A lenda de Selene Adams. (PAR...

By DeniseBorges2033

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Como em todo bom conto ou quem dirá em uma lenda, pode haver o típico início: "Era uma vez"; mas, talvez, aqu... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 18

Capítulo 17

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By DeniseBorges2033





" Eu nunca tive aquele medo infantil do que havia embaixo da minha cama. Eu sempre ia ver se tinha algo. "



- As coisas vão de mal a pior – o policial falava em frente à cena do crime. - Desta vez foram duas vítimas. Os adolescentes Jordan Kerr e Jacob Miller foram assassinados no mesmo local com golpes de faca. Eu nunca vi mortes tão tristes como as que ultimamente andam havendo. Nesta cidade nunca houve nada parecido. Agora são cinco adolescentes da mesma escola assassinados brutalmente em menos de cinco meses. Com recorde de tempo esse último caso duplo, que ocorreu há apenas uma semana e três dias após a morte anterior, da adolescente Martha Beltoise, e três semanas após a morte de Lucas Roxburgh. Como todos sabem, a primeira vítima foi Alan Lakowsky, que foi assassinado em sua própria residência, estando todos os familiares presentes, porém nenhum deles viu de fato o assassino. No caso de Lucas Roxburgh temos uma pequena pista, uma garota que foi a única pessoa vista minutos antes da sua morte. Porém essa garota misteriosa desapareceu tão logo como surgiu e não conseguimos obter mais informações. Eu peço que a população se mantenha calma, mas tome muito cuidado com seus filhos, notificando alguém ou qualquer fato estranho que esteja ocorrendo recentemente. Notificamos que estamos investigando o caso e estamos fazendo o melhor que podemos para manter a população em segurança. - o policial ruivo fez um aceno de cabeça e a imagem mudou para a cena do crime, sem os corpos no local.

A repórter disse mais algumas coisas, porém Adam já estava distraído pensando em seu livro. Na coincidência das mortes ocorrerem praticamente dos mesmos modos descritos nele e de acordo com o que ele lia. Então o pensamento de Adam bateu repentinamente em uma pessoa: Selene.

Ele não pensou em Jordan nem Jacob, muito menos em Luke, Martha, ou em seu próprio irmão. Nem nos amigos que provavelmente corriam risco, uma vez que esses estavam de certo modo ligados a isso. Ele apenas pensou que ela corria risco. Então pegou o celular no bolso.

- Adam – a mãe apareceu. - Você... Você viu o noticiário ?

Ele assentiu com a cabeça, quase não ouvindo o que a mãe estava dizendo. Discou o número rápido, mas ela não atendia.

- Adam, eu estou preocupada com você – Anne continuou.

O garoto apenas ignorou e voltou a ligar para Selene. Ele batia o dedo freneticamente no celular, estava estressado e impaciente. Mas dessa vez ela atendeu no segundo toque.

- Alô ? - Adam se levantou do sofá.

A mãe o observou andar impaciente pela sala. Ele parecia nervoso.

- Oi, Adam – Selene estava de bom humor.

- Selene... Você está assistindo televisão ? Quer dizer, mesmo que não esteja... Já deve saber... -  ele se interrompeu quando viu a mãe o observando.

A garota parecia despreocupada do outro lado da linha.

- Sim – respondeu apenas. - Era só isso que queria conversar ?

- Não. É que... - ele voltou a olhar para a mãe. - Eu preciso falar com você.

- Fala – Selene estimulou do outro lado da linha.

- Agora não dá, é que... - respirou pesadamente. - Mãe. O almoço – ele balançou as mãos no ar, tirando o telefone do ouvindo e recolocando-o novamente.

Sim, ele estava mesmo nervoso. Estalou a língua e olhou urgentemente para Anne que não havia se movido.

- Adam ? - Selene perguntou. - Tudo bem... Aonde a gente pode se ver ?

- No... - ele fechou os olhos tentando pensar em algum local bom para falar com ela. - Sei lá. Em qualquer canto. Só preciso falar com você.

- Você não vai sair de casa, Adam – a mãe advertiu.

- Droga, mãe. Vai embora! - ele gritou.

Selene escutou do outro lado da linha. Ela pareceu entender agora o real estado em que Adam se encontrava.

- Calma – tentou tranquilizá-lo. - Eu posso ir até aí, estou no carro voltando para casa. Posso voltar.

Ele mordeu os lábios. Anne ainda estava parada na porta da cozinha, olhando para ele.

- Tudo bem. Mas vem logo – Adam respondeu por fim.

- Tá. Tchau – ela sorriu.

