Quinn's Pov.
Não deveria nem ser quatro horas da manhã ainda, mas eu estava com os olhos bem abertos. O motivo? Rachel, ela não parava quieta na cama, toda hora se remexia ou murmurava coisas desconexas.
― Q...
Mas ás vezes eu conseguia identificar meu nome ou o apelido sussurrado por ela. Com certeza ela estava sonhando comigo e não parecia ser algo bom, ela parecia estar suando e lamentando algumas coisas.
― Rachel. ― Usei meu braço que estava envolta de seu corpo envolvendo seu quadril para balança-la. Minha noiva estava deitada de lado em meu lado direito, onde não havia nenhum machucado ou coisa do tipo. Sua perna estava pressionando firmemente minha cintura, e suas mãos afoitas agarravam o tecido fino da minha blusa do Arsenal. ― Amor.
Balancei com mais força, ouvi ela resmungar algumas coisas e escondeu o rosto na minha axila, rolei os olhos. Bati algumas vezes de leve em sua bunda e ela retirou o rosto dali.
― Já é de manhã?
Se ela não estivesse tão encima de mim eu não teria ouvido, sua voz não passou de um sussurro arrastado. Com um pouco de calma levei minha mão esquerda até seu rosto e retirei alguns fios que caíram por seus olhos.
― Ainda não, amor. Mas acho que você estava tendo um pesadelo.
Deduzi e ela soltou um longo suspiro, depositou um singelo beijo no meu ombro e voltou a repousar a cabeça em meu peito. Sorri e alisei suas costas.
― Me desculpe, não quis te acordar.
Pediu já sonolenta outra vez, apenas sussurrei um ''dorme'' baixinho e ela se aconchegou em mim voltando a dormir profundamente em segundos, sem pesadelos dessa vez.
Alguns dias depois...
O episódio de pesadelos continuou por alguns dias da primeira semana que eu voltei das Bahamas, mas ela sempre voltava a dormir bem depois que eu a acordava e dizia que a amava. Era como se aquilo fosse um calmante para ela. Santana continuou aqui por alguns dias, mas ela teve que voltar, ela tinha compromissos com a vida dela em Nova Iorque, não poderia ficar à mercê de mim e de Rachel. Charlie está a cada dia mais esperto, ele fica todo agitado e alegre quando vê o pequeno Lion. E por falar nesse leãozinho peludo, essa criaturinha minúscula anda deixando Rachel de cabelos em pé. Hoje mesmo de manhã ela quase teve um treco o caçando pela casa e adivinha onde ela o achou? Escondido dentro da máquina de lavar, agora como ele foi parar lá ainda é um mistério para todos nós. Apesar de que eu acho que minha noiva esqueceu a tampa aberta e ele acabou pulando lá dentro, mas ela jurou que não. Eu acreditei né... Senão já viu, capaz de ela querer me dar uns tapas por duvidar dela.
Agora eu estava sentada na tampa do vaso esperando minha bela noiva, com a ajuda dela eu cheguei até aqui. Ela iria me dar banho já que na minha situação eu não posso fazer muita coisa sozinha. Rachel foi buscar Charlie, que iria meio que tomar banho junto comigo. E também minha noiva foi buscar as coisas para cobrir meu gesso e o curativo do meu braço.
― Vamos dar um banho na mamãe, filho. Não é? ― Ouvi minha esposa falar com aquele tom infantil e fofo que ela sempre usa quando está com nosso filho no colo. ― Olha sua mamãe ali, fala pra ela que a gente vai dar banho nela hoje. Fala filho.
Meu sorriso quase não cabia no rosto, queria tanto levantar daqui e correr até os dois e os encher de beijos e mimos. Mas por enquanto me contento com apenas observá-los. Rachel foi em direção ao Box do banheiro e colocou a banheira azul do Charlie sobre a bancada da banheira, colocou a mangueira do chuveiro dentro da mesma e ligou-a. Saiu do Box e veio até mim, entregou-me meu filho, que com muito custo eu conseguia segurar com uma mão só. O que me deixa deveras apavorada.
― Amor, ele vai cair.
Alertei-a apavorada e receosa. Eu sou muito paranoica com ele ainda, sempre acho que vou fazer alguma merda e acabar deixando-o cair. Deus que me livre acontecer isso.
― Não vai. ― Rachel me assegurou e rapidamente foi até o Box, desligou a mangueira e saiu do mesmo. Veio até mim e pegou nosso filho, suspirei aliviada. Ela riu e deu alguns beijinhos na bochecha gordinha do pequeno. ― Sua mamãe é toda cheia de receio, não é meu amor? Fala pra ela largar de ser boba, fala.
