Decisões (SasuSaku)

Por UzumakiHaruki

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A Quarta Guerra Ninja chegou ao fim. As nações estavam unidas. O mundo vivencia uma era de relativa paz, aind... Más

ESCLARECIMENTOS
I.I. O regresso do Uchiha
I.II. Os Olhos da Haruno
I.III. Punhado de incertezas
I.IV. Da melhor maneira
I.V. Uma missão suspeita
I.VI. Medidas inesperadas
I.VII. Madrugada a dentro
I.VIII. Lidando com o antidoto
I.IX. As lágrimas da rosa
I.X. Fantasmas da escolha
II.I. Boatos infelizes
II.II. Mudança de rota
II.III. Os palpites do Hokage
II.IV. A assinatura de Sakura
II.V. Sangue e água
II.VI. A morada do Uchiha
II.VII. Um convite curioso
II.VIII. Noite de sono
II.IX. Realidade (in)esperada
II.X. A ruína de um homem
III.I. Nunca baixar a guarda
III.II. Confusão dos fatos
III.IV. Respostas difíceis
III.V. Compartilhando o pesadelo
III.VI. Um dia comum
III.VII. É uma promessa
III.VIII. Eu a amei
III.IX. Sob o brilho prateado
III.X. Na próxima vez
IV.I. A jornada Uchiha
IV.II. Não entre em pânico
IV.III. O legado Uchiha
IV.IV. Tradução literal
IV.V. Boas maneiras
IV.VI. Perfeitamente normal
IV.VII. Hora bingo
IV.VIII. Doce melodia
IV.IX. De volta em casa
IV.X. O ato de partir
AGRADECIMENTOS

III.III. A manhã seguinte

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Por UzumakiHaruki

por Haruno Sakura...

Primeiro veio a dor de cabeça, não tão alucinante quanto a última, mas ainda assim irritante. Demorei um pouco para abrir os olhos, lá fora estava extremamente claro, machucando-me a cada tentativa, de modo que pôr as coisas em foco tornou-se uma tarefa difícil em primeiro momento, mas no fim, consegui reconhecer Ino do restante dos borrões. A loira estava acomodada na poltrona de acompanhantes.

– Oi – sussurrei, desconfortável ao sentir uma ardência nas costas.

– Bom dia, testuda – respondeu, parecia um pouco aliviada. Pôs-se de pé só para sentar novamente na beirada do meu leito – Como se sente?

– Dolorida – tentei um sorriso, mas até aquele músculo estava adormecido – Dê-me menos analgésicos da próxima vez...

– Não me faça pensar em uma próxima vez, mocinha - ela disse, em repreensão.

O olhar feroz dela quase me fez rir, mas então lembrei o porquê de estar ali. De cada momento antes de apagar e, em especial, a última frase dita por Ino.

Não adiantava perguntar se estava tudo bem porque eu sabia que não.

– Quantas semanas? – foi só o que pude questionar.

– Sakura...

– Conte-me, Ino.

– Três – ela enfim respondeu.

O ar entrou muito rápido nos meus pulmões, evitei olha-la ao fitar a janela. Meus olhos umideceram, embaçando a visão do azul do céu lá fora... Antes fosse pela dor física que eu ainda sentia em respirar. Pelo menos ela passaria ao fim da recuperação.

– Não foi sua culpa, Testuda – Ino continuou – Ainda era muito cedo para uma suspeita, não tinha como saber.

– Ignorei os sinais pela missão... Fiquei tão concentrada em completá-la que ignorei to o resto.

– Se quer saber, surpreendeu-me o quão persistente seu corpo foi... Venho estudando seus prontuários desde ontem, quando chegamos. Acredito que se não fosse o impacto no seu abdômen, nada teria acontecido.

Eu apenas ouvia, não tinha energia e nem vontade para falar naquele momento. Uma nuvem solitária preencheu o quadro da janela, não sei que formato tinha, era apenas um pesado amontoado de água que insistia em desafiar a gravidade.

– O feto já tinha um grande potencial de chakra, resistiu bem. Pode não ter notado, mas seu corpo já o protegia também. Achei que gestações dessa natureza, de um clã forte para com um nem tanto, tivessem certo nível de risco nos primeiros dias, mas você parece perfeitamente capaz..

– E mesmo assim não foi o suficiente - a interrompi.

Não queria saber do quanto meu corpo lutara bravamente, ou do que poderia ter sido diferente se aquela batalha tivesse acabado mais cedo. A única coisa que resolveria teria sido priorizar minhas pequenas alterações de chakra quando as mesmas começaram há duas semanas. Eu era conhecida por ter superado até mesmo Tsunade-sama, especialmente em controle do próprio poder, mas, para que tudo aquilo servia agora?

O buraco no meu coração jamais fecharia. Conheci meu bebê no dia em que o perdi, indefeso e esperando por mim para protegê-lo, e eu deliberadamente decidi ignorá-lo pela porcaria de uma missão.

– Não se culpe, testuda – pediu a Yamanaka, sua mão apertando a minha.

Finalmente virei-me para ela. Ino não merecia minhas reações, afinal, se não fosse por ela, eu provavelmente estaria morta também. Contudo, ela ainda entendia minha dor e eu esperava que nunca precisasse.

– Contou a Sasuke?

– Não achei que tinha o direito. Ele estava até agora a pouco naquela cadeira, mas Hinata o convenceu a ir tomar um banho. Naruto e ele praticamente acamparam aqui a noite inteira.

Sorri um pouco com aquela visão.

– Não conte a ele, certo? – pedi, fitando bem os seus olhos. Esperava que ela compreendesse sem me questionar – Certifique-se de que Sen e Hinata também não digam nada.

