-se com isso.

Ficamos alguns minutos em silêncio, apenas observando os pingos de chuva rodopiarem e se desfazerem-se no chão. Diferente de como estávamos alguns minutos atrás, agora eu sentia-me sonolento, pronto para deitar-me e adormecer. Estava calmo de alguma forma. Talvez fosse a chuva...

- Você... - ouvi sua voz baixa, mas hesitou.

- O que?

- Você ainda está fazendo... - abaixou a cabeça, como se não tivesse coragem de terminar.

- Não. - sorri de lado.

Eu não fazia nada em relação a isso desde que ele apareceu.

- Hum... - juntou as mãos e virou-se para mim. 

Repeti seus movimentos. Estávamos de frente um pro outro, os nossos joelhos se tocavam.

- Obrigado por ter vindo. - disse, olhando para baixo e então para mim.

- Tudo bem. Eu também não conseguia dormir. - observei-o apoiar o braço no joelho, e colocar a cabeça nas mãos.

Seus olhos eram pequenos. Por pouco não formavam apenas uma linha. Ele era realmente bonito, como eu nunca vira antes. Me sentia bobo por olha-lo assim; de uma forma que ele jamais olharia para mim.

- Jungkook... - não pude evitar um pequeno sorriso ao ouvir meu nome sair tão docemente de sua boca. - Você por acaso estaria... sei lá... interessado em um emprego? - finalizou. Suas bochechas estavam coradas e eu me senti a pessoa mais sensível desse mundo por derreter apenas por isso.

- Bom... eu, não sei... - falei meio confuso, sem jeito. - Por que?

- Eu tenho um amigo que está abrindo um restaurante agora. - explicou calmamente, suas bochechas já estavam retornando as suas cores. - Se você quiser...

- Tudo bem. - o interrompi, dando-lhe um sorriso sem motivo. - Eu quero. 

- Sério? - ajeitou sua postura, ficando reto. Sua feição era de surpresa mesclada com felicidade.

- É. - imitei sua expressão. - Por que está com essa cara?

- Nada... eu só achei que... não sei. - tornou-se sério. - Que bom... então amanhã eu falo com ele.

- Tudo bem. - apenas concordei.

Dera um sorriso pequeno e fixara seu olhar em mim por um tempo, como se tivesse analisando-me para tirar alguma conclusão. Não falei nada, apenas o olhei também. Ele não piscava. Seus lábios roxos pelo frio estavam entreabertos. Os cabelos meio bagunçados, mas continuavam bonitos. 

A chuva estava diminuindo seu ritmo, e o céu ficava limpo novamente. Já era possível ouvir apenas o barulho das águas caindo do teto, e correndo pelo chão. Era bonito vê-lo sendo aquecido pelo meu casaco, com o rosto tornando-se sonolento e o cabelo desordenado. Podia sentir o calor de seu corpo próximo ao meu, mas eu sentia apenas uma pequena parcela, que era dada pelo toque de seu joelho com o meu. 

Algo dentro de mim dera um passo para trás quando por impulso, tive vontade de toca-lo e sentir sua pele quente e macia sob meu toque. 

Nossos olhares estavam conectados e ele sentia que eu estava hesitando. Talvez por isso tenha aberto um sorriso que, assim como um raio que ilumina ao menos tempo que queima. 

Levantou-se repentinamente, estendendo a mão para mim. Peguei-a e levantei.

- A chuva passou. - comentou, olhando ao redor. - É melhor irmos.... está bem tarde agora.

Tirou o casaco e estendeu para me entregar. Segurou em minha mão quando a aproximei, mas não forte. Eu podia ter tirado-a mas eu queria aquele toque em mim, então eu apenas a deixei. 

- Se cuida. - foi tudo o que ele disse, antes de dar mais um sorriso avassalador como costumava fazer e sair andando para sua casa.

Eu esqueci o sentimento.

O sentimento de estar sozinho mas não solitário. 






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