Urbi- Massacre de Albinos

By rizamontvy

1.7K 243 141

Então os albinos estão condenados a viver na margem para sempre? 2º livro da serie Tráfico Humano. Plágio... More

Sinopse
Prólogo
Capítulo 2
Capítulo 3
Comunicado
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Dia Mundial de Consciencialização do Albinismo celebrado num contexto de terror
Capítulo 8
Capítulo 9
Comunicado
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capitulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Agradecimento

Capítulo 1

141 13 12
By rizamontvy

_ Filha se apressa.

_ Está bem mamãe.

_ Meus amores hoje não vos levarei até a escola, podem pegar um táxi? Mustafá falou colocando dentro da sua mochila alguns livros.

_ Claro meu amor.

_ Papai, o senhor irá me buscar?

_ Sim minha princesa, papai ama te.

Mustafá despediu-se da sua mulher e filha, saiu apressado para o trabalho ele era professor de matemática na Universidade de Dar es Salaam.

Annabelle foi professora de arte, mas há dois anos os médicos descobriram que sua pequena sofria de grave problema no coração por isso ela deixou de trabalhar para cuidar da filha. Ela passava maior parte do tempo ocupada com os afazeres da casa, cuidando da alimentação equilibrada da filha mas, jamais passaria pela sua cabeça que o homem que ela amava era um monstro escondido atrás da figura de bom pai, marido carinhoso e um excelente professor.

Ao chegar no recinto acadêmico Mustafá viu na entrada na universidade muitos estudantes e professores, pareciam apreensivos, antes dele chegar perto do tumulto, Ysaah correu para perto do professor alertando-o do ocorrido.

_ Professor mataram o Eric. Ysaah falava nervoso.

_ Como assim mataram.

_ É. Ele foi assassinado, e esculpiram a parte do corpo dele numa cruz.

Mustafá correu para perto de seus estudantes alertando-os que não deviam estar ali, e perguntou se alguém chamou a polícia.

_ Eu já chamei senhor professor.Respondeu a Kalif, uma jovem albina de 21 anos.Ela era lindo do sei jeito, sua pele muito era vermelho e branco, ela tinha grandes lábios vermelhos olhos claros e cabelos doirados com tranças no cumprimento de seu ombro.

Com um olhar de desprezo o professor respondeu.Fizeste bem Kalif. Desprezível.

Na sala de aula, todos falavam curiosos sobre o assassino que arrancava e esculpia corpos de jovens albinos em cruzes, árvores e até nas praias.

Toda a cidade andava em estado de alerta dia e noite, em pouco tempo dezesseis corpos foram encontrados nenhum suspeitos e nenhuma pista deles.

Savimbi apareceu no corredor que dava acesso a sala de estar do colégio onde o pai de Eric trabalhava, sem saber como dar a terrível notícia aos pais do miúdo ele preferiu falar com a irmã que também trabalhava ali.

_ Sinto muito senhorita Niah.

_ Meu deus como irei falar para os meus pais.Meu irmão, meu único amigo.O que eu farei. Mas a polícia não sabe porque fizeram isso, quem são os suspeitos?

_ Não infelizmente mas, estamos a fazer de tudo para capturar o criminoso, ou os criminosos.

_ Sra. Niah, olha quaisquer informações que tiver sobre os últimos dias do seu irmão poderá ser muito útil a polícia.

_ Ele era albino, isso já é o suficiente para saberem o que lhe aconteceu. Niah falou a gritar com o policial.

Eric era seu único irmão, três anos mais novo que ela mas, ainda assim eram muito amigos. Ela o protegia sempre, quando podiam andavam juntos para todos os lugares. Niah sabia do risco que o irmão corria não só por ser albino mas também por ser gay.

Ela lembrou do dia em que ela a contou da sua sexualidade. Ercik tinha na época 17 anos e Niah 20 anos. O irmão acabara de protegê-la depois de sair às escondidas para se encontrar com o seu namorado.