- Não, espera – ele a interrompeu, saindo em direção à sala de trás, na biblioteca da casa. Estava ficando incomodado com o olhar da mãe.

- O quê ? - Selene perguntou.

- Não desliga... Quer dizer, por favor – pediu. - Ou eu vou ficar te ligando a cada segundo até você chegar aqui.

Ela riu do outro lado da linha. Mas concordou. Ele sentou na cadeira em que o pai costumava ficar quando ia ler na biblioteca e pegou um caderno. Colocou o telefone no viva-voz e o pôs sobre a mesa, então começou a rabiscar na última folha do caderno em branco. Era para distraí-lo até ela chegar.

- Adam ? - Selene chamou.

- Fala amor, quer dizer... Oi ?

Ouviu a risada da garota.

- Eu estou quase chegando.

- Tô esperando.

Ele voltou a rabiscar no caderno, começou a desenhar o homem que vira na televisão, o policial. Acabou perdendo a noção do tempo. Ouviu Selene cantarolar do outro lado da linha, então o barulho de uma porta de carro sendo batida, e logo ela voltou a falar.

- Cheguei, estou andando até sua casa. Pode ir esperar na porta ? - perguntou.

Ele se levantou num salto da cadeira, mas ainda deixou o telefone ligado e levou-o consigo. A mãe estava acabando de colocar os pratos na mesa e o viu passar apressado em direção à porta.

Ela viu a garota entrar no mesmo instante em que Adam a abriu e ele a abraçou instintivamente. Selene franziu as sobrancelhas, estranhando o fato, não com tanto intensidade, mas o abraçou de volta.

- Você está bem ? - ele perguntou. Sabia que não precisava perguntar, mas queria ter certeza.

- Sim – ela sorriu de canto e olhou além dele. Para à cozinha. - Olá, Anne.

Anne sorriu.

- Oi. Como você está ?

- Estou bem, obrigada – então olhou para Adam novamente. - O Ad me convidou para vir até aqui, espero que ele tenha falado com você antes.

Anne olhou para Adam e ele baixou a cabeça.

- É claro que eu já sabia – ela sorriu. - É só o pai de Adam chegar e a gente já pode almoçar.

Selene andou até a cozinha.

- Você deve estar preocupada com os assassinatos que estão ocorrendo.

- Sim – Anne se aproximou dela. - Por isso não o deixei sair com você. Desculpe, mas agora os cuidados são em dobro.

- Eu entendo – Selene sorriu para ela.

Então Adam segurou seu ombro.

- Ei – chamou. - Sei que gosta de conversar com a minha mãe, mas... Eu preciso falar com você, lembra ?

- Ah, é mesmo – ela virou-se para ele. - Fala.

- A sós – ele olhou para Anne e em seguida para ela. Então gesticulou as escadas.

Selene o seguiu sob o olhar de Anne escada a cima. Quando chegou ao quarto de Adam ele fechou a porta.

Selene pulou na enorme cama de casal de Adam.

- É só sua ? - perguntou.

Ele assentiu com a cabeça e olhou para ela. Como falar exatamente ?

- Adam, pode desligar o celular – Selene falou ao perceber que ele ainda o tinha em mãos.

O garoto jogou o celular em cima da cama e sentou-se na pontinha ao lado de Selene. Então passou a mão no cabelo.

- Sel – olhou pra ela.

- Sim ?

- Você conhece o policial que está no caso do meu irmão e de todos os outros que foram assassinados ?

Ela maneou a cabeça negativamente.

- Ele... Ele disse que havia uma garota com o Luke no dia em que ele morreu, minutos antes do crime e que essa garota desapareceu logo após a chamada da polícia. E ninguém sabe como ela é, nem seu nome. Estão procurando você.

Ela se ajeitou na cama de Adam, sentando-se ao seu lado.

- Como sabe que era eu ?

- Não importa – ele murmurou. - Você tem que tomar cuidado agora. De verdade.

Selene olhou nos olhos de Adam, ele não estava mentindo, mas... Como ? Estava mesmo preocupado com ela ?

- Sel – ele voltou a chamá-la. - Eu não sei até onde você está metida nisso, mas sei que está envolvida em muita coisa. E o pior é que logo vão desconfiar de você porque... Clara sabe que era você a garota que estava com Luke naquele dia e eu não vou nem apostar como ela vai contar a Lícia, e o resto do mundo vai saber. Eles vão incriminar você, independentemente se for verdadeira ou falsa a acusação... Você não pode... Tem que tomar cuidado.

Selene estava um pouco aturdida. Ele tinha mesmo razão, mas ela custava acreditar que ele estava realmente querendo protegê-la.

