WESLEY
Observo a mãe da Evelyn sentar ao meu lado e pegar na minha mão.
Eu já perdi as contas de quantas lágrimas já rolaram pelo meu rosto. A minha aparência já está horrível. Os meus olhos estão vermelhos e levemente arroxeados. Sinceramente eu não imaginava que eu seria capaz de chorar tanto. Mas a única forma que eu encontrei de colocar a dor e o meu desespero para fora foi chorando.
Já não sei mais o que fazer, ou o que pensar sobre a Evelyn e as nossas filhas.
Faz mais de três horas que ela deu entrada aqui no hospital e até agora não tivemos nenhuma notícia. E essa falta de informação só está me deixando ainda mais desesperado.
Passo a mão pelo meu rosto enxugando as lágrimas teimosas que ainda insistem em cair. Olho para o teto branco e sem graça do hospital e volto a chorar como uma criança que acabou de cair.
Minha mãe me oferece um copo com água e eu aceito. Desde que a Evelyn deu entrada no hospital a minha mãe se manteve ao meu lado o tempo todo.
É quase que inacreditável pensar que hoje pela manhã estávamos tão felizes e agora estamos no hospital sem notícias do estado de saúde da minha mulher e das minhas duas menininhas. É impossível dizer o que eu estou sentindo agora concretamente, pois é um misto de dor, desespero, ansiedade e agonia. São muitos sentimentos em um só momento. E o mais complicado é saber que a mulher que me da forças provavelmente está dentro de uma sala de cirurgia. Como ser forte sem ela?
Um médico que aparenta ter meia idade e já com os cabelos grisalhos chama os parentes da Evelyn.
Me levando rapidamente sendo acompanhado pela minha sogra. Seguimos o médico até o seu consultório, onde eu não fiz a mínima questão de observar a decoração. Pois a única coisa que eu quero saber é se as minhas filhas e a minha mulher estão realmente bem.
— Como elas estão? — Pergunto assim que me sento na cadeira em frente a mesa de vidro do médico.
— Você é o que da paciente? — Pergunta calmamente.
— Marido.
Ele respira fundo.
— O parto da Senhora Evelyn foi bem complicado. — Ele da uma longa pausa me deixando agoniado. — Ela perdeu muito sangue e acabou tendo uma hemorragia. — Sinto o meu coração se apertar. — Mas conseguimos conter a hemorragia. Por conta da perda de sangue ela teve que tomar uma bolsa de sangue. Nesse momento a sua esposa já está no quarto. Ele ainda está sedada, mas está totalmente fora de perigo e já deve estar quase acordando. A sua mulher é muito forte meu jovem.
— E as minhas filhas? — Pergunto, porque ele não falou absolutamente nada sobre as minhas duas meninas.
— Elas estão bem. — Fala me fazendo soltar um suspiro de puro alívio ao saber que ela estão bem. — Como você sabe a Evelyn já estava quase ganhando as bebês, então elas não nasceram prematuras. Nenhuma das duas precisou ir para a UTI neonatal, já que nasceram saudáveis e sem nenhum problema de saúde. Se você quiser já pode ver as suas filhas no berçário e também já pode ver a sua esposa.
Deixo uma lágrima escorrer pelo meu rosto enquanto agradeço a Deus em uma oração silenciosa pela minha mulher e as minhas filhas estarem bem.
Me despeço do médico e sigo até o berçário enquanto a minha sogra foi avisar para a minha mãe que já estava tudo bem. Paro em frente ao vidro transparente e uma enfermeira aponta para onde as minhas meninas estão.
Olho para frente e vejo duas bebês idênticas dormindo calmamente. Uma está vestido um macacão rosa e a outra um macacão lilás, e em suas pequenas cabeças tem uma tiara da cor branca. Elas são tão lindas, ou melhor, são as coisinhas mais lindas que eu já vi em toda a minha vida. Observo cada pequeno detalhe delas e sorrio. Elas tem a boca idêntica a da Evelyn e tem os cabelos da mesma cor que os meus. Elas são verdadeiros anjos.
Encosto a mão no vidro enquanto observo as duas razões da minha vida. Fecho os olhos deixando mais lágrimas de felicidade escorrerem pelo meu rosto. Agora sim estou chorando de felicidade e alívio.
Eu sou pai de duas lindas meninas.
Fico mais alguns minutos babando nelas até ir até o quarto da Evelyn.
Abro a porta e entro.
Olho para frente e a vejo dormindo calmamente com um soro em seu braço. Ela está muito pálida, mas mesmo estando pálida consegue ser a mulher mais linda do mundo.
Pego uma cadeira e coloco ao lado da cama do hospital e me sento. Pego na mão gelada da Evelyn e planto um beijo.
Ela abre os olhos com calma.
— Como elas estão? — Pergunta com os olhos marejados indicando que está prestes a começar a chorar.
Sorrio.
— Pode ficar calma meu amor. — Digo entrelaçando os nossos dedos. — Elas são as bebês mais lindas que eu já vi, Evy. Graças as Deus as duas nasceram bem e esbanjando saúde.
— Tive tanto medo de perder elas. — Ela fala começando a chorar.
— Mas não perdeu nenhuma das nossas filhas. O que realmente importa é saber que elas estão bem, e que você também está bem. — Olho para ela docemente enquanto acaricio a mão dela na tentativa de acalmá-la. Eu sei que mesmo ela sabendo que as meninas estão bem, só vai ter certeza disso quando ver e pegar os nossos anjinhos nos braços. — Vocês três me deram o maior susto da minha vida. Chorei como uma criança enquanto aguardava notícias. Não poderia viver sem você, ou sem uma das nossas filhas. — Falo.
