Urbi- Massacre de Albinos

By rizamontvy

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Então os albinos estão condenados a viver na margem para sempre? 2º livro da serie Tráfico Humano. Plágio... More

Sinopse
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 3
Comunicado
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Dia Mundial de Consciencialização do Albinismo celebrado num contexto de terror
Capítulo 8
Capítulo 9
Comunicado
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Agradecimento

Capítulo 2

85 11 12
By rizamontvy

Ele não entendia porque sua mãe o mantinha sempre dentro de casa, ele não podia brincar como outras crianças, das poucas vezes que saia ele sentia-se mal pelos olhares das pessoas dirigidas a ele.

Certas vezes perguntava a sua mãe , porquê as pessoas olhavam para ele daquele jeito, ela simplesmente respondia, porque és lindo meu anjo, eles não gostam de nós porque somos pobres.

Sirhan sorria e voltava a correr sozinho pela casa, fingia estar a brincar com outras crianças sua mãe lhe ensinava o pouco que ela sabia sobre ler e escrever.

Ao nascer seu pai lhe abandonou, não queria ter um filho doente, bateu e humilhou na sua mãe no meio da vila, chamou-a de bruxa e amaldiçoada por ter-lhe dado um filho de pele branca.

O seu medo não era ter um filho albino mas sim lidar com o estigma na sociedade onde viviam, pobres não possuíam condições suficiente para fugir daquele país e manter seu menino a salvo, por isso Essien deixou seu filho e sua esposa a mercê dos mercenários, foi mais fácil para ele fugir do que ficar e lutar pelos direitos de seu filho.

Sozinha e com um filho albino devia ser uma vida normal, mas na Tanzânia o país onde está o maior de números de albinos no continente Africano, Quênia e Moçambique não é assim, eles são mortos e despedaçados, seus órgãos e partes de seus corpos vendidos e/ou usados na magia negra para várias finalidades. Muitos acreditam que o sangue de um albino cura várias doenças e que seus órgãos genitais estimulam a potência sexual.

Numa tarde de domingo ele fugiu de casa pelo porta dos fundos, sua mãe estava a dormir, o menino saiu a correr para fora da aldeia ele estava feliz, pela primeira vez corria, sentia o vento bater-lhe na cara, ele tinha dificuldades em lidar com a luz do sol mas aquilo não o impediu de correr cada vez mais, a liberdade é algo belo.

A quilómetros da sua casa na aldeia de Bukoba havia uma praia e ele queria chegar nessa praia, nunca tocou na areia.

Sirhan brincava com as águas do mar rindo sozinho, mas seu destino estava prestes a mudar quando ele viu um grupo de homens indo na sua direção com facas a gritar ele está ali, vamos, é ele,aberração.

Ele olhou para os lados não havia ninguém, gritou mamãe, sentiu que estava em perigo mas não sabia porquê, por isso começou a correr sem rumo.Ele corria desesperado pela praia, parecia ser invisível, seus pés doíam muito. Não viam que ele era humano, só uma criança que estava assustada , chorava muito, sua mãe estava longe.

Os homens armados com faca, facões, ferros e paus corriam atrás dele a gritar, Sirhan era apenas um menino de 7 anos.

Seu corpinho minúsculo estava exausto, tropeçou e caiu,sentiu dor e encolheu entre suas pernas.

Eles o cercaram e perfuravam seu corpo com lanças, facas e batiam com paus, o menino gritava sem parar, despedaçaram-no ainda a respirar,partes de seu corpo e seu sangue estava por todo lado, alguns homens seguravam nas partes e drenavam seu sangue, dividiram entre eles e levaram com eles pedaços de Sirhan deixando para trás suas roupas rasgadas entre um poço de sangue.

Jamelia acordou assustada e Sirhan não estava deitado nem na rua a brincar, ela já começou a sentir fraca, seu cérebro já imaginava milhões de coisas.

Ela saiu à procura dele, algumas pessoas solidarizadas com a dor daquela mãe ajudaram-na a procurar, Jamelia e todos gritavam pelo nome do menino.

Ela chorava de dor, tinha medo, muito medo, seu coração estava aflito, ela insistia em não tentar pensar no negativo.

A busca pelo menino levou uma tarde toda, algumas pessoas começaram a desistir e voltarem para suas casas, ela andava cada vez mais lenta suas pálpebras delataram, Jamelia não estava a acreditar que havia perdido seu pequeno, ela andava como os olhos no chão nem olhava mais ao redor perdeu as esperanças, mas de repente alguém grita e todos correram na direção.

Da camisa que seu filho usara só restou um pedaço o resto talvez o vento levou, Jam não chorava mais, só gemia, nada estava ali somente sinais de que seu menino havia sido abatido.

Levaram-na para casa, foram dias sem derramar uma lágrima ou soltar um gemido, seus olhos estavam fixos, ela não dormia.

Algumas mulheres limpavam a casa, levavam-na comida mas ela não respondia parecia uma estátua viva, Jamelia morreu de forma silenciosa olhando para o fundo de sua cabana onde seu menino brincava, ela olhava fixamente para ele não queria tirar seus olhos dele tinha medo de perdê-lo mais uma vez.



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