Ella lembrava claramente de todas as vezes que ia para escola quando mais nova, e temia os alunos maiores.
Recordava também de quando preferia ficar só à se juntar aos outros.
Ella tinha lembranças que até hoje formavam dúvidas em sua mente e a fizera ver que tudo tem dois lados, dois caminhos.
Talvez um novo lado melhoraria tudo que naquele momento aconteceu. Ela temia, cansara de chorar lágrimas perdidas, por ouvir o que não devia por crianças que naquela idade deveriam ser amigas.
Mas aí ela se entristecia, todo novo dia inventada uma nova dor até que acabasse aqueles dias, e que tudo pudesse ficar calmo.
Naquele tempo ela não sabia aceitar o que ouvia, nem de fato entendia.
Ella parecia emotiva demais, frágil demais, criança demais ainda. Havia tantas coisas que ela nem conseguia dizer para sua mãe, e sinceramente, Ella não dizia para ninguém também.
Mas então... Chegou o momento em que Ella cresceu, amadureceu e resolveu reviver a parte boa que se passou... De quando tomava banho na chuva, sentia seu cabelo grudar na testa com cheirinho de infância, ou também de brincar de elástico sozinha mas ainda assim feliz, ouvir o barulho de uma concha, construir castelos na areia e depois vê-los serem derrubados pela força da água....
Mas também de brincar de vivo ou morto. Ultimamente o nome dessa brincadeira não soava mais tão bem. Mas ainda assim, era parte da sua infância.
Lembrava de quando pegar maquiagem e pintar bonecas se assemelhava as pinturas de Romero Brito, parecendo todas as vezes diferentes mas no entanto, achando semelhanças se procurar bem. Ou então de todas as vezes que montou aquarelas com esmalte, se pintando toda e sujando toda a casa.
Ella sentia-se renovada, sabia que nem tudo eram flores, mas sim, jardins.
Houveram espinhos, mas ainda assim, Ella apreciara as tantas rosas dali, e também o cheiro de terra molhada junto com a mistura magnífica que fazia com o perfume do jasmim.