Ela segura na minha mão com mais força e sorri brevemente.
— Não vejo a hora de vê-las. — Diz sorrindo. — Fui tão imprudente, eu quase perdi elas por não ter tomada cuidado e subido em cima do puf.
— Isso passou. Não vamos ficar relembrando.
A porta do quarto se abre e uma enfermeira carregando as minhas meninas entra sorrindo.
— Eu trouxe duas bebês que estão morrendo de fome para mamar.
A enfermeira coloca as meninas nos braços da Evelyn e explica como ela deve amamentar as duas e sai do quarto avisando que voltará em quinze minutos para pegar as bebês.
— Elas são mesmo lindas. — Fala calma olhando para o rostinho das pequenas. — A mamãe e o papai ama muito vocês.
Ajudo ela a abaixar a camisola do hospital até os seus dois seios ficarem desnudos e depois ajudo ela a colocar as meninas para mamarem. No início elas não quiseram pegar o bico do peito, mas minutos depois já estavam mamando com voracidade.
Chego mais perto e beijo a cabecinha de uma e depois faz o mesmo com a outra.
— Elas tem um cheirinho tão bom, Evelyn. — Comento.
— Sim. — Diz dando um suspiro. — Eu estou muito cansada. Acho que ela não quer mais mamar, pega ela e faça com que ela arrote. — Diz olhando para a bebê que veste o macacão lilás.
Pego a bebê com muito cuidado e ajudo ela a erguer um lado da camisola do hospital tampando um seio.
Ela é tão molinha que parece que a qualquer momento vai se partir no meio se eu apertar. Apoio ela no meu ombro e faço ela arrotar. Eu sei algumas coisas sobre bebês graças ao Edward, eu já ajudei a Sophia a cuidar do bebê algumas vezes. Antes do Edward nascer eu mal sabia como pegar um bebê nos braços.
Me sento na cadeira que está ao lado da cama com a bebê.
— Essa vai se chamar Luiza. — Fala apontando para a bebê que já está quase dormindo nos meus braços. — E essa daqui será a Manuela. — Diz olhando para a bebê que ainda está mamando calmamente.
— Como não vamos confundi-las? — Pergunto olhando para uma e depois para a outra. — Elas são idênticas.
— Uma mãe e um pai conhece muito bem um filho. — Ela passa a mão pelo cabelo da bebê que ainda está mamando. — Elas são bem cabeludas.
— São mesmo. — Ajeito a bebê que eu estou segurando no meu colo. — Assim que a enfermeira vir pegar as nossas meninas você vai voltar a dormir. Você ainda está muito fraca e precisa descansar.
— Está bem. Cadê a minha mãe? — Pergunta erguendo o outro lado da camisola, se vestindo completamente.
— Deve estar na sala de espera, já que provavelmente não a deixaram entrar, pois não estar no horário de visitas. Mas ela esteve aqui o tempo todo. — Falo brincando com os dedinhos da Manuela que já está quase dormindo nos braços da mãe. — Elas só pensam em dormir.
— Vamos ver se você vai falar isso de madrugada meu querido marido.
— Tenho certeza que as minhas filhas vão deixar a mamãe e o papai dormirem muito bem a noite. Não é mesmo Luiza? — Pergunto para a bebê que está no meu colo dormindo tranquilamente como um anjo.
— Elas parecem duas bonequinhas de tão lindas.
— Elas foram feitas com muito capricho, baby. — Digo para a minha esposa com um sorriso malicioso.
Ela cora e abaixa a cabeça.
Dou uma risada baixa para não acordar a Manuela e a Luiza.
A porta do quarto se abre e a mesma enfermeira que trouxe as meninas entra.
— Vim pegar as princesas de vocês. — Diz pegando a Manuela e em seguida a Luiza. — E você mamãe — Aponta para a Evelyn. — deve descansar um pouco. Mas tarde eu trago as meninas.
A enfermeira sai do quarto me deixando a sós com a Evy.
Passo as mão pelo cabelo castanho escuro quase que preto da Evelyn e beijo a testa dela.
— Descanse. — Sussurro.
Ela faz que sim.
Em poucos minutos ela dorme.
Seguro a mão dela e levo até a minha boca beijando a pele macia dela.
Saio do quarto dela a deixando sozinha por alguns minutos e vou até a sala de espera, onde encontro a Maísa e a minha mãe conversando.
— Ela está bem? — Minha sogra pergunta assim que me vê.
— Sim. Só está um pouco cansada.
— A minha filha foi forte. — Diz sorrindo. — A Sophia e o Dominic vão vir aqui a noite para ver a Evelyn e as duas princesas. Elas são lindas, Wesley.
— Nos fomos até o berçário quando você foi ver a Evelyn e ficamos encantadas com a beleza das duas bebês. Seu pai vai babar muito, a propósito ele está vindo para cá. Com a correria eu me esqueci de ligar para ele.
— Ah sim. — Digo sorrindo. — Vou voltar para o quarto. Não quero deixar a Evelyn sozinha.
— Você a ama muito. — Maísa fala.
— Sua filha e tudo para mim.
Deixo as duas na sala de espera e volto para o quarto.
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Espero que gostem.💙
O capítulo não foi revisado.
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