Saio de casa e vou caminhando lentamente até a praça. Assim que chego a praça, vejo Karla, toda de rosa ( como sempre) e segurando uma mala rosa e enorme.
É a Karla, o que você esperava?
Que ela deixasse de ser exagerada uma vez na vida.
Vou até ela e paro na sua frente.
Anna: Você vai passar uma noite ou o resto do ano na minha casa?
Karla: Exagerada. Eu só trouxe o básico.
Anna: O básico para sobreviver durante o resto do século.- Ela mostra a língua.
Anna: Tá, vai, vamos logo. Já é quase 23:00.- Ela levanta do banco, e quando pega a mala, quase cai.
Karla: Anna, assim, já que você é a pessoa mais forte que eu conheço, você pode dar uma mãozinha aqui?- Ela fala com uma voz angelical.
Anna: Como você trouxe a mala até aqui?
Karla: Te garanto que foi com muito sacrifício.- Ela tenta pegar a mala de novo, mas não consegue.
Anna: Ah, da essa porra aqui!- Peguei a mala, que estava leve pra caralho.
Caminhamos até minha casa. Assim que chegamos, entramos e fomos pro meu quarto.
Karla: Mansão bonita... mas a minha é mais.- Ela da aquele sorriso metido, que só ela sabe fazer.
Anna: Fica quietinha fica.- Ela mostra língua.
Karla: Anna. Sobre o CD... eu quero mostrar pra polícia o mais rápido possível!- Sorrio orgulhosa.
Anna: Amanhã então a gente vai.
Karla: Você não tá entendendo. Eu quero que seja hoje, o mais rápido possível!
Anna: Ok, daqui a pouco nós vamos, mas antes vamos comer alguma coisa que eu tô com fome.- Saímos do quarto e fomos pra cozinha.
Comi um pedaço de carne com um pouco de arroz, e a Karla quis só um pouco de salada.
Anna: Sério que você vai comer só salada?
Karla: Comer aquele hambúrguer quebrou todas as minhas regras da dieta. Não posso comer mais nada calórico.- Revirei os olhos e continuei comendo.
Depois que comemos, fomos para o meu quarto.
Karla: Pronto, agora vamos até a polícia!- Ela me pegou pelo braço e tentou me puxar até a porta do quarto.
Anna: Ow, da pra esperar? Tenho que pegar o CD primeiro né burra!- Peguei o CD na gaveta e aí sim saímos de casa.
Fomos até a delegacia mais próxima. Chegamos e entramos. Um policial veio falar com nós duas.
Policial: Pois não?
Anna: Olá, queremos fazer uma denúncia.
Policial: Denúncia?
Anna: Sim.
Policial: Pois bem, sente-se.- Sentei numa cadeira em frente a uma mesa, Karla sentou ao meu lado e o policial sentou na cadeira que fica do outro lado da mesa.
Anna: Então, existe uma lei que proíbe os pais de baterem e maltratarem os filhos né?
Policial: Sim.
Karla: Quero denunciar minha mãe!- Diz Karla.
Policial: Bom garotas, não podemos fazer nada até que hajam provas. Vários adolescentes já vieram aqui querendo denunciar os pais, só por que eles os castigaram tirando o celular e coisas que gostam.
Anna: Sim, mas temos provas
Policial: Quais provas?- Ele se inclina pra frente, mostrando-se enteressado.
Karla: Temos um vídeo, provando oque minha mãe faz comigo. Deixamos algumas câmeras espalhadas pela minha casa sem minha mãe saber.
Policial: Pois bem, cadê o vídeo?
Anna: Está nesse CD.- Entreguei o CD pra ele. Ele abriu o Notebook que estava na mesa e colocou o CD naquela " gaveta" pra colocar o CD. ( esqueci como se chama)
Policial: Nossa, o vídeo é de 4 horas!- Isso por que eu só deixei as artes mais importantes.
Anna: Pois é.- O Policial começou a assistir o vídeo, e enquanto isso, eu e Karla ficamos mexendo no celular.
...
Já zerei o jogo " Plantas vs zumbis" e nada do policial terminar o vídeo!
Policial: Bom garotas, não poderei ver o vídeo todo, mas já vi o suficiente.- Desligamos os celulares.
Karla: E então?
Policial: Essa mulher é louca!- Segurei a risada.
Karla: Mas então, o que vão fazer com ela?
Policial: Antes de decidir qualquer coisa, você sabe o por que de sua mãe ser assim?
Karla: Meu pai pegou ela na cama com outro cara e meu pai ficou bravo e nunca mais olhou na cara dela. Desde então ela acha que a culpa do meu pai ter visto ela com outro cara na cama é minha.
Policial: Por causa disso sua mãe ficou assim?
Karla: Minha mãe é louca.
Policial: Como ela se chama?
Karla: Samantha, Samantha Rodrigues.
Policial: Bom, como sua mãe não cometeu nenhum crime grave como matar alguém, o que podemos fazer é interna-lá num centro psiquiátrico.
Karla: Qualquer coisa que faça ela ficar longe de mim, não aguento mais ela me tratando como lixo.
Policial: Pois bem, iremos agora mesmo na sua casa. Sua mãe passará essa noite aqui, na delegacia, mas amanhã de manhã levaremos ela para um centro psiquiátrico.- Ele chama um outro policial, conversa um pouco com ele e caminhamos até o carro.
Entramos e a Karla começa a explicar o caminho até a casa dela.