– Sakura... – Ino suspirou, pegando minha deixa – Ele merece saber.

– Mais uma tentativa para com os Uchiha arruinada, ele já foi até o inferno por isso...

– Não se trata do clã, Sakura. Trata-se de vocês. Duvido que ele estivesse dando a mínima para essa merda toda ontem.

– Só não conte a ele – suspirei, cansada demais para discutir.

– Não o farei porque você o fará.

– Ino...

– Não vou me meter nas suas decisões, mas se ele perguntar mais uma vez, não vou mentir. Não foi sua culpa, as coisas acontecem, não posso e nem vou deixar que você carregue isso de graça.

Droga, Ino!

Estava prestes a contesta-la, reunindo todas as minhas energias, mas a porta do apartamento hospitalar foi aberta, de modo que logo encontrei o olhar ônix de Sasuke. Engoli em seco, assim como a bola angustiada que se formou na minha garganta. Eu não podia chorar, não ali.

Ele se aproximou em silêncio. Só eu podia ver os traços de alívio na linha das suas sobrancelhas ao me encontrar acordada. Mas logo uma sombra de preocupação o tomou. Pelo visto, não fui rápida o bastante para esconder minha súbita vontade de desabar. Os olhos de Ino, inquisidores, não estavam ajudando.

– Vou deixa-lo as sós – ela avisou, levantando-se e seguindo para fora. – Voltarei mais tarde, para aplicar mais alguns analgésicos e quem sabe te dar alta.

Sorri forçado em resposta e Sasuke assentiu quando ela passou por ele, mas sem nunca deixar de me focar.

O evitei, voltando a encarar a janela. Se ele demorasse mais um pouco no meu rosto, veria até mesmo minha alma e ela estava tão quebranda...

Não queria esconder dele, mas também não estava pronta para lhe dizer a verdade. O motivo ainda estava muito abstrato. Em parte, eu me sentia pronta para assumir toda a dor da perda sem que ele nunca soubesse. Sasuke já sofrera demais em tais caminhos, não estava disposta a mostra-lhe aquilo de novo.

Contudo, no fundo, eu sabia que havia algo mais, mas não conseguia concretiza-lo. Minha cabeça estava tão perdida com o vazio literal que doía, continuar pensando a respeito só me desarmaria.

Por ora, tinha que me concentrar em esconder aquela dor.

– Como se sente? – ele quis saber, acomodando-se na poltrona.

– Melhor agora – respondi, ensaiando o meu melhor sorriso travesso.

A linha dos seus lábios elevou-se sutilmente em resposta. Meu coração se aqueceu, de modo que pude dar um pouco de verdade para minha expressão.

– Como ainda consegue flertar comigo? – Sasuke franziu o cenho.

– Estou com algumas costelas quebras, não morta – respondi e me arrependi amargamente no segundo seguinte. Sasuke, congelou, seu maxilar ficou tenso a menção daquela possibilidade. – Desculpe.

– Não precisa. Está tudo bem agora...

– Sim, está sim.

Sasuke se levantou, aproximando-se. Inclinou-se sobre mim e beijou o centro da minha testa sem aviso prévio. Eu amava quando ele fazia isso, amava o seu toque, a maciez e o carinho dos seus lábios contra minha pele. Eu podia sentir o cheiro do seu perfume, de menino de banho tomado. Era uma delícia que me fazia acreditar que mesmo que as coisas não estivessem realmente bem, elas ficaram em algum momento.

Ele tinha parado de perguntar se deveria ou não fazer alguma coisa que queria fazer comigo, mesmo que fosse apenas segurar na minha mão. A verdade é que até pouco tempo, ele não sabia como se comportar perto de mim e eu não podia esperar que o fizesse sem lhe ajudar. Nos conhecemos tanto nas primeiras semanas de casamento.

Ele voltava a ser o mesmo Sasuke indiferente quando estávamos em público, mas eu não me importava, desde que seus olhos estivessem sempre sobre mim e os meus sobre ele. Fazia questão de aparecer quando podia, aonde quer que eu me encontrasse na vila, sempre perguntava se estava tudo bem ou se eu precisava de alguma coisa. Tais ações eram discretas, direcionadas exclusivamente para mim.

Ele estava tão feliz com a vida que conseguiu ao meu lado... Eu não era capaz de lhe contar a verdade.

– Por que está chorando? – Sua pergunta me surpreendeu. Até então em não estava sentido a lágrima solitária que escorregara pela minha bochecha.

– Nada que tenha que se preocupar. Só estou feliz – menti.

Eu tinha ficado boa nisso ao longo dos anos de rejeição, mas não boa o bastante para apagar a dúvida dos seus olhos. Mas ele pouco insistiu. Voltou para poltrona e lá tirou do próprio casaco um exemplar.

– Tomei a liberdade de entrar no sua sala de estudos – Sasuke explicou diante da minha intriga – Sua estante estava meio bagunçada, então peguei o primeiro volume que minha mão alcançou.

– Você vai ler para mim?

– Bom, eu sei o quão tedioso é ficar de cama... Acho que pode distrair você.

– E o que você tem aí?

Sasuke correu os olhos sobre o título, eu tinha certeza que era de fato a primeira vez que o lia.

– A Anatomia Ninja... Desculpe, devia ter prestado mais atenção. Um livro mais água com açúcar talvez...

Sorri para sua ação, sorri de verdade para o seu cuidado.

– Vamos – respondi, afundando-me um pouco mais entre os travesseiros – Eu gosto desse livro, leia para mim.

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