Decisões (SasuSaku)

By UzumakiHaruki

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A Quarta Guerra Ninja chegou ao fim. As nações estavam unidas. O mundo vivencia uma era de relativa paz, aind... More

ESCLARECIMENTOS
I.I. O regresso do Uchiha
I.III. Punhado de incertezas
I.IV. Da melhor maneira
I.V. Uma missão suspeita
I.VI. Medidas inesperadas
I.VII. Madrugada a dentro
I.VIII. Lidando com o antidoto
I.IX. As lágrimas da rosa
I.X. Fantasmas da escolha
II.I. Boatos infelizes
II.II. Mudança de rota
II.III. Os palpites do Hokage
II.IV. A assinatura de Sakura
II.V. Sangue e água
II.VI. A morada do Uchiha
II.VII. Um convite curioso
II.VIII. Noite de sono
II.IX. Realidade (in)esperada
II.X. A ruína de um homem
III.I. Nunca baixar a guarda
III.II. Confusão dos fatos
III.III. A manhã seguinte
III.IV. Respostas difíceis
III.V. Compartilhando o pesadelo
III.VI. Um dia comum
III.VII. É uma promessa
III.VIII. Eu a amei
III.IX. Sob o brilho prateado
III.X. Na próxima vez
IV.I. A jornada Uchiha
IV.II. Não entre em pânico
IV.III. O legado Uchiha
IV.IV. Tradução literal
IV.V. Boas maneiras
IV.VI. Perfeitamente normal
IV.VII. Hora bingo
IV.VIII. Doce melodia
IV.IX. De volta em casa
IV.X. O ato de partir
AGRADECIMENTOS

I.II. Os Olhos da Haruno

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By UzumakiHaruki

por Uchiha Sasuke

Foi decepcionante não encontrá-la ao abrir a porta. Tornara-se óbvio a sua ausência desde o momento em que Naruto pôs os pés sozinho na fronteira do distrito, visualizei o chakra dele facilmente, ao passo que o dela não estava presente. Mas, mesmo assim, não pude evitar o descontentamento ao comprovar sua falta em não vê-la ao lado dele no hall de entrada.

– Dattebayo! – o loiro exclamou, passando da porta. – Você não está morando, está se escondendo!

– Não vou ficar por muito tempo – avisei, sem muita paciência para palavras.

– M-mas você mal chegou... – Ele argumentou, ainda que incerto sobre isso. Sua agitação ao chegar se desfez, bem na minha frente.

– Ainda não está nos planos voltar...

– Antes de mais nada, obrigado pelo o que fez aqui embaixo enquanto estive lá em cima. Aquilo tudo foi um pesadelo...

Eu queria perguntar sobre ela, mas não estava indo dar a Naruto uma oportunidade de me encher abertamente sobre o assunto. No entanto, era evidente que algo tinha acontecido naquela missão que possa tê-la prejudicado de alguma forma.

Seguimos para a cozinha, Naruto acomodou-se sem cerimônia em uma das cadeiras da mesa, enquanto ocupei outra no extremo oposto.

– Sakura-chan está se recuperando – ele disse como quem não quer nada, claramente ciente dos meus pensamentos. Se havia alguém capaz de me compreender sem cerimônias, mais até do que a própria Haruno, este alguém era Naruto e, muito provavelmente, Kakashi-sensei. – Ela usou muito chakra comigo.

– O que fez para deixá-la tão esgotada?

– É uma longa história. O que tem que saber é que ela fez uma transfusão de três dias, um pouco a mais e talvez o pior tivesse acontecido...

– Por que não montaram acampamento depois que tudo estava bem? A viagem de volta nessas condições não foi inteligente.

– Sei que não, mas Sakura-chan é teimosa, tanto quanto eu e você. Disse que preferia a própria cama e a segurança dos muros de Konoha do que a inconstância de um acampamento.

– Tsc... irritante – resmunguei. – Achei que vocês formassem uma equipe confiável.

– Ela é uma médica ninja, Sasuke. Não é como se pudesse baixar a guarda, mesmo não estando na linha de frente. A equipe depende dela. Além do mais, sei que não foi inteligente voltar, mas também não somos estúpidos. Ela nos garantiu que aguentaria a viagem de volta... E tínhamos Sai, mas se não, eu a traria nos braços sem problemas.

Não duvidava que ele assim o fizesse. Naruto carregaria uma equipe inteira nas costas se fosse preciso, no sentido mais literal possível. Contudo, ainda não sei se concordava. Mas, não adiantava reclamar, visto que eles estavam de volta e, relativamente, bem. Só que uma transfusão de chakra, especialmente uma para com Naruto, exigia uma reserva absurda para estabilizá-lo e se ele foi capaz de completar a missão depois disso, Sakura não mediu forças. Nem mesmo ela teria o bastante para ele sem se comprometer, como eu imagino que o fizera.

– Quando pretende ir? – Ele quis saber, visivelmente desanimado.

Era desconfortante vê-lo assim, mas eu merecia o desconforto, era o mínimo.

Nós dois sabíamos que minha partida era necessária.