Os seus pais entraram no quarto ficaram furiosos ao perceberem que a filha mais velha não estava deitada e sabiam que ela podia ter ido se encontrar com o namorado. Achavam que era cedo para ela, primeiro teria que terminar a Universidade, econtrar um trabalho e se ajeitar na vida e só depois namorar, casar e construir uma família mas, Niah era tão teimosa quanto o pai, e romântica como a mãe que fazia o que queria e sempre arranjava um jeito de se safar. O seu pai pensou que finalmente chegou o dia em que ela não teria como se safar, Eric podia ver um sorriso de vitória nos lábios do seu então ele resolveu inventar uma história.

_ Pai espera.

_ O que é filho. Sabes que a sua irmã hoje não irá se safar não é?

_ Não é isso pai. É que eu que pedi um favor para ela.

_ Achas mesmo que vão me enganar dessa vez. Aquela espertinha hoje finalmente vai levar umas surras.

_ Mas, pai por favor. Me perdoa.

_ Fica quieto Eric, se não os dois levarão uma surra.

Antes que o seu pai fechasse a porta do quarto Eric segurou-o forte nos tornozelos e gritou ._ Pai por favor, eu pensei que não teria problemas ela fazer um favor para mim. Eu gosto de uma menina na minha sala e estava com vergonha de falar a verdade para ela, fiz uma declaração por carta uns meninos viram e me zoaram, fiquei triste queria me matar mas a minha irmã soube de tudo agora ela saiu apressada e disse que iria me ajudar. Por isso tive que dar-lhe o endereço dos meninos eu não queria causar problemas por favor me perdoa, ela só quer me ajudar pai, por favor, bata em mim então.

Quando terminou de falar tudo de uma vez sem respirar seu pai olhava para ele incrédulo e segurou-o pelos braços olhando no fundo dos olhos dele mas, acreditou no filho. Seu olhar suplicava para que ele acreditasse. Niah já tinha chegada e viu aquela cena rindo baixinho. Em outros momentos ela entraria pela janela mas, depois de tudo que viu resolveu entrar pela porta fingindo cansaço.

_ Mano cheguei, consegui,aqueles meninos nunca mais vão te perturbar. Também consegui falar com a miúda que tu gostas, parece que ela está um pouco interessada então força lá mano.

Ercik logo percebeu que havia visto tudo, agradeceu a irmã e correram para o quarto, deixando os seus pais na sala incrédulos, sua mãe ria baixinho enquanto o seu pai estava atónito, aqueles dois enganaram-lhe.

_ Porque fizeste aquilo irmão?

_ Por nada mana, não iria deixar o pai te bater, ele está louco para fazer isso. Os dois se abraçaram calorosamente.

_ Obrigada mano, amo-te. Agora diz-me uma coisa, estás mesmo apaixonado?

Ele encolheu os ombros, mas sabia que podia confiar na sua irmã. Se dissesse para ela nunca contar a ninguém ela o faria. Segurou na mão da irmã e olhou-a nos olhos pedindo clemência, ela conhecia aquele olhar, ele estava encrencado.

_ Mana..

_ Está bem, juro que não falarei nada a ninguém e sempre te apoiarei, está bem. Ela o interrompeu.

_ obrigada.

_ Está bem, agora fala logo, que estou ansiosa.

_ Eu acho que tenho um problema.

_ Falo mano. Niah já estava impaciente.

_ Eu sou gay, eu gosto de garotos.

Niah só lembra que ela deu um pulo de alegria como se aquilo fosse a melhor notícia que podia receber. Ela pulava e gritava obrigando o irmão a segurá-la e tapar a sua boca._ Estás louca se o pai nos ouça.

_ Desculpa, mas eu já sabia.

_ Como?

_ Não interessa, eu sou sua irmã lembra. Venha aqui.

Ela o abraçou calorosamente, fazendo o sentir-se seguro e amado. Talvez um dia podia falar a verdade aos pais mas, levaria tempo porque os dois sabiam que eles jamais aceitariam.

Savimbi se retirou da sala dos professores, com ideias a martelar na sua cabeça._ Sinto muito, com a sua licença.

Quem poderia matá-lo, bom aluno, um filho exemplar, nunca se envolveu em brigas.