- E tem mais uma coisa – ele se levantou, indo até a cômoda ao lado da sua cama. Abriu a gaveta e pegou o livro.

- É... Esse livro. Pode parecer idiota, mas tudo que tem escrito nele acontece de verdade. E... A próxima vítima será uma garota.

Selene sorriu ao ver o livro.

- É Clara, não é ? - Adam perguntou. - Eu estou a entregando.

A garota apenas pegou o livro de suas mãos.

- Você só pode ler quando estiver sozinho – explicou. - Não deve contar a mais ninguém sobre ele.

- Por que ? Você sabe que livro é esse ?

Ela apenas olhou para ele. Então o puxou para que se sentasse na cama novamente.

- Não se preocupa comigo. - sorriu tranquilizadoramente.

Ele a abraçou novamente.

- Eu não sei. - sussurrou. - Eu não sei como, mas eu sinto que devo... Proteger você. - riu sozinho. - É idiota pensar que deveria me proteger de você.

Selene riu junto.

- Eu não machucaria você – murmurou. - Não mais.

Ela sentiu o rosto dele virar-se lentamente de encontro ao seu, agora ele não parecia tão nervoso. E dessa vez eles se beijaram de verdade, docemente e calmamente, como deveria ser. Porque agora Selene tinha certeza de que podia confiar em Adam, enquanto ele sabia que poderia confiar nela também. E mesmo que fosse perigoso, era bom eles estarem juntos, saber que podiam confiar e dividir mágoas e incertezas um com o outro.

Mas então a porta se abriu e eles se afastaram rapidamente.

- Adam – era Anne. - Ah, desculpa. - ela percebeu que havia os interrompido. - Mas é que seu pai chegou e mandou descer pra almoçar.

- Tudo bem – Adam se levantou.

Selene o acompanhou até a cozinha e olhou diretamente para o pai dele quando se sentaram a mesa. Enrique também os olhava e não parecia muito feliz em vê-los juntos. Estava com uma carranca terrível, mas tentou ao menos sorrir quando eles chegaram.

Almoçaram em silêncio, sequer comentaram sobre os novos assassinatos. Selene porque achava desnecessário, Adam porque estava indiferente em relação a isso, Enrique porque não queria conversar, e Anne porque não queria ficar sobrando.

Depois eles foram para à biblioteca, Adam foi mostrar o desenho do policial a Selene, para que ela pudesse reconhecê-lo. Como ele era um ótimo desenhista estava completamente idêntico ao homem verdadeiro.

- Lícia me disse que Adam está estranho – Enrique comentou na sala, olhando para os dois conversando na biblioteca.

- Como assim ? - Anne perguntou.

- Disse que ele está agindo diferente esses dias – continuou. - E que está o tempo todo com essa garota.

- Ele gosta dela.

- Mas você mesma sabe que ele gosta de Lícia desde que era menino, e ele e Alan até discutiam às vezes por conta disso.

- Gostava – Anne corrigiu. - Lícia escolheu Adam porque quis. Agora ele se foi. E Adam encontrou alguém que realmente goste dele. E estão juntos.

- Você acha que ela gosta dele ?

- Tenho certeza – Anne cortou a conversa. - E você devia achar também. E estar feliz por isso, como Selene mesma disse na primeira vez que esteve aqui.


~~~







P.S: Ah, certo. Tenho plena consciência de que dessa vez demorei séculos para atualizar "Selene Adams". Mas, devo confessar que não prometo postar regularmente - não me odeiem, por favor hahaha -, talvez, mais nos finais de semana. Ou, caso um bondoso feriado surgir hahaha Uma vez que é certo que jamais abandonarei a história, não seria capaz e não gostaria nada, nadinha de despertar a ira da nossa querida protagonista hahaha Esta obra começou como um projeto de férias e tomou maiores proporções do que imaginara, por isso ela percorrerá até o fim, o que não está tão distante. Podemos notar que certas peças do quebra cabeça já estão a par de revelar o que de fato se torna necessário saber e logo, nada mais será um mistério. Apenas prevalecerá o habitual suspense. E, como sempre digo, fiquem a vontade para criticarem ou quem sabe elogiarem o que podemos contar até aqui. De coração agradeço a todos que seguiram e continuam firme na leitura desta história. Imensamente grata e elevo aqui novamente, centena de milhares de desculpas pelo tempo em que fiquei sem atualizar e obrigada a quem leu até o fim de mais um dos meus extensos post scriptum hahaha 

P.S²: De forma mais expressiva, agradecendo a graciosa senhorita Uma_Fada_Apenas - Maria Eugênia *-* -. Por não desistir desta autora aqui e encorajá-la sempre 😍


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