― Eu aqui cheia de preocupação e você fica zombando da minha cara. ― Resmunguei indignada e cruzei os braços abaixo dos seios. Rachel soltou uma alta risada, bufei. Ela iria mesmo continuar tirando uma comigo? ― Sua idiota!
― Eu sou mesmo. ― Concordou com o meu insulto e eu rolei os olhos. Pelo menos ela sabe que é. ― Mas, ― Se abaixou na minha frente e segurou em meu queixo. ― Eu sou a idiota que você ama. ― Selou nossos lábios. ― A idiota que é o amor da sua vida. ― Chupou meu lábio inferior e selou nossos lábios de novo. ― E eu sou a tua idiota.
― Você é um pé no saco. Não deveria conseguir me derreter com tanta facilidade.
Emburrei a cara e ela riu mais alto ainda. Deu uma mordida em meu queixo e se pôs de pé de novo. Saiu do banheiro e voltou em segundos com o bebê conforto do Charlie, colocou nosso filho ali dentro e veio em minha direção.
― Vou dar um banho em você primeiro, depois eu dou nele. ― Eu assenti e ela foi até o pequeno e o prendeu direitinho. Pegou as coisas que estavam sobre o mármore da pia e se ajoelhou em minha frente. Envolveu meu gesso com uma sacola plástica e em seguida o cobriu com celofane. Ela dizia que era por precaução para não correr o risco de molhar o gesso. Enrolou um pouco de celofane nas ataduras do meu antebraço esquerdo e eu apoiei minha mão direita em seu ombro. ― Vem.
Me ajudou a levantar-me dali e fomos em direção ao Box, com cuidado ela me pôs de pé ali e foi buscar o banquinho para eu sentar. Assim que ela voltou, colocou o banco perto de mim e eu rapidamente me sentei. Odiava ficar em pé tendo que sustentar meu peso em uma perna só.
―To me sentindo um frango pronto para ir ao forno.
Falei em tom de brincadeira e Rachel riu, ela pegou a mangueira do chuveiro e ajustou-a para que a água ficasse morna. Apoiei minha perna com o gesso encima da bancada da banheira, apesar de eu ficar completamente exposta e em uma posição um tanto comprometedora, Rachel sempre me dava somente banho, sem segundas intenções. Eu confesso que gostaria se ela abusasse de mim de vez em quando.
― Levanta o braço franguinha. ― Pediu com deboche e eu travei a mandíbula. Por que ela tinha que ser tão engraçadinha? ― Afasta mais suas pernas.
Arqueei uma sobrancelha para ela de forma sugestiva, que me repreendeu com um tapinha na coxa.
― Aí, Rae... Você é muito má.
Esfreguei o local do tapa e ela rolou os olhos sem dar muita importância. Depois de um banho quase perfeito, Rachel fez questão de ajudar a sair do Box e me secou, enrolando uma toalha em volta do meu corpo em seguida.
― Agora eu vou pegar o outro bebê para tomar um banho. ― Acompanhei com o olhar, minha noiva ir até nosso filho e tirá-lo do bebê conforto. Com toda calma e maestria que só ela tem, aos poucos todas as roupinhas do pequeno foram parar no cesto de roupa-sujas perto da porta, Rachel tirou a fralda do pequeno também, que segundo ela estava apenas suja de xixi. ― Vamos dar um banho nesse neném lindo. Essa coisa gostosa de mãe.
Mordiscou a barriga do pequeno que gargalhou com aquilo. Eu sorria tanto que meu maxilar já estava doendo por conta do esforço. Esperei que Rachel terminasse de banhar Charlie, não fiquei entediada e nem me levantei para sair dali, eu poderia ficar minutos, horas, ou até mesmo dias observando ela cuidando do nosso pequeno.
Eu sou uma tola apaixonada, e não reclamo disso nem um pouco, na verdade eu amo ser tolamente apaixonada por Rachel Berry, a futura Srta. Fabray, por falar nisso...
―Rae? ― Chamei-a, ela fez um som nasal e envolveu nosso filho em uma pequena toalha de carrinhos vermelhos. ―Temos que terminar de ver as coisas, do nosso casamento...
Lembrei-a e ela assentiu rapidamente. Enxugou o pequeno rosto de Charlie e limpou suas orelhas.