Niah chorava inconsolavelmente. Lembrava da cada olhar, cada sorisso, das gargalhadas, das brincadeiras com o irmão. Jamais o veria novamente.

Na delegacia todos estavam apreensivos, tentando desvendar o mistério, o assassinato de albinos não tinha escolhas, homens e mulheres de diferentes idades estavam sendo mortos.

A maioria de casos de assassinatos de albinos na Tanzânia eram para fins supersticiosos mas nos últimos meses alguém estava a caçar albinos para outros fins, então seria impossível chegar a uma conclusão, como ele escolhia suas vítimas, Savimbi tinha uma teoria.

Vasculhou todos os processos relacionados ao caso, abriu o envelope das fotos com as marcas deixadas, mas o importante era que na Tanzânia e outros países da África os albinos estavam sendo caçados.

***

_ Keita está a doer muito, não consigo, ah meu pai. Zunduri segurava a sua barriga com as duas mãos e uivava de dor, havia entrado em trabalho de parto, Keita seu marido não conseguia se concentrar era seu primeiro filho após anos de tentativa. A sua esposa não parava quieta andava a gritar de um lado para o outro, e ele corria desesperado tentando se lembrar onde estava o enxoval do bebê já pronta.

_ Calma meu amor já chamei um táxi.

O táxi chegou já a buzinar na porta e era o Adê amigo da família. Ele gritava para os dois saírem, toda a vizinhança saíram na rua, algumas mulheres ajudavam Zunduri a entrar no táxi ela não parava de lamentar a dor que sentia, muitos riam da situação daquele casal tão inexperientes.Keita parecia um menino assustado e Adê se divertia com a situação, ria em voz alta e debochava do amigo.

_ Zu aguenta firme que este menino parece estar com muita, muita pressa.Disse o Adê a rir.

_ Tu és desgraçado e um palhaço, cala a boca. Zunduri gritou e daquela vez quase quebrou a mão do marido que não parava de suar cada vez que ela gritava.

Ela se acalmou e a dor havia diminuído, ele colocou as mãos para cima a agradecer, e tentava se acalmar por dentro, os olhos curiosos do taxista os espiava pelo espelho e a sua gargalhada era ouvida em cada esquina que rodavam.

Keita se aliviou daquela situação, sua esposa estava mais calma.

_ Passou um pouco, me dá água.

Ele tremia e não conseguia abrir a bolsa, e ela gritou novamente._ Me dá a porra logo ,e gritou mais uma vez ._ Ah aaa. O bebê vai nascer.

_ Seu idiota conduz logo, o bebê vai nascer, queres matar o meu filho.

_ Não me estressam, eu estou a conduzir, quem vos mandou... ele arregalou os olhos ao ver a cara de ódio da Zu.

_ Pronto chegamos. Adê saiu a correr do carro pedindo ajuda.

_ Obrigada meu irmão.Keita agradeceu.

_ Dê me notícias, fui á vida. Adê se despediu e foi-se embora.Um homem de 1,70 mestro de alturo uns 85 kg, olhos achatados, lábios carnudos em formato cupido, grandes dentes brancos e retos, seu dentista costumava dizer que ele tinha uma boa dentadura. Adê e Keita eram amigos desde crianças. Ele era alegre, simpático com todos, casado com 4 mulheres e tinha 7 filhos que eram o seu motivo de orgulho. Adê não era muçulmano ele não pertencia a nenhuma religião, como ele mesmo dizia " eu sou dono de mim mesmo, escolho o que quero ser então escolhi ser um bom homem, um amigo, um bom marido, um bom pai e um bom vizinho." Ele acreditava que as religiões só serviram para matar o que de bom tinha no povo africano, o africano pertencia a natureza, não a seres imaginários. Por causa disso nunca teve muitos amigos mas não se importavam sabia que fizera a escolha certa. Era feliz, tinha uma grande família, unida e se amavam acima de tudo.

Zunduri foi levada para a maternidade urgentemente acompanhada de seu marido ainda mais nervoso. Aquele menino estava a fazer sua esposa sofrer, daria duas palmadas quando ele nascesse.

