Capítulo 1

51.9K 3.8K 218
                                    

Obs: Para quem leu o livro da Sophia esse livro aqui se inicia após o nascimento do Edward, e não após o epílogo do livro da Sophia.

EVELYN

Bato na porta da sala do meu chefe e espero ele abrir a porta. Hoje pela manhã quando eu cheguei aqui na lanchonete para trabalhar o meu chefe disse que queria falar comigo no final do expediente. Ele murmura um "entre" e eu entro.

Ele me olha com um olhar de pena.

— Evelyn a lanchonete vai fechar, e infelizmente eu vou ter que te demitir. Aqui está o seu pagamento. — Meu chefe diz me entregando um envelope. — Eu sinto muito.

Pego o envelope com as mãos trêmulas.

— Então eu já vou indo. — Digo um pouco perdida em meus pensamentos tentando absorver tudo que acabei de ouvir.

Fecho a porta e saio. Deixo o meu avental na sala dos funcionários e pego a minha bolsa. Eu ainda estou desacreditando no que o meu chefe me disse, eu estou perdida.

E agora? Eu tenho que sustentar a minha casa, tenho que pagar os remédios da minha mãe. Desde que meu pai morreu eu arco com a despesas da minha casa. E graças a Deus eu trabalhei muitos anos nessa lanchonete, o trabalho é realmente muito puxado. Eu era uma espécie de faz tudo, servia as pessoas, limpava o chão, lavava as louças e de vez em quando eu ficava no caixa, e a carga horária também era bem pesada.

Pego um ônibus que por sinal estava bastante cheio até a minha casa.

                                    ♥

Pego a minha chave dentro da bolsa e abro a porta, com certeza a essa hora a minha mãe deve estar dormindo. Subo as escadas silenciosamente e abro a porta do meu quarto. Jogo a bolsa em cima da cama e pego o envelope que o meu chefe me deu, abro ele e conto quantos dólares tem. Esse dinheiro vai dar só para dois meses.

Só Deus para me ajudar em um momento como esse.

A única pessoa que eu penso em um momento como esse é na minha mãe, ela precisa de remédios para controlar a pressão, remédios para dores musculares, remédios para a diabetes. E eu que compro todos esses para ela, e sem um emprego não vou poder comprar os remédios.

Pego meu celular e acesso o jornal virtual, abro na página dos classificados e vejo se tem algum cargo que eu possa cumprir. Não tenho formação, eu só tenho o ensino médio completo. Vejo uma vaga de garçonete para trabalhar em uma lanchonete dentro de uma empresa de Advocacia, esse seria o emprego perfeito para mim, pois eu sei todos os ofícios de uma garçonete.

Vou até o banheiro e retiro a minha roupa, entro debaixo da água quente, eu estou cheirando a gordura.

                                     ♥

— Me deseje sorte mamãe. — Digo me levantando da mesa e indo até ela e dando um beijo carinhoso nela.

— Você vai ter minha menina. — Ela beija a minha bochecha.

— E as tudo der errado? — Pergunto.

— Não seja negativa, será que já está esquecendo tudo que eu já te ensinei Evelyn? Não se deixe abater pelos nãos que está sujeita a ter nada vida, se não der certo nesse emprego você pode procurar outro minha filha.

Sorrio.

Abro a porta e saio, vou caminhando até um ponto de ônibus.

Pense que ia ser difícil contar para a minha mãe sobre eu ter sido despedida, mas foi fácil. Minha mãe é uma pessoa extremamente compreensiva, ela me apoiou e falou que eu iria conseguir um emprego logo. Digamos que a minha mãe pode ser comparada à um anjo, ela é uma pessoa bondosa, carinhosa, amável e mais um milhão de coisas boas. O fato da minha mãe ter sido a melhor mãe do mundo me ajudou a me reerguer depois da morte do meu pai, não foi fácil, até hoje não é fácil. Lembro muito bem no dia que o meu pai morreu a minha mãe evitou chorar ao máximo, ela me dizia que tínhamos que ser fortes que meu pai não gostaria de ver a gente chorando.

Você Não Soube Me Conquistar (Completo até 15/08)Where stories live. Discover now