– Em dois dias – respondi, evitando encarar seu descontentamento.

– Hm... Vou sair com Hinata, quer se juntar a nós?

– Está mesmo me chamando para o seu encontro?

– Ela que propôs. Confesso que não é assim que eu imagino meu primeiro encontro, mas deve servir.

– A Hyuuga me convidou?

– Não fique tão surpreso. Ela me terá todos os dias a partir de agora, você só estará aqui por dois. Ela está preocupada que eu não aproveite o bastante.

Não me oporia se não soubesse exatamente aonde iríamos. Ichiraku ficava muito bem localizado na vila e, por ora, gostaria de evitar constrangimentos com os demais habitantes. Nem todos estavam dispostos a me perdoar e eu não ousava culpá-los por isso.

– Hinata gosta de você – Naruto tornou a falar – e se importa. Pergunto-me como pude ter sido tão cego e idiota esse tempo todo...

– Não me surpreende – dei de ombros, provocando-o.

– Olha quem fala... – rebateu ele, cruzando os braços em birra.

Não respondi. Ele tinha razão, ainda que em parte. Nunca fui cego, mas isso só me fazia ainda mais idiota e estúpido do que ele. Os sentimentos de Sakura para comigo sempre foram muito claros, de forma que era inútil negar a reciprocidade dos meus. Contudo, por muito tempo não houve espaço para lidar com eles, não houve espaço nenhum para laços dessa natureza.

– Bom! – exclamou o Uzumaki, levantando-se – Preciso de um cochilo antes da noite começar, mas o convite está de pé, sabe onde nos encontrar.

Era inútil, ambos tínhamos ciência disso. Naruto cruzou o cômodo a fim de ir, mas antes de sumir do meu campo de visão, fez uma pausa sem tornar a se virar.

– Você deveria ir vê-la – sugeriu, partindo logo em seguida.

Foi exatamente o que acabei fazendo, de modo que lá estávamos: nos encarando. Parecia ridículo, e talvez fosse, mas se havia algo que eu temia naquela altura da vida, esse algo eram os olhos de Haruno Sakura.

Seu rosto mostrou-se sereno ao meu ver, mas suas íris estavam agitadas e confusas demais para serem lidas. Haviam alterações de chakra ao longo de todo o seu corpo, resultando na incapacidade de blindar-se contra o frio.

Ela ainda se recuperava do estresse, tal como Naruto dissera.

– Está frio, é melhor entrar – avisei.

– Veio aqui só para esclarecer o óbvio? – Sakura ergueu uma sobrancelha, provocando meu humor. – Pois bem, já estava mesmo nos meus planos me aquecer lá dentro.

– Tsc... Irritante – resmunguei baixo, mas seu olhar reprovador com certeza me ouvira.

Sakura destrancou a porta com sutileza, parando no batente com ela totalmente aberta. Franzi o cenho com seu movimento.

– Ora vamos, Sasuke! Não temos que passar por isso, apenas entre.

Obedeci em silêncio.

Ao atravessar um pequeno hall, subi dois lances de escadas para adentrar em uma salinha pequena, mas aparentemente aconchegante. O lugar tinha o cheiro dela, o que me fez considerar o pensamento irracional e bobo de acampar entre os dois sofás de flanela.

– Por favor, fique à vontade – Sakura me instruiu, deitando-se em um deles. Seria mais fácil se ela não encorajasse minhas ideias idiotas. – Eu serviria alguma coisa para você, mas ainda não tive tempo de ir ao mercado. Estou exausta.

– Naruto me contou – comentei, apoiando-me na meia parede de uma das janelas. A vista era modesta, direcionada para o hospital, concentrei-me ali para não fitar a mulher no sofá. Sakura mantinha os olhos fechados, as mãos unidas sobre o abdômen e as pernas levemente cruzadas. Parecia confortavelmente indiferente a minha presença e por algum motivo curioso, eu gostava disso.

– Quando vai embora?

Estou começando a odiar essa pergunta.

– Em dois dias.

Então Sakura sentou-se, muito rápido. Rápido até demais.

Havia algo a dizer, mas seus olhos perderam o foco e o corpo amoleceu, inclinando-se para frente.

Antes que ela completasse se quer trinta graus em direção ao chão, eu estava ajoelhado a sua frente, segurando-a pelo ombro.

– Não faça isso de novo – pedi. – Tente se levantar mais devagar da próxima vez.

– Tão cedo? – Ela me questionou, olhando-me profundamente.

Lá estava o que eu temia: a tristeza que tirava dos seus olhos o mais belo tom de verde que eu já tinha visto na vida. Algo rasgava-se dentro de mim de uma forma indescritivelmente dolorosa quando aquilo acontecia, ainda que por fora nada nunca jamais fosse transparecer.

Sakura estava muito próxima, seu rosto mantinha-se acima do meu apenas por míseros centímetros. Qualquer resposta minha para sua pergunta a deixaria ainda mais chateada e eu não sabia se estava preparado para lidar com isso. Logo, fiz a única coisa que aplacaria ambas as angustias; a minha e a dela.

Eu a beijei.

Beijei-a como há muito desejei fazer.

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