Policial: Qual o seu nome?- O policial pergunta para Karla.
Karla: Karla.
Policial: Então Karla, já que sua mãe será levada, você tem com quem ficar?
Karla: Eu moro numa casa cheia de funcionários, posso ficar sozinha.
Policial: Não posso deixar você morar sem um responsável.
Karla: Eu tenho um tio, ele é diretor do colégio onde eu estudo. É só eu pedir para ele ir morar comigo.
Policial: Ok, mas para garantir, eu irei falar com seu tio.
Karla: Ok, vou mandar uma mensagem pra ele ir lá pra minha casa agora.
Policial: Chegamos.- Diz o outro policial. Saímos do carro e vamos até a porta da casa da Karla.
Karla: Éh... policial... eu posso falar com minha mãe primeiro?
Policial: Pode sim, mas seja breve, por favor.- Karla respira fundo e entra na casa. Logo em seguida, eu entro, sem que o policial pudesse me ver.
Até parece que eu ia perder essa conversa das duas! Me escondi atrás de um vaso de plantas gigante. Samantha estava no sofá da sala e Karla foi até ela.
Karla: Samantha!
Samantha: KARLA! QUEM MANDOU VOCÊ SAIR?! SUA DESGRAÇADA!- Samantha tenta puxar o cabelo de Karla, mas Karla segura a mão dela.
Karla: Chega! Acabou pra você!
Samantha: Do que você está falando?
Karla: PODE ENTRAR!- Um dos policiais entra e eu saio de trás do vaso.
Samantha: Filha, o que eles estão fazendo aqui?- Diz Samantha, com uma cara do tipo " Que porra é essa?"
Karla: Filha? Agora eu sou sua filha?
Samantha: Claro, você sempre foi minha filha.- Diz Samantha com um sorriso falso.
Karla: Bom, não foi o que você me disse a algumas horas atrás.
Samantha: Mas...
Anna: Desiste Samantha, a polícia já sabe o que você faz com a Karla.- O policial vai até a Samantha e a algema.
Samantha: Como você pode? Eu sou sua mãe!
Karla: Já que eu não sou sua filha, você não é minha mãe. Bye, bye.- Karla acena pra Samantha enquanto o policial a leva pro carro.
Um dos policiais levou a Samantha, e o outro ficou, esperando o Rodrigo. Alguns minutos depois, Rodrigo apareceu e entrou.
Rodrigo: Karla, por que tem um policial aqui?- Rodrigo fecha a porta e vai até Karla, que esta sentada no sofá assistindo TV.
Karla: Minha mãe, ou melhor, a Samantha foi levada para um centro psiquiátrico, por um motivo que depois eu falo.
Rodrigo: Perai, QUE?
Policial: Bom, como a Samantha foi levada, a Karla precisará ficar com alguém, e ela falou que você poderia vir morar com ela.
Rodrigo: Perai, mas...
Karla: Vai tio, por favor! Pelo menos você sai daquele apartamento! Você vive reclamando do seu vizinho que fica tocando bateria todas as madrugadas e não deixa você dormir e daquela sua vizinha que vive na sua casa pedindo coisas emprestadas e nunca devolve. Essa é sua chance de sair de lá!- Karla faz uma cara angelical.
Rodrigo: Perai, é pra eu vir morar aqui?
Policial: Sim.
Rodrigo: Opa! É pra já! Domingo mesmo já me mudo pra cá!- Karla pula de alegria.
Policial: Muito bem, então segunda eu paço aqui pra ter certeza de que ela não está morando sozinha.- Karla acompanha o policial até a porta.
Rodrigo: Ok.
Karla: Tchau, e obrigado por levar minha mãe.- O policial tira um pedaço de papel e uma caneta do bolso. Ele escreve alguma coisa no papel e entrega pra Karla.
Policial: Esse é o endereço do centro psiquiátrico onde sua mãe ficará, caso queira visita-la.
Karla: Não, obrigada. Eu não vou visita-lá.- Karla tenta devolver o papel, mas o policial recusa.
Policial: Caso queira, esse é o endereço. Tchau. Qualquer coisa, liguem.
Karla: Ok, tchau.- O policial sai da casa.
Anna: Bom, problema resolvido.- Fui até eles.
Rodrigo: Perai, você estava aqui?- Nossa, fiquei invisível e não tô sabendo.
Anna: Que eu saiba sim.- Digo sarcástica.
Rodrigo: Ok... Karla, domingo eu venho pra cá com as minhas coisas. Até lá consegue ficar sozinha?
Karla: Consigo sim tio, agora tchau.- Karla empurra Rodrigo pra fora da casa, literalmente.
Rodrigo: Mas...
Karla: Tchauzinho.- Karla acena pro Rodrigo e fecha a porta na cara dele.
Anna: Bom, agora que sua mãe foi embora, você vai ficar aqui ou vai dormir na minha casa?- Ela vem até mim.
Karla: Ah, a roupa que eu vou usar pra ir pro colégio amanhã já tá lá, junto com as minhas maquiagens, meu perfume, meus acessórios, meu baby liss, meus produtos de cabelo e os meus produtos pra pele. Sem falar que eu não vou aguentar trazer aquela mala sozinha pra cá de novo e eu não vou deixar minha mala lá. Então sim, vou dormir na sua casa.
Sem título por que eu não consegui pensar em nenhum título legal pra esse capítulo, sorry.