Os médicos e enfermeiros já estavam a postos, começou o incentivo quanto mais ela gritava mais ele gemia.Uma das enfermeiras não conteve a graça, aquele homem parecia estar a sentir a dor de sua esposa. Ela berrava, o bebê estava na posição, mas algo o impedia de nascer, os médicos pediram mais esforços a mãe ou fariam uma cesariana, mas ela não queria por isso continuou se esforçando até que num pulo de grito e dor ele, nasceu.

Keita paralisou ao ver aquele bebê todo branquinho a chorar, ele era lindo chorava tão alto que fez o seu pai colocar as mãos nos ouvidos, Como aquele bebê era lindo, mas ele era muito branquinho, muito vermelho como era possível, tinha algo diferente nele.Sua esposa estava exausta, o bebê foi levado enquanto cuidavam de Zunduri.

_ Mamãe, papai, a vossa filha é linda, uma linda menina, nossos parabéns.

Keita olhou a criança, depois para o médico e perguntou , porque ela é tão branquinha assim.

O médico sabia em que país vivia, e que não seria fácil para aqueles pais criarem uma criança albina.

_ Ela é albina. Ela é linda ,meus parabéns.

Os dois se encararam, ele com um sorriso no rosto e ela assustada, queriam tanto um filho e agora que ele nasceu a felicidade era tão grande, mas porque eles. Aquelas palavras soaram como uma bomba aos seus ouvidos. Keita queria um menino, mas nasceu menina e era albina,e eles sabiam que no país que viviam o futuro dos albinos era incerto.

Keita saiu do quarto para refrescar e pensar um pouco, nem tocou na sua menina e Zu se deliciava com aquele pedaço de gente, uma mulher culta estudada ela não tinha problemas algum em ter uma filha albina, naquele momento ela só imaginava aquela criancinha a correr pelas ruas brincando, nem percebeu que seu marido estava preocupado.

Ele foi falar com o médico sobre a doença de sua filha, tinha que existir uma cura. É sempre assim, ninguém quer saber do problema do outro, ninguém quer saber da vida do outro mas, quando o problema chegar na nossa casa queremos soluções, corremos atrás. Ele nasceu e viveu na Tanzânia, nunca se preocupou em se informar sobre o albinismo, e nem sequer se importava com a causa até ter uma filha albina, ele sentira a dor que os outros sentiam, a preocupação que os pais dos albinos tinham.

_ O albinismo é uma anomalia genética no qual ocorre um defeito na produção da melanina, Senhor Keita em certos casos isso é hereditário.

_ Mas nós não somos brancos, como nossa filha pode nascer com essa,.. doutor, por favor diz -me que ela pode se curar?

_ Isto não tem a ver com raças, qualquer ser humano, branco ou preto pode sofrer com isso. Ela é uma pessoa normal, terá uma vida normal, deve ser amada como qualquer outro ser humano.

_ Meu problema é..._ Eu tenho medo de ela...

_ Protege-a, ela só irá precisar de ti e de mais ninguém, ao cuidar dela podes ter a certeza que ela estará segura.

_Ela é tão branquinha, Keita sorriu e deixou uma lágrima correr no seu rosto, ele recebeu uma abraço do médico e foi embora com esperança, mas o medo era intenso.

Na Tanzânia as crianças que nascem albinas pagam um preço terrível, por isso muitas são mortas ao nascer.

Keita e Zunduri escolheram amar sua criança, o perigo era constante, assim como outros pais a filha precisaria de proteção vinte e quatro horas, a pequena Urbi teria uma vida diferente seus pais prometeram que ninguém a machucaria.



Continue Reading

You'll Also Like

3.9K 73 12
A clássica história de Lewis Carroll.
4.2K 414 8
Viva a vida o máximo que puder.
26.4K 1.7K 14
Achei que fosse apenas um sonho. Mas a realidade me veio como tapa na cara. Literalmente.
8.1K 764 20
[CONCLUÍDA] Kanao Tsuyuri sempre gostou de Tanjiro Kamado. Mas a mesma nunca conseguiu se declarar,por falta de coragem e por ser super tímida. Tamb...