Ella tentava crer no que seus ouvidos ouviam e seus olhos enxergavam, mas o que mais parecia importar era seu interior, sua confusão entre razão e emoção, mente e coração.
Ela desconfiava antes de poder confiar, fazia isso também com si mesma, para tentar não soar tão injusta e tola. Mas esse era um dos papéis principais dela.
Bom... Ela pensava assim, mesmo com os outros a contradizendo.
Ella levava os elogios como estranhos e inaceitáveis, mas as críticas pareciam cada uma cheia de uma nua verdade. Mesmo sem querer, ela sabia. Não era bem assim. Mas acontece que ela não queria se decepcionar criando expectativa em algo positivo que pode não ter tanto sentido no fim...
Se decepcionar com as pessoas parecia mais aceitável do quê superar seus próprios erros. Suas cobranças consigo mesma eram mais fortes e cruéis que as cobranças de pessoas de fora... Na sua mente já residem muitos medos que a impedem.
Ela desconfiava de palavras, de frases, de rostos, de placas, de propagandas, de pesquisas... Pois para Ella, Algo em toda a verdade exposta ainda poderia ser mentira. E ela não queria propagar algo que não estava totalmente certa, nem permitir ser ludibriada.
Ela havia sim esse problema com a confiança... Ou seria desconfiança? Ela demorava para abrir essa brecha para as pessoas, mas quando abria... Escancarava. Era como uma porta emperrada, depois de muito tempo e pressão, ela poderia se abrir completamente de uma vez. Mas não para todos, nem com todos. Talvez seja uma falha dela.
Ella gostava tanto da sinceridade que temia poder não se deparar com a das pessoas. Era primordial para ela que suas conclusões fossem verdadeiras, pois ela em si sempre tentava ser, com todas as pessoas, mais verdadeira possível. Ela confiava nesse seu lado verdadeiro, dentre tantas mentiras boas ela ainda optaria por dizer a verdade não tão boa assim, no final das contas, será real e não haverá omissões, pelo menos da sua parte.