― Tem razão, o bom é que vamos casar por aqui mesmo. ― Virou-se de frente para mim e fez sinal com a cabeça indicando a porta. Me apoiei na parede atrás de mim e fui até onde estava minha muleta, apoiei meu braço ali e a acompanhei até o quarto. ― Vou falar com a Britt para me ajudar com os convites, Sugar ficou encarregada de me ajudar na escolha do vestido. E Sant vai me ajudar com o resto já que ela é minha madrinha.
― Eu ainda não decidi quem será minha madrinha. ― Lamentei e sentei-me na ponta da cama. ― Mas acho que vou escolher a Britt, aquela pequena sempre me ajudou quando você não estava perto, assim como Sant fazia com você antes de você me conhecer.
― Eu concordo. ― Deitou Charlie na cama sobre a toalha. ― Ela vai ficar super feliz.
Falou antes de sair do quarto. Assenti com um sorriso de lado, olhei para Charlie e me deitei na cama, arrastei-me até ele e beijei sua mãozinha que estava sendo balançada no ar.
―Mmmm... Eu vou morder essa mãozinha. ― Segurei sua mão e com cuidado eu finquei meus dentes em sua mão, causando uma risada gostosa nele. ― Que gostoso.
― Quinn, para de morder a mão dele.
Ouvi a falsa repreensão de Rachel e ri. Olhei de soslaio para ela que vinha marchando para perto de onde estávamos.
― Agora é tarde, eu vou comer a mãozinha desse bebê.
Abri a boca e coloquei a mão dele dentro da mesma, Charlie era só risadas. Rachel veio até nós dois e sentou ao nosso lado negando com a cabeça.
― Meu Deus, eu sou mãe de gêmeos.
E continuamos naquele ritmo ali até Rachel terminar de vestir o pequeno corretamente.
Duas semanas depois...
Rachel's Pov.
Quinn estava cheia de desejos eu se eu não soubesse que é impossível de engravidar uma mulher com dedos eu juraria que ela estava grávida. Apesar de que eu acho que é mais manha mesmo que tudo, Quinn sempre foi o dengo em pessoa desde que eu a conheço. Judy mesmo vivia dizendo o quanto ela era assim. Mas como eu sou uma noiva dedicada e amo realizar todo e qualquer pedido/desejo da minha amada mulher, aqui estou eu na peixaria da cidade comprando alguns caranguejos e siris para ela.
Eu não gosto de deixa-la sozinha na situação em que ela está, mas ela me garantiu que ficaria bem e não era a primeira vez que eu a deixaria só com Charlie. Mas por precaução eu pedi Blaine para dar uma passada lá em casa quando ela voltasse da academia. Paguei as coisas que eu havia comprado e fui à passos rápidos até o meu carro, coloquei as sacolas no banco de trás e fui para o banco da frente. Liguei o rádio e coloquei meus óculos escuros. Liguei o carro e saí da vaga onde eu havia estacionado, manobrei com cuidado e saí dali. Estava cantando animadamente uma música qualquer, sentia o vento que entrava pelo teto solar aberto e as janelas abaixadas bagunçarem meus cabelos, eu me sentia tão feliz, minha vida estava tão completa. Eu acho que não precisava de mais nada, a não ser o sobrenome de Quinn completando o meu de uma vez. Mal podia esperar para virar uma Berry-Fabray. Apesar de que isso era apenas um detalhe, eu já me sentia uma Fabray mesmo.
Estava tão distraída que se eu não tivesse um reflexo excelente, eu teria passado por cima do skatista que surgiu sei lá de onde e bateu no capô do meu carro. Arregalei os olhos e soltei meu cinto, abri a porta do carro e saltei do mesmo. Só faltava eu ter matado alguém agora. Assim que cheguei de frente ao meu carro, pude ver um garoto caído no chão, com uma mão aparentemente no queixo e uma na barriga. Não dava para ver direito, ele estava de costas, sem camisa, deixando sua cueca boxer amostra. Esses garotos. Me aproximei do tal menino e me abaixei ao seu lado.
― Tá tudo bem aí?
Ele parou de contorcer quando ouviu minha voz, parecia que tudo ficou meio lento quando ele se virou de frente para mim. Minha voz morreu, meus olhos quase saltaram para fora, meu coração parecia bater tão lentamente, quase parando.
― Rachel?
Engoli em seco. Não, não, não podia ser. De todos os lugares do mundo a gente tinha que se encontrar logo aqui? Justo agora? Quando eu finalmente consegui respirar direito e encontrei minha voz, só consegui sussurrar:
― Matthew...
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Então?? hehehhehe